Muita gente se surpreendeu quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu as bombásticas declarações contra sua sucessora Dilma Rousseff, no sábado, mas ele tem razões para se comportar assim. Reportagem publicada pelo Correio Braziliense mostra que Lula não aceita a letargia da presidente Dilma diante do agravamento da crise política e dos danos ocasionados pela Operação Lava-Jato. Para alguns interlocutores dele, Lula acha que a chefe do governo simplesmente lavou as mãos.
O fato é que a estratégia do Planalto vai ficando cada vez mais clara. Dilma pensa (?!) que as únicas provas que existiam contra ela seriam as gravações das reuniões do Conselho Administrativo da Petrobras, quando ela comandou pessoalmente a autorização da compra da sucateada refinaria de Pasadena, apelidada de “Ruivinha” pelos engenheiros da estatal, devido à ferrugem que cobre seus tanques e encanamentos.
Em função desta premissa imaginária, a presidente ainda acha que escapará do impeachment e poderá ir pedalando seu governo até o final do mandato, mas a situação não é assim tão simples. Realmente, as gravações incriminadoras foram apagadas dos computadores da Petrobras, mas isso não significa que Dilma não possa vir a ser alcançada pela força-tarefa da Lava Jato ou por um novo pedido de impeachment, se for provado que houve doações ilegais à sua campanha eleitoral e se as pedaladas fiscais forem consideradas crimes de responsabilidade pelo Tribunal de Contas da União.
Os executivos da Odebretch já mandaram recados ao Planalto, alertando que não aceitarão a prisão facilmente, inclusive fazendo ameaças a Dilma e a Lula. Os petistas têm que “resolver a lambança” ou “não haverá República na segunda-feira”, teria dito Marcelo Odebrecht ao ser preso, segundo a revista Época.
Outro detalhe importante: os depoimentos do empreiteiro Ricardo Pessoa, coordenador do cartel, estão mantidos em sigilo depois da delação premiada, o que indica que ele mencionou envolvidos que têm foro privilegiado, ninguém sabe as provas materiais que a força-tarefa tem nas mãos. Mas já é possível constatar que as investigações avançam velozmente para incriminar outros destaques do PT, como José Dirceu e Antonio Palocci, o que complicará ainda mais a situação de Lula e Dilma.
Outro detalhe importante: os depoimentos do empreiteiro Ricardo Pessoa, coordenador do cartel, estão mantidos em sigilo depois da delação premiada, o que indica que ele mencionou envolvidos que têm foro privilegiado, ninguém sabe as provas materiais que a força-tarefa tem nas mãos. Mas já é possível constatar que as investigações avançam velozmente para incriminar outros destaques do PT, como José Dirceu e Antonio Palocci, o que complicará ainda mais a situação de Lula e Dilma.
Ao mesmo tempo, os dias estão passando e o Planalto não consegue enviar justificativas capazes de reverter a posição do TCU sobre os crimes de responsabilidade. Tudo isso mostra que a estratégia de Dilma não tem sustentação na realidade.
Dirceu queria montar uma defesa comum, mas foi marginalizado por Dilma e também por Lula, que não atende mais os telefonemas do ex-ministro. Por isso, Dirceu já avisou que desta vez não cairá sozinho. “Eu, Lula e Dilma estamos no mesmo saco”, afirmou. Mas parece que não foi ouvido.
23 de junho de 2015
Carlos Newton
Dirceu queria montar uma defesa comum, mas foi marginalizado por Dilma e também por Lula, que não atende mais os telefonemas do ex-ministro. Por isso, Dirceu já avisou que desta vez não cairá sozinho. “Eu, Lula e Dilma estamos no mesmo saco”, afirmou. Mas parece que não foi ouvido.
23 de junho de 2015
Carlos Newton
Nenhum comentário:
Postar um comentário