Lula posa de autocrítico do PT para se descolar de Dilma e mobilizar fanáticos caso Moro mande prendê-lo
Os recentes "sincerícídios" de Luiz Inácio Lula da Silva têm três evidentes intenções. A clara motivação estratégica é reconstruir o PT, de repente até mudando o nome do partido que desmoralizou a honradez, de olho no médio e longo prazos. Já o objetivo tático, nada fácil, é teatralizar uma autocrítica que permita a Lula se descolar do fracasso de Dilma, para uma tentativa de disputar a sucessão de 2018, ainda muito distante. Uma terceira jogada, não declarada, consiste em sensibilizar a militância para a guerra que pode ser gerada com uma eventual queda da Presidenta ou com uma nada improvável prisão do próprio Lula pela Lava Jato.
Lula aproveitou ontem a conferência “Novos desafios da democracia” - em parceria com as fundações Friedrich Ebet e Perseu Abramo - para vender a visão ilusória que ele e seu grupo político têm de "democracia". Lula até tocou em um tema que sempre tratou, publicamente, como tabu: o Foro de São Paulo - que caiu na boca da oposição nas redes sociais que o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, resolveu amaldiçoar. Enquanto manda o recado pseudodemocrático, Lula arma seu exército para reagir e resistir caso seja preso e/ou Dilma seja derrubada ou forçada a renunciar em função das crises política, econômica e institucional.
Novamente, Lula voltou suas baterias contra seu alvo preferencial: a tal "mídia" - aquela mesma que os governos petistas compram, através das verbas de publicidade oficial, ou usando o recurso invisível dos mensalões pagos a jornalistas amigos nas redações e nos blogs amestrados. Lula, que teve o patrocínio da Odebrecht para montar um mega sistema de informação e informática em seu instituto, bateu na imprensa adversária-inimiga e cobrou reação dos petistas no terreno virtual, onde mais apanha: "Aqui no Brasil nós reclamamos muito da mídia. A oposição aqui é a imprensa. Em alguns jornais, eles fazem oposição pelo editorial. Ao invés de brigar com isso, temos que melhor saber usar a internet, melhor saber usar as redes sociais".
Sempre deixando clara sua visão autoritária do controle midiático pelo Estado, $talinácio até invocou a memória de seu histórico inimigo Leonel Brizola para reclamar: "O Brasil está defasado. A regulação é de 1962, no tempo que ligar do Rio Grande do Sul para Brasília, segundo o Brizola, levava seis horas. Não tinha nem fax. E na era da TV Digital, ainda tem nove famílias que controlam toda a comunicação do país". Na verdade, se o Mensalão e a Lava Jato não tivessem atrapalhado, Lula gostaria de ter conseguido hegemonia suficiente para destronar as nove famílias e implantar a dele e do PT no negócio lucrativo e estratégico da mídia.
Se falar mal da mídia faz parte do cardápio natural de $talinácio, ganha ares patéticos a tentativa de criticar o PT, para tentar o milagre de fingir que a crise do partido nada tem a ver com ele. Depois de ter proclamado a religiosos, quinta-feira passada, que “Dilma está no volume morto, o PT está abaixo do volume morto e ele próprio está no volume morto", Lula voltou ontem a teatralizar uma autocrítica: "Eu acho que o PT perdeu um pouco a utopia. Eu lembro como é que a gente acreditava nos sonhos, como a gente chorava quando a gente mesmo falava, tal era a crença. Hoje nós precisamos construir isso porque hoje a gente só pensa em cargo, a gente só pensa em emprego, a gente só pensa em ser eleito e ninguém hoje mais trabalha de graça".
Lula voltou a falar na tal "revolução interna" do PT, em uma jogada, até desesperada, para devolver motivação aos militantes desiludidos. Para tanto, Lula jogou com a demagógica comparação ideológica comunista entre o velho que precisa ser sempre superado pelo novo. $talinácio encenou: "O PT precisa urgentemente voltar a falar pra juventude tomar conta do PT. O PT está velho. Eu, que sou a figura proeminente do PT, já estou com 69 (anos), já estou cansado, já estou falando as mesmas coisas que eu falava em 1980. Fico pensando se não está na hora de fazer uma revolução neste partido, uma revolução interna, colocar gente nova, mais ousada, com mais coragem. Temos que decidir se nós queremos salvar a nossa pele e os nossos cargos, ou queremos salvar nosso projeto. E acho que nós precisamos criar um novo projeto de organização partidária nesse país".
Aproveitando a presença no debate do ex-presidente do Governo da Espanha, Felipe González, filiado ao Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Lula indicou que o PT deve adotar um modelo semelhante a um partido surgido na Europa, o Podemos: " O PT era, em 1980, o que é hoje o Podemos. A gente nasceu de um sonho, de que a classe trabalhadora pudesse ter vez e ter voz, e nós construímos essa utopia. Há necessidade de repensarmos a esquerda, o socialismo e o que fazer quando chegamos ao governo. Enquanto você é oposição é muito fácil ser democrata você pode sonhar, pensar, acreditar, mas quando você chega ao governo, precisa fazer, tomar posições. Nunca antes na história do Brasil o povo exerceu tanto a democracia e participou tanto das decisões do meu governo como o povo participou quando o PT chegou ao governo".
Nesse momento, Lula aproveitou para falar de um tema que sempre tratou como tabu: o Foro de São Paulo, organização que ele fundou junto com Fidel Castro, em 1990, para reorganizar as ações da esquerda revolucionária na América Latina e Caribe, contando com a parceria de grupos guerrilheiros e de narcotraficantes (que sempre os petistas omitem). Lula falou romanticamente do FSP: "O Foro de São Paulo foi criado com a ideia de educar a esquerda latino-americana a praticar a democracia. Na Argentina, nem o Maradona unificava a esquerda. Hoje, os partidos de esquerda participam de governos nesses países".
Em síntese: Lula com certeza está com medo do dano que pode lhe causar um eventual pedido de prisão emitido pelo juiz Sérgio Moro, em função de delações de empreiteiros. Os movimentos que Lula faz agora são, exatamente, para tentar transformá-lo em "vítima do autoritarismo", caso o pior aconteça. Assim, se fingindo de coitadinho autocrítico, Lula tenta manter mobilizado o fiel "exército" de militantes fanáticos pela causa da velha seita nazicomunopetralha.
Pelos movimentos de Lula, a hora de uma batalha (sangrenta ou não) se aproxima... Como se vê, $talinácio está cheio de gás... Ele sabe que, não demora, o cenário vai feder...
Pneu de trator
Realmente, esta turma das redes sociais não tem medo de exercer a liberdade de expressão humorística, mesmo quando troca o dólar na cueca pelo famoso pneuzão de bosta...
Bola fora do Okamoto
No seminário "Novos caminhos da Democracia", o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, lançou sua tese odiosa contra o papel democrático das redes sociais:
"A democracia hoje é uma coisa muito complexa. A democracia pressupõe que as pessoas têm muito conhecimento, as pessoas tentam pensar nas suas decisões o que é bom para a maioria das pessoas. E hoje, com a globalização da informática, com as redes sociais, muitas opiniões são criadas muito rapidamente, muitas vezes sem ter os fundamentos, sem ter as informações. Hoje, construir a democracia baseada em informações, em conhecimento, em fundamento, é uma coisa mais complexa. Precisamos quebrar a cabeça para ver como vai dar conta disso".
Amigo e eterno responsável pelas finanças pessoais de Lula, Okamoto também reclamou do que chamou de tentativa de criminalizar a entidade que preside:
"Tem setores que querem criminalizar, ver coisas onde não existem. As coisas são lícitas, transparentes. Não há nenhum problema, não tivemos que fazer nada de especial para conseguir recursos a não ser mostrar nossos propósitos, como esse evento para discutir a democracia. Quem contribuiu com o instituto foram as melhores empresas, em todos os setores. Isso muito nos orgulha porque não é fácil convencer uma empresa dessas a contribuir com o instituto. A origem do dinheiro é a mais lícita. Foi pedido, dado para o instituto. Esse procedimento tem em vários países do mundo. Não é coisa que inventamos, outros ex-presidentes também fazem isso".
Perder a utopia custa caro
Pragmatismo
Do presidente do Vasco da Gama, Eurico Miranda, mais uma declaração polêmica, porém pragmática, sobre o comportamento do torcedor de futebol:
"Não contrato jogador nenhum para agradar a torcida. Se não for interessante para nós, não contrato. É uma coisa que não me preocupa, se a torcida vai gostar ou não. Torcida só quer saber de uma coisa: resultado. Ela não quer saber se você está pagando jogador, se as finanças estão em dia, se pintou ou não pintou a sede. Torcedor, de uma maneira geral, quer saber de resultado, o resto não interessa".
Bola com as Redes Sociais?
O lateral direito Léo Moura confirmou que desistiu das negociações para jogar no Vasco por pressão da torcida do Flamengo na internet.
Ídolo rubro-negro, onde jogou por 10 anos, Moura chegou a ser anunciado por Eurico Miranda como novo contratado dos lanternas de São Januário.
Léo Moura usou as redes sociais para fazer o comunicado oficial de que não jogaria no Vasco, para alívio da grande Nação Rubro-Negra.
O comunicado
A versão oficial de Léo Moura, veiculada pela assessoria dele na internet, dá bem a dimensão da pressão social exercida cada vez mais pelas redes sociais:
“Aos meus fãs, um pequeno esclarecimento, pois tenho o carinho e a admiração por vocês, que sempre torceram por mim. Então, mais tranquilo, resolvi me pronunciar.
Realmente, a proposta existiu, chegou até mim como qualquer profissional. Mas em nenhum momento assinei qualquer documento firmando um compromisso e falei algo na imprensa ou em qualquer outro lugar. Todos têm o direito de falar, mas devemos pensar antes de julgar qualquer coisa. Por respeito e carinho à nação rubro-negra, meus fãs e pelo clube, por tudo o que aconteceu na minha despedida, eu não poderia fazer isso. Estou com a cabeça tranquila e em paz, tomei a decisão certa. Mesmo com todos os comentários negativos à minha pessoa e à minha família que fizeram, não tenho mágoa. Mas peço sempre que julguem, só falem quando tiver certeza. Eu hoje pertenço ao FTLL Strikers e isso tem que ser respeitado. Um abraço e boa noite. Léo Moura".
Paulista em férias
Piadinha muito séria que circula nas redes sociais - aquela que deixou a democracia complicada, na visão do Paulo Okamoto:
Um PAULISTA está passando suas férias no Rio de Janeiro, e resolve visitar um zoológico da cidade maravilhosa.
Durante o seu passeio, de repente, ele vê uma menininha se aproximando demasiadamente da jaula do leão. O leão, rapidamente, a ataca e, agarrando-a pela manga do casaco, tenta puxá-la para dentro da jaula para matá-la, sob os olhares de seus pais que, paralisados de terror, ficam gritando.
O PAULISTA corre rapidamente para a jaula e, por entre as suas barras, acerta em cheio um potente soco, direto no nariz do leão. Gemendo de dor, o leão dá um pulo para trás, soltando a menininha e o PAULISTA, com cuidado, a pega e a entrega aos seus apavorados pais, que, muito emocionados, ficam lhe agradecendo por muito tempo.
Um repórter, que assistiu a todo o desenrolar da cena, diz ao PAULISTA:
- "Senhor, esta foi a atitude mais nobre e corajosa que eu já vi um homem tomar , em toda a minha vida".
O PAULISTA responde:
- "Não foi nada de mais, realmente. O leão já estava preso, atrás das grades, e eu apenas vi esta menininha em perigo e fiz o que achei que era a coisa mais acertada a ser feita".
O repórter diz:
"Bem, eu lhe garanto que este ato de heroísmo não irá passar em branco. Eu sou um jornalista, e o meu jornal de amanhã trará esta história, estampada na primeira página."
E o repórter pergunta ao homem:
- "Apenas para complementar a notícia, qual é a sua profissão, e qual é o seu posicionamento político?"
O PAULISTA:
- "Eu estou atualmente em férias; sou Militar aposentado e nas eleições para Presidente votei contra a Dilma.
O jornalista então se despede e vai embora.
Na manhã seguinte, o PAULISTA compra o jornal - O GLOBO, curioso para ler como saiu a notícia sobre o salvamento da menininha das garras do leão; e, para sua grande surpresa, lê na primeira página:
"Radical de extrema-direita, ligado à ditadura militar, ataca imigrante africano, e rouba o seu almoço."
Qualquer semelhança com algum jornalista bancado pelo PT não será mera coincidência!
Qualquer semelhança com algum jornalista bancado pelo PT não será mera coincidência!
Passando atestado de burrice?
Vão deixar passar?
Antes de ser preso, sexta-feira passada, Marcelo Bahia Odebrecht teria feito uma ligação e mandado um recado geral:
"É pra resolver essa lambança ou não haverá República na segunda-feira"... Por isso, persiste a pergunta:
Será que o mundo acaba a partir de logo mais, por causa da Erga Omnes da Lava Jato? Marcelo ou seu pai Emílio (que teria dito o mesmo que o filho) terão coragem e sensatez de cumprir a ameaça emocionalmente feita, ou tudo não passará de mais uma bravata que desaparece após o desespero inicial?
A pergunta continua sem resposta, mas a Família Odebrecht deve agir, se não quiser perder sua empresa...
Contra, porém a favor
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
23 de junho de 2015
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
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