"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 7 de junho de 2015

PT E O PADRÃO FIFA DE ROUBAR




Quais as consequencias de sua denúncia sobre o MENSALÃO?

Caiu aquele véu que existia sobre o Partido, de Partido moralista e ético.O PT posava de corregedor moral da pátria.O PT a vida inteira deblaterou contra os adversários mas " BLATTEROU" a prática política do padrão FIFA.O PT impôs ao país o padrão FIFA de corrupção.Se o Dirceu fosse o presidente, já estaríamos vivendo aqui a VENEZUELA.Com ele teria cerceamento das liberdades democráticas, perseguição à imprensa livre, cadeia para opositor.
(Roberto Jefferson)

07 de junho de 2015
in graça no país das maravilhas

DEVAGAR E SEMPRE...



07 de junho de 2015

O HUMOR DO DUKE...

Charge O Tempo 07/06


07 de junho de 2015

A CORRUPÇÃO MATA

Na dantesca selva, até que enfim, um raio fulgurou na Fifa. Destampou a fossa e colocou à vista as lúgubres figuras que a povoam.

Mais que uma moralização do mundo do futebol infestado de cartolas velhacos, a atitude, que partiu dos Estados Unidos, parece uma declaração de guerra à corrupção pelo mundo afora, contraria o jeito de arrancar propinas que se generalizou no mundo e perdeu o controle no continente latino-americano. Neste quadrante, a corrupção devasta as economias nacionais e as deixa em frangalhos.

Se a guerra era apenas contra os cartéis do tráfico na América Latina, agora os EUA pretendem enfrentar as quadrilhas organizadas da corrupção. Pegaram pesado contra a Petrobras pelos rombos aos fundos que nela investiram, e não poderia ficar de fora a Fifa, que rapa, da paixão do mais difundido esporte no planeta, bilhões a cada ano.

Surgiu como uma atividade econômica ilícita relevante, uma máfia transnacional.

Na primeira leva de prisões, todos os sete conduzidos ao cárcere pertencem a países das Américas Central e do Sul. Destaque para o brasileiro José Maria Marin, que esteve à frente da CBF e da realização da Copa do Mundo de 2014.

Os Estados Unidos não se conformam, ao que tudo indica, com a exclusão de sediar as últimas Copas “leiloadas pela Fifa”. Apesar de o país oferecer condições operacionais e financeiras melhores que qualquer outro competidor, de garantir rendas e público.

A decisão de brindar o minúsculo Catar e até de mudar o calendário para abrigar a Copa do Mundo no deserto das Arábias, onde o petróleo jorra abundante, teria sido tomada em bastidores de figuras que saem de suas tocas apenas para garfar vantagens pessoais e ilícitas.

Figuras sem expressão, sem história no futebol, mas com voto que decide o destino de bilhões de dólares movimentados pelos torneios internacionais de futebol. Pessoas que, ocupando os vértices da Fifa, de regra, amealham fortunas pessoais que chamam a atenção pelo luxo e pela fartura.

Para ser escolhido sede de Copa do Mundo, o problema está exatamente em ganhar o leilão informal, a disputa de foice entre essas personagens cuja bússola se volta para o lado mais rentável aos bolsos deles.

Na Fifa os 209 votos, um por país, independentemente do peso e da tradição, se concentram numericamente na América Central e no pulverizado Caribe, com 38 membros, e na América do Sul, dez membros, mais 52 no continente africano, que, por afinidades étnicas e culturais com o outro lado do Atlântico, se movimenta pela mesma maré.

Os cem votos, redondos, desse blocão que se regula no mesmo diapasão têm poder absoluto e suplantaram os mais tradicionais e mais representativos países da modalidade.

O voto das Ilhas Cayman vale como o da Inglaterra. Bem por isso, na cúpula da Fifa, a maioria dos membros, como a lista de prisões decretadas pela Justiça dos EUA demonstra, chega a ser ocupada por eles. Coincidentemente, são países que ocupam os vértices do ranking dos mais corruptos e violentos do planeta.

A corrupção tira de quem precisa e privilegia bandidos. Destrói uma nação, é um crime que subverte os valores naturais em favor dos criminosos.

Gera falta de remédios, de assistência social, de educação, de serviços públicos, de aposentadorias mais generosas. Suga silenciosamente e mata mais que as drogas.

Portanto, é justa essa decisão de entrar nessa luta sem fronteiras contra a corrupção, que já fugiu do controle e ameaça assombrosamente a humanidade.


07 de junho de 2015
Vittorio Medioli

LUIZ FERNANDO DE SOUZA ACERTOU SEU PEZÃO

A sorte abandonou o governador Luiz Fernando de Souza, o Pezão, quando ele comentou a prisão dos três menores acusados de terem matado o médico Jaime Gold enquanto pedalava na lagoa Rodrigo de Freitas. O doutor disse o seguinte: "Nenhum dos três é inocente. Todos possuem anotações criminais, e o importante é que a polícia está prendendo."

Parecia uma simples constatação, mas embutia uma empulhação. Um dos três menores, precisamente aquele que a polícia capturara em apenas 72 horas numa operação aparentemente exemplar, seria inocente do crime de que o acusaram. Seis testemunhas estão dispostas a depor mostrando que ele estava em outro lugar na hora do crime.

Se isso fosse pouco, outro menor, confesso, apresentara-se à polícia inocentando-o.

O adolescente tem mais de uma dezena de anotações criminais, nenhuma delas por lesões corporais.

É negro, favelado e infrator. Portanto, seria capaz de tudo. Pezão transformou uma solução -a detenção, mais tarde, de pelo menos um criminoso confesso- num problema: a tentativa de justificar uma acusação contra um inocente.

Como disse o próprio governador "pode ter havido engano, erros acontecem". Foi aí que a sorte lhe faltou. No mesmo dia o Superior Tribunal de Justiça autorizara a quebra do seu sigilo telefônico para que se investigue a procedência de denúncia do "amigo Paulinho", que o colocou na frigideira dos 40 políticos envolvidos na Operação Lava Jato.

Segundo o ex-diretor da Petrobras, na campanha eleitoral de 2010, quando "Pezão" elegeu-se vice-governador na chapa de Sérgio Cabral, cinco empreiteiras teriam despejado R$ 30 milhões no caixa dois dos candidatos. O governador, como o menor, repele a acusação.

Na métrica que Pezão usou em relação ao jovem preso, "pode ter havido engano, erros acontecem". Se a polícia do Rio já tivesse reconhecido o erro, tudo bem, mas isso ainda não havia sido feito. Resta outro ponto: o menor "tem anotações criminais".

Pezão também. Em 2013 foi condenado a pagar uma multa de R$ 14 mil por improbidade administrativa na compra de uma ambulância quando era prefeito de Piraí. Decisão de primeira instância; só pode ser considerada definitiva depois que o recurso do réu for apreciado.

Muita gente acredita que um menor infrator é capaz de tudo. Também há muita gente que, sem esperar pelo devido processo judicial, já condenou os 40 políticos que entraram na lista do procurador-geral Rodrigo Janot.

Quando se viu arrolado na investigação, o próprio Pezão, com bons motivos, queixou-se dessa conduta irracional: "Fui julgado e condenado".

Ajuste

Gente que entende de números começou a temer que a contração do PIB neste ano chegue a 2%. Seria a pior marca desde a contração de 4,4% de 1990.

Isso sem qualquer garantia de que 2016 venha a ser muito melhor.

Pedaladas

Se a doutora Dilma for pedalar na orla da lagoa Rodrigo de Freitas com sua bicicleta importada da grife Specialized (R$ 2.350), no mínimo ficará sem o brinquedo.

A doutora defende a proteção à industria brasileira, mas pedala bicicleta americana e durante a campanha eleitoral foi fotografada calçando sapatos Louis Vuitton.

Marca histórica

A greve dos professores de escolas públicas de São Paulo conseguiu duas marcas históricas. Superou o recorde de duração, batendo os 81 dias (os alunos que se danem) e teve professor apanhando.

Pela primeira vez, não foi a polícia quem bateu. Podem ter sido seguranças do carro de som ou grevistas.

Boa notícia

Se a Justiça americana propuser um bom acordo a José Maria Marin, é provável que ele faça negócio.

Bosta fresca

O Ministério Público continua com um problema: Paulo Roberto Costa diz que encaminhou a Alberto Youssef dois pleitos, de Antonio Palocci e Edison Lobão, pedindo dinheiro para as campanhas de Dilma Rousseff e Roseana Sarney. Youssef diz que nunca tratou desse assunto e ofereceu-se para uma acareação.

Tanto o "amigo Paulinho" como Youssef perdem os benefícios da colaboração com a Viúva se tiverem mentido em seus depoimentos.

Os procuradores ainda não anunciaram que farão a acareação. O que foi chamado de "bosta seca" virará bosta fresca.

Os "erros" na farsa do caso de Amarildo

O governador Pezão defende a redução da maioridade penal. Pode ter razão, mas poucas coisas seriam piores do que a imposição da menoridade intelectual aos cidadãos brasileiros.

No caso do menor da Lagoa, a polícia do Rio culpou-o e declarou o caso "encerrado". Deverá reabri-lo, porque "erros acontecem".

A menoridade intelectual dos adultos fica estabelecida quando o que pareceu uma investigação exemplar pode não ter passado de um fiasco, ou mas mais que isso.

Nesses casos, a teoria segundo a qual "erros acontecem" torna-se um biombo atrás do qual há um padrão que alimenta a insegurança pública.

Há dois anos, quando o pedreiro Amarildo desapareceu na Rocinha, coisas estranhas aconteceram.

Estavam cegas as câmeras que poderiam ter registrado a entrada e a saída do cidadão do contêiner da Unidade de Polícia Pacificadora para onde foi levado por PMs. (A repórter Vera Araújo mostrou que, entre os dias 23 e 25 de maio passado, seis câmeras tiveram seus lacres rompidos em três batalhões da PM. Em Olaria, foi destruído o disco que conserva as imagens. Como os sapos de Guimarães Rosa, as câmeras não enguiçam por boniteza, mas por precisão.)

Quando o sumiço de Amarildo se tornou uma questão nacional, surgiu a história, vinda de um policial, segundo a qual ele teria sido morto por traficantes e jogado num caminhão de lixo. Era mentira, mas, se colasse, o caso estaria encerrado.

Depois apareceram testemunhas informando que um traficante ("Catatau") matara o pedreiro. Não era só mentira, era obstrução da Justiça. O comandante da UPP da Rocinha, major Edson Santos, subornara as testemunhas com R$ 1.350. Depois de ter contado a história do suborno, uma dessas testemunhas, de nome Lucia Helena, desapareceu, como Amarildo.

A empulhação durou meses e foi desfeita com a ajuda de policiais militares que colaboraram com as investigações.

Quinze PMs respondem a processo pelo caso. Em março passado um soldado que servia na UPP da Rocinha e ajudou a desmentir as patranhas foi assassinado. Estava lotado na Coordenadoria de Inteligência da PM.

"Erros acontecem", mas, no caso de Amarildo, o seu assassinato foi apenas o mais doloroso. É nos acobertamentos, tolerados pela cadeia hierárquica, que mora o padrão.



07 de junho de 2015
Elio Gaspari

PROCESSO DO AMIGO DE PIMENTEL VAI ENVOLVER MUITOS POLÍTICOS




Investigadores da Operação Acrônimo já encontraram durante as buscas e apreensões da semana passada elementos que ligam empresas de publicidade Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, a campanhas eleitorais de 2014 e a autoridades com o chamado foro privilegiado, pelo qual um político com mandato só pode ser processado e julgado por determinados tribunais.
Nas buscas, segundo a Folha apurou, foram encontradas listas com ordens de pagamentos. Nos próximos dias, os investidores deverão remeter a relação dos políticos com prerrogativa de foro para que o juiz decida se o inquérito deve ser enviado a tribunais superiores.
Duas empresas controladas por Bené, ligado ao PT, receberam R$ 525 milhões de órgãos do governo federal entre 2005 e 2015. A PF investiga suspeitas de lavagem de dinheiro e associação criminosa.
PRIMO RICO
Primo do empresário dos ramos de gráficas e Pedro Augusto Medeiros apresentou em suas contas bancárias uma movimentação incompatível com sua renda. Apesar de declarar renda de R$ 1,4 mil, Medeiros apresentou “movimentações incompatíveis” de R$ 1,35 milhão, segundo relatório da PF. Em apenas três meses de 2007, Medeiros movimentou R$ 100 mil. Em 2010, depositou R$ 200 mil de uma única vez em sua própria conta e mais R$ 340 mil para uma agência de turismo. No ano seguinte, depositou R$ 395 mil para uma conta em seu nome no Rio de Janeiro.
As movimentações foram informadas à PF pelo Coaf (órgão de inteligência vinculado ao Ministério da Fazenda), anexado ao inquérito da Operação Acrônimo, deflagrada na última sexta-feira (29), que levou à prisão de Bené e Medeiros e mais três pessoas.
Medeiros foi um dos passageiros do avião turboélice King Air que transportava R$ 113 mil em outubro do ano passado e foi abordado pela PF no aeroporto de Brasília vindo de Belo Horizonte (MG).
Ao prestar depoimento na PF no mesmo dia, Medeiros afirmou que, do total do dinheiro apreendido, R$ 80 mil lhe pertenciam, em 700 notas de R$ 100,00 e 500 cédulas de R$ 20,00. Dos passageiros, foi o que assumiu a posse da maior parte do dinheiro.
MÚLTIPLAS FUNÇÕES
Embora tenha se apresentado como “corretor de imóveis” no depoimento que prestou à PF, Medeiros, segundo a polícia, “trabalha como segurança” de Bené e seria uma espécie de “faz-tudo”.
Para a PF, “não é razoável considerar” que Pedro fosse o proprietário da maior parte do dinheiro apreendido no avião. “Ainda mais desarrazoada é a comparação entre a renda lícita do investigado Pedro com os valores referidos no Relatório de Inteligência Financeira disponibilizado pelo Coaf”, escreveu o delegado Guilherme Torres, em representação enviada à 10ª Vara Federal do DF.
A PF apontou, no documento, que Pedro é, “na verdade, mais que mero despachante ou office-boy daqueles, não só realizando entrega de documentos, transportando familiares, mas especialmente encobrindo/ocultando os reais operadores e proprietários dos valores movimentados nas transações bancárias”.
LUGAR PERIGOSO…
Quando Pedro foi detido com o dinheiro no aeroporto, a PF teve acesso ao seu telefone celular, que foi apreendido e periciado. Em março de 2014, Pedro reclamou ao publicitário Victor Nicolato, por mensagem, que se recusava a voltar a um determinando banco, não identificado, para fazer operações financeiras. Nicolato, segundo a PF, é sócio de Bené.
“Não me pede para ir naquele banco mais, não. O lugar é perigoso. […] 40 minutos lá e vendo a rotatividade de gente estranha. Não dá para confiar!”, disse Medeiros a Nicolato, em uma das mensagens.
O Coaf também informou à PF as movimentações de Bené. Ele movimentou R$ 9 milhões em duas contas pessoais no banco Itaú entre 2007 e 2011. No ano seguinte, Bené fez onze “transações fracionadas” no valor total de R$ 72,5 mil. Segundo o Coaf, a prática “configura artifício para burlar da identificação da origem, do destino, dos responsáveis ou dos responsáveis finais”.

07 de junho de 2015
Rubens Valente e Natuza Nery
Folha

OS JIHADISTAS JÁ ESTÃO ÀS PORTAS DE BAGDÁ




Prometeram-lhes a Primavera. Mas nenhuma flor brotou de seus cadáveres, a não ser as formadas pelas algas e organismos marinhos que cobrem os seus corpos no fundo do Mediterrâneo. Disseram-lhes que haveria paz, justiça, progresso, conforto e liberdade. E em troca lhes deram o caos de que procuram fugir a qualquer preço, a guerra, a injustiça, a destruição, o medo, a opressão e a miséria, e atacaram, com seus aviões e navios e as bombas e balas de seus mercenários, seus países, suas lojas, suas escolas, seus consultórios, seus poços e suas fontes, seus campos de trigo, seus bosques de oliveiras, matando seus cavalos, suas vacas, suas ovelhas, e explodindo suas pontes e seus templos.
Suas casas e ruas agora estão em ruínas. Seus móveis e os retratos de seus pais foram queimados para fazer fogo e assar o pão escasso enviado por outros povos, muitos de seus filhos e filhas morreram e os que sobraram não vão mais aos parques, nem ao zoológico, nem à escola, e caçam ratos entre os escombros em que se misturam os restos de mesquitas, igrejas e sinagogas.
OS FANTASMAS
Aqueles que prometeram a Primavera transformaram professores, agricultores, trabalhadores, médicos, engenheiros, comerciantes, em fantasmas que vagueiam agora aos milhares, enterrando seus velhos e seus recém-nascidos por trilhas, montanhas, mares e desertos hostis e inóspitos, sem poder prosseguir diante de fronteiras e portos que não permitem a sua entrada, obrigando-os a fazer dos restos de suas túnicas e bandeiras farrapos imundos que cobrem seus frágeis abrigos e tendas provisórias.
Aqueles que haviam lhes prometido a Primavera tinham dito que era preciso que seus ditadores caíssem, para que fossem felizes. E para derrubar os antigos líderes de seus países, dividiram seus povos e as armas que trouxeram de fora, equipando exércitos de assassinos, de sádicos, estupradores e mercenários, permitindo que seus bandidos fossem e matassem.
Foi assim que eles derrubaram, então, aqueles que governavam antes. Os enforcaram ou espancaram na rua, como cães, até a morte, destruíram as estradas, ferrovias, aeroportos, avenidas, represas, aquedutos, viadutos, hospitais, as estátuas e os palácios que Saddam, Kadafi, haviam construído, e mataram também seus filhos, para que não os vingassem, e aqueles que um dia os tinham apoiado, e espancaram e assassinaram também seus filhos pequenos e violentaram suas filhas e mulheres.
OS ASSASSINOS
“Vão”, disseram os que haviam prometido que semeariam a Primavera. E seus assassinos foram. Os mesmos que agora voltaram-se contra eles, que degolam seus prisioneiros ajoelhados na areia, e se espalharam em bandos e seitas pelo Oriente Médio e o Norte da África.
Eles querem montar um Estado – Islâmico, eles o chamam – onde antes existiam, de fato, a Líbia, a Síria e o Iraque. Estão às portas de Bagdá. Tomaram Ramadi e Palmira. E cobiçam Trípoli e Damasco.

07 de junho de 2015
Mauro SantayanaHoje em Dia

PT DIZ QUE VAI EXPLICAR O PEQUENO ERRO DE R$ 36,2 MILHÕES



O suposto pagamento de R$ 36,2 milhões feito por uma cndidata petista a deputada estadual de Minas à gráfica do empresário Benedito Oliveira Neto, o Bené, preso pela Polícia Federal, foi “um erro material” que será corrigido, disse o PT mineiro em nota oficial.
O valor foi registrado na prestação de contas de Helena Ventura (PT-MG) ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A então candidata disse ter pago o valor à Gráfica e Editora Brasil Ltda., empresa de Bené, por “publicidade por material impresso”.
“A evidência indica um erro material, de simples preenchimento de ficha de informação da prestação de contas, que poderá ser corrigido conforme permite a legislação”, diz nota divulgada pelo partido.
A quantia corresponde a praticamente todos os gastos em campanha feitos pela candidata, que diz ter pago apenas cerca de R$ 5.000 para outros serviços de campanha.
PEQUENO PATRIMÔNIO
Helena tem 61 anos, é enfermeira, e declarou ter um patrimônio de R$ 290 mil. Ela disse à Justiça Eleitoral que seu gasto máximo para se eleger seria de R$ 3 milhões. Os votos da petista não foram contabilizados porque sua candidatura foi indeferida. O TSE notificou a candidata para que dê esclarecimentos sobre a prestação de contas.
O PT mineiro disse que transferiu a ela, nesse período, cerca de R$ 16 mil por meio do comitê financeiro único.
Duas empresas controladas por Bené, ligado ao PT, receberam R$ 525 milhões de órgãos do governo federal entre 2005 e 2015. A PF investiga suspeitas de lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Ele foi preso na Operação Acrônimo da Polícia Federal na sexta-feira (29), com mais três pessoas, e solto após pagamento de R$ 188 mil em fiança.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Isso vai ser engraçado. O PT vai ter de se virar para explicar esse pequeno erro, de apenas R$ 36.200.000,00, na contabilidade do partido e da gráfico empresário muy amigo do governador Fernando Pimentel. Pode ter sido um erro de digitação, não é mesmo??? (C.N.)

07 de junho de 2015
José Marques
Folha

UMA PASSO PARA FRENTE, DEZ PARA TRÁS...

PROJETO REDUZ INELEGIBILIDADE DOS POLÍTICOS DE FICHA SUJA

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O Congresso Nacional debate um mecanismo para driblar a pena de inelegibilidade a políticos brasileiros. Projeto de lei complementar apresentado pelo deputado Arthur Oliveira Maia (SD-BA) e pelo ex-deputado Sandro Mabel (PMDB) permite que seja descontado da sentença final que o condenou à inelegibilidade, o tempo em que o réu respondeu ao processo judicial. 
A matéria altera a Lei das Inelegibilidades, que estabelece a impossibilidade de disputar as eleições pelo período de oito anos depois de cumprida a sentença judicial. 
Se o projeto for aprovado sem modificações, será possível a detração, após o cumprimento da pena, do tempo de inelegibilidade entre a condenação e o trânsito em julgado da sentença, quando não é mais possível recorrer.

A regra valeria tanto para processos criminais, quanto para aqueles de improbidade administrativa. Na justificativa do projeto, os autores remetem à Lei da Ficha Limpa, que impede a candidatura de quem for condenado por órgão colegiado, mesmo que ainda caiba recurso da decisão. 
De acordo com os parlamentares, no entanto, a celeridade da tramitação da matéria impediu que fossem enxergados “alguns defeitos graves do projeto original”, entre eles, a criação de uma “inelegibilidade processual, que desestimula o ato de recorrer de uma condenação”.

LUIZ FUX

O assunto chegou a ser tratado pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante o julgamento de duas ações que questionavam a constitucionalidade da legislação.

“O indivíduo condenado poderá permanecer inelegível entre a condenação e o trânsito em julgado da decisão condenatória, passar a ter seus direitos políticos inteiramente suspensos durante a duração dos efeitos da condenação e, após, retornar ao estado de inelegibilidade por mais oito anos, independentemente do tempo de inelegibilidade prévio ao cumprimento da pena”, afirmou Luiz Fux em seu voto.


Um exemplo citado na justificativa do projeto é um indivíduo que tenha sido condenado a 30 anos de prisão. 
Contada a perda dos direitos políticos depois do cumprimento da pena, ele estaria impossibilitado de concorrer a cargos públicos eletivos por 40 anos ou mais, o que poderia ser equivalente à cassação de seus direitos políticos e uma punição “excessiva”. 
Dessa forma, avaliam que a regra é um “desestímulo ao uso dos meios recursais próprios em verdadeira negativa de acesso ao Judiciário”.

COISAS DIFERENTES

Membro do comitê nacional do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), o juiz Marlon Reis rebateu com veemência os argumentos dos autores da proposta e já avisou: se o texto for aprovado, o grupo vai agir judicialmente para tentar impedir a alteração na Lei da Ficha Limpa. De acordo com o magistrado, o impedimento ao réu de se candidatar nas eleições se deve à suspensão dos direitos políticos, e não por inelegibilidade. “Juridicamente são coisas diferentes”, argumentou.
Marlon Reis lembrou ainda que “a Lei das Inelegibilidades já previa a perda do direito de disputar cargos eletivos depois do cumprimento da sentença, só que o prazo era de três anos”.  E completou: “O que fizemos foi apenas aumentar para oito anos. Do jeito que estão querendo, a lei vai ficar mais leve do que era antes”, disse o juiz, que atua no Maranhão. Sobre o “desestímulo ao recurso”, o magistrado foi enfático: “Essa alegação é baseada na má-fe, em candidatos que fazem a sua defesa apenas com interesse eleitoral”.
O projeto foi apresentado na Câmara dos Deputados em 18 de dezembro, para tramitar em regime de prioridade. Quatro dias depois foi apensado a outro texto semelhante, e, em março, encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Ainda não foi definido quem será o relator do texto. Após a análise do grupo, segue para o plenário para votação em dois turnos. O passo seguinte é o Senado.

(texto enviado por Wilson Baptista Jr.)

07 de junho de 2015
Isabella Souto
Estado de Minas

DIRCEU ATACA DILMA E LULA: "ESTAMOS TODOS NO SACO"


http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/files/2014/05/Jos%C3%A9-Dirceu-na-Papuda-biblioteca.jpg
Dirceu diz que querem colocá-lo de volta à cadeia
Passados 10 anos da eclosão do mensalão, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado a 7 anos e 11 meses de prisão por corrupção ativa, não esconde a mágoa em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à presidente Dilma Rousseff. Em conversa com amigos na semana passada, Dirceu usou a palavra “covardia” para se referir à postura que considera omissa de Lula e Dilma durante todo o processo do mensalão. Omissão que, segundo ele, se repete agora, em relação à Operação Lava Jato, na qual Dirceu é investigado, e faz com que todos os petistas condenados ou não, inclusive o ex-presidente e a atual, carreguem a pecha de corruptos.
“De que serve toda covardia que o Lula e a Dilma fizeram na ação penal 470 e estão repetindo na Lava Jato? Agora estamos todos no mesmo saco, eu, o Lula, a Dilma”, disse Dirceu, segundo relatos colhidos pela reportagem.
Durante uma década Lula se esquivou de fazer publicamente a defesa dos correligionários envolvidos no esquema de corrupção que, segundo o Supremo Tribunal Federal, serviu para comprar apoio parlamentar ao governo do PT. Até o julgamento, em 2013, alegava que preferia esperar a decisão do Supremo. Depois colocou o assunto de lado, apesar de todos pedidos para que desse ao menos uma palavra de solidariedade aos companheiros presos.
LULA NÃO DEFENDE NINGUÉM
Aos amigos com quem falou na semana passada, Dirceu disse desconhecer as razões de Lula e fez uma ressalva ao dizer que o ex-presidente não faz “nem a defesa dele mesmo”.
Apesar da mágoa, o ex-ministro descarta qualquer possibilidade de o ex-presidente ter participado das negociações com partidos aliados que levaram ao escândalo do mensalão.
Ele revelou a pessoas próximas ter voltado contra sua vontade à direção do PT em 2009, quando preferia se manter afastado do foco político. O ex-ministro disse ter sido procurado por Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula, em um hotel de Brasília onde ouviu a ordem para reassumir seu posto no diretório nacional do PT. “Lula queria me controlar”, afirmou a amigos.
Ao contrário de vários petistas, Dirceu não vê Lula se movimentando em direção a uma possível candidatura em 2018. Ele diz acreditar que o ex-presidente está mais ocupado no momento em mobilizar os setores próximos do partido e “colocar lógica” na relação turbulenta do governo com o PMDB. Mas não descarta a volta do companheiro.
“Se chegar em maio de 2018 e o Lula disser que é candidato ninguém vai se opor”, disse ele aos amigos na semana passada.
VOLTAR À CADEIA
Às poucas pessoas de fora de seu círculo pessoal com quem tem conversado enquanto cumpre pena em regime aberto, em Brasília, ele também não esconde o temor de voltar à cadeia por causa da Lava Jato. “Querem me condenar ou me colocar outra vez na cadeia. Imagine o estardalhaço”, disse ele em uma dessas conversas.
A força-tarefa da Lava Jato investiga um pagamento de R$ 1,15 milhão feito pelo lobista Milton Pascowitch à J. D. Assessoria e Consultoria em 2012, enquanto o Supremo julgava o mensalão e desconfia que o pagamento pode não estar relacionado com os serviços da empresa.
Dirceu passou 11 meses na Papuda, em Brasília e desde novembro do ano passado ganhou o direito a cumprir a pena em casa, de onde sai apenas para trabalhar no escritório do advogado José Geraldo Grossi, em Brasília. Ele segue à risca a proibição de dar entrevistas ou ter atividades políticas e mantém o foco em sua defesa na Lava Jato. A esses poucos interlocutores, nega com ênfase as denúncias e diz ter enviado à Justiça provas da prestação dos serviços.
DINHEIRO PARA CAMPANHA
Além disso, sempre aproveita para rechaçar o julgamento do mensalão reafirmando que a compra de apoio parlamentar não existiu. “Aquilo era dinheiro para campanha e dívidas de campanha”, repete.
Os amigos que visitam Dirceu percebem no ex-ministro os efeitos dos meses na cadeia tanto no físico quanto no humor. Afirmam que ele tem reclamado com frequência da falta de dinheiro, garantindo que vive atualmente apenas com R$ 4 mil que recebe no escritório e o salário de aproximadamente R$ 12 mil da J.D. Assessoria e Consultoria – que deve encerrar as atividades em seis meses com dívidas de mais de R$ 1 milhão, segundo relatos.
Dirceu tem alegado também que os milhões recebidos desde que deixou o governo, em 2005, se foram na defesa política e jurídica do mensalão e nas atividades de consultoria. Foram mais de 300 viagens pelo Brasil e 128 a 23 países do exterior entre 2005 e 2013. O ex-ministro tem afirmado ainda que parte do seu patrimônio será colocada à venda para pagar as dívidas da empresa. “Não posso mais trabalhar no Brasil”, disse ele a uma pessoa próxima.
PAPEL SECUNDÁRIO
Embora esteja formalmente afastado da política, Dirceu acompanha de perto as movimentações no PT. Para ele, o partido hoje tem papel secundário na política nacional devido ao protagonismo do PMDB no Congresso, mas nem de longe está morto. O ex-ministro cita como exemplo o PSOE espanhol, que deixou o governo em 1996 sob denúncias de corrupção e colaboração com o terrorismo, chegou a ser descartado como opção de poder, mas voltou com força em 2003.
Para Dirceu, o processo de reorganização do PT “é coisa para 4, 6 ou 8 anos”. Ele prevê que em 2016 o partido conquiste menos de 10% dos votos nas eleições municipais, uma redução em relação aos 13% alcançados em 2012.
07 de junho de 2015
Ricardo GalhardoEstadão