"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 7 de junho de 2015

LONGO REINADO DE BLATTER NA FIFA É COISA NOSSA





Joseph Blatter é suíço, foi derrubado pela polícia americana e leu o discurso de renúncia em francês. Mas a origem de seu longo e corrupto reinado na Fifa é brasileiríssima. É coisa nossa, como cantaria Jorge Ben.
Blatter chegou ao topo da cartolagem mundial pelas mãos de João Havelange. O brasileiro assumiu a presidência da Fifa em 1974. No ano seguinte, escalou o suíço como escudeiro e comparsa. A dobradinha se estendeu até 1998, quando Blatter herdou a cadeira do chefe.
Na transição, Havelange foi nomeado presidente de honra da Fifa. Só perderia o título em 2013, após a confirmação, pela própria entidade, de que recebeu propina da empresa de marketing ISL. Um pedágio de R$ 45 milhões, cobrado em troca dos direitos de transmissão de várias Copas do Mundo.
Segundo a Fifa, o dinheiro da corrupção foi dividido em família. Parte para Havelange e parte para seu ex-genro Ricardo Teixeira, que comandou a CBF por 23 anos. Eles nunca comentaram as acusações.
Na Copa de 2014, a herdeira Joana Teixeira Havelange, neta de João e filha de Ricardo, virou diretora do comitê organizador. Ficou famosa ao debochar dos manifestantes que criticavam a farra de gastos com o campeonato. “Não vou torcer contra, até porque o que já tinha que ser gasto, roubado, já foi”, escreveu, em uma rede social.
Se o que tinha que ser roubado já foi, quem tinha que pagar pelos roubos só começa agora a ser punido. Blatter caiu, e a Polícia Federal enfim indiciou Teixeira por suspeita de crimes financeiros. Havelange será salvo pela idade avançada, mas o país ainda pode se livrar de um vexame. A bola está com a Prefeitura do Rio, que precisa tirar o seu nome do estádio que receberá provas da Olimpíada de 2016.
Em tempo: Jorge Ben batizou a música citada no início desta coluna como “Cosa Nostra”. Tudo a ver com a Fifa e a CBF.

07 de junho de 2015

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