Este é um blog conservador. Um canal de denúncias do falso 'progressismo' e da corrupção que afronta a cidadania. Também não é um blog partidário, visto que os partidos que temos, representam interesses de grupos, e servem para encobrir o oportunismo político de bandidos. Falamos contra corruptos, estelionatários e fraudadores. Replicamos os melhores comentários e análises críticas, bem como textos divergentes, para reflexão do leitor. Além de textos mais amenos... (ou mais ou menos...) .
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville (1805-1859)
"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville (1805-1859)
"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018
VAGABUNDO COMUNISTA ADMIRA E ELOGIA TRAFICANTE VACINADOR
A esquerda estatiza a saúde e chama-a ironicamente de saúde pública. Daí infiltra seus militantes para roubar o orçamento dela. Depois de alguns anos de administração desastrosa a burocracia cresce, e a falta de recursos torna os hospitais pardieiros, o corpo médico gazeteiro e a população acaba destituída do “direito”. O produto final são mortes galore do cidadão fodido e mal pago que votou no fdp socialista. Um desses canalhas, vendo o desastre que sua gang de maconheiros do Leblon promoveu no governo mudou sua visão, para ele o Estado não provê o bem público de forma mais eficiente do que a bandidagem que admira e inveja.
01 de fevereiro de 2018
in selva brasilis
POLÍTICA ÓTIMA DE IMIGRAÇÃO: TRUMP BARRA E BICA MARADONA
O escroto super craque da idiotia latrino Americana, Maradona, que semana passada defendia Lula, levou um chute no saco escrotal hoje de Trump. Está proibido de entrar na América por ter xingado seu presidente. Trump com esse gol de placa mostra que políticas ótimas de imigração existem e são necessárias.
01 de fevereiro de 2018
in selva brasilis
É INADMISSÍVEL E INACEITÁVEL DESACATAR A JUSTIÇA', AFIRMA CÁRMEN LÚCIA
FINALMENTE ELA REAGE A 'ATOS DE VINGANÇA' CONTRA MAGISTRADOS
Na sessão solene que marcou a abertura do Ano Judiciário de 2018, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, disse na manhã desta quinta-feira, 1, que é "inadmissível e inaceitável desacatar a Justiça" e que sem "Justiça não há paz".
"Pode-se ser favorável ou desfavorável à decisão judicial pela qual se aplica o direito. Pode-se buscar reformar a decisão judicial, pelos meios legais, pelos juízos competentes. É inadmissível e inaceitável desacatar a justiça, agravá-la ou agredi-la. Justiça individual fora do Direito não é justiça, senão vingança ou ato de força pessoal", discursou Cármen.
"Sem liberdade, não há democracia. Sem responsabilidade, não há ordem. Sem justiça, não há paz", completou a presidente do STF.
A fala de Cármen foi feita uma semana depois de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmar que "não tem nenhuma razão para respeitar a decisão" da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que aumentou a pena do petista de 9 anos e 6 meses para 12 anos e 1 mês, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A presidente do Supremo, no entanto, não fez menção direta a nomes em sua fala.
A solenidade de abertura do Ano Judiciário, que começou com 35 minutos de atraso, reuniu a cúpula dos três poderes, contando com as presenças do presidente Michel Temer e dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE).
Durante o recesso do Judiciário, a presidente do STF tomou decisões que desagradaram ao Palácio do Planalto, como a suspensão de parte do indulto de Natal (perdão da pena) assinado por Temer e o veto à posse da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) como ministra do Trabalho.
Em tom de conciliação, Cármen disse esperar que 2018 "seja tempo de superação em nossa dificultosa história, para que fases mais tristes sejam apenas memórias de dias de tormenta passada".
"Que não tenhamos de ser lembrados pelo que não fizemos, ou pior, pelo que desfizemos do conquistado social e constitucionalmente. Que se recordem de nós pelo que conseguimos contribuir para garantir, que as conquistas histórias não foram esquecidas, que a Constituição não foi descumprida, que a República não se perdeu em nossas mãos, nem a democracia em nossos ideais e práticas", ressaltou a ministra, ao discursar diante de Temer, Maia e Eunício - os chefes do Planalto, da Câmara e do Senado são investigados em inquéritos que tramitam no STF.
CIVILIZAÇÃO
Para a presidente do STF, os povos são postos à prova sempre, "em alguns momentos mais que outros".
"Não há civilização nacional enquanto o direito não assume a forma imperativa traduzindo-se em lei. A lei é, pois, a divisória entre a moral pública e a barbárie", afirmou a ministra, que citou o jurista e político Ruy Barbosa (1849-1923) em seu discurso.
"O respeito à Constituição e à lei é a garantia do direito para cada um de nós, cidadão. A nós, servidores públicos, o acatamento irrestrito à lei impõe-se como dever, acima de qualquer outro. Constitui mau exemplo o descumprimento da lei, e o mau exemplo contamina e compromete", disse Cármen.
"Civilização constrói-se sempre com respeito às pessoas, que pensam igual ou diferente. Enfim, civilização constrói-se com respeito às leis vigentes, que asseguram a liberdade e a igualdade. O Judiciário aplica a Constituição e a lei. Não é a Justiça ideal, é a humana, posta à disposição de cada cidadão para garantir a paz", observou a ministra.
Depois de confirmar a presença de Temer na cerimônia, auxiliares do presidente confirmaram na noite da última quarta-feira (31) que ele havia aceitado fazer um discurso na sessão a pedido do cerimonial do Supremo. Há pouco, no entanto, Cármen encerrou a solenidade sem que fossem proferidos discursos dos chefes do Executivo e do Legislativo.
FUMO
Às 14h desta quinta-feira, a Corte fará a primeira sessão extraordinária de 2018, com a retomada do julgamento de uma ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) contra resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proíbe a comercialização de cigarros que contêm aroma e sabor. O julgamento sobre cigarro retornará ao plenário com a leitura do voto da relatora da ação, a ministra Rosa Weber. Nenhum dos ministros ainda votou no caso.
A pauta de fevereiro está dominada por temas de repercussão social e ambiental.
01 de feveeiro de 2018
diário do poder
AO ABRIR O ANO DO JUDICIÁRIO, CÁRMEN LÚCIA COBRA RESPEITO ÀS DECISÕES DO JUDICIÁRIO (FOTO: MARCOS CORRÊA/PR) |
Na sessão solene que marcou a abertura do Ano Judiciário de 2018, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, disse na manhã desta quinta-feira, 1, que é "inadmissível e inaceitável desacatar a Justiça" e que sem "Justiça não há paz".
"Pode-se ser favorável ou desfavorável à decisão judicial pela qual se aplica o direito. Pode-se buscar reformar a decisão judicial, pelos meios legais, pelos juízos competentes. É inadmissível e inaceitável desacatar a justiça, agravá-la ou agredi-la. Justiça individual fora do Direito não é justiça, senão vingança ou ato de força pessoal", discursou Cármen.
"Sem liberdade, não há democracia. Sem responsabilidade, não há ordem. Sem justiça, não há paz", completou a presidente do STF.
A fala de Cármen foi feita uma semana depois de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmar que "não tem nenhuma razão para respeitar a decisão" da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que aumentou a pena do petista de 9 anos e 6 meses para 12 anos e 1 mês, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A presidente do Supremo, no entanto, não fez menção direta a nomes em sua fala.
A solenidade de abertura do Ano Judiciário, que começou com 35 minutos de atraso, reuniu a cúpula dos três poderes, contando com as presenças do presidente Michel Temer e dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE).
Durante o recesso do Judiciário, a presidente do STF tomou decisões que desagradaram ao Palácio do Planalto, como a suspensão de parte do indulto de Natal (perdão da pena) assinado por Temer e o veto à posse da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) como ministra do Trabalho.
Em tom de conciliação, Cármen disse esperar que 2018 "seja tempo de superação em nossa dificultosa história, para que fases mais tristes sejam apenas memórias de dias de tormenta passada".
"Que não tenhamos de ser lembrados pelo que não fizemos, ou pior, pelo que desfizemos do conquistado social e constitucionalmente. Que se recordem de nós pelo que conseguimos contribuir para garantir, que as conquistas histórias não foram esquecidas, que a Constituição não foi descumprida, que a República não se perdeu em nossas mãos, nem a democracia em nossos ideais e práticas", ressaltou a ministra, ao discursar diante de Temer, Maia e Eunício - os chefes do Planalto, da Câmara e do Senado são investigados em inquéritos que tramitam no STF.
CIVILIZAÇÃO
Para a presidente do STF, os povos são postos à prova sempre, "em alguns momentos mais que outros".
"Não há civilização nacional enquanto o direito não assume a forma imperativa traduzindo-se em lei. A lei é, pois, a divisória entre a moral pública e a barbárie", afirmou a ministra, que citou o jurista e político Ruy Barbosa (1849-1923) em seu discurso.
"O respeito à Constituição e à lei é a garantia do direito para cada um de nós, cidadão. A nós, servidores públicos, o acatamento irrestrito à lei impõe-se como dever, acima de qualquer outro. Constitui mau exemplo o descumprimento da lei, e o mau exemplo contamina e compromete", disse Cármen.
"Civilização constrói-se sempre com respeito às pessoas, que pensam igual ou diferente. Enfim, civilização constrói-se com respeito às leis vigentes, que asseguram a liberdade e a igualdade. O Judiciário aplica a Constituição e a lei. Não é a Justiça ideal, é a humana, posta à disposição de cada cidadão para garantir a paz", observou a ministra.
Depois de confirmar a presença de Temer na cerimônia, auxiliares do presidente confirmaram na noite da última quarta-feira (31) que ele havia aceitado fazer um discurso na sessão a pedido do cerimonial do Supremo. Há pouco, no entanto, Cármen encerrou a solenidade sem que fossem proferidos discursos dos chefes do Executivo e do Legislativo.
FUMO
Às 14h desta quinta-feira, a Corte fará a primeira sessão extraordinária de 2018, com a retomada do julgamento de uma ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) contra resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proíbe a comercialização de cigarros que contêm aroma e sabor. O julgamento sobre cigarro retornará ao plenário com a leitura do voto da relatora da ação, a ministra Rosa Weber. Nenhum dos ministros ainda votou no caso.
A pauta de fevereiro está dominada por temas de repercussão social e ambiental.
01 de feveeiro de 2018
diário do poder
PGR DENUNCIA DEPUTADO ALFREDO KAEFER E PEDE BLOQUEIO DE R$ 341 MILHÕES
MP ACUSA DEPUTADO DE FALSIDADE IDEOLÓGICA, FRAUDE E PEDE BLOQUEIO
A procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) duas denúncias contra o deputado Alfredo Kaefer (PSL-PR) por sonegação, omissão de informações, falsidade ideológica e fraude a credores. O parlamentar disse que todas as denúncias apresentadas são vazias e infundadas.
Para garantir o ressarcimento dos danos causados com as irregularidades, Dodge pediu o bloqueio e a indisponibilidade de bens, direitos e valores do parlamentar e de 14 empresas pertencentes a ele no valor de R$ 341 milhões.
Kaefer foi denunciado pela prática de vários crimes para obter vantagens ilícitas e beneficiar suas empresas, causando prejuízos a credores públicos e privados.
“Ao longo dos anos, valendo-se de ampla estrutura empresarial, Alfredo Kaefer fez diversos atos de confusão patrimonial, de blindagem de seu patrimônio pessoal e de concentração de dívidas em empresas, com a capitalização de outras não englobadas no Processo de Recuperação Judicial”, aponta trecho da denúncia.
Segunda denúncia
A segunda denúncia da PGR inclui a companheira do deputado, Clarice Roman. Neste caso, os dois são acusados de causar prejuízo de R$ 249,5 mil a empresas com a emissão de duplicatas falsas, por meio da empresa Diplomata S/A Industrial e Comercial, com sede em Cascavel, no oeste do Paraná.
Uma das empresas prejudicadas deixou de receber pela venda de milho e farelo de soja à Diplomata. A denúncia indica que uma manobra de recompra das duplicatas dadas como garantia de pagamento dos insumos impediu que a cooperativa recebesse o valor das mercadorias.
Novo inquérito
Raquel Dodge pediu, ainda, a abertura de um novo inquérito contra Kaefer para apurar indícios de que outras empresas dele, ainda ativas, teriam sido utilizadas para lavagem de dinheiro.
A PGR sustenta que Kaefer se utilizou do patrimônio dessas pessoas jurídicas para financiar, em 2010 e 2014, suas candidaturas políticas, e que se afastou apenas formalmente de parte dos negócios, utilizando testas de ferro.
01 de fevereiro de 2018
diário do poder
ALFREDO KAEFER DISSE QUE TODAS AS DENÚNCIAS APRESENTADAS SÃO VAZIAS E INFUNDADAS (FOTO: LÚCIO BERNARDO JR/AG. CÂMARA) |
A procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) duas denúncias contra o deputado Alfredo Kaefer (PSL-PR) por sonegação, omissão de informações, falsidade ideológica e fraude a credores. O parlamentar disse que todas as denúncias apresentadas são vazias e infundadas.
Para garantir o ressarcimento dos danos causados com as irregularidades, Dodge pediu o bloqueio e a indisponibilidade de bens, direitos e valores do parlamentar e de 14 empresas pertencentes a ele no valor de R$ 341 milhões.
Kaefer foi denunciado pela prática de vários crimes para obter vantagens ilícitas e beneficiar suas empresas, causando prejuízos a credores públicos e privados.
“Ao longo dos anos, valendo-se de ampla estrutura empresarial, Alfredo Kaefer fez diversos atos de confusão patrimonial, de blindagem de seu patrimônio pessoal e de concentração de dívidas em empresas, com a capitalização de outras não englobadas no Processo de Recuperação Judicial”, aponta trecho da denúncia.
Segunda denúncia
A segunda denúncia da PGR inclui a companheira do deputado, Clarice Roman. Neste caso, os dois são acusados de causar prejuízo de R$ 249,5 mil a empresas com a emissão de duplicatas falsas, por meio da empresa Diplomata S/A Industrial e Comercial, com sede em Cascavel, no oeste do Paraná.
Uma das empresas prejudicadas deixou de receber pela venda de milho e farelo de soja à Diplomata. A denúncia indica que uma manobra de recompra das duplicatas dadas como garantia de pagamento dos insumos impediu que a cooperativa recebesse o valor das mercadorias.
Novo inquérito
Raquel Dodge pediu, ainda, a abertura de um novo inquérito contra Kaefer para apurar indícios de que outras empresas dele, ainda ativas, teriam sido utilizadas para lavagem de dinheiro.
A PGR sustenta que Kaefer se utilizou do patrimônio dessas pessoas jurídicas para financiar, em 2010 e 2014, suas candidaturas políticas, e que se afastou apenas formalmente de parte dos negócios, utilizando testas de ferro.
01 de fevereiro de 2018
diário do poder
POR QUE A ECONOMIA NÃO É UM JOGO DE SOMA ZERO
O bolo não possui tamanho fixo; ele cresce e permite fatias cada vez maiores para todos
Apesar de toda a ampla literatura disponível, ainda há pessoas que genuinamente acreditam que a economia é um jogo de soma zero, isto é, que para algumas pessoas ganharem outras têm necessariamente de perder.
Tais pessoas acreditam que a economia seria uma espécie de bolo, cujo tamanho é fixo e representa toda a riqueza disponível. Sendo assim, cada indivíduo que se apossa de uma fatia está na realidade retirando esta fatia da boca de outro indivíduo.
A verdade, no entanto, é que este bolo de riqueza não tem um tamanho fixo; ao contrário, ele cresce de maneira tal que há cada vez mais quantidade disponível para todos.
As circunstâncias e as ações
O fundador da Escola Austríaca de economia, Carl Menger, deixou claro que, para que uma coisa possa ser considerada um bem econômico, quatro circunstâncias devem ser observadas: 1) deve existir uma necessidade humana; 2) a coisa em questão deve ser capaz de satisfazer essa necessidade humana; 3) o indivíduo deve conhecer a adequabilidade da coisa em satisfazer sua necessidade; e 4) o indivíduo deve usufruir poder de disposição sobre esta coisa.
Tendo em mente estas quatro circunstâncias às quais o austríaco condicionou a existência de bens econômicos, podemos deduzir por que a economia não é um jogo de soma zero na qual toda a riqueza possível já se encontra dada de antemão.
Em primeiro lugar, a imensa maioria das coisas, na forma como se encontram em seu estado natural, não nos permite satisfazer nossas necessidades. Por mais que toda a matéria já exista e esteja disponível na natureza, ela não nos foi dada de uma forma que nos permita satisfazermos nossas necessidades. A matéria tem de ser trabalhada e transformada por meio do trabalho e de investimentos.
A madeira das árvores deve ser cortada e processada para a fabricação de abrigos dentro dos quais iremos morar; as terras têm de ser aradas e cultivadas para que possamos colher alimentos que irão saciar nossa fome; o ferro e o alumínio têm de ser extraídos das minas para que seja possível a fabricação de aviões que irão nos transportar de um ponto do globo a outro.
Só é possível criar riquezas quando transformamos coisas (que não satisfazem diretamente nossos desejos) em bens (que satisfazem). É por isso que recursos minerais que estão no subsolo não configuram riqueza por si só. Eles têm antes de ser transformados. E isso só irá ocorrer com investimentos maciços, mão-de-obra capacitada e tecnologia avançada.
Em segundo lugar, a incapacidade dos objetos em seu estado natural em satisfazer diretamente nossas necessidades advém do fato de que nem sequer conhecemos todas as suas combinações e usos possíveis. A tecnologia, que é a arte de combinar e ordenar a matéria para que ela gere o resultado desejado, também não nos vem dada; antes, ela deve ser descoberta por meio da investigação e da experimentação, duas atividades que, por sua vez, requerem o uso de outros bens econômicos.
Em outras palavras, dado que não somos oniscientes, não apenas temos de criar bens econômicos a partir das coisas que nos circundam, como também temos de descobrir informações acerca de como transformar essas coisas em bens econômicos — informações que, por si só, constituem uma nova fonte de riqueza.
Terceiro e último, por mais adequado que seja um bem em satisfazer nossas necessidades, ele será totalmente inútil se não o tivermos ao nosso alcance. A natureza pode ter sido generosa em nos agraciar com rios caudalosos por todo o planeta; no entanto, estes rios não proporcionarão nenhum serviço àquele indivíduo que se encontra no meio do deserto.
Em outras palavras, não apenas temos de produzir os bens, como também temos de saber distribuí-los aos seus usuários finais.
As trocas voluntárias explicitam nossas preferências subjetivas
Em nossos sistemas econômicos, produção e distribuição andam de mãos dadas: com o intuito de maximizar nossa eficiência na fabricação de bens econômicos, cada um de nós se especializa em produzir um ou dois bens econômicos no máximo, mesmo que necessitemos de uma grande variedade deles para satisfazer nossas mais diversas necessidades — ou seja, somos produtores especializados e, ao mesmo tempo, consumidores generalizados.
Demandamos os mais amplos e variados bens econômicos e, em troca, podemos apenas ofertar nossa extremamente limitada e específica especialização. E, ainda assim, as trocas ocorrem. Portanto, a maneira de termos acesso aos mais diversos bens econômicos é oferecendo em troca nossa extremamente limitada oferta de bens.
E isso ocorre por meio das trocas comerciais.
O problema é que, desde Aristóteles, a humanidade acredita que as trocas comerciais ocorrem somente entre bens com igualdade de valor. Se o bem A é trocado pelo bem B, então necessariamente o valor de A deveria ser igual ao valor de B. Consequentemente, nenhuma troca comercial poderia gerar valor, e sim apenas redistribuí-lo.
A interpretação alternativa (a de que o valor de A seria superior ao de B, ou vice-versa) seria ainda mais desalentadora, pois implicaria que, em toda e qualquer transação, um lado ganharia à custa do outro (ele entregaria algo com um valor objetivo maior em troca de algo com um valor objetivo menor).
No entanto, graças a Carl Menger, que popularizou a descoberta de que o valor dos bens não é objetivo mas sim subjetivo, a realidade se comprova totalmente distinta: em toda e qualquer transação comercial, cada lado atribui àquele bem que está recebendo um valor subjetivo maior do que àquele bem que está dando em troca.
Afinal, se não fosse assim — se você não valorizasse mais aquilo que está recebendo do que aquilo que está dando em troca —, a transação simplesmente não ocorreria.
Em decorrência deste fato, conclui-se que os indivíduos geram riqueza ao simplesmente trocarem bens econômicos. Ao fazerem isso, eles estão recorrendo a um meio (trocas comerciais) para chegar àqueles fins que lhes são mais valiosos.
Simplesmente não tem como ser soma zero
Em definitivo, a economia não é um jogo de soma zero, uma vez que durante todo o processo de produção de bens e serviços estamos gerando riqueza: seja quando investigamos como converter coisas em bens, quando de fato convertemos as coisas em bens, e quando distribuímos os bens por meio das trocas comerciais.
Ao contrário do que supõem os socialistas — que toda a riqueza já está criada e dada, e que é necessário apenas redistribuí-la —, o livre mercado é o único arranjo no qual os indivíduos podem se organizar de modo a incrementar ao máximo possível a oferta de bens e serviços, os quais iremos utilizar para satisfazer de maneira contínua nossos mais variados fins.
A economia, portanto, não é um jogo de soma zero, mas sim um jogo de saldo positivo e expansivo — a menos que o estado entre em cena e se aposse destes ganhos.
O bolo não está dado e não possui tamanho fixo. Ao contrário: ele cresce e permite fatias cada vez maiores para todos — exceto se o estado entrar em cena e gulosamente abocanhar uma grande fatia.
01 de fevereiro de 2018
Mises Brasil
josé carlos zanforlin 02/12/2013 14:16
Os argumentos são convincentes de que a economia não é jogo de soma zero.
Qual a utilidade, pragmática ou teórica,dessa conclusão?
Sauron 02/12/2013 14:55
Como assim?! Como explicitado no primeiro e no antepenúltimo parágrafo, uma das coisas que mais se ouve hoje é que a economia é um jogo de soma zero, que todas as riquezas do mundo já estão dadas e sao estáticas, e que por isso é necessário fazer uma redistribuição de renda.
O jogo da soma zero é um dos mitos mais duradouros da economia. Nao entendi por que você acha perda de tempo desmitifcar este mito.
jose carlos zanforlin 02/12/2013 15:46
Não sei, da minha indagação, de onde se pode concluir que eu acho "perda de tempo desmitifcar este mito".
Simplesmente, não sendo economista, julgo interessante atribuir razão, qualquer razão, para não ser a economia jogo de soma zero, e não apenas demonstrar (como ficou demonstrado) que não é jogo de soma zero
Pedro Ivo 02/12/2013 17:09
Qual a utilidade, pragmática ou teórica,dessa conclusão?
[1] É teórica, pois como visto, decorre a priori de um conjunto de postulados (que estão claramente expostos em Uma Teoria do Socialismo e do Capitalismo).
[2] "Pragmática" é uma palavra com vários significados. Se você ler o verbete de "pragmática" num dicionário de filosofia vai ver no cipoal que se meteu. Não tenho certeza do significado que você atribuiu à palavra: vou tentar responder assim mesmo correndo risco de não responder àquilo que você deseja realmente.
[2.1] "Pragmática" como sinônimo de "empírico": Toda afirmação teórica tem implicações pragmáticas/empíricas, pois uma teoria é uma síntese que procura agrupar um conjunto de fenômenos numa explicação a partir de um conjunto de princípios. Toda teoria tem seus pressupostos (afirmações mínimas a partir das quais as d+ são derivadas: às vezes também chamados por axiomas ou postulados), e tenta a partir de 'regras de inferência' aplicadas aos pressupostos deduzir outras sentenças. Espera-se as sentenças deduzidas sejam os fenômenos referidos, ou seja: que os fenômenos concretos sejam inferíveis a partir de abstrações. Em Praxeologia (e Economia é uma das várias ciências praxeológicas) estuda-se a ação humana em suas características lógico-formais, logo, adota-se um "critério de verdade lógico-formal".
[2.2] "Pragmática" como sinônimo de "aproximativo": teorias físicas sempre são "uma síntese que procura agrupar um conjunto de fenômenos numa explicação a partir de um conjunto de princípios". Mas também sempre são aproximativas. I.é: mesmo leis diferenciais como "E= mc2 (energia é igual à massa vezes a velocidade da luz ao quadrado)" são aproximações, pois quando você faz medições dos eventos concretos, elas são muito próximas à lei diferencial, mas sempre variam dentro de uma margem de erro. Mas economia e praxeologia não adotam um "critério de verdade pragmático", e sim um "critério de verdade lógico-formal".
Expliquei ou compliquei?
Apesar de toda a ampla literatura disponível, ainda há pessoas que genuinamente acreditam que a economia é um jogo de soma zero, isto é, que para algumas pessoas ganharem outras têm necessariamente de perder.
Tais pessoas acreditam que a economia seria uma espécie de bolo, cujo tamanho é fixo e representa toda a riqueza disponível. Sendo assim, cada indivíduo que se apossa de uma fatia está na realidade retirando esta fatia da boca de outro indivíduo.
A verdade, no entanto, é que este bolo de riqueza não tem um tamanho fixo; ao contrário, ele cresce de maneira tal que há cada vez mais quantidade disponível para todos.
As circunstâncias e as ações
O fundador da Escola Austríaca de economia, Carl Menger, deixou claro que, para que uma coisa possa ser considerada um bem econômico, quatro circunstâncias devem ser observadas: 1) deve existir uma necessidade humana; 2) a coisa em questão deve ser capaz de satisfazer essa necessidade humana; 3) o indivíduo deve conhecer a adequabilidade da coisa em satisfazer sua necessidade; e 4) o indivíduo deve usufruir poder de disposição sobre esta coisa.
Tendo em mente estas quatro circunstâncias às quais o austríaco condicionou a existência de bens econômicos, podemos deduzir por que a economia não é um jogo de soma zero na qual toda a riqueza possível já se encontra dada de antemão.
Em primeiro lugar, a imensa maioria das coisas, na forma como se encontram em seu estado natural, não nos permite satisfazer nossas necessidades. Por mais que toda a matéria já exista e esteja disponível na natureza, ela não nos foi dada de uma forma que nos permita satisfazermos nossas necessidades. A matéria tem de ser trabalhada e transformada por meio do trabalho e de investimentos.
A madeira das árvores deve ser cortada e processada para a fabricação de abrigos dentro dos quais iremos morar; as terras têm de ser aradas e cultivadas para que possamos colher alimentos que irão saciar nossa fome; o ferro e o alumínio têm de ser extraídos das minas para que seja possível a fabricação de aviões que irão nos transportar de um ponto do globo a outro.
Só é possível criar riquezas quando transformamos coisas (que não satisfazem diretamente nossos desejos) em bens (que satisfazem). É por isso que recursos minerais que estão no subsolo não configuram riqueza por si só. Eles têm antes de ser transformados. E isso só irá ocorrer com investimentos maciços, mão-de-obra capacitada e tecnologia avançada.
Em segundo lugar, a incapacidade dos objetos em seu estado natural em satisfazer diretamente nossas necessidades advém do fato de que nem sequer conhecemos todas as suas combinações e usos possíveis. A tecnologia, que é a arte de combinar e ordenar a matéria para que ela gere o resultado desejado, também não nos vem dada; antes, ela deve ser descoberta por meio da investigação e da experimentação, duas atividades que, por sua vez, requerem o uso de outros bens econômicos.
Em outras palavras, dado que não somos oniscientes, não apenas temos de criar bens econômicos a partir das coisas que nos circundam, como também temos de descobrir informações acerca de como transformar essas coisas em bens econômicos — informações que, por si só, constituem uma nova fonte de riqueza.
Terceiro e último, por mais adequado que seja um bem em satisfazer nossas necessidades, ele será totalmente inútil se não o tivermos ao nosso alcance. A natureza pode ter sido generosa em nos agraciar com rios caudalosos por todo o planeta; no entanto, estes rios não proporcionarão nenhum serviço àquele indivíduo que se encontra no meio do deserto.
Em outras palavras, não apenas temos de produzir os bens, como também temos de saber distribuí-los aos seus usuários finais.
As trocas voluntárias explicitam nossas preferências subjetivas
Em nossos sistemas econômicos, produção e distribuição andam de mãos dadas: com o intuito de maximizar nossa eficiência na fabricação de bens econômicos, cada um de nós se especializa em produzir um ou dois bens econômicos no máximo, mesmo que necessitemos de uma grande variedade deles para satisfazer nossas mais diversas necessidades — ou seja, somos produtores especializados e, ao mesmo tempo, consumidores generalizados.
Demandamos os mais amplos e variados bens econômicos e, em troca, podemos apenas ofertar nossa extremamente limitada e específica especialização. E, ainda assim, as trocas ocorrem. Portanto, a maneira de termos acesso aos mais diversos bens econômicos é oferecendo em troca nossa extremamente limitada oferta de bens.
E isso ocorre por meio das trocas comerciais.
O problema é que, desde Aristóteles, a humanidade acredita que as trocas comerciais ocorrem somente entre bens com igualdade de valor. Se o bem A é trocado pelo bem B, então necessariamente o valor de A deveria ser igual ao valor de B. Consequentemente, nenhuma troca comercial poderia gerar valor, e sim apenas redistribuí-lo.
A interpretação alternativa (a de que o valor de A seria superior ao de B, ou vice-versa) seria ainda mais desalentadora, pois implicaria que, em toda e qualquer transação, um lado ganharia à custa do outro (ele entregaria algo com um valor objetivo maior em troca de algo com um valor objetivo menor).
No entanto, graças a Carl Menger, que popularizou a descoberta de que o valor dos bens não é objetivo mas sim subjetivo, a realidade se comprova totalmente distinta: em toda e qualquer transação comercial, cada lado atribui àquele bem que está recebendo um valor subjetivo maior do que àquele bem que está dando em troca.
Afinal, se não fosse assim — se você não valorizasse mais aquilo que está recebendo do que aquilo que está dando em troca —, a transação simplesmente não ocorreria.
Em decorrência deste fato, conclui-se que os indivíduos geram riqueza ao simplesmente trocarem bens econômicos. Ao fazerem isso, eles estão recorrendo a um meio (trocas comerciais) para chegar àqueles fins que lhes são mais valiosos.
Simplesmente não tem como ser soma zero
Em definitivo, a economia não é um jogo de soma zero, uma vez que durante todo o processo de produção de bens e serviços estamos gerando riqueza: seja quando investigamos como converter coisas em bens, quando de fato convertemos as coisas em bens, e quando distribuímos os bens por meio das trocas comerciais.
Ao contrário do que supõem os socialistas — que toda a riqueza já está criada e dada, e que é necessário apenas redistribuí-la —, o livre mercado é o único arranjo no qual os indivíduos podem se organizar de modo a incrementar ao máximo possível a oferta de bens e serviços, os quais iremos utilizar para satisfazer de maneira contínua nossos mais variados fins.
A economia, portanto, não é um jogo de soma zero, mas sim um jogo de saldo positivo e expansivo — a menos que o estado entre em cena e se aposse destes ganhos.
O bolo não está dado e não possui tamanho fixo. Ao contrário: ele cresce e permite fatias cada vez maiores para todos — exceto se o estado entrar em cena e gulosamente abocanhar uma grande fatia.
01 de fevereiro de 2018
Mises Brasil
josé carlos zanforlin 02/12/2013 14:16
Os argumentos são convincentes de que a economia não é jogo de soma zero.
Qual a utilidade, pragmática ou teórica,dessa conclusão?
Sauron 02/12/2013 14:55
Como assim?! Como explicitado no primeiro e no antepenúltimo parágrafo, uma das coisas que mais se ouve hoje é que a economia é um jogo de soma zero, que todas as riquezas do mundo já estão dadas e sao estáticas, e que por isso é necessário fazer uma redistribuição de renda.
O jogo da soma zero é um dos mitos mais duradouros da economia. Nao entendi por que você acha perda de tempo desmitifcar este mito.
jose carlos zanforlin 02/12/2013 15:46
Não sei, da minha indagação, de onde se pode concluir que eu acho "perda de tempo desmitifcar este mito".
Simplesmente, não sendo economista, julgo interessante atribuir razão, qualquer razão, para não ser a economia jogo de soma zero, e não apenas demonstrar (como ficou demonstrado) que não é jogo de soma zero
Pedro Ivo 02/12/2013 17:09
Qual a utilidade, pragmática ou teórica,dessa conclusão?
[1] É teórica, pois como visto, decorre a priori de um conjunto de postulados (que estão claramente expostos em Uma Teoria do Socialismo e do Capitalismo).
[2] "Pragmática" é uma palavra com vários significados. Se você ler o verbete de "pragmática" num dicionário de filosofia vai ver no cipoal que se meteu. Não tenho certeza do significado que você atribuiu à palavra: vou tentar responder assim mesmo correndo risco de não responder àquilo que você deseja realmente.
[2.1] "Pragmática" como sinônimo de "empírico": Toda afirmação teórica tem implicações pragmáticas/empíricas, pois uma teoria é uma síntese que procura agrupar um conjunto de fenômenos numa explicação a partir de um conjunto de princípios. Toda teoria tem seus pressupostos (afirmações mínimas a partir das quais as d+ são derivadas: às vezes também chamados por axiomas ou postulados), e tenta a partir de 'regras de inferência' aplicadas aos pressupostos deduzir outras sentenças. Espera-se as sentenças deduzidas sejam os fenômenos referidos, ou seja: que os fenômenos concretos sejam inferíveis a partir de abstrações. Em Praxeologia (e Economia é uma das várias ciências praxeológicas) estuda-se a ação humana em suas características lógico-formais, logo, adota-se um "critério de verdade lógico-formal".
[2.2] "Pragmática" como sinônimo de "aproximativo": teorias físicas sempre são "uma síntese que procura agrupar um conjunto de fenômenos numa explicação a partir de um conjunto de princípios". Mas também sempre são aproximativas. I.é: mesmo leis diferenciais como "E= mc2 (energia é igual à massa vezes a velocidade da luz ao quadrado)" são aproximações, pois quando você faz medições dos eventos concretos, elas são muito próximas à lei diferencial, mas sempre variam dentro de uma margem de erro. Mas economia e praxeologia não adotam um "critério de verdade pragmático", e sim um "critério de verdade lógico-formal".
Expliquei ou compliquei?
A ASCENSÃO DO OCIDENTE REPRESENTOU A ASCENSÃO DA LIBERDADE E DA OPULÊNCIA. AS CAUSAS DESTA FAÇANHA E A RETRAÇÃO DA CHINA.
Ao longo de praticamente todo o período da história humana, privações materiais e insegurança crônica sempre foram a norma. A pobreza, e não a fartura, era o lugar o comum.
Nem mesmo aquelas pessoas que estavam no topo da pirâmide social e do poder político podiam usufruir todos estes confortos básicos (como alimentação, habitação e vestuário) e prazeres consumistas que os "pobres" do mundo ocidental atual veem como naturais e corriqueiros.
Em determinadas épocas, certas populações sobressaíam-se e usufruíam uma qualidade de vida superior — como talvez na Grécia antiga e em Roma, e na China durante a Dinastia Sung (960—1279) —, mas tais casos representavam a exceção.
No final do século XIV, os chineses provavelmente eram o povo que usufruía o mais alto nível de vida dentre todas as grandes populações do mundo. A admiração com que os europeus receberam os relatos de Marco Polo sobre a China no final do século XIII — ainda que, como o próprio Polo havia declarado em seu leito de morte, ele não descrevera nem metade do que havia visto na China[1] — é uma das provas desta superioridade chinesa.
Ao fim da Idade Média, os europeus começaram a apresentar um progresso econômico mais acelerado, ao passo que os chineses entraram em um processo de estagnação econômica. Ainda mais notável foi a alteração ocorrida na energia econômica da Europa, que começou a se distanciar dos grandes centros comerciais do norte da Itália e se moveu em direção à periferia da civilização, no noroeste da Europa. Os bárbaros, aparentemente, haviam de alguma forma descoberto o segredo do progresso econômico.
Dali em diante, apesar de alguns reveses e contratempos, os europeus ocidentais — e, mais tarde, seus primos coloniais na América do Norte — conseguiram progredir de modo contínuo e se distanciar economicamente do resto da humanidade. No século XVIII eles já estavam muito à frente dos chineses, para não mencionar em relação aos povos mais atrasados do mundo.
E, até o presente, essa disparidade de riqueza continua extremamente significativa.
O que houve?
Como foi que o Ocidente teve êxito em gerar esse progresso econômico contínuo?
Historiadores e cientistas sociais já ofereceram várias hipóteses; porém, até o momento, nenhuma explicação única conseguiu ganhar aceitação geral. Ainda assim, certos elementos de uma determinada resposta conseguiram obter um amplo consentimento.
Deirde McCloskey afirma que houve uma mudança radical na mentalidade das pessoas. Houve uma mudança na atitude das pessoas em relação ao empreendedorismo, ao sucesso empresarial e à riqueza em geral. O crescente individualismo da cultura ocidental, arraigado na doutrina cristã, também parece ter contribuído significativamente.[2]
Adicionalmente, a fragmentação política dos povos europeus durante a Baixa Idade Média e o início do período moderno — um pluralismo político com centenas de jurisdições distintas — estimulou um processo de experimentação institucional e tecnológica por meio do qual empreendedores puderam descobrir como tornar a mão-de-obra e o capital mais produtivo.
Fundamental a este dinamismo sustentado foi a importância crescentemente dada aos direitos de propriedade privada. Se as pessoas não confiam que haverá uma razoável chance de colherem os frutos de seus próprios esforços e investimentos, elas terão pouco ou nenhum incentivo para trabalhar duro e acumular capital físico, humano e intelectual. E, sem tal acumulação, é impossível haver um progresso econômico contínuo.
No entanto, estes direitos de propriedade, que se tornaram mais seguros e confiáveis, não simplesmente caíram do céu. Na maioria das vezes, os comerciantes adquiriram a proteção de tais direitos por meio de pagamento de propinas aos barões medievais (nobres déspotas que extorquiam tributos) e aos aspirantes a reis que constituíam a fragmentada elite dominante da Europa ocidental.
No extremo, os comerciantes estabeleceram uma independência política nas cidades-estados onde podiam exercer total controle sobre as instituições legais que davam suporte às suas atividades econômicas.
"O fato de que a civilização europeia passou por uma fase em que foram criadas cidades-estados", de acordo com Sir John Hicks, "é essencial para se entender a divergência entre a história da Europa e a História da Ásia".[3]
No final da era medieval, Veneza, Genova, Pisa e Florença eram as principais cidades de Europa. Mais tarde, Bruges, Antuérpia, Amsterdã e Londres assumiram a liderança. Cada cidade tinha sua própria milícia, a qual estava sempre pronta para defendê-la contra ameaças à sua autonomia político-econômica.
Para facilitar seus negócios, os comerciantes criaram seu próprio sistema jurídico. Com o intuito de fornecer uma rápida, barata e justa resolução para as contendas comerciais, esta Lex mercatoria criou instituições e precedentes que sobrevivem até o presente, e as quais encontram hoje expressão em um vasto sistema de resoluções alternativas (não-estatais) de contendas, como as arbitragens privadas.[4]
Em alguns países, os comerciantes e industriais utilizavam sua influência política para introduzir suas instituições jurídicas consuetudinárias nas leis estatais. Por causa da fragmentação política da Europa, governos que dificultavam excessivamente a vida dos empreendedores tendiam a perder comerciantes e seus negócios — e, por conseguinte, sua base tributária — para jurisdições concorrentes, de modo que a simples ameaça de tais perdas já fazia com que os governantes fossem mais contidos em sua fúria reguladora e tributária, dando aos empreendedores mais liberdade de manobra.[5]
O Grande Enriquecimento começou para valer na Holanda do século XVII. No século XVIII, o fenômeno já havia se espalhado para Inglaterra, Escócia e as colônias americanas. Começou com o pára-raios de Franklin e a máquina a vapor de James Watt. Isso foi expandido, nos anos 1820 (século XIX), para uma nova invenção: as ferrovias com locomotivas a vapor. E então vieram as estradas macadamizadas, assim chamadas em homenagem ao engenheiro escocês John Loudon McAdam. Depois surgiram as ceifadeiras, criadas por Cyrus McCormick, e as siderúrgicas, criadas por Andrew Carnegie. Ambos eram escoceses que viviam nos EUA.
Tudo se intensificaria ainda mais no restante do século XIX e aceleraria fortemente no início do século XX.
Deu-se dignidade e liberdade à classe média pela primeira vez na história da humanidade e esse foi o resultado: o motor a vapor, o tear têxtil automático, a linha de montagem, a orquestra sinfônica, a ferrovia, a empresa, o abolicionismo, a imprensa a vapor, o papel barato, a alfabetização universal, o aço barato, a placa de vidro barata, a universidade moderna, o jornal moderno, a água limpa, o concreto armado, os direitos das mulheres, a luz elétrica, o elevador, o automóvel, o petróleo, as férias, o plástico, meio milhão de novos livros em inglês por ano, o milho híbrido, a penicilina, o avião, o ar urbano limpo, direitos civis, o transplante cardíaco e o computador.
O resultado foi que, pela primeira vez na história, as pessoas comuns e, especialmente os mais pobres, tiveram sua vida melhorada.
A retração da China e do mundo islâmico
Consequentemente, o Ocidente, que durante séculos havia ficado atrás da China e da civilização islâmica, se tornou incrivelmente inovador a partir do século XVIII.
Já a China, que por séculos havia sido a grande potência do mundo, começou um fragoroso processo de retração.
Ao contrário dos comerciantes da Europa e, posteriormente, dos Estados Unidos, que conseguiam jogar um governo contra o outro em sua contínua busca por direitos de propriedade mais confiáveis, os empreendedores da China sofreram implacáveis ataques estatais de seu amplo e abrangente governo imperial.
"Já em 1500, o governo decretou ser pena capital construir um navio com mais de dois mastros; e, em 1525, o governo ordenou a destruição de todas as embarcações construídas para navegação no oceano." Assim, a China, cujo comércio exterior havia sido vasto e abrangente durante séculos, "impôs a si própria uma trajetória que a levaria à pobreza, à derrota e ao declínio".[6]
Dentre várias outras ações adversas, o governo mandarim "interrompeu o desenvolvimento de relógios e de máquinas industriais movidas a água por toda a China".[7]
No mundo islâmico, um governo imperial também esmagou o progresso econômico ao se mostrar incapaz de proteger direitos de propriedade e ao impor regulamentações e impostos arbitrários.[8]
No século XX, o império soviético igualmente adotou a política de inventar e impor uma grande e péssima ideia — planejamento econômico centralizado —, a qual suprimiu totalmente a liberdade econômica necessária para um progresso econômico contínuo e robusto. Infelizmente, os comunistas chineses, os europeus do leste, e vários governos pós-coloniais do Terceiro Mundo seguiram o caminho aberto pela URSS, e foram à ruína econômica.
Hoje
Em pleno século XXI, era de se esperar que, finalmente, as pessoas e os governos já houvessem entendido o elo inquebrantável entre liberdade econômica e crescimento econômico, e apreciassem a importância vital dos direitos de propriedade privada. Porém, e infelizmente, isso parece ainda não ser a realidade.
Em todos os cantos do globo, os governos continuam concedendo privilégios a grupos específicos, atacando empreendedores que genuinamente criam riqueza e impondo restrições que estrangulam a liberdade econômica.
Como a história perfeitamente mostra, os direitos de propriedade privada requerem uma contínua e inflexível defesa — caso contrário, as pré-condições para todo e qualquer progresso econômico serão solapadas e destruídas.
01 de fevereiro de 2018
[1] John Hubbard, "Marco Polo's Asia"
[2] Deepak Lal, Unintended Consequences: The Impact of Factor Endowments, Culture, and Politics on Long-Run Economic Performance (Cambridge, Mass.: MIT Press, 1998), pp. 75–97; Michael Novak, "How Christianity Created Capitalism," Wall Street Journal, December 23, 1999.
[3] John Hicks, A Theory of Economic History (London: Oxford University Press, 1969), p. 38.
[4] Ver, por exemplo, a Câmara de Comércio Internacional, "International Court of Arbitration: International Dispute Resolution Services."
[5] Nathan Rosenberg and L. E. Birdzell, Jr., How the West Grew Rich: The Economic Transformation of the Industrial World (New York: Basic Books, 1986), pp. 114–15, 121–23, 136–39.
[6] Nicholas D. Kristof, "1492: The Prequel," New York Times Magazine, June 6, 1999, p. 85.
[7] Jared Diamond, "The Ideal Form of Organization," Wall Street Journal, December 12, 2000.
[8] Lal, pp. 49–67.
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