"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 8 de setembro de 2013

NOVO PADRÃO CÍVICO DO MINISTRO DO PT DURANTE O DESFILE DO DIA 7 DE SETEMBRO

De fato, por todo o conjunto intelectual dessa gente, eles se preparam para o SHOW 


 

NÃO FALTA MAIS NADA


Aceitar a opressão acaba sempre numa humilhante cumplicidade. Covardia é consentimento. 

O que falta na Democracia da Silva deste notável ano de 2013, para ser tudo aquilo que apedrejava há 20 anos quando FHC subiu a rampa em 1995 tomou gosto pelo poder e só passou a faixa oito anos depois para Lula que só a entregou para Dilma também oito anos depois, em janeiro de 2010?!?

Há um diplomata submetido a inquisição porque fez, com um senador boliviano, o que Tarso Genro e Lula fizeram com o criminoso italiano Cesare Battisti;

Há tapumes, barreiras, cordões de isolamento e aparatos bélicos de segurança separando o povo do governo, numa simples e habitual parada em homenagem à Independência do Brasil;

Há a ameaça de "governança da internet" e a teimosa e temível tentativa de implantar o cerceamento à liberdade de expressão no país com o codinome de Marco Regulatório das Comunicações;

Há black blocs a serviço dos senhores dos anéis, afugentando cidadãos honestos que manifestam sua indignação pacífica pelas ruas;

Há corrupção generalizada, licitações fraudadas, institutos que lavam dinheiro, consultores que fazem negócios públicos e notórios, lobistas internacionais da coisa pública; há novos ricos a todo momento, fortunas havidas de pai pra filho, de finórios para organismos estatais, verdadeiras mães brasileiras, de tetas enormes e decaídas;

Há injustiça e diferenças sociais entre os governantes e a população; há até ministros na Esplanda dos Ministérios;

Há chatôs disfarçados de escritórios de representação do governo, fazendo negócios escusos, desviando verbas públicas, gastando à gandaia, comendo, bebendo e fumando o cigarrinho de depois às custas do Tesouro Nacional;

Há um escândalo por dia - de mensalões e mensalinhos a compra, troca e venda de cargos e ministérios; há bombas e balas abafando a voz das ruas;

Há a roubalheira da Copa do Mundo do ano que vem, à espera dos rombos e roubos dos Jogos Olímpicos de 2016;

Há partidos de fachada; um Congresso sob encomenda; uma Câmara escura; um Zé Dirceu vigilante sobre o Supremo Tribunal Federal; há o Zé Sarney e seus emaranhados imunes e impunes;

Há a promiscuidade com a Unasul, versão latina da velha e estúpida Aliança para o Progresso aqui neste Cone Sul do Mundo;

Há as Forças Armadas sob controle, enfraquecidas, sucateadas, quase desmilitarizadas pela sua constituída comandant@-em-chef@;

Há Renan Calheiros presidindo o Senado; Henrique Alves, mandando na Câmara; o cuequeiro Zé Guimarães, liderando o governo; o Congresso na gaveta, o Estado no bolso;

Há Mais Médicos para a plebe ignara e os hospitais padrão Fifa para quem quer, pode e gosta do Sírio-Libanês;

Há um Brasil povoado por duas espécies diferentes de bípedes: as pessoas e os políticos.

O que falta nesta Democracia da Silva para ser tudo aquilo e muito mais que há 20 anos ela apedrejava? Talvez nem falte mais nada; quem sabe até esteja sobrando. Mas a história dos povos e dos seus países conta que a vida é assim: os homens se repetem nos homens.

O que não pode ser de domínio alheio e, muito menos cair na mão dessa pandilha que se alterna no governo e no poder, é a nossa liberdade de pensamento.

E na minha cabeça tenho e ninguém me tira, a ideia muito clara de que aceitar a opressão acaba sempre numa humilhante cumplicidade. Covardia é consentimento.

Sei hoje e há muito tempo que há uma espécie de solidariedade e uma vergonha compartilhada entre um governo que causa tanto mal e o povo que se conforma e se faz tolerante.

Se minha voz não está nas ruas, pelo menos minha palavra está escrita. E ela anda a cavalo. É a melhor maneira que tenho hoje de atropelar aquilo e a quem me impeça de ir em frente.

Afinal dizer o que não me podem impedir de pensar, não me custa mais do que a necessidade de não me entregar a quem tenha toda o poder nas mãos, menos a força de aprisionar meu pensamento.
 
08 de setembro de 2013
sanatório da notícia

UM SUPREMO (!) TRIBUNAL A SERVIÇO DE QUADRILHEIROS? TALVEZ...


A hora da verdade
 
Embora a parte de embargos de declaração do processo do mensalão tenha se encerrado sem alterações substanciais nas decisões tomadas durante o julgamento, as duas últimas sessões do Supremo Tribunal Federal deixaram no ar uma possibilidade de que os votos minoritários e até mesmo os dos ministros que não participaram da dosimetria viessem a definir as penas dos condenados, numa distorção do resultado do julgamento realmente absurda, como chamou a atenção o Ministro Luiz Fux.
Se prevalecesse a posição do Ministro Teori Zavascki, estaria aberta a porteira para a revisão de todas as demais penas pelo princípio da isonomia que certamente seria reivindicado pelos advogados de defesa dos condenados.
Mais ainda, se os embargos infringentes vierem a ser aceitos como recursos válidos num processo de ação originária do Supremo Tribunal Federal, já temos mais um tema para o debate do novo corpo de juízes: a redução das penas de todos os condenados por formação de quadrilha, proposta na sessão de quinta-feira pelo Ministro Teori Zavascki e apoiada pelos de sempre Ricardo Lewandowski e Dias Toffolli e pelo impenetrável Ministro Marco Aurélio Mello, que se orgulha de votos contra majoritários.
Como foram quatro os votos, mesmo derrotados, eles poderão trazer o assunto novamente à baila nos embargos infringentes. E assim o julgamento não terá mais fim, com embargos dos embargos seguidos de novos recursos. O Ministro Teori Zavascki teve uma atitude inusitada na quarta-feira, pois saiu de uma posição rígida de não admitir mudanças nessa fase de embargos de declaração para passar a aceitá-las indiscriminadamente, a fim de reparar o que considerava injustiças do processo.
Os embargos de declaração não se prestam à avaliação da justiça da decisão, e sim a sanar eventuais ambiguidades, contradições, omissões ou obscuridade. Na prática, Zavascki quis transformar esse recurso num arremedo de ação de revisão (artigo 621 do Código de Processo Penal), que ele mesmo apontara como a única maneira de rever os votos já dados.
A redução das penas de quadrilha na verdade livra os condenados dessa imputação, pois, como o STF recebeu a denúncia em 6 de dezembro de 2006, o crime será considerado prescrito com penas menores de dois anos. Se não havia perigo de prescrição, pois, de acordo com o Artigo 109 do Código Penal, a prescrição da pena, se superior a quatro anos e não excedente a oito anos, acontece em 12 anos, hoje esse perigo é real com a possibilidade de redução da pena.
Mas talvez nem mesmo seja preciso chegar- se a esse requinte, pois se o crime de formação de quadrilha for rejulgado, aparentemente já existe uma nova maioria, formada pelos ministros Teori Zavascki e Luís Roberto Barroso, que têm uma visão bastante restrita para essa acusação.
Não aceitaram a acusação de formação de quadrilha no julgamento do senador Ivo Cassol e podem perfeitamente seguir os outros juízes que também não viram no mensalão esse crime.
O temor derivado dessa possibilidade é que os condenados se aproveitem de uma decisão de que não houve formação de quadrilha para alegar que o julgamento todo tem que ser revisto, pois a base da denúncia da Procuradoria Geral foi que José Dirceu chefiou uma quadrilha de dentro do Palácio do Planalto.
Mesmo que corrupção ativa e formação de quadrilha sejam crimes autônomos, o nexo da acusação pode vir a ser contestado, no mínimo para ganhar tempo com novos recursos.
Haveria condições legais e políticas para uma reviravolta completa no julgamento do mensalão depois de quase seis meses de sessões nas duas fases já cumpridas? A opinião pública terá confirmada a suspeita de que a Justiça brasileira não funciona para aqueles criminosos do colarinho branco que têm bons advogados e conexões políticas? Essas são as questões que terão que ser respondidas pelo novo plenário do Supremo, a partir de quarta-feira.
08 de setembro de 2013
 
 
 
 
Merval Pereira, O Globo
 

CRUZADA ANTI-IDIOTAS! ENTREVISTA DE OLAVO DE CARVALHO NA FOLHA


RESUMO

Novo livro de Olavo de Carvalho, que reúne ensaios publicados em jornais e revistas, tornou-se um best-seller quase instantâneo. Em entrevista, o filósofo radicado nos EUA analisa criticamente tanto a esquerda brasileira como uma parte da "direita nascente", que ele diz serem formadas e formadoras de idiotas. 
O mínimo que todo mundo precisa saber para não ser um idiota não é tão mínimo assim. Ao menos na visão de Olavo de Carvalho, ela engloba quase 200 textos, espalhados por 616 páginas. Abarca uma miríade de temas --como história, democracia, religião, ciência, linguagem, educação, guerra (mas não só). Todo esse material, publicado originalmente pelo filósofo em jornais e revistas entre 1997 e 2013, é agora reunido em "O Mínimo que Você Precisa Saber para Não Ser um Idiota" [Record; 616 págs.; R$ 51,90]. Felipe Moura Brasil foi responsável pela seleção do material. "E agora o reparto com você, leitor, na esperança de que também se afaste da condição de bichinho e se eleve à altura dos anjos", escreve o jornalista na empolgada apresentação do volume.
Apontar um idiota, reconhece o livro, é tarefa fácil. Mais difícil é não sê-lo, nem fazer papel de um. Na nada modesta cruzada de livrar o leitor de toda forma de idiotice, o volume elege como alvo principal o pensamento de esquerda que considera hegemônico no país. Dispara contra políticos e intelectuais (também sobra munição para a "direita nascente"), artistas, o MST, o movimento gay e as recentes manifestações no país. O autor destas parcas linhas também leva seu quinhão de farpas. Olavo de Carvalho é um dos principais representantes do pensamento conservador no Brasil. Publicou diversos livros ("O Imbecil Coletivo", "O Futuro do Pensamento Brasileiro") e criou o site Mídia sem Máscaras (www.midia semmascara.org). Seus textos e aulas on-line têm conquistado um público fiel ao longo dos anos. O novo livro vendeu em apenas uma semana, segundo a editora Record, 10 mil exemplares. Dos Estados Unidos, onde vive desde 2005, Olavo de Carvalho concedeu à Folha a seguinte entrevista por e-mail.
Folha - O título do livro é um tanto provocativo, até mesmo para atrair o leitor. Mas não seria pouco filosófico chamar de "idiota" quem não compartilha certas ideias?

 Olavo de Carvalho - Ninguém é ali chamado de idiota por "não compartilhar certas ideias", e sim por pretender julgar o que não conhece, por ignorar informações elementares indispensáveis e obrigatórias na sua própria área de estudo ou de atuação intelectual. Nesse sentido, creio ter demonstrado meticulosamente, neste e em outros livros, que alguns dos principais líderes intelectuais da esquerda brasileira, assim como uns quantos da direita nascente, são realmente idiotas e fabricantes de idiotas.

O sr. comenta que a normalidade democrática é a concorrência "efetiva, livre, aberta, legal e ordenada" entre direita e esquerda. Mas também que todo esquerdista é "mau, sem exceção". Como é possível equilibrar esses dois aspectos? 

Depende do que você chama de esquerda. Há uma esquerda que aceita concorrer democraticamente com a direita, sair do poder quando perde as eleições e continuar disputando cargos normalmente sem quebrar as regras do jogo. O Partido Trabalhista inglês é assim. Nosso antigo PTB era assim. Disputavam o poder, mas sabiam que, sem uma oposição de direita, perderiam sua razão de ser. Há uma segunda esquerda que deseja suprimir a direita pela matança dos seus representantes reais ou imaginários. Esta governa Cuba, a China, a Coreia do Norte etc., assim como governou a URSS e os países satélites. Há uma terceira esquerda que, aliada da segunda, diverge dela em estratégia: pretende conquistar primeiro a hegemonia, de modo que, nos termos de Antonio Gramsci, o seu partido se torne "um poder onipresente e invisível, como um mandamento divino ou um imperativo categórico"; e, em seguida, tendo controlado a sociedade por completo, apossar-se do Estado quando já não haja nem mesmo a possibilidade remota de uma oposição de direita. Só aí virá um toque de violência, para dar acabamento à obra-prima. A existência da primeira esquerda é essencial ao processo democrático. A segunda e a terceira devem ser expulsas da política e dos canais de cultura porque sua essência mesma é a supressão de todas as oposições pela violência ou pela fraude e porque se infiltram na primeira esquerda, corrompendo-a e prostituindo-a. Ninguém pode apoiar esse tipo de esquerda por "boa intenção". Você já viu algum militante dessa esquerda sonhar em implantar o socialismo e depois ir para casa e viver como um humilde operário do paraíso socialista? Eu nunca vi. Cada militante se imagina um futuro primeiro-ministro ou chefe da polícia política. Quando matam, é para conquistar o direito de matar mais, de matar legalmente. São porcos selvagens --sem ofensa aos mimosos animais.

O sr. argumenta que o brasileiro é maciçamente conservador, mas desprovido de representação política. Por que não temos políticos e partidos que tomem tal bandeira?

Já está respondido na pergunta anterior. O método da "ocupação de espaços" realizou no Brasil o ideal gramsciano de fazer com que todo mundo nas classes falantes seja de esquerda mesmo sem sabê-lo, de modo que toda ideia que pareça "de direita" já seja vista, instintivamente, sob uma ótica deformante e caluniosa, com chances mínimas ou nulas de argumentar em defesa própria. Suas próprias perguntas ilustram o sucesso dessa operação no Brasil. Você pode não ser um militante de esquerda, mas raciocina como se fosse, porque na atmosfera mental criada pela hegemonia esquerdista isso é a única maneira "normal" de pensar, às vezes a única maneira conhecida. Por isso, você, ao formular as perguntas, fala em nome dos meus críticos de esquerda, como se eles, e não o público que gosta do que escrevo, fossem os juízes abalizados aos quais devo satisfações.

Suas ideias podem ser consideradas de direita?

Algumas sim, outras não. Nem tudo no mundo cabe numa dessas categorias. Você não viu a turma da direita enfezada cair de paus e pedras em cima de mim quando afirmei que homossexualismo não é doença nem "antinatural"? É ridículo tomar uma posição ideológica primeiro e depois julgar tudo com base nela por mero automatismo, embora no Brasil de hoje isso seja obrigatório.

Em quais pontos suas ideias podem ser classificadas de direita e em quais não?

Não tenho a menor ideia, nem me interessa. O coeficiente de esquerdismo ou direitismo está antes nos olhos do observador e varia conforme as épocas e os lugares. Só gente muito estúpida --isto é, a esquerda brasileira praticamente inteira-- imagina que direita e esquerda são categorias metafísicas imutáveis, a chave suprema para a catalogação de todos os pensamentos. Outros, principalmente na direita, dizem que direita e esquerda não existem mais, o que é também uma bobagem, porque basta uma corrente se autodefinir como "de esquerda" para que todos os que se opõem a ela passem a ser julgados como se fossem a "direita", querendo ou não. A esquerda define-se a si mesma e define seu adversário, por menos que este se encaixe objetivamente na definição. Nos EUA, alinho-me nitidamente à direita, porque ela existe como agente histórico, é definida e é autoconsciente, mas no Brasil essas coisas são uma confusão dos diabos na qual prefiro não me meter. O sr. Lula não foi, na mesma semana, homenageado no Fórum Econômico de Davos por sua adesão ao capitalismo e no Foro de São Paulo por sua fidelidade ao comunismo? A última moda na esquerda nacional é cultuar o russo Alexandre Duguin, que é o suprassumo do reacionarismo, enquanto na "direita liberal" muitos adoram abortismo e casamento gay, pontos essenciais da estratégia esquerdista. Prefiro manter distância da direita brasileira, seja isso lá o que for.

No capítulo sobre o golpe de 64, o senhor diz que Castelo Branco foi "um grande presidente", e Médici, "o melhor administrador que já tivemos". Comenta ainda que está na hora de repensar o governo militar. Qual é sua opinião hoje?

No Brasil de hoje não se pode louvar um mérito específico e limitado sem que imediatamente a plateia idiota transforme isso numa adesão completa e incondicional. Neste país, as pessoas, mesmo com algo que chamam de "formação universitária", só sabem louvar ou condenar em bloco, perderam totalmente o senso das comparações, das proporções e das nuances. Isso é efeito de 30 anos de deseducação. Os méritos dos governos militares no campo econômico, administrativo e das obras públicas são óbvios e, comparativamente, bem superiores a tudo o que veio depois. Ao mesmo tempo, esses governos destruíram a classe política, infantilizaram os eleitores e, por timidez caipira de entrar na guerra ideológica ostensiva, preferiram matar comunistas no porão (embora em doses incomparavelmente menores do que os próprios comunistas matavam em Cuba ou no Camboja) em vez de mover uma campanha de esclarecimento popular sobre os horrores do comunismo. Tudo isso foi uma miséria. Foi o que eu sempre disse, mas, hoje em dia, se você reconhece uma pontinha de mérito em alguém, já o transformam em devoto partidário dele. Não distinguem nem mesmo entre aplaudir um governo enquanto ele está no poder e tentar avaliá-lo com algum senso de objetividade histórica depois de extinto, mesmo se você, como foi o meu caso, o combateu enquanto durou. O fanatismo idiota tornou-se obrigatório. É disso que o meu livro fala.

O sr. é bastante crítico ao movimento gay. Não acredita que ele foi o responsável por conquistas importantes?

No começo, quando lutava apenas contra a discriminação e a violência anti-homossexual, esse movimento parecia bom e necessário. Mas isso foi só a fachada, a camuflagem do que viria depois: um projeto de dominação total que proíbe críticas e não descansará enquanto não banir a religião da face da Terra ou criar em lugar dela uma pseudorreligião biônica, dócil às suas exigências.

O que o sr. pensa sobre o projeto da cura gay? 

Ninguém pede ajuda a um psicólogo para livrar-se de uma conduta indesejada se é capaz de controlá-la pessoalmente ou se não quer abandoná-la de maneira alguma. Quando alguém vai a uma terapia com o propósito de livrar-se do homossexualismo, é porque não o vivencia como uma tendência natural da sua pessoa, e sim como uma compulsão neurótica que o escraviza. É bem diferente de alguém que é homossexual porque quer, ou de alguém que deixou de ser homossexual porque quis e teve forças para isso. Proibir o tratamento de uma compulsão é torná-la obrigatória, é fazer de um sintoma neurótico um valor protegido pelo Estado. É uma ideia criada por psicopatas e aplaudida por histéricos.

O sr. apoiou a invasão do Iraque em 2003. Nos anos seguintes, vários abusos e atrocidades dos soldados americanos foram divulgados. Acredita que, no saldo geral, a guerra foi positiva?

Não apoiei a invasão do Iraque. De início fui contra. Foi só depois, quando os americanos começaram a exumar os cadáveres das vítimas de Saddam Hussein e viram que eram mais de 300 mil, que comecei a achar que a guerra era moralmente justificável. Das tais "atrocidades americanas", a maioria é pura invencionice, e as genuínas, inevitáveis em qualquer guerra, nem de longe se comparam ao que Saddam Hussein fez contra o seu próprio povo em tempo de paz. A guerra, em si, foi positiva do ponto de vista moral, mas a tentativa de forçar o Iraque a adotar uma democracia de tipo ocidental foi ridícula e suicida. A primeira Guerra do Golfo foi bem-sucedida porque se limitou às metas militares, sem sonhos "neocons" de reformar o mundo.

E como o sr. avalia as recentes manifestações em cidades do Brasil? 

Tudo começou como uma tentativa de golpe, planejada pelo Foro de São Paulo [coalizão de partidos de esquerda latino-americanos] e pelo governo federal para fazer um "upgrade" no processo revolucionário nacional, passando da fase de "transição" para a da implantação do socialismo "stricto sensu". Isso incluía, como foi bem provado, o uso de gente treinada em guerrilha urbana para espalhar a violência e o medo e lançar as culpas na "direita". Aconteceu que os planejadores perderam o controle da coisa quando toda uma massa alheia à esquerda saiu às ruas, e eles decidiram voltar atrás e esperar por uma chance melhor. Isso foi tudo. Não há um só líder da esquerda que não saiba que foi exatamente isso.


08 de setembro de 2013

Cruzada anti-idiotas O filósofo que quer salvar você da estultice 
Marco Rodrigo Almeida 
 

CNN DIVULGA VÍDEOS DE ATAQUE QUÍMICO SÍRIO

Imagens são usadas por gestão Obama para convencer Congresso de ação militar, diz TV
  
Para convencer o Congresso a aprovar um ataque militar à Síria, o governo Barack Obama tem exibido a parlamentares americanos série de 13 vídeos que registrariam adultos e crianças na periferia de Damasco sofrendo os efeitos de armas químicas supostamente usadas em ataque no mês passado.
 
A informação é da rede de TV americana CNN, que também publicou em seu site as imagens que mostram homens seminus tendo espasmos, além de crianças com aparentes sintomas de contaminação química.
 
De acordo com as fontes de inteligência dos EUA, os vídeos foram captados momentos depois de um ataque químico usando gás sarin nos arredores da capital síria no último dia 21. O governo Bashar al-Assad nega ter usado armas químicas no conflito.
 
Segundo a CNN, muitos dos vídeos já estavam disponíveis no YouTube, "mas essa coleção de imagens é significativa", diz a rede, "porque a comunidade de inteligência [americana] lhe deu um selo de autenticidade".
 
ESFORÇO DE OBAMA
 
Também parte da ofensiva, Obama usou ontem seu programa semanal de rádio para pedir aos congressistas "que não continuem com os olhos vendados" ante o uso de armas químicas na Síria.
 
"Peço aos membros do Congresso que se unam e atuem para promover o mundo no qual queremos viver, o mundo que vamos deixar para nossos filhos e para as gerações futuras", afirmou.
 
O apelo ocorre às vésperas de o Congresso iniciar os debates sobre o ataque militar à Síria defendido pelo presidente. Segundos os EUA, o ataque químico nos arredores de Damasco matou mais de 1.400 pessoas. "Qualquer ação que iniciemos seria limitada, tanto no tempo como no alcance, e estaria destinada a impedir o governo sírio de utilizar gás contra seu próprio povo outra vez", disse.

08 de setembro de 2013
FOLHA DE SÃO PAULO

BRASIL JÁ GASTOU R$ 830 BILHÕES PARA REDUZIR IMPACTOS DA CRISE

Para conter efeitos da crise nos últimos 5 anos, gastos do governo brasileiro com bancos públicos para turbinar o crédito, corte de juros e redução de impostos já somam 16,5% do PIB
 
 

 
O custo do arsenal de medidas que o governo brasileiro teve de usar para combater os efeitos da crise global iniciada em 2008 chega a, pelo menos, R$ 832 bilhões, ou 16,5% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) em cinco anos. Este montante inclui as principais ações adotadas desde a fase mais aguda da crise até agora. Em 2009, no auge da turbulência global, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a chamar a turbulência de “marolinha”, subestimando seus efeitos sobre a economia brasileira.
 
Recentemente, ao comentar a volatilidade no câmbio, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o país atravessa uma “minicrise”. O GLOBO inicia hoje uma série de reportagens sobre os cinco anos que sacudiram o mundo após a quebra do banco de investimentos Lehman Brothers, em 15 de setembro de 2008, marco da maior crise econômica desde a Grande Depressão, que eclodiu em 1929.
 
Nos últimos cinco anos, a equipe econômica brasileira usou os bancos públicos para garantir a oferta de crédito, reduziu juros e abriu mão de quase R$ 188 bilhões em tributos para estimular a economia. Mas assim como ocorreu no resto do planeta, o PIB brasileiro foi bastante afetado. Após crescer 5,2% em 2008, o país teve retração de 0,3% em 2009. Em 2010, a atividade respondeu aos estímulos e acelerou fortemente, fechando o ano com crescimento de 7,5%.
 
Preocupado com os efeitos deste crescimento na inflação, o governo pisou no freio em 2011 e promoveu um forte ajuste fiscal, que fez a economia desacelerar, e o PIB cresceu apenas 2,7% naquele ano. A atividade acabou pagando o preço alto do ajuste também em 2012, quando o Produto cresceu apenas 0,9%. Para este ano, a taxa está estimada em 2,5%.
 
Oportunidade para reformas desperdiçada
 
O ex-presidente do Banco Central Carlos Langoni avalia que o Brasil se saiu bem no auge da crise. Segundo ele, ao assegurar a oferta de crédito liberando compulsórios e usando até mesmo as reservas internacionais para ajudar as empresas que estavam endividadas, o governo conseguiu proteger o mercado interno das turbulências externas. No entanto, na visão do economista, a estratégia utilizada nos anos seguintes não foi a melhor. Langoni considera que o governo perdeu a chance de realizar reformas importantes, como a tributária, e demorou a fazer um programa de concessões para garantir investimentos que o país necessita na área de infraestrutura.
 
Segundo o economista, a maior parte das desonerações feitas ao longo dos últimos anos foi errática e pontual. Tanto que benefícios como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros, móveis e artigos da linha branca foram prorrogados diversas vezes. A desoneração mais estrutural, que é a redução dos encargos sobre a folha de pagamento das empresas, demorou a sair do papel e ainda não teve impactos significativos no mercado.
 
— Depois da fase aguda da crise, perdemos uma grande oportunidade. O governo optou por medidas pontuais. Medidas pontuais e transitórias não mexem com expectativas — disse o ex-presidente do BC.
 
Ele também acredita que o governo subestimou os impactos que a desaceleração das economias mundiais teriam sobre o Brasil no longo prazo. Um reflexo dela foi justamente a guerra cambial, que enfraqueceu o real e prejudicou a indústria nacional, que já tinha problemas de competitividade não resolvidos.
 
Para o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, o Brasil se saiu bem. Mesmo com a adversidade internacional, em ambiente de uma crise mundial severa e prolongada, o país manteve sua economia doméstica dinâmica e com perspectivas de produção, emprego e investimentos.
 
— Muitos setores ampliaram seus investimentos no país. Estamos entre as três economias que mais recebem investimentos estrangeiros. Ou seja, o Brasil vem se saindo muito bem, sob estas circunstâncias internacionais — enfatizou Márcio Holland, respondendo a pergunta enviada por e-mail.
 
No estouro da crise, disse o secretário de Política Econômica, o governo brasileiro adotou uma série de “medidas macroprudenciais e microeconômicas” que estão dando resultados positivos. Ele citou como exemplo o uso do IPI para evitar que eventuais acúmulos excessivos de estoques e baixos níveis de utilização de capacidade instalada persistissem e comprometessem o investimento e o emprego.
 
— Evitamos alavancagens excessivas em moedas estrangeiras em ambientes de juros internacionais próximos de zero, ao lançar uso do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para administrar fluxos de capitais e, quando necessário, removemos tal prática. Mantivemos a inflação e as despesas de governo sempre sob controle. Ao mesmo tempo, ampliamos a agenda de investimentos, para além de mais investimentos no PAC e no Minha Casa Minha Vida, entre outros — afirmou.
 
Governo reconhece que há desafios à frente
 
Na visão de Holland, o Brasil tem tido um crescimento econômico sustentável. Ele disse que a inflação saiu das metas anunciadas só por alguns meses, devido ao choque de oferta. Mas reconheceu que há desafios duros a ser enfrentados. Na área econômica, afirmou, o maior deles consiste na reforma tributária mais ampla e no encaminhamento de simplificação dos tributos, sem perder de vista o equilíbrio fiscal.
 
— A reforma do ICMS é o maior de todos os desafios nesta direção —observou.
 
Indagado sobre as lições que a crise de 2008 deixaram para o Brasil, ele respondeu:
 
— Mesmo sendo a crise de 2008 uma das maiores do capitalismo moderno, o Brasil apresentou resultados econômicos e sociais muito bons. Isso é produto de boas políticas econômicas e sociais postas em prática nesta última década. Assim, a principal lição desta crise é mantermos as mesmas boas políticas econômicas e sociais para estarmos preparados em caso de eventuais futuras turbulências internacionais.

08 de setembro de 2013
O Globo

DIRCEU AGIU EM FAVOR DE EMPRESAS NA CASA CIVIL

Quando ministro, ele encaminhou à Fazenda pleitos de empresas privadas
 


José Dirceu enviou a Antônio Palocci, então ministro da Fazenda, durante intervalo da reunião ministerial na granja do torto.
Foto: Gustavo Miranda / O Globo
José Dirceu enviou a Antônio Palocci, então ministro da Fazenda,
durante intervalo da reunião ministerial na granja do torto.
Gustavo Miranda / O Globo

A Casa Civil da Presidência da República foi usada pelo então ministro José Dirceu para agir a favor de interesses de empresas, segundo documentos inéditos obtidos pelo GLOBO. Em 2004, quando a compra das mineradoras Socoimex, Samitri, Ferteco e Caemi pela Vale era objeto de pauta na Secretaria de Acompanhamento Econômico e no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Dirceu encaminhou ao então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, ofício com considerações do consultor-geral da Vale, que expressava a expectativa da empresa de que a “operação fosse aprovada sem restrições”.
 
A compra das empresas pela mineradora foi um negócio de R$ 2,2 bilhões, consumado em 2000 e 2001. As aquisições tornaram a Vale controladora de todo o mercado doméstico de pelotas no Sudeste. A empresa aumentou de 49% para 94% o controle da venda de minério de ferro granulado no país, e de 75% para 92% a venda do minério sinter feed (partículas finas), de acordo com relatório do órgão de defesa da livre concorrência.
 
Em abril de 2005, a Procuradoria do Cade emitiu parecer contrário à concentração no setor, recomendando a venda de seis unidades de mineração das empresas compradas, além da dispensa, por parte da Vale, da preferência para compra do excesso de minério de ferro da mina Casa de Pedra, da CSN. Quatro meses depois, as operações de compra foram aprovadas pelo plenário do Cade, e a única restrição mantida foi a dispensa da preferência na Casa de Pedra. Ainda assim, a Vale brigou na Justiça contra a restrição, e só a cumpriu em 2009.
 
O GLOBO perguntou à Vale por que ela levou seu posicionamento a José Dirceu, e não apenas ao órgão responsável pela análise do caso. Perguntou também se a empresa acionou o ministro em outras ocasiões durante sua passagem pela Casa Civil.
 
A mineradora disse considerar que “o pleito apresentado na carta foi recusado pelo governo”, em função da restrição mantida pelos conselheiros em decisão de plenária. E informou que não comentaria as demais questões, “uma vez que os gestores que tomaram as decisões não trabalham mais na empresa”.
 
Críticas ao aumento do preço do aço
 
As relações mais próximas entre a Vale e Dirceu ocorreram no período em que Roger Agnelli estava na presidência da mineradora. Ele deixou a empresa em 2011, em meio a forte pressão do governo federal, que desejava que a Vale investisse mais em siderúrgicas em vez de apenas extrair e exportar minério de ferro.
 
Depois deste período, Agnelli manteve boa relação com Dirceu, inclusive visitando-o algumas vezes em sua casa em Vinhedo, no interior de São Paulo, em meio ao julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
 
Em outro ofício encaminhado à Fazenda obtido pelo GLOBO, o ex-ministro intercedeu em nome da subsidiária brasileira da alemã Prensas Schuler, instalada em Diadema (SP), que tentava obter na Receita Federal liquidação de ressarcimento de IPI-exportação. No pedido, Dirceu citou os números de três processos administrativos que tramitavam no âmbito do Ministério da Fazenda, pedindo a Palocci que estudasse a “possibilidade de atender o pedido de liquidação” e nos “termos da legislação em vigor”. A empresa é líder do mercado nacional de prensas de grande porte.
 
Atual diretor-presidente da Prensas Schuler no Brasil e diretor na época do pedido, Paulo Tonicelli disse não conhecer Dirceu pessoalmente nem saber dizer como o pedido foi parar na mesa do ministro.
 
— Não tenho como dizer que não o conheço porque ele está nas páginas dos jornais todos os dias. Mas não temos qualquer contato com ele. Não tenho ideia de quem teve essa iniciativa de pedir uma intervenção — disse Tonicelli, segundo o qual o sistema de compliance (controle ético ou conformidade com as leis) da empresa não permite doações eleitorais para qualquer partido político.
 
Parcela significativa do faturamento da Prensas Schuler no Brasil é destinado à exportação, que se acumula em crédito tributário, o que obriga a empresa a lidar com problemas de liquidez. Tonicelli disse que o ressarcimento pelos valores devidos à empresa em função da isenção de IPI não foi creditado, como esperado, e teria sido pago, nos anos seguintes, como compensações para impostos equivalentes. Os processos não estão disponíveis para consulta na Receita Federal, em função do sigilo fiscal.
 
Os documentos de Dirceu na Casa Civil foram obtidos pelo GLOBO junto à Casa Civil, com base na Lei de Acesso à Informação (LAI). No entanto, apesar de a solicitação incluir ofícios do ex-ministro assinados entre 2003 e 2005, a Casa Civil disponibilizou apenas parte dos “avisos” — documento com tramitação interna dentro do governo — assinados por Dirceu em 2004.
 
Ainda assim, dos 1.586 avisos numerados em 2004, 22 não foram apresentados. Perguntada sobre o motivo da omissão de documentos e se recebeu alguma classificação restritiva, a Casa Civil não respondeu. A ouvidoria-geral da Controladoria-Geral da União (CGU) informou que apura responsabilidades pela omissão dos documentos solicitados.
 
Os documentos disponibilizados pela Casa Civil mostram os bastidores da atuação do ministro e de um dos primeiros anos do governo Lula. Registram o atendimento a pleitos de governadores, o encaminhamento de projetos de lei e medidas provisórias do então presidente.
 
Se por um lado Dirceu encaminhou expectativa da Vale de conseguir aprovar a compra de quatro concorrentes, aumentando o poder de fogo da empresa, por outro reclamou de um possível aumento do preço do aço em ofício ao então ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan.
 
“Esta pasta não acredita que seria bom para a saúde da economia nacional novos aumentos do preço do aço, bem como o de veículos, nos próximos meses”, escreveu Dirceu ao colega, ao ser provocado em carta da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
 
Dirceu nega interferência
 
Em nota enviada ao GLOBO, José Dirceu negou ter atuado na defesa de interesses privados, dizendo ter agido “dentro das atribuições legais que tinha quando chefiava a Casa Civil, sem interferir no andamento das demandas apresentadas ao governo”.
 
“A única atitude que tomou foi a de encaminhar os pedidos para as áreas mais competentes para avaliá-los, sem recomendar sua aprovação ou desaprovação”, escreveu a assessoria do ex-ministro, afirmando que durante o período em que esteve no órgão ele teria recebido outros pedidos semelhantes e considerava que repassá-los era uma “obrigação funcional”.

08 de setembro de 2013
Thiago Herdy - O Globo

COMO SEMPRE, VALE O VELHO DITADO: "FARINHA POUCA, MEU PIRÃO PRIMEIRO".

Câmara dá R$ 80 mil por mês a condenados por mensalão
 
GABRIELA GUERREIRO e RANIER BRAGON - Folha de S.Paulo

 A Câmara deve desembolsar por mês mais de R$ 80 mil no pagamento de aposentadorias para deputados e ex-deputados condenados no processo do mensalão. Além de José Genoino (PT-SP), que pediu aposentadoria por invalidez na quarta, o deputado Valdemar da Costa Neto (PR-SP) e os ex-deputados Roberto Jefferson, (PTB-RJ), José Borba (PMDB-PR) e Pedro Corrêa (PP-PE) têm direito ao benefício da Câmara.
GABRIELA GUERREIRO
RANIER BRAGON
 
Cassado em 2005, no auge do escândalo, Jefferson recebe mensalmente, em valores brutos, R$ 18.477 como aposentado da Câmara.
 
O deputado, que teve seis mandatos na Câmara, hoje com 60 anos, conquistou o benefício na época porque estava vinculado ao extinto IPC (Instituto de Previdência dos Congressistas), que permitia ao parlamentar se aposentar proporcionalmente após oito anos de contribuição e 50 anos de idade.
 
Costa Neto, 64, será enquadrado na mesma regra quando deixar o mandato. Como aderiu à Previdência da Câmara antes de 1997, quando o IPC foi extinto, o parlamentar terá direito a aposentadoria mensal de R$ 16.773.
 
Ele recebeu aposentadoria no período em que esteve sem mandato, entre 2005 e 2007. Ex-presidente do PR, renunciou ao posto em 2005 numa tentativa de evitar a cassação.
 
A Câmara deixou de pagar o benefício quando ele reassumiu a cadeira, em 2007, após ter conseguido se eleger novamente deputado, já que não é permitido o acúmulo da aposentadoria com o salário.
 
Genoino, 67, tem assegurada aposentadoria de R$ 20 mil mensais, conquistada em 2005 quando pediu o benefício proporcional aos seus anos na Câmara, onde ingressou em 1983. Na época em que pediu o benefício, ele estava sem mandato e foi afastado da cúpula do PT por causa do envolvimento no mensalão.
 
Se a Câmara conceder a aposentadoria por invalidez -internado em julho, Genoino foi submetido a uma cirurgia cardíaca-, o valor subirá para R$ 26,7 mil por mês e ele poderá manter o plano de saúde da Câmara. Junta médica da Casa analisará o seu caso.
 
Também condenados pelo mensalão, João Paulo Cunha (PT-SP) e Pedro Henry (PP-MT) não terão direito à aposentadoria se deixarem o mandato.
 
Cunha, 55, aderiu ao plano de Previdência da Câmara no atual modelo, em que deputados recebem o benefício só depois de 35 anos de contribuição e 60 anos de idade.
 
Henry, 56, chegou a receber aposentadoria quando renunciou ao mandato em 2005, mas ao retornar para o sistema previdenciário da Casa optou por deixar o IPC e receber em dinheiro a contribuição retroativa.
 
Segundo a administração da Câmara, o ex-deputado José Dirceu (PT-SP), cassado em 2005, não recebe benefícios previdenciários da Casa.
 
Desde 2005, o ex-deputado José Borba, 64, recebe mensalmente R$ 11.529 como aposentado da Câmara. Na época das denúncias do mensalão, Borba renunciou ao mandato para escapar da cassação. Como foi contribuinte do IPC, conseguiu se afastar da Casa mantendo o benefício mensal.
 
O mesmo cenário se aplica ao ex-deputado Pedro Corrêa, 65. Cassado há sete anos, o ex-presidente do PP recebe aposentadoria de R$ 17.713. A Casa concedeu o benefício em 2006, pouco depois de Corrêa perder o mandato.
 
Também condenados, os ex-deputados Bispo Rodrigues (então no PL, hoje PR) e Romeu Queiroz (PTB) não têm direito às antigas regras do IPC -que permitiam o pagamento proporcional do benefício.
 
   
BENEFÍCIO MANTIDO Veja quem terá direito a receber aposentadoria pela Câmara durante o cumprimento das penas do mensalão

ENTRE O ERRÁTICO, O SONHÁTICO E O PRAGMÁTICO


 
Não é nenhuma injustiça afirmar que Dilma Rousseff é uma presidente errática. O que vale hoje não vale mais amanhã, seja no planejamento ou na execução. Um exemplo: o leilão de rodovias, que foi lançado há um ano atrás e que até hoje não ocorreu. As regras foram sendo mudadas a cada dia para tentar atrair investidores. Agora, diante de tanta insegurança levada aos empresários, só mesmo com amplo financiamento público e a participação dos fundos de pensão os leilões poderão ter relativo sucesso. Tempo perdido pela presidente barata tonta. Quem paga o preço é a economia que não cresce em função do imenso gargalo logístico e do excesso de ingerência do estado petista.
 
Em recente publicação do Ranking Mundial de Produtividade, o Brasil perdeu posição em 11 dos 12 indicadores que o compõem. Por que isso ocorreu, segundo os avaliadores? Por que o governo do PT é errático, não mantém políticas, atua como bombeiro, mas acaba jogando gasolina na fogueira. Incentiva alguns setores e amordaça outros. Não faz as reformas necessárias. Não ataca os problemas estruturais. Dá uma mexida aqui e outra lá, deita em berço esplêndido e fica esperando os resultados. Deu errado? Muda tudo de novo. Com isso, aumenta a inflação, o PIB empaca, aumenta o déficit externo e explode a dívida pública. Dilma é o sinônimo da tentativa e erro. E os erros têm sido muito maiores que os acertos.
 
Mesmo assim, suportada pela máquina pública e por escancarados crimes eleitorais como o cometido na véspera do Dia da Independência, quando a saudação cívica e patriótica virou um patético discurso de palanque, Dilma está em primeiro lugar nas pesquisas presidenciais de 2014. E como toda a desgraça nunca vem sozinha, traz em segundo lugar Marina Silva, esta verdadeira aberração produzida pela mídia e pela burrice urbanóide, assim como foi Lula.
 
Da mesma forma, não é nenhuma maldade afirmar que Marina é a candidata sonhática, pois o termo foi cunhado pela própria doida varrida. Ela, em subindo a rampa, acabará com o agronegócio em 2 de janeiro de 2015. As hidrelétricas também serão fechadas e que todo mundo guarde a sua merda para gerar energia em casa. Biomerda. Passaremos a viver na economia verde e retiraremos da floresta o PIB 3.0 e os U$ 80 bilhões de superávit gerados pela agropecuária.
 
Também seremos um país em rede. Rede para pescar o peixe. Rede para dormir. Rede no cabelo para não usar xampu. Não, assim já é demais. Xampu sim, pois afinal de contas ela terá que pagar a sua fatura para a Natura. A merenda escolar terá uma dieta vegetariana, proibindo-se o consumo de carne, já que um boi peidando é o maior responsável pelo efeito estufa, segundo os ongolóides que dominam o coração e a mente de Madre Marina do Xapuri. Mas sempre haverá espaço para um suco Ades da Unilever, feito à base de soja transgênica, para que a palestrante Marina Silva possa, com rigor evangélico, demonstrar o seu agradecimento pelo apoio recebido da maior agroindústria do mundo. Não há muito a falar de Marina Silva, porque ela só fala de duas ou três coisas. Mas está em segundo lugar nas pesquisas presidenciais de 2014. Para desgraça e falência definitiva do Brasil se tal acidente eleitoral ocorrer.
 
Falta pouco mais de um ano para as eleições. E, para infelicidade da nação, estamos entre o errático da Dilma e o sonhático da Marina Silva. Só existe uma saída para lutar contra este caos que ameaça o país, com alguma chance de sucesso: ser pragmático e unir a oposição. Ou ficarmos batendo bumbo contra as urnas eletrônicas, contra o Foro de São Paulo, contra a ameaça comunista, contra traições eleitorais, contra coligações estaduais, contra as republiquetas bolivarianas e outros temas sob medida para perder eleição. Parodiando o mineiro Milton Nascimento, o político tem de ir onde o povo está. E o povo está nas filas do SUS. Na fila do seguro desemprego. Na fila da Bolsa Família. Na fila da vaga na creche. Na fila do ônibus e do trem. No tanque. No fogão. No varal. Na quitanda. No trânsito infernal. O resto é conversa para perder mais uma eleição para uma errática ou para uma sonhática. É, pois, hora de mudar o discurso e ser pragmático. Fora isso, é a treva.

O BRASIL BOLIVARIANO DO PT MOSTRA A SUA CARA.

Novo presidente da Unasul é um traficante, assassino e caçado pela Interpol. Sua escolha teve apoio de Dilma.
O fugitivo da Justiça, Dési Bouterse, recebeu todo o apoio  de Dilma para presidir a Unasul bolivariana.  Não é este o primeiro bandido apoiado pelo Brasil do PT. E Dilma não quer ser espionada pelos Estados Unidos.
 
O comunicado final da mais recente reunião de cúpula da União de Nações Sul-Americanas (Unisul) enfatizou o compromisso com "valores comuns como a democracia, o Estado de Direito, respeito absoluto pelos direitos humanos e a consolidação da América do Sul como uma zona de paz". Se é assim, nada justifica a entrega da presidência da Unasul ao Suriname, governado pelo notório Dési Bouterse.
 
A ficha corrida do presidente surinamês é extensa. Ele foi ditador entre 1980 e 1987, após um sangrento golpe militar, e de 1990 a 1991, também depois de uma quartelada. É acusado de diversas violações de direitos humanos, em especial o assassinato de opositores - no caso mais rumoroso, que gerou protestos no mundo todo, 15 jovens que haviam criticado a ditadura foram torturados e mortos pelos soldados de Bouterse na calada da noite. Em sua defesa, Bouterse diz que não foi ele quem "puxou o gatilho".
 
Em 2000, o ex-ditador foi condenado in absentia pela Justiça da Holanda a 11 anos de prisão sob acusação de tráfico de cocaína. Telegramas vazados pelo WikiLeaks mostram que Bouterse permaneceu no negócio das drogas pelo menos até 2006, organizando remessas de cocaína colombiana para a Europa, via Brasil, e há relatos de ex-colaboradores segundo os quais ele forneceu armas às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em troca de cocaína.
 
Há uma ordem de prisão contra Bouterse emitida pela Interpol, razão pela qual ele só consegue viajar por lugares que ignoram essa ordem e o reconhecem não como criminoso condenado, mas como chefe de Estado. Bouterse, por exemplo, esteve recentemente no Brasil, como convidado da presidente Dilma Rousseff, para prestigiar a visita do papa Francisco.
 
O ex-ditador, que nunca deixou de ser a figura mais influente do Suriname, tornou-se presidente em julho de 2010, em eleição indireta - ele foi escolhido pelo Parlamento graças a uma aliança com o partido de Ronnie Brunswijk, que um dia foi o principal inimigo de Bouterse e hoje é o homem mais rico do Suriname. Brunswijk também foi condenado na Holanda por tráfico de drogas.
 
Uma vez de volta ao poder, Bouterse nomeou o filho, Dino - outro narcotraficante condenado, inclusive no Suriname -, para chefiar a unidade de combate ao terrorismo no país. Dino esteve diversas vezes na Venezuela para apoiar Nicolás Maduro na sucessão do caudilho Hugo Chávez e também para negociar com as Farc a troca de armas por cocaína, segundo o jornal venezuelano El Nacional.
 
Foi justamente Dino o pivô do maior constrangimento da Unasul até a presente data. Poucas horas antes de seu pai tomar posse na presidência da entidade, na presença dos principais chefes de Estado do continente, ele estava sendo preso no Panamá portando cerca de 10 quilos de cocaína e um lança-granadas. Extraditado para os Estados Unidos, ele poderá pegar prisão perpétua.
 
Nada disso foi o bastante para constranger os dignitários sul-americanos reunidos em Paramaribo, a capital surinamesa. Nenhum presidente considerou a hipótese de rever a nomeação de Bouterse. Como se nada tivesse acontecido, a Unasul desejou "sucesso" ao ex-ditador condenado por narcotráfico.
 
Na mesma ocasião, como a comprovar a total desmoralização da Unasul, os presidentes renderam homenagem a Hugo Chávez, ressaltando "a dor do vazio que sua ausência nos deixou", qualificando-o como "símbolo de uma geração de estadistas" e exaltando seu "impulso visionário" para a criação da entidade. Entre as importantes decisões tomadas pela Unasul nessa vergonhosa cúpula está o compromisso em "participar e auxiliar nas atividades do Ano Internacional da Quinoa".
 
Seria apenas cômico, não fosse a Unasul, ao menos no papel, a principal iniciativa de integração continental. O Brasil poderia ter evitado o vexame estrelado por Bouterse, se seu governo não estivesse ideologicamente atado a compromissos que fazem da Unasul um palanque bolivariano.
 
(Estadão)

ENQUANTO DILMA MONTAVA FACTÓIDE CONTRA OS EUA, G-20 ATROPELAVA SURTO PROTECIONISTA DO BRASIL DO PT


 
 
Nada mais patético que uma presidente da República lendo num papelzinho o que tinha ouvido de Obama, a respeito de espionagem. Em resumo, apesar de toda a encenação, o presidente americano disse que não sabia e que iria dar uma olhada. Em 30 segundos, o porta-voz americano informou o resultado da reunião à imprensa, enquanto a própria presidente, dedinho em riste, fazia ameaças e um discurso debilóide. Tudo isso para esconder a derrota do Brasil no G-20. Um Brasil que decidiu se aliar à Argentina, na contramão do mundo. Leia, abaixo, trecho do editorial do Estadão.
 
Foi reduzida a pó a inacreditável tentativa de Brasil e Argentina de impedir que o documento final da cúpula do Grupo dos 20 (G-20), encerrada na sexta-feira em São Petersburgo, reafirmasse seus compromissos com o livre-comércio. Em meio aos esforços para consolidar a recuperação de Estados Unidos e Europa, o G-20, em seu comunicado, fez diversas menções à necessidade de impedir que se adotem medidas protecionistas - que, por razões óbvias, contribuem para a desaceleração das economias justamente no momento em que é mais necessário dinamizá-las.
 
O trecho em que o G-20 reafirma "total compromisso para evitar novas barreiras" ao comércio é uma derrota constrangedora para o governo petista, que acreditou que fosse possível contrapor-se aos países ricos por meio de uma aliança com a Argentina, campeã de protecionismo.
 
Outras passagens do comunicado servem como "pito" ao Brasil. O G-20 considera que, entre os principais desafios para a economia global, está o "lento crescimento de algumas economias emergentes", atribuído, entre outras razões, aos "desafios estruturais domésticos" - observação que serve como lembrança dos diversos gargalos da indústria brasileira.
 
O G-20 cobrou também que "alguns mercados emergentes" adotem "paradigmas mais consistentes" para lidar com a questão cambial. "Políticas macroeconômicas firmes e reformas estruturais vão ajudar a enfrentar a volatilidade", diz a nota, dando a entender que puxadinhos fiscais, uma especialidade do governo petista, não funcionam.
 
Houve menção ainda à necessidade de encontrar um equilíbrio entre os países com grandes déficits, como os Estados Unidos, e aqueles com fortes superávits comerciais - referência à China e também à Alemanha. Em relação à perspectiva da retirada dos estímulos do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) à expansão da economia americana, o G-20 expressou a necessidade de que essa reversão seja feita de maneira "cuidadosamente calibrada". A mera possibilidade de estancar a enxurrada de dólares no mercado já fez com que a moeda americana disparasse, levando os emergentes e o Fundo Monetário Internacional a cobrar cautela dos Estados Unidos.
 
Para o Brasil e sua persistente inflação em alta, uma mudança radical no cenário cambial é particularmente preocupante, razão pela qual a presidente Dilma Rousseff foi a São Petersburgo com a intenção de reclamar dos americanos - algo que o governo petista faz com especial empenho. Numa cúpula marcada pela tensão com a possibilidade de intervenção militar na Síria, porém, a irritação de Dilma com os Estados Unidos - agravada pela revelação de que o governo americano monitorou as comunicações da presidente - passou despercebida.Em conversa fora da agenda, o presidente Barack Obama prometeu a Dilma esclarecer o caso da bisbilhotice, sem maior repercussão.
 
08 de setembro de 2013
in coroneLeaks

TUMULTO NAS PRINCIPAIS CIDADES DO PAÍS. A QUEM ISSO INTERESSA? AONDE VAMOS PARAR?


Manifestantes tentam chegar próximo ao Estádio Mané Garrincha, em Brasília Foto: Givaldo Barbosa / O Globo
Embora não goste de escrever sobre minhas experiências pessoais, preferindo trabalhar no terreno das ideias, desta vez vamos quebrar a regra, para falar sobre as manifestações do Sete de Setembro no Rio de Janeiro.
Como moro bem perto do Palácio Guanabara, onde se concentram os protestos, tenho visão privilegiada, estou bem no meio da confusão, independentemente de minha vontade.

Meu ponto é o Mercadinho São José, na Rua das Laranjeiras, onde meu filho tem um estúdio musical e eu uso o escritório dele para editar o Blog. A rotina é sempre igual. Primeiro, a gente ouve o barulho dos helicópteros da polícia e das emissoras de TV. Depois os manifestantes vem subindo a rua, com o trânsito interrompido.

Na trajetória, as lojas e bares vão fechando, porque ainda se veem as marcas da manifestação anterior, que quebrou todas as agências bancárias e até abrigos para passageiros que esperam ônibus. Há calçadas em péssimo estado, as pedras portuguesas são usadas nos enfrentamentos com a polícia.

SEM MÁSCARAS

A maioria dos manifestantes vem de cara limpa, muitos deles são funcionários públicos, especialmente professores, que trazem faixas e cartazes contra o governo de Sérgio Cabral. Mas a imensa maioria é formada de jovens, inclusive ainda adolescentes, usando camisetas negras, mas tem de tudo – neste Sete de Setembro, apareceu até um baixinho de terno preto e gravata vermelha, sobressaindo na multidão.

Ando no meio dos manifestantes, fico observando. Não parecem ameaçadores e não há lideranças aparentes. Apenas um deles, com o rosto pintado como palhaço, tenta mostrar serviço, gritando palavras de ordem, mas dá para notar que ninguém o conhece nem liga para ele.

Fica parecendo que vai ser apenas mais uma manifestação contra Cabral, um governador de merda, conforme classificação na escala Richter de corrupção e incompetência deste Blog.

BLACK BLOCS

Mas é só aparência. Quando chegam os Black Blocs, tudo muda. A multidão vai ficando cada vez mais furiosa, começam os xingamentos aos policiais, os confrontos, as pedras e garrafas, as bombas de gás lacrimogêneo, os sprays de gás pimenta, os cassetetes, as pistolas de choque elétrico e as balas de borracha.

As bombas explodem na porta do Mercadinho. O gás lacrimogêneo invade o local. corro para o estúdio, mas não adianta, a fumaça me intoxica. Os olhos ardem demais, começo a tossir. É uma sensação horrorosa. Lavo os olhos na pia. E depois fico lá dentro, trancado no escritório, observando pelo vidro da janela as pessoas correndo na Rua das Laranjeiras.

Nas outras grandes cidades, tumultos e confusões semelhantes. Aonde isso vai nos levar? Lembro dos protestos estudantis na década de 60, tomando cerveja com os amigos do célebre edifício Zacatecas antes de participar da Passeata dos 100 Mil. Quanta esperança e empolgação. Tudo jogado fora, por falta de habilidade política. Agora a gente vê a cena se repetindo, com o desvirtuamento progressivo das manifestações populares iniciadas em junho, quando não havia Black Blocs, Anonymous nem vandalismo.

Respondam: aonde isso vai nos levar? Acham que desta maneira, fazendo quebra-quebra, mudaremos o governo, a política e a justiça deste país? Se é isso que acham, nem precisam atirar a primeira pedra. Os Black Blocs já se encarregaram de fazê-lo.

08 de setembro de 2013
Carlos Newton

DECEPÇÕES DE 7 DE SETEMBRO, O POVO SILENCIOSO, SEM OBJETIVO, LEMBRANDO A TRISTE 'INDEPENDÊNCIA'



Ninguém sabe o que aconteceu. Ansiosamente esperada, longamente convocada, antecipadamente intimidada, desapareceu e não se configurou nem mesmo como multidão. Eram grupos dispersos antes mesmo de se aglutinarem, facilitaram o trabalho dos encarregados de reprimi-los.
Por que o silêncio, a falta de palavra de ordem, a vibração sentida e aplaudida a partir de 6 de junho, quando passou a lugar comum elogiar o povo nas ruas?

Nem povo nem voz, nem bandeiras ou cartazes que identificassem claramente as exigências. Pois se tratava, sem qualquer dúvida, de exigência expressa, denominada, exaltada e obtida.
Entre o 6 de junho e o 7 de setembro, por favor não contem três meses e, sim, uma eternidade. E se três meses de protesto podem ser recuperados, a eternidade é irrecuperável, principalmente em matéria de convicções.

O que todos viram ontem, notadamente no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília: bandos de pessoas, desligadas, desinteressadas e desmotivadas, com gritos em vez de rugidos. E quase todos, nas ruas, perguntando uns aos outros: o que estamos fazendo aqui?

Pareciam turistas da hipocrisia, admirando o próprio silêncio, dissipadas e desligadas as vozes retumbantes e emocionantes, que ressoaram pelo Brasil inteiro.
E não apenas num dia ou numa semana e sim todas as vezes que apareceram nas ruas. E com vozes estridentes, conquistaram a opinião

Ainda ouvíamos a primeira frase de 6 de junho, todos voltados para o Congresso: “Vocês não nos representam”. Lamentável. No final, em Brasília, a TV mostrava um cartaz: “QUEREMOS TRANSPARÊNCIA.
O que significava essa palavra isolada e quase intraduzível? Foi o Sete de Setembro que não existiu, tão lamentável e deplorável quanto a “independência” que pretendiam condenar.

08 de setembro de 2013
Helio Fernandes

EXPORTAÇÃO DE MÉDICOS CUBANOS DEU ORIGEM À ALBA (ALIANÇA BOLIVARIANA PARA OS POVOS DE NOSSA AMÉRICA)

Recordar é viver. Tudo começou na cidade de Havana, em 14 de dezembro de 2004, com um acordo entre Venezuela e Cuba, assinado pelos presidentes Hugo Chávez e Fidel Castro. Cuba precisava desesperadamente do petróleo venezuelano e não tinha como pagar. A exportação de médicos foi a solução.
Cuba é o segundo país com maior número de médicos por habitantes. Só perde para o principado de Mônaco.

Inicialmente chamada de Alternativa Bolivariana para as Américas, a ALBA surgiu como uma plataforma de cooperação internacional baseada na ideia da integração social, política e econômica entre os países das Américas. Nada contra, é claro.

Em 29 de abril de  2006, a Bolívia (tendo Evo Morales como presidente) somou-se ao grupo, a partir do Tratado de Comércio dos Povos, termo que foi acrescentado ao nome oficial do bloco, que resultou na sigla ALBA-TCP.

Atualmente a ALBA-TCP é composta por oito países, e quatro deles possuem governos de cunho socialista. Além de Venezuela, Cuba e Bolívia, aderiram ao bloco: Nicarágua, Dominica, Equador, Antigua e Barbados, e São Vicente e Granadinas.
 
UM PROBLEMA FUTURO
 
Ninguém pode ser contra a contratação de médicos para municípios carentes. É uma questão de bom senso, caridade e sobrevivência. O que causa repulsa é a situação particular dos cubanos. Os médicos provenientes de outros países já chegaram com suas famílias, mas os cubanos têm de vir sozinhos, para que não peçam asilo político aqui.
 
Apesar desses “cuidados” do governo de Havana, alguns médicos e enfermeiros cubanos que “servem” na Venezuela não aguentaram mais, fugiram para os Estados Unidos e pediram asilo lá. Já noticiamos isso aqui no Blog, inclusive com os nomes deles e tudo o mais. Querem ser indenizados pela estatal venezuelana PDVSA, que trocava petróleo pelo trabalho deles.
 
É claro que essa situação vai se repetir aqui no Brasil. Não é preciso ser pitonisa para perceber isso. O governo brasileiro já avisou que não concederá asilo aos médicos. Mas os cubanos sabem que o regime castrista não conseguirá se manter indefinidamente nos moldes atuais. A exemplo do que aconteceu na União Soviética, terá de haver uma “Glasnost” (abertura), que possibilite uma “Perestroika” (restauração da economia), que aliás já começou. Muito timidamente, mas já começou.
Traduzindo: os médicos cubanos, que hoje representam uma solução, serão um problema futuro. Podem apostar.

UM ASSASSINO BENEFICIADO COM A LIBERDADE

O jornalista Pimenta Neves matou, com dois tiros pelas costas, de forma fria e covarde, a ex-namorada, também jornalista, Sandra Gomide.
O fato se deu no ano de 2000. Somente em 2011, após condenado a quinze anos de reclusão, foi para Penitenciária de Tremembé (São Paulo), onde deu início ao cumprimento da pena.

Ainda que tenha cometido homicídio doloso (com a intenção de matar), a benevolência da lei penal brasileira lhe concede agora, após 1/6 do cumprimento da pena, em razão do bom comportamento no cárcere, o benefício do regime semiaberto. Nos EUA poderia teria sido condenado à pena de morte ou à prisão perpétua.

Os pais da vítima envelheceram e adoeceram durante estes 13 anos. Uma recente reportagem de televisão mostrou o sofrimento deles. Certamente que agora, com a notícia que favorece o assassino, a dor ante a complacência da lei e a saudade da filha amada será ainda maior.

Este é o país cuja lei protege assassinos em detrimento dos direitos humanos de suas vítimas e de seus familiares enlutados. Aqui a vida humana pouco vale. Basta matar e ter bom comportamento no cárcere que a progressão do regime carcerário e a liberdade plena serão breves Ao que tudo indica, o crime compensa.

COREIA E VIETNAM TAMBÉM SERIAM INTERVENÇÕES RÁPIDAS


 
Se o presidente Barack Obama concretizar o ataque militar à Síria, como está anunciando, terá cometido o maior erro de seu mandato, cujas consequências no mundo terão efeitos imprevisíveis.

Acenderão o estopim de um conflito internacional sumamente arriscado. Dizer que o ataque será uma ação rápida representa uma versão que pode se chocar com a realidade.
A ação na Coreia, em 1950, causou uma guerra que durou três anos na qual morreram 61 mil americanos, cujos nomes estão escritos nas pedras da Praça Lincoln, situada entre o Memorial daquele presidente e a Casa Branca.
  

As ações no Vietnam, iniciadas em 1962 pelo presidente Kenedy, acabaram se estendendo por dez anos, até os governos Nixon e Gerald Ford. Da mesma forma que na Coréia, 60 mil americanos perderam a vida nos pântanos do sudeste asiático. Não vale a pena nem citar também o ataque ao Iraque.

Para se ter uma ideia da teia das contradições em que o presidente dos EUA está conduzindo o país, basta focalizar a reação da opinião pública. Segundo noticiou o Jornal de William Bonner e Patrícia Poeta, uma pesquisa divulgada pelo Washington Posto revelou que 70% da população americana são contra qualquer forma de ataque. Tal índice vai contribuir para aumentar a resistência do Congresso, a quem Obama recorreu nitidamente buscando dividir a gravíssima responsabilidade dos atos.
 

O Conselho de Segurança da ONU já manifestou sua oposição frontal. Para tornar mais denso o panorama, matéria de Clóvis Rossi, enviado especial da Folha de São Paulo à Rússia para cobrir a reunião do G-20, revela que o Canal 1 da TV divulgou na noite de quarta-feira, o posicionamento do presidente Putin. Ele anunciou que enviará armamentos ao governo Assad, se Obama desfechar o ataque.
 

A reportagem de Clóvis Rossi foi publicada na edição da FSP de quinta-feira 5. A indústria de armas está torcendo para a explosão de uma nova guerra. Os lucros serão enormes. Tão grandes quanto o desgaste de Barack Obama nos Estados Unidos e no mundo. O Partido Democrata está dividido. O Partido Republicano será beneficiado nas eleições parlamentares de 2014 como reflexo do erro enorme do presidente da nação.

08 de setembro de 2013
Pedro do Coutto