"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 31 de outubro de 2015

OCASO CRUEL




Lula boné 1

Tudo na vida tem um começo, um meio e um fim. Aquele que detecta o bom momento pra se lançar e, mais tarde, percebe que é hora de se afastar, dá mostra de inteligência, de contacto com a realidade e de simples bom senso.
Há quem carregue, embutido e de instinto, esse«timing», que os dicionários traduzem comosensibilidade para o momento propício de realizar ou de perceber a ocorrência de algo. Quem tem essa qualidade, tem. Quem não tem fica devendo.
Nosso guia, a quem muitos emprestam inteligência fora do comum – será? – não foi brindado pela natureza com esse dom. Seu decantado senso de oportunidade (ou de oportunismo, se preferirem) foi incapaz de detectar que, ao final do segundo mandato na presidência da República, tinha atingido o auge. Não se deu conta de que aquele era o momento ideal para recolher-se e sair de cena.
Chamada do Estadão, 25 nov° 2015
Chamada do Estadão, 25 nov° 2015
Rico, prestigiado, já beirando os setenta anos, deveria ter-se retirado. Teria conservado, intacto e para sempre, o fascínio que um dia havia despertado em meio Brasil. Uma palestra aqui, outra ali, talvez um livro de memórias ditado a um escriba de aluguel – essas teriam sido atividades condizentes com a aura que o circundava. É o que se espera de um ex-presidente.
Lula caricatura 2No entanto, um envaidecido Luiz Inacio acalentou a ilusão de onipotência e foi incapaz de se dar conta de que tudo o que sobe acaba caindo um dia. Tendo perdido o contacto com a realidade, pagou pra ver. E está vendo.
Para quem um dia andou de carruagem com a rainha da Inglaterra, há de ser terrível ter de viver recluso, longe do povo, fugindo de lugares públicos onde, certo como dois e dois são quatro, será vaiado. Restou-lhe enfiar um boné vermelho no cocuruto e deitar falação para plateias amestradas.
A confiar na mais recente pesquisa de opinião, nosso guia não tem esperança de voltar ao cargo maior. Se 55% não votariam nele de jeito nenhum, la messe est dite, como se diz na França: a missa acabou. Miserere nobis.
31 de outubro de 2015
José Horta Manzano

UM TIRO NA LAVA JATO


Partiu de um juiz federal uma argumentação que compara a busca da colaboração com a Viúva às torturas

Numa entrevista ao repórter André Guilherme Vieira, o juiz João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Federal de São Paulo, disse o seguinte:

“Que diferença tem a tortura de alguém que ia para o pau de arara para fazer confissões e a tortura de alguém que é preso e só é solto com tornozeleira depois que aceita a delação premiada?”

Como magistrado, ele sabe que há uma primeira diferença: a tortura é ilegal, e a colaboração com a Justiça é um mecanismo previsto em lei.

Felizmente, o doutor também não sabe o que é um pau de arara. Quando a tortura faz parte do processo de investigação, uma sessão de suplícios não é tudo. O preso volta para a cela sabendo que, a qualquer momento, poderá ser pendurado de novo no pau de arara. Essa é outra diferença, tenebrosa.

Em 2009, a empreiteira Camargo Corrêa foi apanhada pela Operação Castelo de Areia. Era acusada de aspergir propinas em troca de contratos. Deu em nada. Na Lava-Jato, o presidente da Camargo foi preso e, diante das provas que havia contra ele, fez um acordo com o Ministério Público. Não chegou a essa decisão pelo constrangimento da prisão preventiva. Ele e todos os outros colaboraram para reduzir as penas a que eventualmente seriam condenados. Tanto é assim que mais de uma dezena de colaboradores fizeram acordos sem que fossem decretadas suas prisões preventivas. Todos trocaram o risco de uma condenação a uma longa permanência em regime fechado pela admissão de culpas e pela revelação de esquemas criminosos. Para um réu do andar de cima, é melhor ficar de tornozeleira na sua casa de Angra dos Reis do que temer o cotidiano de uma penitenciária.

Entre o fiasco judicial da Castelo de Areia e a Lava-Jato, ocorreu uma novidade: o julgamento dos réus do mensalão. Nele, Kátia Rabelo, ex-presidente do banco BMG, foi condenada a 16 anos de prisão e José Dirceu, o ex-chefe da Casa Civil, foi para a penitenciária. O “efeito Papuda” mostrou que as portas dos cárceres estavam abertas para o andar de cima e abriu o caminho para as confissões da Lava-Jato.

Graças a essa operação, a Camargo Corrêa fechou um acordo de leniência com o Ministério Público e poderá se transformar numa empreiteira de obras públicas que não suja sua marca. Coisa jamais vista desde 1549, quando Tomé de Souza desembarcou no Brasil trazendo mestres de obras para fundar uma cidade na Baía de Todos os Santos.

Com quatro séculos de experiência, os interesses e costumes abalados pela Lava-Jato defendem seus interesses. Depois de oito meses de inútil teatralidade, a CPI da Petrobras terminou seus trabalhos. Entre as sugestões que colheu, está a de impedir a colaboração de pessoas presas. Resta saber se esse critério valeria para as confissões da turma do andar de baixo. A CPI foi relatada pelo deputado Luiz Sérgio (PT-RJ).

O juiz Gonçalves tem na sua Vara a ação penal que trata lavagem de dinheiro por empresas de equipamentos ferroviários daquilo que se denominou Caso Alstom. Nele investigam-se, há sete anos, contratos assinados durante governos tucanos. Mudou de cara quando a empresa alemã Siemens passou a colaborar com o Ministério Público de seu país. Durante a campanha eleitoral do ano passado, a doutora Dilma referiu-se a esse escândalo: “Todos soltos”.


31 de outubro de 2015
Elio Gaspari é jornalista, in Globo

INSEGURANÇA DE RAIZ

Você sabia?

Insegurança é componente importante do espírito brasílico.
A desonestidade e a criminalidade geram insegurança e transformam o honesto cidadão em refém da violência de criminosos.
Caravela 2As artes da política transmitem tremenda insegurança – fica a impressão de que todos os do andar de cima, embora podres, sejam intocáveis.
A insegurança jurídica é proverbial. Vai-se dormir à noite sem ter certeza de que, no dia seguinte, leis e regulamentos ainda serão os mesmos.
Essas incertezas não vêm de hoje. Marcam a história do país desde o dia em que foi lavrada sua «certidão de nascimento». Falo da carta de Pero Vaz de Caminha, bordada com arte e carinho pelo escriba da esquadra de Cabral.
A missiva é cristalina ao datar a descoberta – ou o achamento, como prefiram – da terra tropical. Diz ela: «nos 21 dias de abril (…) topamos alguns sinais de terra, os quais eram muita quantidade de ervas compridas, a que os mareantes chamam botelho». No dia seguinte, foi avistado um «monte mui alto e redondo», além de serras e de terra chã com grandes arvoredos. Pronto o Brasil estava achado. E era 22 de abril.
Acontece que essa carta, devidamente guardada nalgum escaninho da burocracia lusa, não foi consultada durante 300 anos e acabou esquecida. Só viria a ressurgir no século XIX. Enquanto isso, o Brasil já se havia declarado independente da metrópole. Na complexa organização do novo país, foi buscada uma data de fundação. Na falta de informação segura, foi privilegiado o dia 3 de maio. E por quê?
Descobrimento 1A insegurança gerada pela ausência de provas documentais fez supor que o primeiro nome dado à terra – Vera Cruz – viesse do dia que a hagiologia católica consagra à celebração da verdadeira cruz, justamente o 3 de maio. (Entre parênteses: com o nome de Cruz de Mayo, esse dia ainda é festejado em alguns países da América Hispânica.)
Carta de Pero Vaz sobre o achamento
Carta de Pero Vaz sobre o achamento
Ao fixar os feriados oficiais, a República fundada em 1889 manteve a comemoração da chegada dos primeiros europeus em 3 de maio. Por essa altura, a carta de Pero Vaz já havia reaparecido – portanto, já se sabia que a verdadeira data não era aquela. Assim mesmo, por comodidade, deu-se preferência a manter a celebração no dia de Vera Cruz. Como o dia de Tiradentes, 21 de abril, já era dia de festa, não convinha impor dois feriados seguidos.
Não foi senão durante a ditadura de Getúlio Vargas que a História se rendeu oficialmente à evidência: estava-se comemorando no dia errado. De uma pedrada, derrubaram dois coelhos: o descobrimento passou a ser celebrado dia 22 de abril que, ao mesmo tempo, deixou de ser dia feriado.
Eu não seiMeus pais me contavam que o Brasil tinha sido descoberto em 3 de maio e eu não entendia por que, na escola, me ensinavam data diferente. A insegurança sobre as datas só se desfez muitos anos depois, quando eu descobri que eles me ensinavam tal como haviam aprendido na escola.
O distinto leitor há de convir que, numa terra que já começou com provas documentais desaparecendo de circulação, não espanta que a insegurança continue sobressaindo. Fazer sumir provas tornou-se esporte nacional. Decididamente, vivemos na terra do «eu não sabia de nada».
31 de outubro de 2015
José Horta Manzano

ENTENDA A CORRUPÇÃO NO BRSAIL

Entenda a corrupção no Brasil - YouTube

www.youtube.com/watch?v=PTDIhB09uWA
4 de set de 2011 - Vídeo enviado por TV FOLHA
TV mostra como o Brasil perde, todos os anos, R$ 6 bilhões de reais.


31 de outubro de 2015
m.americo

BATENDO FORTE

ENEM 2015.

Bem meus caros, após um longo e tenebroso inverno resolvi dar uma passadinha pelo cafofo.

Pra falar a a verdade não tenho mais estômago para bater nos PTralhas, a bandalheira contínua e irrestrita mexem profundamente com o meu humor, e para ter uma vida um pouco mais razoável é melhor manter distância de assuntos nada edificantes uma vez que após sete anos batendo nos PTralhas TODOS os blogueiros de oposição só conseguiram úlceras e pressão alta, pois na verdade NADA muda.

Bem, as provas do ENEM 2015 estão causando polêmica por terem questões que não tem nada a ver com o ensino médio tradicional. O negócio é fazer ideologia e pregar o esquerdismo burro que já está comprovado pelo planeta que não funciona. 

Onde as esquerdas se instalam o atraso social, educacional e econômico batem recordes. Mas...ainda existem aqueles idiotas que acreditam que ser de esquerda é ser progressista...Progresso que cresce feito rabo de cavalo, sempre para baixo.

O que a imensa maioria dos alunos e dos críticos do ENEM não perceberam nessa manobra é que o exame está direcionado para os grupos ditos "sociais" que rezam a cartilha vermelha e recebem altas doses de lavagem cerebral e muito pouco de ensino tradicional de fato.

Enquanto o jovem médio do Brasil se racha em estudar as matérias tradicionais que são aplicadas em qualquer prova razoável de ensino médio, os vermelhinhos ficam fazendo proselitismo e lavagem cerebral preparando uma parcela da sociedade para ascender aos bancos universitários para acabarem se tornando maioria a ponto de expulsarem os conservadores, os liberais, os neo liberais, os republicanos, os democratas e os de direita do ensino universitário. Ainda veremos turbas de tarados queimando livros em praça pública, escrevam aí.

Estas provas do ENEM mostraram aos esforçados estudantes que o que vale é estar dentro dos assuntos irrelevantes da esquerda e nada sobre o conhecimento que construiu as sociedades desenvolvidas do planeta.

A manobra é tão nítida que chega a ser irritante, porém a imensa maioria da população não percebe essa manipulação, usam a cartilha vermelha para doutrinar a minoria "organizada" enquanto a maioria desorganizada e torcedora estuda a valer para se dar bem. E quando o exame é preparado pela quadrilha, eles sabem o que colocar nas provas para favorecer aos que aderem ao ideológico.

Uma revolução sem armas, irão sucatear ainda mais as universidades públicas a ponto de todas elas formarem..ou, ao menos, manterem dentro das instituições os grupelhos que vivem de fazer esquerdices e nada de pensarem em trabalho e crescimentos social, o estado suprirá todas as necessidades. 

É certo que com o aparelhamento das instituições e com a expulsão dos conservadores e dos de direita dos bancos universitários manobrada pela esquerda e com o país entrando célere em uma ditadura Boiolivariana não será necessário ter conhecimento algum, pois no socialismo todos são iguais na falência total do ser humano, burros, pobres, desempregados com minorias xexelentas que ditam regras e extremamente dominados pela elite opressora de la revolución.

Outra coisa odiosa nas provas do ENEM é ver parcela da imprensa dando plantão diante dos locais de provas apenas para mostrar a tragédia e a tristeza dos alunos que por qualquer motivo chegam atrasados e dão com os "fucinhos" em portões ditatorialmente fechados à base da truculência e até do sadismo. 
E saibam que no treinamento vermelho também está a chegada aos locais de provas super cedo para que os manipulados não percam suas provas e em número ainda maior se favoreçam com o atraso de eventuais candidatos da classe média filhinhos de papai que poderiam tomar uma vaga ou outra da cumpanherada.

O ENEM, se levado a sério e feito de forma correta é uma puta sacada para aquele que pretende entrar em uma instituição pública para poder estudar de verdade, mas da forma que está e com regras muito obscuras o ENEM não passa de uma trampolinagem rasteira de apoderamento do "ensino" Tupiniquim pela quadrilha vermelha. 

Já tem regras de cotas que prejudicam os que realmente estudam e não se colocam dentro das minorias protegidas por essa aberração. E com provas ideologicamente direcionadas para a cumpanherada o ENEM se torna a revolução do proletariado atacando o ensino.

E cá entre nós, para que um jovem de classe média tradicional que se enfiar em instituição pública? Nenhuma pública Tupiniquim consta dos rankings de excelência pelo mundo, este ano fizeram greves de quase meio semestre e os alunos de verdade que se phodam, estão sucateadas, sem verbas para pesquisa e algumas ameaçam fechar por falta de repasses do MEC.

As universidades públicas estão sucateadas, sem regras com ensino deficiente e viraram um arcabouço do atraso e da ideologia. 
Com greves sem fim e com o aparelhamento vermelho aquele que pretende estudar a fundo vai ter que ir para as instituições particulares, (não que as particulares estejam livres do apequenamento ideológico, tenho conversado com jovens recém formados ou estudando em instituições particulares e vejo o quanto estão equivocados e aparelhados pelo esquerdismo de professores maconheiros, viados* e cotistas a serviço do desmonte da sociedade Tupiniquim.) 

Hoje, ir para uma universidade pública a única coisa que o aluno não irá fazer é estudar, uma vez que vai passar muita raiva e arrumar muita briga ou vai acabar engolido pelos vermelhos do quanto pior melhor. Aqueles que pagam de descolados conhecedores de qualquer assunto, mas raramente saem da própria mediocridade.

 Se não tirarem esses ratos do poder nossa sociedade apodrecerá tão rápido quanto apodreceram a ARGHentina ou a Merdezuela, e mesmo que tirem essa camarilha do poder levaremos décadas para recolocar o país nos trilhos novamente. O PT subiu ao poder e atrasou o Brasil apenas algumas décadas.

E no mais...


PHOD@-SE!!!
..........................
* E como esquerdóides burros e "sem preconceitos" adoram atacar a qualquer um que tenha opinião formada sobre o homossexualismo rotulando de homofóbico....
Deixo claro que existe uma diferença entre viado e homossexual. 
Alguns professores vermelhos e outros tantos esquerdóides são viados e ponto final.
E se vcs vermelhinhos de merda não sabem a diferença entre um e outro, meus mais sinceros PHOD@M-SE, e não adianta ficarem postando respostinhas rancorosas no Blog que não passam pela moderação.

OTÁRIOS!!

31 de outubro de 2015
omascate

PETISTA GOSTA MESMO É DE PIXULECO...

O pixuleco capitalista do petista Marco Maia: apto de R$ 2,5 milhões em Miami.


(Da Veja) As histórias mais comuns de corrupção normalmente envolvem a parceria de um empresário ganancioso com um político desonesto. O primeiro é agraciado com contratos públicos milionários. Em troca, distribui recompensas como malas de dinheiro, carros importados, imóveis de luxo. 
No rastro da Operação Lava-Jato, a Polícia Federal descobriu que um grupo de petistas montou um esquema de negócios escusos no Ministério do Planejamento. O padrão era o mesmo do petrolão.

Em troca da assinatura de um contrato vultoso, a empresa repassava parte do valor recebido para o PT. Seguindo o dinheiro, os policiais e procuradores identificaram quem arrecadava e quem recebia a propina. 
Chegaram então a figurões do PT beneficiados pelo dinheiro sujo na forma de financiamento de campanha eleitoral, presentes e regalias, entre elas o direito de usufruto de um apartamento em Miami. 
Chamou a atenção dos investigadores esse imóvel de alto padrão fincado no belíssimo litoral da capital hispânica dos EUA, refúgio de fortunas honestas e desonestas.

A história do apartamento em Miami começou a ser contada em agosto passado, quando a Polícia Federal prendeu Alexandre Romano, ex-verea­dor petista de Americana, no interior de São Paulo. 
Romano atende pelo apelido de Chambinho. De apenas um contrato milionário dado pelo Ministério do Planejamento à empresa de informática Consist, foram desviados 50 milhões de reais. Chambinho cuidava da distribuição da bolada. 

Como era praxe, João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, ficava com fatias gordas. A polícia calcula que Vaccari tenha recebido do esquema cerca de 10 milhões de reais. Parte considerável do dinheiro desviado beneficiou também a senadora Gleisi Hoffmann, ex-ministra da Casa Civil (PT-PR), e o marido dela, Paulo Ber­nardo, ex-ministro do Planejamento no governo Dilma. 

VEJA revelou que a escritura do apartamento em Miami estava entre o material reunido pelos policiais na apuração do caso Consist. 
A revista descobriu ainda que Marco Maia (PT-RS), ex-presidente da Câmara dos Deputados, passou férias no imóvel hoje sob suspeita. Maia afirmou a VEJA que, a convite de Chambinho, se hospedou no apartamento por dez dias, mas "uma única vez".

Depois do depoimento do ex-vereador Chambinho à polícia, o apartamento de Miami ganhou enorme relevância na investigação. 
Em depoimento prestado aos investigadores no curso das negociações para fechar um acordo de delação premiada, o ex-vereador disse que o apartamento está registrado em nome de uma empresa aberta por ele na Flórida, mas que Marco Maia é o verdadeiro dono do imóvel, comprado por 671 000 dólares (2,5 milhões de reais no câmbio da semana passada). 

Se se confirmar a revelação feita aos policiais, além de coletor e distribuidor de propinas, Chambinho - que tem em seu nome um segundo apartamento no mesmo condomínio - se prestava ao papel de "laranja" de luxo.

O apartamento sob investigação tem 164 metros quadrados, fica na South Tower at The Point - e conta com três quartos e dois banheiros. O prédio faz parte de um condomínio de cinco edifícios situado a poucos metros da praia e proporciona aos condôminos o uso de uma marina e de um spa. Os investigadores já tinham indícios de que Chambinho fala a verdade sobre a propriedade do imóvel em Miami. 

A polícia sabe, por exemplo, que a decoração do apartamento que o ex-vereador diz pertencer a Marco Maia foi feita sob orientação da mulher do deputado. 
Por decisão do Supremo Tribunal Federal, que não encontrou conexão do caso Consist com o petrolão, a investigação saiu da alçada do juiz Sergio Moro, em Curitiba, e agora corre na Justiça Federal de São Paulo. 
A parte relativa aos políticos com foro privilegiado será remetida ao STF, a cujos ministros, em última instância, Marco Maia deverá se explicar.

31 de outubro de 2015
in coroneLeaks

"É FATO QUE NÃO HÁ GOVERNO" - DIZ MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

CUNHA NÃO TEM AUTORIDADE NO IMPEACHMENT, LULA NÃO É SEMIDEUS E DILMA JÁ TERIA CAÍDO NO PARLAMENTARISMO, DIZ MINISTRO DO STF


MARCO AURÉLIO MELLO PROPÕE UMA 'RENÚNCIA COLETIVA' NA ESPLANADA. FOTO: MARCELO CAMARGO/ABR



Em entrevista à revista IstoÉ desta semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello, avaliou a situação da crise institucional e econômica que o Brasil enfrenta. 

Segundo ex-presidente do STF, que se aposenta em julho de 2016, sua ideia é uma renúncia coletiva da presidente Dilma, do vice-presidente Michel Temer, e dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros. 
Para o ministro do Supremo, se o Brasil vivesse sob um regime parlamentarista, Dilma já teria caído.

Veja abaixo a entrevista na íntegra:

Istoé - O sr. lançou a ideia da renúncia coletiva por não ver saída para a crise?

Marco Aurélio Mello - Não podemos continuar nesse estado em que não há um diálogo entre os poderes Executivo e Legislativo e não se toma as medidas que impeçam o País de ir à bancarrota. O desemprego está se agravando. Claro que julgo as pessoas por mim. Numa situação dessas, eu teria essa iniciativa. Colocaria em segundo plano um interesse individual para privilegiar o coletivo. 
A verdade é que o Brasil está parado. Há uma crise econômica. E é fato notório que não há governo.

Istoé - Não há governo?
Marco Aurélio - Não há governo. A pessoa que ocupa a cadeira de presidente da República precisa contar com apoio para governar. A presidente está superisolada. Como pode governar o País, se ela praticamente fala às paredes, sem ressonância maior? 
Não acredito na renúncia de Dilma, até por sua resistência invulgar. Não conheço um caso de renúncia por grandeza. Na história recente do Brasil, tivemos a renúncia do presidente Janio Quadros. O ex-presidente Collor renunciou quando estava tendo início o julgamento no Senado Federal. 
Não sei se hoje o País está melhor. Acho que está pior. O ocorrido no passado foi traumático. Implicou num desgaste, inclusive internacional, para a nação. 
Com uma renúncia coletiva, ainda que utópica, teríamos novas eleições para a presidência, e para as casas legislativas.

Istoé - Como vê a situação do presidente da Câmara?
Marco Aurélio - A situação é embrionária. Estamos na fase de inquéritos. Temos de aguardar instruções, se houver processo crime com recebimento de denúncia. Uma delas já foi apresentada pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot. Enquanto ele for presidente da Câmara, o recebimento ou não cabe ao plenário. Não há espaço para açodamento, sob pena de não se observar o figurino legal. 
Se o juízo, depois da compreensão da culpa, ficar sedimentado, aí a consequência será a condenação. Por ora, é cedo para presumirmos a culpa. 
Mas os fatos que têm vindo à tona são lastimáveis. Principalmente, porque se trata de um homem que está presidindo a Câmara dos Deputados. O presidente da Câmara deveria ser um deputado acima de qualquer suspeita. Mas ainda não há culpa formada e temos de ver a realidade...

Istoé - Por mais rodriguiana que seja?
Marco Aurélio - Por mais, por mais que seja... Temos de observar a realidade.

Istoé- E que tem o poder de pautar um processo de impeachment...
Marco Aurélio - Aí é que está. Pela lei 1.079, o pedido de impeachment tem que ser submetido, a quem? Não é ao presidente da Câmara, mas ao colegiado da Câmara, aos 513 deputados, que, então, votarão para saber se deve ter sequência ou não o processo de impeachment. 
Quem define se o pedido de impeachment deve ter sequência não é o todo poderoso presidente da Câmara. Seria um poder muito grande para um homem único, não? 
Pela ordem jurídica existente, pela lei aprovada pelo Congresso, ele não tem esse poder. Isso é um equívoco. É não ler a lei 1.079, de 1950, que definiu o processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor.

Istoé - E a postura da oposição?
Marco Aurélio - Uma coisa é o jogo político, outra coisa é o direito positivo, que tem de ser observado. Paga-se o preço por vivermos em um Estado Democrático de Direito: o respeito irrestrito à Constituição Federal. Quem define as regras do jogo não é o presidente da Câmara, criando o critério de plantão.

Istoé - As pedaladas fiscais são suficientes para o impeachment?
Marco Aurélio - Não sei. Cabe à Câmara definir se há fato jurídico suficiente.

Istoé - A sensação é de que a corrupção tomou conta de tudo. O que acontece com uma nação quando perde a confiança e a esperança?
Marco Aurélio - A nação fica esfacelada. Essa história de que o povo brasileiro é pacífico tem limite. Nós vimos quebra-quebra nas manifestações de 2013. Foram atacados prédios públicos e privados e a população se mostrou agressiva. 
Na época, disse que “Vem pra rua” deveria ser substituído por “vem pra urna”, para tentarmos eleger bons representantes. A apatia não pode ser o mal da nossa geração. A sociedade tem o costume de posar de vítima, mas é responsável pelos políticos que foram eleitos e praticam atos que repercutem em nossas vidas.

Istoé - O sr. crê em recrudescimento?
Marco Aurélio - Acredito. As circunstâncias não nos asseguram a tranqüilidade. Me ponho na posição do cidadão que perde o emprego, e constata que a corrupção chegou a um ponto inimaginável. Em 44 anos, houve um crescimento populacional de 130%. Em 1970, éramos 90 milhões. Hoje somos 205 milhões. A saúde, a segurança pública, o saneamento, o transporte cresceram nessa proporção? Não. O contexto gera temor.

Istoé - O que sr. mais teme?
Marco Aurélio - Que a paciência da população se esgote e que isso exija a intervenção de forças repressivas. O risco de ruptura é latente, ele surge em função do considerável inconformismo da sociedade. É fácil a pessoa falar quando a crise ainda não a alcançou. Quando a fonte de sustento seca, surge uma revolta interior.

Istoé - A democracia está ameaçada?
Marco Aurélio - Risco à democracia, não temo. Vivemos ares democráticos, constitucionais, e não há campo para retrocessos. O que precisamos é de correção de rumos. Os interesses políticos paroquiais não podem prevalecer. 
Há um esgarçamento constitucional visível, o que é ruim para tirar o Brasil da estagnação. Mas as instituições estão funcionando, a Polícia Federal, o Ministério Público, a magistratura. É um alento que nos dá esperança de dias melhores.

Istoé - Falta ao País um corpo dirigente mais preparado, com mais integridade?
Marco Aurélio - Falta um corpo dirigente mais compenetrado de que cargo público é ocupado para servir aos semelhantes, e não em benefício próprio. Graças a uma imprensa livre, os problemas não são escamoteados e varridos para debaixo do tapete.

Istoé - Depois do mensalão, surgiu o petrolão, com níveis de corrupção numa escala tão maior...
Marco Aurélio - Em 2006, eu disse que havia surgido o maior escândalo da República. Hoje, dou a mão à palmatória. Depois do escândalo na Petrobras, o mensalão poderia ser julgado pelo juizado de pequenas causas.

Istoé - Hoje o salvador da pátria é o juiz Sergio Moro. Joaquim Barbosa teve seu momento. O Brasil precisa de heróis?
Marco Aurélio - Somos carentes de homens exemplares. Quando alguém começa realmente a cumprir o seu dever, passa a ser herói. Temos, no Brasil, muitas pessoas compenetradas no dever de servir. Não temos apenas um juiz. Temos milhares.

Istoé - Como o sr. entende o caso da busca e apreensão no escritório do filho do ex-presidente Lula?
Marco Aurélio - Lastimável. O desejável era não haver esses fatos, desagradáveis para eles e para a sociedade. Mas, se houve desvio de conduta, que seja apurado. E se configurado, que pague pelo desvio quem o cometeu.

Istoé - Como o sr. avalia Lula hoje?
Marco Aurélio - O ex-presidente Lula é um ex-presidente. Ele precisa dar o exemplo. Um ex-presidente da República deve ser um farol para os brasileiros. Será que podemos tomar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um norte para os cidadãos? Tenho minhas dúvidas. Ele não é um semideus. A não ser os programas sociais, que aumentaram para se corrigir as desigualdades, eu não vejo outros atos do ex-presidente Lula que mereçam elogios.

Istoé - Outro filho do ex-presidente Lula, Fábio, pediu acesso à delação premiada de Fernando Baiano e foi negada pelo Supremo. Por que?
Marco Aurélio - Processo algum pode ser cercado de mistério. Se há algo que já está encartado nos autos, há o direito de acesso do envolvido e de seus representantes legais. É o princípio básico, sob pena de não observarmos o devido processo legal. O mistério deve ser afastado: no âmbito da administração pública, a regra é a publicidade. Se dizem que estou envolvido, tenho direito de acesso para me defender do objeto da delação. É um princípio que eu repito há 36 anos, como juiz.

Istoé - O sr. acredita que o PT esteja destruído como partido?
Marco Aurélio - Isso é visível. Imaginávamos que havia um partido no Brasil, o PT, que viria para implantar transformações, inclusive culturais. Ficamos todos decepcionados com o desempenho do partido.

Istoé - O sr. tem dito que o processo de impeachment é traumático. Por que?
Marco Aurélio - O impeachment não está num quadro de normalidade. Presume-se que o mandato será cumprido à risca. Se vivêssemos no parlamentarismo, já teríamos um outro governo tocando o Brasil. Se o Brasil fosse parlamentarista e se fosse primeira ministra, Dilma já teria caído.

Istoé - Como o sr. vê a quantidade de delações premiadas da Lava Jato?
Marco Aurélio - Nunca vi tanta prisão preventiva quanto delação em minha vida. A nossa população carcerária provisória está praticamente no mesmo patamar dos presos em definitivo. Alguém só pode ser considerado culpado quando não caiba mais recursos para a sentença condenatória. Há alguma coisa errada.

Istoé - O sr. entende a prisão preventiva como forma de pressão para provocar a delação premiada?
Marco Aurélio - Isso é péssimo. Você não pode prender um homem, para fragilizá-lo e, com isso, chegar ao objetivo. Em Direito, o meio justifica o fim, não o inverso.


31 de outubro de 2015
diário do poder

TOP-TOP NA CPI

‘TOP TOP’ DEVE DEPOR SOBRE TRÁFICO DE INFLUÊNCIA
ASPONE DE GOVERNOS PETISTAS É SUSPEITO DE TRÁFICO DE INFLUÊNCIA


ASPONE DOS GOVERNOS PETISTAS É SUSPEITO DE TRÁFICO DE INFLUÊNCIA. FOTO: EBC


Os deputados Alexandre Baldy (PSDB-GO) e Miguel Haddad (PSDB-SP) entram na CPI do BNDES com requerimentos de convocação do de Marco Aurélio Garcia, aspone para assuntos internacionais aleatórios de Lula e agora de Dilma. O conhecido “Top Top” é suspeito de tráfico de influência na concessão de crédito do banco de fomento do governo federal para o financiamento de ditaduras africanas.

A suspeita é que o BNDES financiou obras em ditaduras, durante os governos do PT, porque nesses países não há órgãos de controle.

Países como Cuba, no Caribe, e ditaduras africanas não têm ministério público, tampouco tribunais de contas e auditores fiscalizando obras.

O dinheiro não era fiscalizado nas ditaduras financiadas, nem no Brasil: o BNDES negava acesso aos contratos até mesmo ao TCU


31 de outubro de 2015
diário do poder

LOBISTAS DE LUXO

ERENICE E ‘APS’ PODEM TER ATUADO NO CASO GRIPEN
EX-MINISTRA TERIA SE UNIDO A LOBISTA PARA FECHAR COMPRA DE CAÇAS

EX-MINISTRA TERIA SE UNIDO A LOBISTA PARA FECHAR COMPRA DE CAÇAS. FOTO: EBC


Investigadores ligados à Operação Zelotes apuram indícios de que Erenice Guerra, ex-ministra da Casa Civil do governo Lula, defendia os interesses dos caças suecos Gripen, na disputa pela compra bilionária dos aviões de combate pelo governo brasileiro. Seu parceiro nesses entendimentos seria o lobista Alexandre Paes dos Santos, conhecido pelas iniciais “APS”, preso na quarta etapa da Operação Zelotes.

Indícios da parceria Erenice-APS teriam sido encontrados durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão.

A presidente Dilma esteve na Suécia, este mês, para sacramentar o negócio de R$ 34 bilhões, na compra dos caças Gripen.

Erenice era sub de Dilma na Casa Civil e a substituiu, nos últimos 9 meses do governo Lula, quando a amiga virou candidata a presidente.

O Brasil comprou 36 aviões de combate Gripen, fabricados pela Saab, ao custo de US$ 5,4 bilhões, correspondentes a R$ 21,5 bilhões.



31 de outubro de 2015
diário do poder

COAF ESTOURA CONTAS SUSPEITAS DE LULA E DOS SEUS AMIGOS


Matéria Exclusiva da Revista Época. Para ler na revista clique aqui.

Há duas semanas, analistas do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, mais conhecido pela sigla Coaf, terminaram o trabalho mais difícil que já fizeram. O Coaf, subordinado oficialmente ao Ministério da Fazenda, é a agência do governo responsável por combater a lavagem de dinheiro no Brasil
Reúne, analisa e compartilha com o Ministério Público e a Polícia Federal informações sobre operações financeiras com suspeita de irregularidades. Naquela sexta-feira, dia 23 de outubro, os analistas do Coaf entregavam à chefia o Relatório de Inteligência Financeira 18.340. 
Em 32 páginas, eles apresentaram o que lhes foi pedido: todas as transações bancárias, com indícios de irregularidades, envolvendo, entre outros, os quatro principais chefes petistas sob investigação da PF, do Ministério Público e do Congresso.

SEGURO O ex-presidente  Lula e o relatório do Coaf (acima). Também foram identificadas operações de compra de títulos  de previdência  por R$ 6,2 milhões (Foto:  )

Eis o quarteto que estrela o relatório: Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República, líder máximo do PT e hoje lobista; Antonio Palocci, ministro da Casa Civil no primeiro mandato de Dilma Rousseff, operador da campanha presidencial de 2010 e hoje lobista; Erenice Guerra, ministra da Casa Civil no segundo mandato de Lula, amiga de Dilma e hoje lobista; e, por fim, Fernando Pimentel, ministro na primeira gestão Dilma, também operador da campanha presidencial de 2010, hoje governador de Minas Gerais. O Relatório 18.340, ao qual ÉPOCA teve acesso, foi enviado à CPI do BNDES
As informações contidas nele ajudarão, também, investigadores da Receita, da PF e do MP a avançar nas apurações dos esquemas multimilionários descobertos nas três operações que sacodem o Brasil: Lava JatoAcrônimo e Zelotes. Essas investigações, aparentemente díspares entre si, têm muito em comum. Envolvem políticos da aliança que governa o país e grandes empresários. 
No caso da CPI do BNDES, os parlamentares investigam as suspeitas de que os líderes petistas tenham se locupletado com as operações de financiamento do banco, sobretudo as que beneficiaram o cartel de empreiteiras do petrolão.

FARTURA A empresa de Palocci movimentou as maiores quantias. O relatório (acima) mostra, entre seus clientes, a Caoa, suspeita de comprar uma medida provisória (Foto:  )

MISTÉRIO O governador Pimentel também fez aplicações de R$ 676 mil no mercado segurador sem prestar informações sobre a origem do dinheiro, segundo o Coaf (acima) (Foto:  )

LOBISTA Erenice, ex-ministra de Lula. Uma empresa de seu filho recebeu dinheiro de Fábio Baracat, suspeito de pagar propinas por contratos com o governo  (Foto:  )

Ao todo, foram examinadas as contas bancárias e as aplicações financeiras de 103 pessoas e 188 empresas ligadas ao quarteto petista. As operações somam – prepare-se – quase meio bilhão de reais. Somente as transações envolvendo os quatro petistas representam cerca de R$ 300 milhões
Palocci, por exemplo, movimentou na conta-corrente de sua empresa de consultoria a quantia de R$ 185 milhões. Trata-se da maior devassa já realizada nas contas de pessoas que passaram pelo governo do PT. 
Há indícios de diversas irregularidades. Vão de transações financeiras incompatíveis com o patrimônio a saques em espécie, passando pela resistência em informar o motivo de uma grande operação e a incapacidade de comprovar a origem legal dos recursos.

GRANDE FAMÍLIA Lula e família. Uma de suas empresas transferiu R$ 48 mil a Fernando Bittar, sócio de um dos filhos do petista e dono de um sítio abribuído ao ex-presidente (Foto:  )

O Coaf não faz juízo sobre as operações. Somente relata movimentações financeiras suspeitas de acordo com a lei e regras do mercado, como saques de dinheiro vivo na boca do caixa ou depósitos de larga monta que não tenham explicação aparente. 
O Coaf recebe essas informações diretamente dos bancos e corretoras. Eles são obrigados, também nos casos previstos em lei, a alertar o Coaf de operações “atípicas” envolvendo seus clientes. 
É obrigação do Coaf avisar as autoridades sobre operações suspeitas de crimes. A lavagem de dinheiro existe para esquentar recursos que tenham origem ou finalidade criminosa, como pagamentos de propina. 
Não cabe ao Coaf estipular se determinada transação é ilegal ou não. Cabe a ele somente informar a existência dessa transação às autoridades competentes, caso essa transação contenha características de uma operação de lavagem de dinheiro. 
Foi isso que o Coaf fez no caso do quarteto petista. Cabe agora à PF, ao MP e ao Congresso trabalhar detidamente sobre as informações reveladas pelo Coaf.

31 de outubro de 2015
in coroneLeaks

ÉPOCA DENUNCIA ENRIQUECIMENTO DE LULA, PALOCCI, PIMENTEL E ERENICE



Revista ÉPOCA - capa da edição 908 - O dinheiro suspeito (Foto: Revista ÉPOCA/Divulgação)

Há duas semanas, analistas do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, mais conhecido pela sigla Coaf, terminaram o trabalho mais difícil que já fizeram. O Coaf, subordinado oficialmente ao Ministério da Fazenda, é a agência do governo responsável por combater a lavagem de dinheiro no Brasil. Reúne, analisa e compartilha com o Ministério Público e a Polícia Federal informações sobre operações financeiras com suspeita de irregularidades. Naquela sexta-feira, dia 23 de outubro, os analistas do Coaf entregavam à chefia o Relatório de Inteligência Financeira 18.340. Em 32 páginas, eles apresentaram o que lhes foi pedido: todas as transações bancárias, com indícios de irregularidades, envolvendo, entre outros, os quatro principais chefes petistas sob investigação da PF, do Ministério Público e do Congresso.


Eis o quarteto que estrela o relatório: Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República, líder máximo do PT e hoje lobista; Antonio Palocci, ministro da Casa Civil no primeiro mandato de Dilma Rousseff, operador da campanha presidencial de 2010 e hoje lobista; Erenice Guerra, ministra da Casa Civil no segundo mandato de Lula, amiga de Dilma e hoje lobista; e, por fim, Fernando Pimentel, ministro na primeira gestão Dilma, também operador da campanha presidencial de 2010, hoje governador de Minas Gerais.

NAS CONTAS BANCÁRIAS

O Relatório 18.340, ao qual Época teve acesso, foi enviado à CPI do BNDES. As informações contidas nele ajudarão, também, investigadores da Receita, da PF e do MP a avançar nas apurações dos esquemas multimilionários descobertos nas três operações que sacodem o Brasil: Lava Jato, Acrônimo e Zelotes. Essas investigações, aparentemente díspares entre si, têm muito em comum. Envolvem políticos da aliança que governa o país e grandes empresários. No caso da CPI do BNDES, os parlamentares investigam as suspeitas de que os líderes petistas tenham se locupletado com as operações de financiamento do banco, sobretudo as que beneficiaram o cartel de empreiteiras do petrolão.

Ao todo, foram examinadas as contas bancárias e as aplicações financeiras de 103 pessoas e 188 empresas ligadas ao quarteto petista. As operações somam – prepare-se – quase meio bilhão de reais. Somente as transações envolvendo os quatro petistas representam cerca de R$ 300 milhões. Palocci, por exemplo, movimentou na conta-corrente de sua empresa de consultoria a quantia de R$ 185 milhões. Trata-se da maior devassa já realizada nas contas de pessoas que passaram pelo governo do PT. Há indícios de diversas irregularidades. Vão de transações financeiras incompatíveis com o patrimônio a saques em espécie, passando pela resistência em informar o motivo de uma grande operação e a incapacidade de comprovar a origem legal dos recursos.

OPERAÇÕES ATÍPICAS

O Coaf não faz juízo sobre as operações. Somente relata movimentações financeiras suspeitas de acordo com a lei e regras do mercado, como saques de dinheiro vivo na boca do caixa ou depósitos de larga monta que não tenham explicação aparente. O Coaf recebe essas informações diretamente dos bancos e corretoras. Eles são obrigados, também nos casos previstos em lei, a alertar o Coaf de operações “atípicas” envolvendo seus clientes. É obrigação do Coaf avisar as autoridades sobre operações suspeitas de crimes. A lavagem de dinheiro existe para esquentar recursos que tenham origem ou finalidade criminosa, como pagamentos de propina. Não cabe ao Coaf estipular se determinada transação é ilegal ou não. Cabe a ele somente informar a existência dessa transação às autoridades competentes, caso essa transação contenha características de uma operação de lavagem de dinheiro. Foi isso que o Coaf fez no caso do quarteto petista. Cabe agora à PF, ao MP e ao Congresso trabalhar detidamente sobre as informações reveladas pelo Coaf.





31 de outubro de 2015
Thiago Bronzatto
Época