"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 23 de novembro de 2013

SÓ 12% DOS PAULISTANOS AVALIAM HADDAD COMO ÓTIMO OU BOM

 

haddad
Rejeição no primeiro ano
 
O PT tem em mãos uma pesquisa do Vox Populi, encomendada pelo partido, que revela um monumental índice de rejeição a Fernando Haddad. Apenas 12% dos paulistanos avaliam seu governo como ótimo ou bom.

23 de novembro de 2013
Lauro Jardim - Radar - Veja

AMAZÔNIA, BRASIL À PARTE

               

mapa_amazonia


Há mais de dez anos que escrevo sobre a necessidade do governo brasileiro olhar com carinho para lado do Brasil existente na Amazônia Legal.
Tudo que faz e processa investimento tem em sua maior conta apenas um lado do Brasil, o litoral. Isso é visível e óbvio já que temos poucos eleitores os quais tem peso em gramas nos resultados finais de eleições apesar de cerca de 25 milhões de pessoas, a população da Amazônia Legal.
De certo modo é até um benefício isto estar acontecendo porque diante da incapacidade de administrar é bem capaz que um desastre maior já teria acontecido. Somadas as ações dos governos estaduais e federal, a região amazônica parece ainda bem preservada, apesar deles.

 Uma das formas que poderá estabelecer uma administração capacitada para a região Amazônica será a criação do Ministério da Amazônia.
É verdade que já estamos saturados de tantos ministérios que, se quase, nada fazem e são meros penduricalhos de governo para agraciar os partidos políticos que cobram posições no governo em troca de apoio. São ministérios descompromissados com a causa nacional e da qual a Amazônia é parte importante no nosso cenário e no internacional.
Não bastasse, é uma região de riquezas incomensuráveis, sejam vegetais, animais, minerais, hídricas e por aí vai.
Tudo isso não recebe qualquer olhar com seriedade dos governos estaduais e federal, cabendo a iniciativa privada o desenvolvimento e exploração delas o que nem sempre, está dentro dos padrões de sustentabilidade e de razoabilidade no manejo dessa reserva fantástica da biodiversidade.

 A formação de núcleos habitacionais está se expandindo pelas vias vicinais que se infiltram pela Amazônia. São núcleos que aos poucos se transformam em micros regiões sem qualquer controle e conhecimento dos resultados maléficos.
A sua ação descontrolada pode vir a causar desequilíbrio e prejuízos a todo um sistema ecológico. Entendo que a instalação de unidades militares, de estudos e pesquisas é um primeiro passo de proteção para conter essa infiltração na região que considero a real região Amazônica: a Amazônia nativa.
É nela que deve o governo federal lançar o seu olhar e cuidados. A Amazônia Legal é uma fantasia nos dias atuais. Não é possível a convivência entre a Amazônia nativa e a criada para estimular a ocupação econômica, que foi e ainda é o objetivo de desenvolver a região brasileira dos estados de MT, RO, AC, RR, AP, AM, PA e parte do MA.

 Essa convivência legal de dois sistemas diversos é inaceitável. O conflito das disposições legais tem causa na incompatibilidade que cada uma delas tem com o seu momento de desenvolvimento e a legislação que vigora para a região da Amazônia Legal, como um todo, indivisível.
Deveríamos separá-las, com limites bem definidos, em região Pré Nativa e Nativa, com legislação apropriada a cada uma para atender, de forma realista, as suas necessidades e vocações.
Esta formatação poderia dar aos estados maior mobilidade econômica via legislação mais flexível e de acordo com sua capacidade de investimento.
O governo federal terá melhor foco de atuação e aproximação ante as exigências específicas econômicas e administrativas de cada região e suas demandas legais.

 A Amazônia Legal ocupa hoje 61% do território nacional e isso não pode ser desprezado pelo poder central. Está se tornando a viabilidade econômica da Nação, vide Mato Grosso que hoje é o celeiro do agronegócio do País e encontra sérias dificuldades legais para expandir seu território agricultável que está apenas na casa dos 27%, principalmente em razão de conflitos normativos.
Não há como atender cerrado e floresta ao mesmo tempo. Na mesma situação encontra-se a área da amazônia nativa formada por imensas florestas e detentora do maior banco genético do mundo e que o Brasil pouco ou nada aproveita de tal condição.
Podemos ter em seu interior, várias Universidades da Selva que seriam voltadas a uma formação específica para exploração econômica de sua biodiversidade e estudos de doenças tropicais, por exemplo.
A instalação de bases militares no interior dessa reserva colocaria freios a infiltração de exploradores danosos a toda região. É uma forma de o governo integrar, e por ela zelar definitivamente a região. A Amazônia não pode ser um Brasil à parte.

23 de novembro de 2013
Jornalista e Adv. Rapphael Curvo
Adv. Ellen Maia Dezan Curvo
OAB/SP 275669

FIQUE DE OLHO ABERTO!!!


 
23 de novembro de 2013
in mario fortes

"UM DIA SABEREMOS"

    
Ruy Castro, na Folha de S.Paulo de hoje. De certa forma, é mais uma coisa sobre as biografias não autorizadas. Vale a pena conferir.

John Kennedy, cujos 50 anos de morte aconteceram ontem, só perde, em número de livros a seu respeito, para Jesus Cristo, Napoleão, Hitler e, talvez, Marilyn Monroe e os Beatles. Fala-se em mais de 40 mil títulos sobre sua vida, seu governo (1961-1963) e sua época. Mesmo que tenham errado nos zeros e a verdade esteja em torno de 4.000, ainda é muito livro sobre uma só pessoa.

Se Kennedy tivesse sobrevivido e se reelegesse, sairia da Casa Branca em 1968 e logo publicaria suas memórias da Presidência --o que não o livraria de ter sua vida pessoal e política esquadrinhada por biógrafos, jornalistas e ensaístas. Foi assim com Roosevelt, Truman, Eisenhower, Johnson, Nixon, Carter, Reagan, Clinton e os Bush pai e filho. Entre na Amazon e morra de inveja: há dezenas de livros em inglês sobre cada um.

No Brasil, estamos longe dessa tradição de escrever sobre presidentes. Há uma considerável bibliografia sobre Getúlio e Juscelino, uma ou duas biografias de Jango e Castello Branco e livros bobos, de "causos", sobre Jânio. Mas onde estão as biografias de Dutra, Café Filho, Costa e Silva, Médici, Geisel, Figueiredo, Tancredo?

Grande parte da história moderna do Brasil permanece em arquivos, gavetas ou memórias, estas em processo de apagamento parcial ou definitivo. Apenas na área das ciências, Oswaldo Cruz, Rondon e Anísio Teixeira já podem ter merecido biografias, mas, e as de Carlos Chagas, Roquette-Pinto, Vital Brazil, Josué de Castro e Mario Schenberg?

O mesmo na literatura. Conhecemos a obra, mas como foi a vida de Bandeira, Drummond, José Lins do Rego, Cecília Meireles ou Guimarães Rosa? Um dia, saberemos se, afinal, Mário de Andrade era gay ou não, e se não era só a Pauliceia que era desvairada. E se isso tinha qualquer importância. Nesse dia, teremos, quem sabe, chegado à maioridade.
 
23 de novembro de 2013
noticias da paulicéia

AÉCIO COBRA EXPLICAÇÕES DE CARDOZO: "HOUVE ATENTADO À DEMOCRACIA"

O senador mineiro Aécio Neves (PSDB), provável candidato tucano à Presidência da República, afirmou neste sábado que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, precisa esclarecer sua participação no envio de um documento contendo denúncias contra tucanos à Polícia Federal. Cardozo admitiu nesta sexta-feira a VEJA, por meio de sua assessoria, que foi ele quem repassou à PF o depoimento atribuído a um ex-executivo da Siemens que acusa a cúpula do PSDB em São Paulo de envolvimento com o cartel que operava em licitações de trens e metrô no estado. A informação, publicada em primeira mão em VEJA.com, enterrou a versão da PF, subordinada ao Ministério da Justiça, que até então atribuía a origem do documento ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade.
 
Pela manhã, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio, disse que vai requerer uma audiência pública na Comissão de Fiscalização e Controle para esclarecer o envolvimento de Cardozo e do presidente do Cade, Vinícius Carvalho, no caso. No site do PSDB paulista, Sampaio critica a participação do ministro no episódio e a classifica como “inaceitável”. “Ao admitir que encaminhou o documento à Polícia Federal, o ministro demonstra claramente que integrou essa trama vergonhosa e sórdida com o uso de órgãos do governo federal para perseguir e atacar adversários políticos”, afirmou. “Há em curso uma ação ordenada que, para mim, tem dois objetivos claros: minimizar o impacto da prisão dos mensaleiros e jogar gasolina na fogueira contra o PSDB em São Paulo.”
 
Já Aécio, em participação na convenção do PPS, partido aliado do PSDB, disse que sua legenda defende que “qualquer denúncia seja apurada com rigor”, independente de qual partido pertença o denunciado. Mas ressalvou que não “pode haver precipitações, pré-julgamentos e muito menos a utilização da estrutura do Estado para um projeto político”. Para Aécio, houve “um atentado contra a democracia”. “Isso é extremamente grave, o que temos percebido no Brasil é a utilização das instituições de estado para um projeto político. É extremamente grave, jamais aconteceu antes”, disse Aécio a jornalistas. “O ministro precisa esclarecer de forma clara qual foi sua participação neste processo já que ele é o comandante da própria Polícia Federal”.
 
Aécio também disse que houve omissão de Carvalho. Antigo militante petista, Carvalho trabalhou como chefe de gabinete de Simão Pedro na Assembleia Legislativa paulista e omitiu essa relação em cinco currículos oficiais – inclusive em material entregue aos senadores que aprovaram sua indicação ao cargo. O Cade nega ter enviado as denúncias do ex-executivo da Siemens à Polícia Federal. “O PSDB está atento para cobrar explicações seja do ministro, seja do presidente do Cade, ou de qualquer pessoa que utilize a estrutura do Estado”, disse Aécio.
Câmara

Sampaio diz que Cardozo foi o destinatário da denúncia, a qual qualifica como “forjada”, porque o ex-diretor da Siemens pediu um emprego na Vale. “Nem o Cade, a Polícia Federal ou Ministério Público teriam condições de fazer essa indicação (para o cargo). Isso leva a crer que o denunciante foi até ao ministro porque sabia que, para ser atendido, teria de procurar o partido ou alguém do governo”, disse. Cardozo afirma que repassou o documento à PF “no estrito cumprimento do dever legal, para as devidas investigações”.
 
Um documento revelado nesta semana pelo jornal O Estado de S. Paulo apontou a suposta participação de políticos graduados de PSDB, DEM e PPS na formação de um cartel em licitações de metrô e trens no estado. As acusações constavam de um texto atribuído pelo jornal a Everton Rheinheimer. No mesmo documento, o ex-diretor da Siemens disse que o atual secretário da Casa Civil do governo Alckmin, Edson Aparecido (PSDB), teria recebido propina de multinacionais suspeitas de participar do esquema. Os secretários Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos), Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico) e José Aníbal (Energia) também são citados por Rheinheimer.
 
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pediu acesso aos documentos em posse da Polícia Federal antes de tomar qualquer atitude em relação a acusações contra seus auxiliares.

(Com Estadão Conteúdo)
 
23 de novembro de 2013
Reinaldo Azevedo, VEJA.com

PRESOS DO MENSALÃO, BUÑUEL E A MEMÓRIA

 

Na abertura de "Meu Último Suspiro", seu livro de memórias, o cineasta espanhol Luis Buñuel recorda: sua mãe, nos dez últimos anos de vida, começou a perder a memória. Chegou ao ponto de não mais saber quem eram seus filhos ou quem era ela mesma.

Ele entrava em casa, beijava-a, passava um tempo a seu lado. Depois a mãe (cuja saúde física se mostrava intacta) se afastava. Retornava em seguida e recebia o filho com o mesmo sorriso, pedia para que ele se sentasse, como se o estivesse vendo pela primeira vez, já não sabendo nem mais seu nome.

Nas primeira páginas do livro referencial, o cineasta, ao falar da mãe, recorda também do seu tempo de garoto no colégio em Saragoza, quando era capaz de recitar de cor a lista completa dos reis visigóticos, as superfícies e populações de todos os países europeus, "e muitas outras inutilidades".

Buñuel fala, também, do primeiro esquecimento do antigo garoto espanhol tido como um "Memorion", e dos esquecimentos seguintes. "Com esse esquecimento, e outros esquecimentos que não tardarão a apresentar-se, começamos a compreender e a admitir a importância da memória", diz o mago do surrealismo no cinema.

"É preciso começar a perder a memória, ainda que se trate de fragmentos, para perceber que é esta que faz toda a nossa vida. Uma vida sem memória não seria uma vida, assim como uma inteligência sem possibilidade de exprimir-se, não seria uma inteligência. Nossa memória é nossa coerência, nossa razão, nossa ação, nosso sentimento. Sem ela não somos nada", conclui Buñuel. Magnificamente!

Os grandes artífices da escritura que me perdoem o tamanho da citação, mas a julgo absolutamente essencial neste momento estranho e desmemoriado que o Brasil atravessa. Em outros escritos, em outros momentos, ou em outras ações pessoais já me socorri dela.

Diante da verdade (bela e terrível ao mesmo tempo) contida na citação e nas páginas de "Meu Último Suspiro", devo seguir na trilha das lembranças.

"Enquanto é tempo", como recomendava Raimundo Reis, outro autor da minha predileção, já no título de um de seus livros. Exatamente seu livro de memórias.

Raimundo, ex-deputado pessedista de renome na história de seu partido (PSD) e do parlamento de seu Estado foi, acima de tudo, um notável cronista do cotidiano da Bahia e escritor de muitos livros publicados, nascido nas barrancas do São Francisco, o rio da minha aldeia.

Recordemos, então: Corriam os primeiros meses de 1969 quando aconteceu, na Bahia, a estranha história que, espero, sirva para contextualizar melhor este artigo de opinião. Pode, a princípio, parecer uma "coisa antiga", sem sentido ou significado maior para alguns.

Mas (quem sabe?), pode ser que guarde expressão e relevância factual e interpretativa, jornalisticamente falando, em relação aos tumultuados e explosivos dias que correm na política, na justiça e na vida social brasileira em geral.

Em especial, se a narrativa for comparada com histórias, atos, fatos e aspectos da feroz controvérsia que envolve os condenados, pelo Supremo Tribunal Federal, no processo criminal do Mensalão. E o barulho causado pelo recolhimento dos 11 primeiro deles (homens e mulheres) às dependências do Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal.

José Dirceu, José Genoino (internado em um hospital do DF, para exames sobre o seu efetivo estado de saúde, autorizado pelo presidente do STF, Joaquim Barbosa) e Delúbio Soares. Figuras referenciais da história do PT e, no caso dos dois primeiros, da própria história política e social brasileira recente.

Era começo daquele ano (1969), ainda sob as sombras e reflexos kafkianos de 1968, o incrível "ano que não terminou". Em meio, também, aos desdobramentos terríveis da aplicação das implacáveis medidas ditatoriais do AI-5, que atingiam com braço de ferro desde a atividade política à vida educacional nos colégios e nas universidades públicas.

Neste ambiente cavernoso, começava o ano letivo, quando a Faculdade de Direito da UFBA foi cercada e invadida por agentes da Polícia Federal (PF). À frente da operação, inédita na vida da Bahia, o chefe da instituição policial no estado à época.

Quase uma dezena de alunos da tradicional escola baiana de ensino jurídico, integrantes de uma relação de quase 50 estudantes com matrículas "cassadas" na UFBA, pelo AI-5, foram retirados algemados da sala de aula, sob as vistas de diretores, professores, alunos e funcionários da Faculdade. Entre eles, o autor deste artigo, que acabara de ser diplomado em Jornalismo e se preparava para cursar o último ano de Direito.

Na Bahia e no País, só um jornal registrou a invasão da Faculdade de Direito da UFBA e a prisão dos estudantes em sala de aula: O Estado de S. Paulo, graças à coragem do jornal paulista e de sua correspondente em Salvador, na época: jornalista Zilá Moreira

Depois de um dia de identificação, entre a sede da PF e o Quartel General do Exército, em Salvador, fomos todos dormir em uma cela no Quartel do 19º Batalhão de Cavalaria, no bairro do Cabula, que, com o correr dos dias de março, ficaria cheia de outros presos: estudantes, profissionais liberais, dirigentes sindicais, vereador da capital, prefeito de cidade grande do interior do estado.

"Gente de esquerda e gente de Andreazza", como fazia questão de frisar o vereador, um líder portuário do antigo PTB, quando queria estabelecer as diferenças políticas, ideológicas e pessoais dos prisioneiros na cela do 19 BC. Quando isso não se mostrava suficiente, ele chamava a "turma de esquerda" em um canto, e fazia o alerta mais direto e explícito:

- Olha, não esqueçam: o prefeito é gente boa, todos nós sabemos. Inteligente, culto, psiquiatra competente, intelectual de boas leituras, joga xadrez muito bem, é simpático e amigueiro. Mas é preciso não esquecer: "Nós estamos presos aqui por subversão, mas o prefeito está preso por corrupção", encerrava o vereador, referindo-se às ligações do político com "o ministro dos Transporte da ditadura", que então começava "a cair em desgraça no regime".

Mais não digo. Ou melhor, faço apenas outra citação. Esta da preferência dos franceses, da qual também gosto muito e repito sempre que preciso e a memória permite: "Que seja amaldiçoado, quem pensar mal destas coisas!"

23 de novembro de 2013
Vitor Hugo Soares é jornalista

PROSEANDO...



 

HERDEIROS DE CARAMURU

          
          Artigos - Governo do PT        

caramuru
"Agora tem o Brasil das mulheres e o Brasil dos homens até nos discursos das autoridades, o Brasil dos negros, o Brasil dos brancos e o Brasil dos pardos, o Brasil dos héteros e o Brasil dos gays, o Brasil dos evangélicos e o Brasil dos católicos, Brasil com bolsa família e Brasil sem bolsa família e nem sei mais quantas categorias, tudo dividido direitinho e entremeado de animosidades, todo mundo agora dispõe de várias categorias para odiar! A depender do caso, o sujeito está mais para uma delas do que para essa conversa de Brasil, esquece esse negócio de Brasil, não tem mais nada disso!" 
João Ubaldo Ribeiro
 

O fato é que Cabral não tocou direto para as Índias. Tivesse seguido o riscado, o Brasil de hoje seria o paraíso tropical com que sonham alguns ambientalistas, antropólogos e militantes de qualquer tese que possa gerar encrenca.
Os índios do mato continuariam disputando território a flechadas com os do litoral, que índio também gosta de praia, e os portugueses, sem quaisquer remorsos, comeriam seu bacalhau no Campo dos Cebolas.
Mas os navegadores lusitanos (assim como os espanhóis) eram abelhudos e iniciaram seu turismo pelos sete mares. Os primeiros descobriram o Brasil e os segundos descobriram tudo ao redor do Brasil.

Bem feito, quem mandou? Agora temos que conviver com leituras da história que nos levaram à situação descrita por João Ubaldo Ribeiro. Segundo elas, até o século 15, o zoneamento era perfeito - brancos na Europa, negros na África, índios na América e amarelos na Ásia. Cada macaco no seu galho.
No entanto, graças à bisbilhotice ibérica, estamos nós, herdeiros de Caramuru, com contas imensas a pagar porque os justiceiros da história adoram acertos e indenizações promovidos com os bens alheios. Entre elas, a conta dos índios. Como é fácil fazer justiça expropriando os outros!
 
O princípio segundo o qual o Brasil era dos índios e deles foi tomado pelos portugueses ganhou sensível impulso com os preceitos do artigo 231 da Constituição de 1988. Mas se o princípio estivesse correto e se quaisquer direitos originais de posse pudessem ser invocados, não sei se alguém, no mundo de hoje, ficaria onde está.
Não me refiro sequer aos primeiros fluxos migratórios através dos milênios. Refiro-me às mais recentes e incontáveis invasões e guerras de conquista que marcam a história dos povos. E note-se que as guerras de conquista não geravam indenizações aos vencidos, mas espólios aos vencedores.
 
Faço estas observações diante do que está em curso em nosso país com os processos de demarcação de terras indígenas. É o próprio Estado brasileiro, através de suas agências, reclamando por extensões mais do que latifundiárias e jogando nas estradas e na miséria legiões de produtores e suas famílias.
É o braço do Estado gerando novas hostilidades no ambiente rural do país (como se já não bastassem as estripulias do MST). Índios e não índios merecem ser tratados com igual dignidade. Mas não se pode fazer justiça criando injustiça, nem se pode cuidar do país entregando o país.
Não existem outras "nações" dentro da nação brasileira. E é exatamente isso que está em curso, sob pressão de uma difusa mas ativa conspiração internacional, conjugada com o CIMI e a FUNAI, que quer o Brasil e os brasileiros longe da Amazônia, por exemplo.
 
Índio não é bicho para ser preservado na idade da pedra lascada, como cobaia de antropólogos, num apartheid que desrespeita o natural processo evolutivo. Ou armazenado, como garrafa de vinho, numerado e rotulado, com designação de origem controlada.
 
23 de novembro de 2013
Percival Puggina

O RAIO DE ESPERANÇA DA DEBILITADA AMÉRICA DE OBAMA

O fato do governo socialista francês de François Hollande ter acabado de obstruir um mau acordo com Teerã, surgindo como herói das negociações de Genebra, é de certa maneira uma grande surpresa. Mas, do ponto de vista lógico, também está de acordo com a passividade da administração Obama.
 
A política externa americana está em queda livre, sem precedentes, com uma Casa Branca irresponsável, alheia, mal prestando atenção ao mundo exterior e, quando presta atenção, age de maneira inconsistente, fraca e fora da realidade. Se fossemos discernir algo memorável como uma Doutrina Obama, ela seria mais ou menos assim: "afronte os amigos, afague os inimigos, menospreze os interesses americanos, busque o consenso e aja de forma imprevisível".
 
Juntamente com outros comentaristas, eu lamento esse estado de coisas. Mas a atitude francesa mostra que há um raio de esperança.
Da Segunda Guerra Mundial até a entrada triunfante de Obama, os EUA estabeleceram o costume de tomar a liderança nas questões internacionais e depois serem criticados por agirem dessa maneira.
 
Seguem três exemplos: no Vietnã, os americanos sentiram a necessidade de convencer seu aliado sul-vietnamita a resistir ao Vietnã do Norte e ao vietcongue. Por muito tempo durante a Guerra Fria, eles pressionavam os aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) a resistirem à pressão soviética.
Durante os anos de 1990, exortaram os países do Oriente Médio a conterem e punirem Saddam Hussein.
 
Em cada caso, os americanos se apressavam, por conta própria, em seguida pediam aos aliados que trabalhassem juntos contra o inimigo comum, um hábito totalmente ilógico. Os vizinhos e fracos vietnamitas, europeus e árabes deveriam temer Hanói, Moscou e Bagdá mais do que os distantes e fortes americanos. Os nativos deveriam implorar que os Ianques os protegessem.
Por que, de forma persistente, isso não acontecia?
Porque o governo dos EUA, convencido de sua visão e princípios mais elevados, repetiam o mesmo erro: considerar os aliados como obstáculos, confusos e vagarosos, mais do que parceiros confiáveis, deixando-os de lado, assumindo as principais responsabilidades.
Com raras exceções (Israel e França, em uma escala menor) o adulto americano, sem muitas considerações, infantilizava seus aliados mais modestos.
 
Essa atitude teve a inconveniente consequência de deixar esses aliados cônscios de sua própria irrelevância. Percebendo que suas ações eram de somenos, entregavam-se à imaturidade política. Sem se sentirem responsáveis pelo próprio destino, sentiam-se livres para se envolverem em anti-americanismo, bem como em outras atividades anômalas, como corrupção no Vietnã, passividade na OTAN e ganância no Oriente Médio.
 
O político dinamarquês Mogens Glistrup, incorporou esse problema, propondo em 1972 que os dinamarqueses economizassem tanto impostos quanto vidas, dispensando os militares, substituindo-os por uma secretária eletrônica no Ministério da Defesa com uma única mensagem em russo: "capitulamos!"
 
Mogens Glistrup, o mais insensato de todos os políticos europeus.
 
 
A abordagem de Barack Obama tira os Estados Unidos de seu papel habitual de adulto e o coloca junto com as crianças. Respondendo às crises na base do analisar caso a caso, prefere agir após prévia consulta aos outros governos, "liderar da retaguarda" e ser apenas mais um do grupo, como se ele fosse o primeiro ministro da Bélgica e não o presidente dos Estados Unidos.
 
Ironicamente, essa fraqueza tem o efeito salutar de um tapa na cara dos aliados, acordando-os para o fato de que Washington os mimou por tempo demasiado. Aliados ressentidos como o Canadá, Arábia Saudita e Japão estão acordando para uma realidade de que não podem sair atirando a esmo contra o Tio Sam, com a garantia de que ele virá salvá-los deles mesmos.
Agora eles veem que suas ações fazem diferença, uma nova experiência, que faz pensar. Por exemplo, os líderes turcos estão tentando instigar o governo americano a intervir na guerra civil síria.
 
John Kerry, o pior secretário de estado de todos os tempos?
 
Desse modo a inépcia de Obama tem em si o potencial de transformar parceiros autocentrados e relutantes em agentes mais sérios e maduros. Ao mesmo tempo, sua incompetência promete mudar a reputação americana de babá arrogante em uma reputação de colega valorizado e, por tabela reduzir a ira direcionada contra os Estados Unidos.
 
Obviamente, uma política externa debilitada apresenta o perigo de catástrofes (como facilitar a nuclearização do Irã ou a não dissuasão de um ato de agressão da China que possa levar à guerra), de modo que esse pequeno raio de esperança é apenas isso, uma pequena recompensa em troca de uma enorme nuvem cinzenta. Não é uma troca boa.
Não obstante, se duas condições se concretizarem, não houver desastres na administração Obama e aparecer um sucessor que volte a reafirmar a força e a determinação americanas, isso poderia ser apenas um episódio em que os americanos e seus aliados olhem para trás e vejam esse período como algo necessário com um legado positivo.
 
23 de novembro de 2013
Daniel Pipes
Publicado no The Washington Times.
Original em inglês: The Silver Lining of Obama's Weak America
Tradução: Joseph Skilnik

MAIS MÉDICOS, MAIS ROUBO!

ESCÂNDALO: MAIS MÉDICOS USADO PARA SUPERFATURAMENTO DE DESPESA (JÁ SABÍAMOS). POUSADA DE 234 REAIS SAI POR 1.750 NO MAIS MÉDICOS, 734% A MAIS.
Desde o início este BLOG sustentou a tese de que além da questão midiática imediata do Mais Médicos, havia uma segunda intenção, esta sim a que ensejaria todo o esforço hercúleo de certos representantes em defender e avançar o programa.

Estou falando da óbvia tentação que gera um programa que abre as portas dos cofres públicos para despesas monumentais em Saúde sob o carimbo da "emergência", ou seja, dispensando licitações.

Denunciamos aqui que médicos estrangeiros estão sendo colocados em hotéis de primeira linha, o que contradiz o discurso de simplicidade vendido junto com esse programa. Enquanto médicos brasileiros são tratados como lixo, cubanos são hospedados em pousadas paradisíacas em Manguinhos-ES ou em Hotéis de Luxo em Foz do Iguaçu ou Hotéis de várias estrelas em Brasília.

Vejam o caso de Foz do Iguaçú. A imagem abaixo mostra verba de emergência para hospedar estrangeiros do Mais Médicos em Hotel de Luxo de Foz do Iguaçu em apartamento duplo por 60 dias ("sessenta diárias") ao preço de R$ 1.750,00 reais a diária, ou 105.000,00 reais por 60 dias (diárias).




Uma visita ao site do hotel em http://www.hotelbellaitalia.com.br/tarifas-hotel-bella-italia-em-foz-do-iguacu.php mostra que a tarifa mais cara é 533 reais para apartamento suíte na alta temporada. O apartamento duplo custa 234 reais agora e 278 reais na alta temporada.

O preço pago pela Prefeitura de Foz do Iguaçu para hospedar os estrangeiros do Mais Médicos é 734% superior ao preço de tabela do hotel. Alguém acredita que de fato o hotel vai receber toda esta quantia?

Um caminhão de dinheiro tem sido despejado pela União em Cuba para trazer esses médicos. O valor pago à OPAS já é objeto de contestação pelo TCU conforme matéria de hoje da FSP. Mais um caminhão de dinheiro está sendo torrado pelas prefeituras, que alegam não ter médicos JUSTAMENTE por não terem dinheiro (?) para pagar os salários dos nacionais.

Alguém duvida que o Mais Médicos está virando o Mensalão 2.0, ou seja, uma outra forma de financiar campanhas? Então, cabe ao governo responder porque estamos vendo tanto dinheiro gasto de maneira tão irregular.

23 de novembro de 2013
in blog do beto

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

Barbosa deve decretar prisão domiciliar definitiva de Genoíno – que ganhará aposentadoria de R$ 26,7 mil

 
No País em que ladrão de galinha é punido com todos os rigores da injustiça, condenado ao degredo em escolas medievais de aprimoramento criminoso, não será surpresa que o super presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, se veja obrigado – talvez a contragosto – a decretar a prisão domiciliar definitiva ao deputado José Genoíno.

O “herói” petista, que sofre de problemas cardíacos, também conseguirá uma (redundante) aposentadoria por invalidez na Câmara dos Deputados – onde o corporativismo impede sua cassação mesmo após a confirmada condenação no Mensalão. Três membros de uma junta médica do Congresso têm a maior pressa em fazer um “exame conclusivo” em Genoíno, para lhe garantir a mordomia de se aposentar, sem ter trabalhado igual a qualquer trabalhador normal.

O objetivo petralha é acelerar a aposentadoria e atrasar a abertura de qualquer processo de cassação do “herói”. Só quinta-feira que vem, a Mesa Diretora da Câmara começaria a tratar da eventual degola de Genoíno – que não vai acontecer. A aposentadoria vem antes. E o parlamentar, que nem originalmente eleito foi, entrou como suplente, continua gozando de uma providencial licença médica até janeiro de 2014. Tudo, claro, recebendo, religiosamente, os R$ 26,7 mil de “provento” parlamentar.

Agora, graças a um teatral “piripaco”, gerado por um normal aumento da pressão arterial, Genoíno teatraliza uma cardiopatia gravíssima – que lhe dará o direito à prisão em casa. Destino perfeito para um País de Tolos - que adora idolatrar falsos heróis fabricados por versões mentirosas da mal contada História. Prêmio coerente para um Genoíno que, no passado, sequestrou, matou, torturou, assaltou bancos e, quando foi preso na Guerrilha do Araguaia, ainda dedurou os companheiros ao Exército.
Como bem definiu um leitor, na área de comentários deste Alerta Total, "o Brasil não é uma Nação: é um negócio". Ou melhor: uma negociata completa sob Governança do Crime Politicamente Organizado.

Gato Angorá Chinês

Ex discípulo confesso do chinês Mao Tse Yung nos tempos de juventude, o ministro Wellington Moreira Franco se transformou ontem no símbolo-mor da privatização petista apoiada pelo capimunismo chinês.

É impagável o sorriso de felicidade, junto com as frenéticas batidinhas no martelo, para sacramentar concessão do Aeroporto Internacional Tom Jobim (o Galeão, do RJ) para o consórcio formado pela Odebreccht Transportes (sempre ela) e chinesa Changi (que cuida do luxuoso aeroporto de Cingapura, avaliado como o melhor do mundo).

Tido historicamente como o homem do PMDB junto às empreiteiras, Moreira tira onda porque vendeu o Galeão por R$ 19 bilhões – bem mais que os R$ 15 bilhões que a União obteve com a entrega do campo de Libra, no pré-sal.

Leonel de Moura Brizola, que chamava o inimigo Moreira pelo apelido de Gato Angorá (por causa dos cabelos brancos), tem mais um motivo para rolar no túmulo mil vezes – além, claro, da recente homenagem dos petistas (inimigos históricos do Trabalhismo Brizolista-Varguista) ao ex-presidente João Goulart...


Do parlamento ao parlatório da cadeia?
 
Robertho Camillo envia a tradução da música do Bob Dylan " I Like Rolling Stone" – esperando que chegue a todos os mensaleiros e seus cupinchas:

Houve uma época que você se vestia tão bem, 
Você atirava para os vagabundos um centavo no seu auge, não é? 
Pessoas anunciavam, diziam, 
"Tome cuidado, boneca, você está destinada a cair". 
Você pensava que estavam todos brincando com você, 
Você costumava rir de 
Todo mundo que estava desperdiçando tempo. 
Agora você não fala tão alto, 
Agora você não parece tão arrogante 
A respeito de ter de pedir sua próxima refeição 

Qual a sensação ? 
Qual a sensação 
De ficar sem um lar ? 
Como uma completa desconhecida, 
Como uma perdida na vida ? 

Você freqüentou os melhores colégios, tudo bem, Srta. Solitária, 
Mas você sabe que só costumava ser espremida dentro deles. 
E ninguém jamais te ensinou como viver na rua, 
E agora você descobre que vai ter de se acostumar a isso. 
Você disse que nunca se comprometeria 
Com a jornada de trabalho, mas agora você percebe que 
Ele não está negociando nenhum pretexto 
Enquanto você olha dentro do vazio dos olhos dele 
E pergunta-lhe: "você quer fazer um acordo ?" 

Qual a sensação ? 
Qual a sensação 
De estar por sua própria conta, 
Sem nenhum rumo para casa ? 
Como uma completa desconhecida, 
Como uma perdida na vida? 

Você nunca se voltou para ser os olhares carrancudos 
Nos malabaristas e palhaços, 
Quando eles todos se humilhavam e faziam truques para você. 
Você nunca compreendeu que isso é inútil, 
Você não devia permitir que outras pessoas 
levassem seus chutes no seu lugar. 
Você costumava andar no cavalo cromado com seu diplomata, 
Que carregava em seus ombros um gato siamês. 
Não é duro quando você descobre que 
Ele realmente não estava onde está 
Após ele tirar de você tudo que podia roubar ? 

Qual a sensação? 
Qual a sensação 
De estar por sua própria conta, 
Sem nenhum rumo para casa? 
Como uma completa desconhecida, 
Como uma perdida na vida? 

Princesa na torre e todas as lindas pessoas 
Estão bebendo, pensando que já têm a vida ganha, 
Trocando todos os tipos de presentes e coisas valiosas. 
Mas seria melhor que você levantasse seu anel de diamante, 
Seria melhor você penhorá-lo, babe. 
Você costumava ficar tão entretida [por] 
Aquele Napoleão vestido em trapos e a linguagem que ele usava, 
Vá para ele agora, ele te chama, você não pode recusar. 
Quando você não tem nada, você não tem nada a perder, 
Você está invisível agora, você não tem segredos para esconder. 

Qual a sensação? 
Qual a sensação 
De estar por sua própria conta, 
Sem nenhum rumo para casa? 
Como uma completa desconhecida, 
Como uma perdida na vida?
 
Sempre no comando
 

Velho Filme que se repete...
 

Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

23 de novembro de 2013
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.