"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

VENEZUELA À BEIRA DE UMA GUERRA CIVIL

Milícias do governo ditatorial prendem manifestantes e não prendem terroristas amigos. A lei antiterror a ser aprovada pelo governo da Organização PT quer isentar black blocs petistas. Brasil seria igual à Venezuela

POPULAÇÃO RECHAÇA O REGIME COMUNISTA E VAI PARA AS RUAS DESAFIANDO OS BANDOS ARMADOS DO TIRANETE NICOLÁS MADURO!
 
Veja vídeo
A situação política na Venezuela voltou a ferver e os cidadãos estão saindo às ruas em diversos pontos do país para exigir a saída do tiranete Nicolás Maduro, títere de Fidel Castro e seu irmão Raúl. Como uma panela de pressão pronta para explodir a Venezuela pode viver uma guerra civil. O país, segundo a deputada Maria Corina Machado, já vive um regime comunista cubano.
 
A deputada oposicionista concedeu entrevista por telefone ao jornalista Antonio Maria Delgado, do jornal El Nuevo Herald de Miami (EUA). Segundo Maria Corina, já não existe, na realidade, nenhum mecanismo institucional que funcione na Venezuela. Há uma ditadura pura e simples e todas as eleições são uma pantomima, um jogo de cartas marcadas. O chavismo que embala o tiranete Maduro não aceita qualquer resultado eleitoral que divirja do oficialismo.
 
Pelo Twitter e demais redes sociais há fotos e vídeos que revelam o clima de alta tensão que vive a Venezuela e a tese do diálogo e a busca do poder democrático por meio de eleições, segundo prega Henrique Capriles, não tem qualquer chance de obter resultados.
Segundo Maria Corina, aos venezuelanos só resta ir para as ruas em massa exigir a renúncia de Nicolás Maduro.
 
Constata-se pelas notícias que vêm da Venezuela que o clima realmente ferve. Há bandos de mascarados pilotando motocicletas e armados espalhando o terror. São os ditos “coletivos chavistas”, conforme se pode verificar no vídeo acima quando invadem um conjunto residencial e destroem todos os veículos atirando sem parar. Ouve-se claramente sucessivos disparos de armas de fogo.
Transcrevo como segue, no original em espanhol, a entrevista concedida pela deputada Maria Corina Machado.
Leiam:
 
Deputada Maria Corina Machado

EN ESPAÑOL - La diputada de la oposición María Corina Machado lanzó el martes un nuevo llamado a los venezolanos a salir a las calles para exigir pacíficamente que Nicolás Maduro salga del poder, señalando que ya se han agotado todas las demás instancias para combatir a “un régimen militar y militarista que opera bajo el tutelaje de Cuba”.
“Ya no hay tiempo que perder. ¿Qué es lo que tenemos que esperar para salvar a Venezuela y para reaccionar? Partamos de la base de que en Venezuela hoy no hay democracia”, dijo Machado a el Nuevo Herald en una entrevista telefónica.
 
Los comentarios refuerzan las decisiones adoptadas por Machado junto con los dirigentes Leopoldo López y Antonio Ledezma de desmarcarse del liderazgo ejercido hasta ahora por el ex candidato presidencial Henrique Capriles, quien ha calificado el camino de las manifestaciones callejeras como un “atajo al poder”.
 
Capriles, quien hasta hace unas semanas era considerado como el máximo líder de la oposición, ha estado insistiendo en la necesidad de evitar la violencia y de competir por el poder políticamente a través de las elecciones, lo que implicaría esperar hasta los comicios del 2015 y 2019.
 
Pero Machado insistió en que Venezuela no tiene ese tiempo, enfatizando que el derecho a la manifestación pacífica está consagrada en la Constitución.
“Quienes creen que la única opción es esperar el 2015 o el 2019 (para competir electoralmente), subestiman lo que es la acción del gobierno en estos tiempos para aniquilarnos”, sostuvo.

Estudante baleado pelas tropas de assalto do tiranete comunista
Nicolás Maduro, é socorrido em Mérida. Foto do site Noticiero Digital

“El régimen en el poder es un régimen militar y militarista con, obviamente, un tutelaje del castro comunismo”, insistió.

Pero Machado reiteró que la propuesta electoral de Capriles no es viable porque el chavismo simplemente no está dispuesto a aceptar una derrota electoral.
 
El sistema electoral venezolano, controlado totalmente por el chavismo, ha sido reducido a un instrumento “perverso” que solo está allí para legitimar el fraude cometido en las urnas, dijo.
 
“Todos vimos como podemos ser mayoría y ganar una elección y no lograr un cambio político. Eso ocurrió el 14 de abril. De modo que para poder lograr un cambio político por la vía electoral hay que lograr primero una presión y un cambio profundo en el diseño electoral, producto de la movilización y las presiones ciudadanas en las calles”, dijo.
Eso sí, las manifestaciones de protesta no pretenden ser violentas.
 
Machado enfatizó que no hay forma de que sean de otra manera.
“Las armas la tiene el gobierno. Lo que nos queda es la protesta y la organización cívica no violenta. Y a eso es lo que estamos convocando hacer, a toda la sociedad”, enfatizo.
 
La diputada, quien al igual que López compitió contra Capriles en las primarias presidenciales de la oposición del 2012, dijo que los venezolanos atraviesan actualmente por días muy oscuros.
 
No solo enfrentan las repercusiones de la crisis económica y social, padeciendo una aguda escasez de productos y una de las tasas de inflación más altas del planeta, sino que ahora es víctima de un régimen que está haciendo uso de instrumentos cada vez más represivos para tratar de controlar el descontento social.
 
Esos mecanismos, por ejemplo, está llevando a Maduro a encarcelar bajo cargos de terrorismo a estudiantes que protestan en las calles.
 
“Vemos lo que parecerían tremendas contradicciones. Tenemos sueltos los miembros de la banda de Los Orejones (que hace unos días asaltaron un cuartel policial con armas de guerra), pero los muchachos que protestan en contra de la injerencia cubana son sancionados y tratados como terroristas y criminales”, comentó.
“Esa es la evidencia de que el régimen necesita acallar y apaciguar a como de lugar a la sociedad”, dijo.
 
 
12 de fevereiro de 2014
in aluizio amorim

MAIS SOBRE A HISTÓRIA DO MOVIMENTO LIBERAL BRASILEIRO


Filipe Celeti escreveu uma excelente narrativa sobre "A História do Movimento Libertário Brasileiro". Estimulado pelo texto de Filipe resolvi fazer o mesmo. Mas, contando principalmente minhas memórias. Ou seja, o texto principal é o feito pelo Filipe, esse meu post entra, no máximo, como notas complementares.

Foi apenas em 2005 que tive contato com as obras de Hayek. Estava na livraria Cultura quando meu grande amigo e co-autor, Mario Jorge Cardoso de Mendonça, me presenteou com "O Caminho da Servidao". Nessa época não tinham muitos livros liberais nas livrarias, este livro foi fundamental em minha formação. Em dezembro de 2006 voltei ao Brasil para passar o natal aqui.
Na época eu era professor de economia na Universidade do Texas (Edimburg). Meu grande amigo e co-autor Joao Ricardo Faria, que também era professor na universidade, me pediu um favor: ele tinha deixado uma caixa de livros no Brasil, e pediu que a levasse para ele. Na caixa estava "Liberalismo na Tradição Clássica", que foi o primeiro livro de Mises que li.

O parágrafo acima mostra que as obras dos liberais estavam voltando ao nosso cotidiano e, mais importante, para o cotidiano das universidades. Por algum motivo, as obras clássicas pularam uma geração. Minha geração foi formada sem ter acesso a esse conhecimento. É evidente que isso foi uma política deliberada de professores estabelecidos nas universidades nas décadas de 1980 e 1990.

Ao mesmo tempo que me inteirava de Hayek e Mises alguns blogs de professores universitários começaram a se popularizar, e junto com eles as ideias liberais passaram a ter grande exposição. O Claudio Shikida por exemplo, no seu De Gustibus, e nas suas aulas no IBMEC-MG dava aos alunos a chance de conhecer o pensamento liberal. Roberto Ellery faria o mesmo na Unb, e meu grande amigo Paulo Loureiro seguiria pelo mesmo caminho na Universidade Católica de Brasília e depois na UnB. De volta ao Brasil, em 2007, acredito que fui o primeiro professor, depois de vários anos, a dar um curso de economia liberal clássica num programa de doutorado.
Os alunos do doutorado em economia da UCB tiveram a oportunidade de estudar a fundo as obras de grandes pensadores liberais. Hayek, Mises, e Popper estavam entre os textos de leitura obrigatória. Foi interessante o testemunho de uma aluna, que trabalhava no Ministério da Fazenda, segundo ela seu chefe a viu lendo "O Caminho da Servidão" de Hayek, ele parou e começou a elogiar esse livro. Ou seja, já naquele tempo um movimento silencioso ganhava força. Pessoas que você sequer poderia imaginar estavam lendo e estudando os liberais clássicos.

Em outubro de 2007 organizei um encontro de liberais em Brasília. Oportunidade em que descobri que aqui já haviam grupos de liberais organizados. Verdade que o Instituto Liberal aqui estava parado, mas seus integrantes se reuniam regularmente. Convidei o Prof. Dr. Nelson Lehmann para dar a palestra. Foi um sucesso, inclusive com a vinda a Brasília de um grupo de Goiânia.
O segundo encontro liberal seria organizado depois em Goiânia, com a ajuda do CA de Economia da UFG. Dessa vez com palestra de Fabio G. Franco. Aliás, as visitas a Goiânia surtiram efeito e hoje o grupo liberal de lá é bem articulado. Adriano Paranaiba e Everaldo Leite são figuras constantes na mídia defendendo ideias liberais. Adriano é também professor no Instituto Federal de Goias, comprovando o crescimento do pensamento liberal dentro das universidades.

Ronald O. Hillbrecht da UFRGS que tem o blog Escolhas e Consequências também é mais um exemplo de professor universitário defendendo ideias liberais. Nessa linha de professores universitários podemos citar ainda: Erick Figueiredo da UFPB e do blog Moral Hazard, Cristiano Costa da FUCAPE, Leonardo Monasterio, o Orlando Tambosi da UFSC e do blog do Tambosi, e o mais famoso de todos nós o Alexandre Schwartsman do IBMEC e do blog Mão Visível. E mais uma sério outra grande de professores universitários que estão todos os dias difundindo ideias liberais. Também devemos dar destaque ao
Escola Sem Partido que tem feito um trabalho excelente para impedir a doutrinação nas escolas. Esse movimento silencioso dentro das escolas e universidades, de ressurgimento do pensamento liberal, tem gerado frutos evidentes. O próprio crescimento do movimento libertário deve muito a professores conservadores que conseguiram mostrar a seus alunos uma nova literatura.
Depois de ler Hayek e Mises, é evidente que ler Rothbard é a sequência natural. Também merecem destaque dois grandes amigos: Mario Jorge Cardoso de Mendonça e Tito Moreira. Ambos, além de difundirem o pensamento liberal, tentam testar hipóteses de pensadores austríacos em arcabouços de política monetária. Mendonça por exemplo testou a hipótese de bolha imobiliária usando a teoria austríaca do ciclo de negócios (tive o prazer de ser seu co-autor nesse texto que é um dos textos mais lidos da história do IPEA). Já entre os austríacos propriamente ditos podemos citar: Ubiratan Iorio (UERJ), Fabio Barbieri (USP-RP), e Antony Mueller (UFS).

Hoje o mais famoso os liberais brasileiros é Rodrigo Constantino, seu sucesso como colunista primeiro no GLOBO e depois na VEJA fez muito pela divulgação das ideias liberais. Mas, devemos ressaltar sempre o papel fundamental feito por Olavo de Carvalho. Olavo lutou sozinho, e por muito tempo, contra uma avalanche de hordas vermelhas. Praticamente todos os libertários e conservadores do Brasil beberam fortes doses de Olavo de Carvalho.
Goste-se ou não, e eu o acho um craque, foi Olavo de Carvalho quem manteu viva a chama do pensamento conservador, e estimulou a curiosidade dos libertários, por um bom tempo. Reinaldo Azevedo também merece destaque aqui. Ele e Diogo Mainardi foram vozes isoladas na impresa. Suas defesas da propriedade privada, da liberdade individual, e do Estado de Direito, foram importantes para a formação de um amplo número de indivíduos que os lêem e assitem diariamente. Também ressalto a importância de dois blogs anônimos: o Selva Brasilis e o Blog do Coronel, que são simplesmente excelentes.

Hoje toda uma nova geração está entrando na batalha ao lado dos liberais por causa de muitos dos que citei acima. E ressalto: os professores liberais fizeram a diferença para muitos alunos. Alunos esses que em breve serão também professores. Alunos que são ativos na defesa da causa liberal. Alunos como Bruna Luiza do blog Meninas Direitas. Outro exemplo é a formação e sucesso do grupo Dragão do Mar (Fortaleza).

Certamente deixei muita gente de fora, e peço desculpas por isso. Se alguém quiser escrever mais a respeito, terei prazer em publicar no blog. Ressalto também que não citei muitos dos eventos pois os mesmos já estavam citados no texto de Filipe Celeti. Enfim, esse foi mais um relato pessoal do que exatamente uma pesquisa histórica. Como disse antes, esse texto é muito mais um complemento ao texto de Filipe. Complemento esse que ressalta a contribuição dos professores na disseminação das ideias liberais.
 
12 de fevereiro de 2014
in Adolfo Sachsida

POL[ICIA INVESTIGAR[A FINANCIADORES DOS BLACK BLOCS NO RIO

 

 A prisão e o indiciamento dos dois acusados de matar o cinegrafista Santiago Ilídio Andrade pode levar a Polícia Civil a identificar o mecanismo que sustenta e financia ações terroristas e ataques de mascarados em manifestações.
 
Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, o chefe de Polícia Civil, Fernando Veloso, e o delegado titular da 17ª DP (São Cristóvão), Maurício Luciano, afirmaram que a investigação da morte de Andrade está concluída, e que outros inquéritos, em seguida, tratarão das conexões do grupo e de quem financia e alicia jovens para esse tipo de ação. Os dois delegados revelaram detalhes da prisão de Caio Silva de Souza, identificado como o homem que acendeu o rojão que matou o cinegrafista.
 
“O inquérito está acabado. Vamos juntar peças técnicas e, na sexta-feira, os réus serão encaminhados ao judiciário”, disse Luciano. Também está preso e indiciado o tatuador Rafael Raposo Barbosa, que confessou ter passado o artefato explosivo para Souza. “Posteriormente vamos investigar outras questões, como financiamento, outros crimes ligados às manifestações e quem alicia”, afirmou o delegado.
 
Segundo Luciano, Souza não confessou. No entanto, uma imagem exibida pela TV Globo, afirma que acendeu o rojão que vitimou Andrade. Oficialmente, Souza optou por só falar em juízo e não deu declarações sobre o crime. Ele não ofereceu resistência à prisão.
 
O advogado Jonas Tadeu Nunes afirmou, em entrevista à rádio Jovem Pan (veja link no post abaixo), pela manhã, que tem informações de que Souza, assim como outros jovens que atuam mascarados em protestos, são “aliciados”. “Esses jovens… Esse Caio, por exemplo, é miserável. Esses jovens são aliciados por grupos. Eles recebem até uma espécie de ajuda financeira, de mesada, para participar dessas manifestações, com o intuito de terrorismo social”, disse, sem dar detalhes sobre o aliciamento. (…)

12 de fevereiro de 2014
Reinaldo Azevedo
VEJA.com, de Daniel Haidar, do Rio de Janeiro

SERÁ QUE O BICHO VAI PEGAR?

POLÍCIA INVESTIGARÁ AGORA QUEM FINANCIA E ORGANIZA O TERRORISMO COMUNISTA QUE ATUA NO BRASIL SOB O RÓTULO DE 'BLACK BLOC'
 
Black blocs, o terrorismo comunista: quem organiza e financia?
A prisão e o indiciamento dos dois acusados de matar o cinegrafista Santiago Ilídio Andrade pode levar a Polícia Civil a identificar o mecanismo que sustenta e financia ações terroristas e ataques de mascarados em manifestações.
 
Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, o chefe de Polícia Civil, Fernando Veloso, e o delegado titular da 17ª DP (São Cristóvão), Maurício Luciano, afirmaram que a investigação da morte de Andrade está concluída, e que outros inquéritos, em seguida, tratarão das conexões do grupo e de quem financia e alicia jovens para esse tipo de ação.
 
Os dois delegados revelaram detalhes da prisão de Caio Silva de Souza, identificado como o homem que acendeu o rojão que matou o cinegrafista.
 
“O inquérito está acabado. Vamos juntar peças técnicas e, na sexta-feira, os réus serão encaminhados ao judiciário”, disse Luciano. Também está preso e indiciado o tatuador Rafael Raposo Barbosa, que confessou ter passado o artefato explosivo para Souza.
“Posteriormente vamos investigar outras questões, como financiamento, outros crimes ligados às manifestações e quem alicia”, afirmou o delegado.
 
Segundo Luciano, Souza não confessou. No entanto, uma imagem exibida pela TV Globo, afirma que acendeu o rojão que vitimou Andrade. Oficialmente, Souza optou por só falar em juízo e não deu declarações sobre o crime. Ele não ofereceu resistência à prisão.
 
O advogado Jonas Tadeu Nunes afirmou, em entrevista à rádio Jovem Pan, pela manhã, que tem informações de que Souza, assim como outros jovens que atuam mascarados em protestos, são “aliciados”. “Esses jovens… Esse Caio, por exemplo, é miserável. Esses jovens são aliciados por grupos. Eles recebem até uma espécie de ajuda financeira, de mesada, para participar dessas manifestações, com o intuito de terrorismo social”, disse, sem dar detalhes sobre o aliciamento.Leia a íntegra da entrevista à Jovem Pan.
 
“São jovens de preferência revoltados, que têm uma certa ideologia, pobres, são aliciados para participar das manifestações.
São jovens que não têm dinheiro para comprar máscaras, não tem dinheiro para comprar fogos", disse. Nunes cita "diretórios de partidos", mas não revela quais são. “Sim, são agrupamentos, movimentos…
Tem até diretórios [de partidos políticos], segundo informações que eu tenho. Eu não posso divulgar porque tenho que preservar vidas.
É papel da imprensa, da Polícia Federal, investigar diretórios regionais de partidos, investigar esses movimentos sociais, que aliciam esses jovens, que patrocinam, que fomentam financeiramente essas manifestações", afirmou.
 
Prisão - A captura foi possível, segundo os delegados, a partir da ação do advogado Jonas Tadeu Nunes, que também havia levado à Polícia Civil a identificação do acusado. Souza pretendia fugir para a casa dos avós paternos, no noroeste do Ceará, na cidade de Ipu.
A partir de contatos telefônicos de Nunes e da namorada do rapaz, segundo contou o advogado, Souza foi convencido a interromper a viagem e se hospedar em Feira de Santana.
 
“O destino inicial dele era Ipu. Eu, o advogado e a namorada fomos até Feira de Santana, onde ele estava. A namorada o encontrou. Ele estava extremamente assustado, faminto, sem dormir. Depois de uma conversa dela com ele, me apresentei como delegado responsável pelo caso, disse que os direitos dele estavam garantidos.
Chegaram as equipes da Polícia Civil do Rio e foi feita a transferência, com apoio logístico da Polícia Civil da Bahia”, contou Luciano.
 
Pobreza – O delegado do caso afirmou que Souza mora em um local miserável em Nilópolis, na Baixada Fluminense. “(Souza) não falou em arrependimento, nem que praticou. Mostrou idealismo, falou muito de sua condição social.
 
Atenuou dificuldades financeiras que enfrenta com a família. Ele está firme em dizer que não vai declarar absolutamente nada. Esta confissão, no entanto, não interfere no indiciamento, só serviria para corroborar. As provas que temos são contundentes e não deixam margens para dúvidas”, disse Luciano.
 
 
12 de fevereiro de 2014
in aluizio amorim

A FADINHA DOS BLACK BLOCS

“Sininho”, 28, não trabalha, tem dois endereços no Rio — um em Copacabana —, dois RGs, já chamou policial de “macaco” e foi presa duas vezes, acusada de formação de quadrilha


“Sininho”, como vocês sabem, é o apelido, assim, chuca-chuca, “tinker bell”, de uma mulher de 28 anos chamadas Elisa de Quadros Pinto Sanzi (acima, em foto de Gabriel de Paiva, da Agência Globo). É aquela jovem sem ocupação conhecida — parece não precisar de emprego… — que se oferece, assim, para ser uma espécie de porta-voz, melhor amiga e relações-púbicas dos black blocs. A nossa imprensa a chama de “ativista” — o contrário, creio, deve ser “passivista”. Os pobres do Rio não simpatizam com ela, mas ela quer falar em nome deles. Ontem, tentou pegar um ônibus, mas os passageiros não permitiram a entrada da “patricinha hipócrita” (leia post na home), embora ela ostentasse a palavra “favela” na camiseta.

Leio o seguinte trecho em de Sérgio Ramalho e Rubem Berta, no Globo Online:

(…)
Sininho acumula fichas na polícia desde o início das manifestações, em junho do ano passado. A última delas aconteceu em 19 de janeiro, quando foi levada à 5ª DP (Mem de Sá) sob acusação de ter chamado de “macaco” um policial militar durante discussão na Lapa. Antes desse episódio, onde acabou indiciada por desacato e foi liberada, Sininho já havia sido presa outras duas vezes por formação de quadrilha.

A ativista é natural de Porto Alegre e afirmou, ao ser presa em 2013, que não trabalhava. Mesmo assim tem dois endereços no Rio: um em Copacabana e outro no Rio Comprido. A Polícia Civil também descobriu que a ativista possui duas carteiras de identidade, com números diferentes.

O cinegrafista Santiago Andrade, de 49 anos, teve morte cerebral anunciada nesta segunda-feira. Ele foi atingido na última quinta-feira por um rojão lançado por manifestantes durante um protesto no Centro. Foi o primeiro caso de morte entre jornalistas atacados durante os protestos que, desde junho de 2013, acontecem no Rio e em outras cidades do país.

Encerro
Deixo um conselho a Sininho: pare de cutucar o povo com a sua varinha curta.

12 de fevereiro de 2014
Reinaldo Azevedo

NÊUMANNE NA JOVEM PAN: "A PRESIDENTE TRATOU O ASSASSINATO DE SANTIAGO COMO SE FOSSE UMA FOFOCA DE ADOLESCENTE".

 

Nesta quarta-feira, em sua coluna Direto ao Assunto, veiculada pela Rádio Jovem Pan, o jornalista José Nêumanne Pinto comentou a reação da presidente Dilma Rousseff ao assassinato de Santiago Andrade, cinegrafista da Band, vítima de um rojão disparado por black blocs durante uma manifestação no Rio de Janeiro.
Confira:



MAIS MÉDICOS: ILEGAL E IMORAL

 



A médica cubana Ramona Matos Rodríguez, que deixou o Mais Médicos em 4 de fevereiro e pediu asilo ao Brasil, foi convocada a depor no inquérito presidido pelo promotor Sebastião Caixeta no Ministério Público do Trabalho (MPT) para investigar a violação de direitos trabalhistas nesse programa.
O promotor preparou um relatório preliminar da investigação em que afirmou serem necessários ajustes no Mais Médicos para corrigir o desvirtuamento das relações de trabalho.

De fato, desde que a presidente Dilma Rousseff e o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, que deixou a Esplanada dos Ministérios para se candidatar ao governo do Estado de São Paulo pelo Partido dos Trabalhadores (PT), anunciaram a "importação" de médicos estrangeiros (a grande maioria de cubanos), nunca faltaram questionamentos sobre práticas heterodoxas nesse programa.

A forma bizarra da remuneração é a mais polêmica delas: por meio de um convênio feito com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), o governo brasileiro passa a maior parte dos R$ 10 mil mensais pagos por cada um dos 5,4 mil profissionais cubanos que já exercem a medicina no interior do País diretamente para o governo cubano, uma ditadura caribenha comandada com punhos de aço pelos irmãos Castro, Fidel e Raúl.
Mas desta quantia, que seria uma fortuna para qualquer cubano, apenas R$ 900 são pagos ao profissional pelos serviços que presta, conforme relatou ao Estado Andres Manso, que atende em Quipapá (PE), a 180 quilômetros do Recife.
No posto de saúde de Mustardinha, na periferia da capital pernambucana, Anais Rojas relatou à repórter Angela Lacerda uma situação similar à de outros patrícios que embarcaram para o Brasil para ganhar mais: "Ganho menos do que a enfermeira que trabalha comigo".

O equivalente a mais R$ 1.400 é entregue a familiares do contratado na ilha. E o dinheiro que sobra – a parte do leão – fica com o ditador cubano. Em 2011 Bolívia e Venezuela pagaram a Cuba por médicos "importados" US$ 8 bilhões, valor superior ao que rendeu o total das exportações do país naquele ano. E isso antes de o Brasil ser acrescentado à relação dos países amigos importadores…

Além da polêmica da remuneração, o Mais Médicos chamou a atenção do MPT por violar direitos elementares que trabalhadores usufruem no Brasil desde a edição da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1º de maio de 1943, no Estado Novo de Getúlio Vargas.
Segundo o promotor Caixeta, apesar de alegar que oferece uma bolsa para capacitação profissional de médicos cubanos no Brasil, o que o governo federal deles cobra é a prestação de serviços médicos. "A Medida Provisória (que criou o Mais Médicos) exclui uma coisa prevalente, que é essa relação de trabalho. Nega a realidade contra dispositivos constitucionais", escreveu ele no relatório.

O ex-ministro do Trabalho e do Tribunal Superior do Trabalho Almir Pazzianotto Pinto concorda com o promotor, ao lembrar que o direito trabalhista brasileiro é original em relação ao de outros países, inclusive do Primeiro Mundo, ao exigir do patronato (no artigo 3º da CLT) o vínculo empregatício de qualquer cidadão, brasileiro ou estrangeiro, que trabalhe em território nacional.
 "Os médicos cubanos em atividade no Brasil deveriam dispor de sua carteira de trabalho comum assinada pelo governo federal ou pelas prefeituras dos municípios onde clinicam", assegurou.

As entidades médicas brasileiras têm reclamado da situação irregular dos colegas cubanos, mas os petistas no governo federal argumentam que essa posição é enfraquecida por seus interesses corporativos.
Só que políticos que militam num partido dito "dos trabalhadores" nunca deveriam condescender com abusos trabalhistas e limitações impostas aos médicos cubanos dos quais se exige autorização para saírem das cidades para as quais foram destinados, uma óbvia violação ao direito elementar dado a qualquer cidadão autorizado a viver no País: o de "ir e vir".
Usado pelo PT no marketing da campanha política, o programa Mais Médicos está a merecer, então, uma devassa mais rigorosa da Justiça, pois parece ser ilegal e imoral.

12 de fevereiro de 2014
Editorial do Estadáo

QUESTÃO INDÍGENA - O CÍRCULO VICIOSO

 

A Funai vive da ficção ideológica de fazer do Brasil uma espécie de museu indigenista, na verdade, uma forma de zoológico. Não são os interesses dos indígenas que são atendidos, mas as posições ideológicas verbalizadas em escala nacional e global pelos ditos movimentos sociais e pelas ONGs indigenistas
 Os fatos são aterradores. Três moradores de Humaitá (AM) foram sequestrados e, posteriormente, assassinados por um grupo de indígenas da etnia tenharim. Foram mortos com armas de fogo, segundo a Polícia Federal, que conduz as investigações, com o auxílio, decisivo, do Exército Brasileiro.

Paira sobre esse fato, porém, um silêncio, mais que constrangedor, da Funai e dos ditos movimentos sociais, embora noticiado pelos principais meios de comunicação. Quando há uma manifestação, como a da presidente da Funai, é de que esse órgão não está bem a par do que aconteceu. Como assim? Desconhecimento, omissão ou má-fé?

Houve, anteriormente, a morte de um cacique num acidente de moto, algo, infelizmente, banal no País. Contudo um responsável da Funai na região se apressou a dizer que essa morte se devia a questões obscuras, não elucidadas. Tal declaração foi o estopim para que um grupo de indígenas sequestrasse três habitantes da região — um técnico da Eletrobrás, um representante comercial e um professor — que simplesmente trafegavam por uma rodovia.

Lá, sem nada saber, o responsável da Funai dizia saber o que havia acontecido, apesar de todas as evidências em contrário. Agora que as evidências são expostas à luz do Sol, ninguém sabe nada. Diga-se de passagem que esse funcionário, dada a sua irresponsabilidade, foi exonerado de suas funções. O estrago, no entanto, já estava feito. E a irresponsabilidade perdura!

A dita represália indígena por um ato criminoso inexistente terminou suscitando a revolta dos moradores da região, que, clamando por justiça e exigindo a busca dos desaparecidos, acabaram ameaçando os indígenas, queimando os postos de pedágio e atacando algumas aldeias, sem que ninguém tenha saído ferido ou morto. Tampouco isso deve ser tolerado. Aliás, os "pedágios" queimados nem deveriam existir, porque são ilegais. Há muito as autoridades indigenistas deveriam ter tomado medidas para removê-los. Nada fizeram e acirraram os conflitos.

A Secretaria de Direitos Humanos, sempre tão pronta a reagir quando acontece qualquer coisa a um grupo que considera privilegiado do ponto de vista de sua atuação, guarda um silêncio obsequioso. A atitude não deixa de ser paradoxal. Em sua peculiaríssima concepção do humano, exclui todos os que são assassinados por uma questão das mais torpes, tendo como autores seus "humanos" escolhidos. Será que os assassinados não são humanos?

Se um indígena morre num acidente de moto, temos uma comoção nacional e mesmo internacional. Se três não indígenas são assassinados, é como se fosse irrelevante. Há assassinos brancos e indígenas e todos devem ser tratados com o mesmo rigor da lei. Já dizia Darcy Ribeiro que os indígenas não são melhores nem piores que os não indígenas. São simplesmente iguais, humanos nesse sentido. Não pode haver dois pesos e duas medidas.

A Comissão Pastoral da Terra, órgão esquerdizante vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), vem, aliás, de publicar um relatório sobre as mortes de indígenas no Brasil listando entre os mortos o cacique Ivan Tenharim, que, sim, morreu, mas, como mencionado, num acidente de moto, o que foi reconhecido por seu próprio filho. Ou seja, o filho do cacique reconhece que o pai morreu num acidente!

O abuso ideológico parece, todavia, não ter limite algum. Trata-se simplesmente de sua exploração política. "Estatísticas" desse tipo, de pouquíssima credibilidade, como se pode ver, têm o objetivo de sempre culpar os empreendedores rurais, o "latifúndio", a "monocultura", e assim por diante. Eis outra forma de "estatística criativa"!

Há todo um panorama de fundo que revela, para além dos assassinatos, o fracasso da política indigenista em vigor. Uma coisa é a imagem vendida, voltada para capturar a simpatia dos incautos que vivem nas grandes cidades, outra é a realidade, que resiste ferozmente a esse tipo de exploração da opinião púbica.

Segundo a Funai, o Conselho Indigenista Missionário e as ONGs indigenistas, os indígenas viveriam reclusos, à margem da civilização, sobrevivendo de caça e pesca. Esse é o discurso vendido à mídia em geral e amplamente comprado. Note-se que os indígenas da região possuem terras suficientes. O problema não é fundiário, ao contrário do que é corriqueiramente alardeado.
 
Ora, cada casa na aldeia tem uma moto em frente e elas são dotadas de TV e internet. Os indígenas vivem a maior parte do tempo, mesmo trabalhando, em cidades, como Humaitá. São, pois, aculturados – embora a Funai deteste esse nome, que contraria tudo o que faz. Querem, isso sim, as comodidades da civilização e não sua subtração. Querem o bem-estar que almeja todo brasileiro.
 
Deveriam ser contemplados em suas demandas, com políticas sociais (educação, saúde, emprego, moradia e luta contra o preconceito) que atendessem às suas exigências. Trata-se do seu direito!
 
Mais importante ainda foi a declaração de um cacique de que o modelo indigenista da Funai está ultrapassado. Um cacique do Norte do Brasil tem a mesma posição dos "ruralistas", ambos coincidindo na ideia de que o País deve sofrer uma profunda revisão de sua política indigenista.
 
Mas a Funai procura aproveitar-se da situação, dizendo que o problema geral do País é meramente fundiário. Ou seja, esse órgão estatal vive da ficção ideológica de fazer do Brasil uma espécie de museu indigenista, na verdade, uma forma de zoológico.
Não são os interesses dos indígenas que são atendidos, mas as posições ideológicas verbalizadas em escala nacional e global pelos ditos movimentos sociais e pelas ONGs indigenistas.
 
O círculo é totalmente vicioso. Os indígenas responsabilizam a Funai, que, por sua vez, culpa os produtores rurais, que reagem às provocações, que repercutem na mídia como se fossem eles os responsáveis pelos conflitos indígenas. O status quo só favorece os semeadores de conflitos e de violência.

12 de fevereiro de 2014
Denis Lerrer Rosenfield, professor de Filosofia na UFRGS, no Estadão

A "CONFISSÁO" DO FUGITIVO PETRALHA

 

   O vivo vivo: Para fugir do Brasil, Henrique Pizzolato falsifica passaporte em nome do irmão Celso, morto em 1978

Em agosto de 2007, ao cabo de cinco sessões que consumiram mais de 30 horas, o Supremo Tribunal Federal (STF) acolheu por unanimidade a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra 40 acusados de participar do mensalão. Foi a primeira de uma longa sequência de deliberações que desembocaram, passados seis anos, na condenação de 25 réus por uma variedade de delitos, entre os quais, corrupção, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e peculato.
Mas um deles, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil (BB) Henrique Pizzolato, não esperou ser condenado a 12 anos e 7 meses por ter autorizado um repasse de R$ 73,8 milhões que o banco mantinha no Fundo Visanet para uma das empresas do operador do mensalão, Marcos Valério de Souza, recebendo em troca um regalo de R$ 336 mil.

Embora negasse que os recursos do Visanet tivessem sido desviados para irrigar o esquema de compra de votos na Câmara dos Deputados e sustentasse que a soma a ele entregue por um mensageiro se destinava ao PT, o precavido Pizzolato, apenas três meses depois de se tornar réu, começou a cavar um túnel para escapar do cumprimento da pena que lhe seria imposta.
Graças a esse paciente labor, em setembro do ano passado ele conseguiu fugir para a Itália, onde seria capturado, na última quarta-feira. Para o mal ou para o bem, um pouco de sorte sempre ajuda. A de Pizzolato consistiu em não ter sido jamais registrado em cartório o atestado de óbito de seu irmão Celso, morto em 1978 em acidente de carro. Isso permitiu ao petista reavivá-lo perante a burocracia pública.

Em novembro de 2007, tirou em nome do irmão um novo documento de identidade, a que se seguiria o título de eleitor e, enfim, um passaporte com a sua própria foto — que o vivíssimo Pizzolato usou em 2010, com êxito, numa viagem-teste.
Mais do que a porosidade do sistema de emissão de documentos no País ou a competência de Pizzolato como falsário, o essencial da história é o fato de ela desmoralizar a farsa dos punhos erguidos.
É a expressão corporal que o PT adotou para dramatizar a alegação de que os seus grãos-companheiros condenados (José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares e João Paulo Cunha) foram vítimas de um linchamento judicial com fins políticos, numa Corte de cartolina que ignorou as provas de sua inocência ou não conseguiu demonstrar a sua culpa.

Toda a armação que tornou possível a fuga de Pizzolato foi uma confissão de culpa — mas não no sentido que lhe dá o deputado Vicentinho, novo líder da bancada petista da Câmara. Para ele, a conduta do ex-diretor do BB causa "vergonha e constrangimento" ao partido. "Estamos defendendo a tese da inocência, combatendo o que foi feito no julgamento", argumenta, "então ele tinha que ter ficado aqui junto com os outros fazendo o debate."
Isso é criar uma realidade paralela. Sim, ao se escafeder, Pizzolato como que assinou a confissão dos delitos individuais que nega da boca para fora. Mas eles simplesmente não teriam ocorrido se a cúpula do PT — com ou sem o conhecimento e o endosso do Primeiro Companheiro — não tivesse decidido comprar políticos com dinheiro público.

O objetivo, naturalmente, era assegurar a aprovação dos projetos do Planalto, facilitando a reeleição do presidente Lula e abrindo caminho à perpetuação do partido no poder. Portanto, não foi apenas para embolsar uma enxundiosa comissão que Pizzolato se acertou com o homem-chave da organização criminosa, o publicitário Marcos Valério, para repassar-lhe quase R$ 74 milhões em recursos do maior banco estatal do País.
E, definitivamente, a iniciativa do acerto, seja de quem tenha sido, não foi um lance isolado. Dito de outro modo, a confissão implícita só faz sentido como o fio da meada que, primeiro, conduz à existência do mensalão e, segundo, justifica as sentenças emitidas pelo STF.

Se a narrativa da evasão do petista agora envergonha e constrange a legenda, não é, como parece acreditar o deputado Vicentinho, porque o companheiro não ficou aqui "fazendo o debate" (ou seja, disparando vitupérios contra o Supremo Tribunal). Mas porque serviu para expor ainda uma vez a esqualidez moral do partido do mensalão — esta sim, vergonhosa e constrangedora.

12 de fevereiro de 2014
Editorial do Estadáo
 

QUO VADIS, DOMINE? - PAPA FRANCISCO



Dirijo-me a Vossa Santidade em meu duplo caráter de Príncipe da Casa Imperial do Brasil e ativo participante da vida pública de meu País, para lhe externar uma grave preocupação concernente à causa católica no Brasil e na América do Sul em geral.

É bem conhecido dos brasileiros o fato de que foi a instâncias do Papa Leão XIII, e apesar dos previsíveis inconvenientes políticos que daí adviriam, que minha bisavó, a Princesa Isabel, regente do Império, assinou a 13 de maio de 1888 a Lei Áurea, abolindo definitivamente a escravatura no Brasil. Custou-lhe o trono, mas valeu-lhe passar à História como A Redentora, e receber das mãos do Papa a Rosa de Ouro, em recompensa pela sua abnegação em favor da harmonia social e dos direitos dos mais desvalidos.

Movido pelo mesmo senso de justiça e devotamento ao bem comum de meus antepassados, honro-me em ter dado início e animado durante 10 anos a campanha Paz no Campo1, a qual promove a harmonia social no agro brasileiro. Tarefa tanto mais imperiosa quanto, nas últimas décadas, o meio rural do País vem sendo notoriamente conturbado por uma sequência de invasões de terra, assaltos, destruição de plantações, desapropriações confiscatórias, exigências ambientalistas descabidas e insegurança jurídica.

No cerne dessa agitação agrária — que é o principal empecilho para o pleno desenvolvimento da agricultura e pecuária brasileiras, responsáveis por 37% dos empregos no Brasil2 e por cerca de metade dos novos empregos criados no primeiro semestre de 20133 — encontram-se o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra, mais conhecido pela sua sigla MST, e a organização internacional La Via Campesina.

Por isso, foi com consternação que tomei conhecimento do convite enviado pela Academia Pontifícia de Ciências ao Sr. João Pedro Stédile, coordenador nacional do MST e representante da Via Campesina, para participar como observador de um seminário organizado pela referida Academia, em Roma, no dia 5 de dezembro de 2013, sobre A emergência das pessoas socialmente excluídas, com as despesas de viagem pagas pelo Vaticano, segundo declarou o próprio favorecido.

Essa consternação difundiu-se nos mais variados meios católicos, pois, como era previsível, o conhecido agitador do MST aproveitou-se do evento como tribuna para promover, uma vez mais, seus princípios errôneos e falsas soluções, ambos baseados na premissa marxista da luta de classes e na utopia de uma sociedade coletivista.

Com efeito, apenas dois dias após o simpósio realizado nas dependências da Santa Sé, o Sr. João Pedro Stédile proferiu uma palestra para os militantes da ultra-esquerda altermundialista italiana, num antigo teatro de Roma por eles ocupado. Na palestra, reproduzida pela Agência de Notícias Adista4, ele faz apologia de seus métodos ilegais. Segundo disse, “a estrada das mudanças pela via institucional parece decisivamente bloqueada”; e até gabou-se de que “tudo o que o MST tem conquistado no decurso de seus 30 anos de vida é devido à prática das ocupações de massa”, ou seja, da violação sistemática da propriedade privada no meio rural.

A necessidade desse recurso à ilegalidade e até à violência por parte do MST decorreria, segundo Stédile, do fato de que “no atual contexto histórico, a correlação de forças a nível de luta de classes é bastante desfavorável às classes trabalhadoras” — ou seja, às esquerdas que usurpam a representatividade do setor operário.

Stédile admite inclusive que “o mundo vive um período de refluxo do movimento de massa” que afeta ao próprio MST, devido a que “as condições da luta de classes resultam mais difíceis: as massas percebem a impossibilidade de uma vitória, e se voltam para trás”.

Mas ele afirma que essa falta de apoio popular não deve desencorajar as forças da esquerda. Apelando à “escola dos marxistas históricos britânicos”, o líder dos invasores de propriedades espera que o atual período de refluxo seja também um “período de resistência... prelúdio de um processo de retomada”.

Esse período de resistência — que segundo ele poderá levar “alguns anos” — deverá servir para “aprender as lições da luta de classes no decurso do tempo”. E o MST deve aproveitá-lo para sua “formação política”, valorizando e “estudando Marx, Lenin, Gramsci, mas também os brasileiros Paulo Freire, Josué de Castro e tantos outros”, disse Stédile a seus ouvintes altermundialistas italianos.

Permita-me, Santo Padre, frisar a ameaça com a qual Stédile concluiu sua arenga: assinalando que é preciso que “a classe trabalhadora se reúna a nível internacional”, mas que isto seja feito por fora das ONGs e dos Fóruns Sociais — dado que estes teriam fracassado na tarefa de “organizar o povo” —, indicou que agora é preciso reunir “todos os movimentos sociais do mundo” em um “outro espaço” de confrontação ao capital financeiro internacional. Dessa forma, concluiu, “a curva da luta de classes será mundial e, portanto, quando começar a fase de ascensão, será assim por toda parte. E a terra tremerá”.

A terra por enquanto não treme. Mas não posso deixar de me perguntar, Santo Padre, qual a razão de que esse paladino de uma utopia revolucionária tão visceralmente anticristã e promotor da violação sistemática das leis tenha sido convidado pela Pontifícia Academia de Ciências. Pois é obvio que, sendo as classes populares cada vez mais infensas à pregação revolucionária, o interesse do líder do MST e dos revolucionários em geral só pode ser a sua pretensão de utilizar-se da Igreja Católica e de organismos da
Santa Sé como companheiros de viagem nessa utópica aventura (daí o apelo a estudar Gramsci, o grande ideólogo dessa estratégia).

É o que admite o próprio J.P. Stédile em entrevista5 concedida logo após sua palestra no Teatro Valle Occupato, gabando-se de ter conseguido “motivar a que o Vaticano nos ajude com a Via Campesina e como movimentos sociais a organizarmos no próximo ano diversas conferências”.

Ele espera, ademais, que se estabeleça “de agora em diante um diálogo maior do Vaticano com os movimentos sociais”, cujo resultado seria que “em nossos países [...] as igrejas locais ouçam os povos e não o Núncio apostólico, que é um burocrata a serviço de não sei quem” (destaques meus).

É assim que ele retribui o convite e a passagem aérea que diz ter recebido do Vaticano...

Quais seriam os membros dessas “igrejas locais” que assim desqualificam o representante da Santa Sé a pretexto de ouvir “os povos”, senão os adeptos da Teologia da Libertação?

É bem sintomático o tom eufórico com o qual um dos mais publicitados corifeus dessa corrente, o ex-frade Leonardo Boff, comentou a incursão do Sr. Stédile no Vaticano6.
Boff manifestou seu gáudio pelo fato de que “os pobres e excluídos” — na verdade, os líderes extremistas de esquerda — sejam agora “convocados a Roma, junto à Sé Apostólica, para falarem por si mesmos”. Destacou que “o tema fala por si: A emergência dos excluídos. Isso nos remete a um tema central da Teologia da Libertação ainda nos seus primórdios: A emergência dos pobres”.

Segundo o ex-religioso, o simpósio em questão pode significar “o começo de uma nova vontade de reinventar [sic] a Humanidade”. Como isto lembra o mito do “homem novo” coletivista, sonhado por Marx!

Tudo quanto anteriormente foi exposto, Santidade, é de molde a chocar milhões de católicos brasileiros que conhecem de perto o passado de violência, de crime, de destruição e de miséria que o MST e a Via Campesina têm deixado atrás de si no decurso de 30 anos de ocupações ilegais de terras e de domínio totalitário sobre os militantes que reúnem em seus acampamentos.

Esses brasileiros ficarão ainda mais desconsertados quando tomarem conhecimento de que, além do convite enviado a João Pedro Stédile para participar do referido seminário da Pontifícia Academia de Ciências, Vossa Santidade gravou em vídeo, nessa ocasião, uma mensagem de saudação aos integrantes da Via Campesina.

Talvez Vossa Santidade não tenha sido informado de modo cabal, mas essa organização subversiva ficou tristemente conhecida dos brasileiros em abril de 2006, através do pranto comovedor, diante das câmaras de TV, da pesquisadora Isabel Gonçalves, que viu um meritório esforço de 20 anos de investigação científica aniquilado pelo ataque vandálico de 2.000 militantes dessa organização contra a empresa Aracruz Celulose, no Rio Grande do Sul7. Os invasores, em operação perfeitamente sincronizada, depredaram grandes estufas experimentais, sistemas de irrigação, viveiros de mudas, incendiaram instalações e destroçaram modernos equipamentos de laboratório.

Pode Vossa Santidade calcular o quanto soará inverossímil, aos milhões de telespectadores que assistiram estarrecidos o pranto desconsolado da cientista, saber que Vossa Santidade, nesse vídeo, estimulou a Via Campesina a “seguir adelante” — precisamente o que a cientista não pôde fazer, ou seja, prosseguir com suas pesquisas meritórias!8

Esse procedimento da Via Campesina não foi o único, Santo Padre. Para não me estender demais, aduzo apenas outro exemplo. Em junho de 2008, membros da organização destruíram as pesquisas da Estação Experimental de Cana de Açúcar de Carpina, na Mata Norte, órgão ligado à Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Por volta das 4 horas da madrugada, cerca de 200 integrantes da Via Campesina chegaram ao local em dois ônibus e renderam o vigilante da estação. Em uma ação rápida, que durou cerca de uma hora, destruíram plantações experimentais no campo e pesquisas do Centro de Vegetação para Experimentos. Nos locais havia pesquisas da referida Estação Experimental e de estudantes de mestrado e doutorado.

De acordo com o diretor da unidade, Djalma Eusébio, o prejuízo científico e tecnológico é incalculável: “Eles destruíram plantas que faziam parte de pesquisas de melhoramento genético que duram mais de dez anos. Havia pesquisas que estavam sendo desenvolvidas há mais de dois anos e foram completamente destruídas. Não há como recuperar o prejuízo”, disse.

Os manifestantes fugiram antes de a polícia chegar e deixaram duas bandeiras no campo9. Quanto às destruições operadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) durante suas invasões criminosas, seria preciso escrever um extenso livro para relatá-las. Poupo a Vossa Santidade esse dissabor.

Os integrantes da Via Campesina provavelmente interpretarão suas palavras de “seguir adelante” como aplicáveis a suas ações delituosas acima descritas. Neste caso, elas estariam em nítido contraste com as categóricas palavras com que seu predecessor, S.S. João Paulo II, retomando o ensinamento de Leão XIII, condenou, em três oportunidades, entre 1991 e 2002, as ocupações ilegais de terras.

Em particular, a advertência de João Paulo II aos Bispos do Regional Sul l da CNBB, em visita ad limina apostolorum, em março de 1995, quando reiterou o ensino tradicional da Igreja: “Recordo, igualmente, as palavras do meu predecessor Leão XIII quando ensina que ’nem a justiça, nem o bem comum permitem danificar alguém ou invadir a sua propriedade sob nenhum pretexto’ (Rerum Novarum, 55).

 A Igreja não pode estimular, inspirar ou apoiar as iniciativas ou movimentos de ocupação de terras, quer por invasões pelo uso da força, quer pela penetração sorrateira das propriedades agrícolas” 10 (destaques meus).

Advertência que S.S. João Paulo II reiterou em novembro de 2002, com as seguintes palavras: “Para alcançar a justiça social se requer muito mais do que a simples aplicação de esquemas ideológicos originados pela luta de classes como, por exemplo, através da invasão de terras — já reprovada na minha viagem pastoral em 1991”11

É de se admitir, entretanto, que Vossa Santidade não tenha tido conhecimento dos fatos delituosos envolvendo a Via Campesina no Brasil, e que as palavras “seguir adelante” não passem de uma forma estilizada para concluir sua saudação.

Porém — seja-me permitido dizer com todo o respeito — minha perplexidade seria maior na eventualidade de Vossa Santidade não saber perfeitamente quem é Juan Grabois, argentino militante da “esquerda popular” peronista, também convidado pela Pontifícia Academia de Ciências, não só para ser um dos organizadores do referido seminário, como também para ser o primeiro de seus relatores. Ou seja, aquele que daria o tom ao subsequente colóquio.

Articulador da rede de cartoneros — os catadores de papel de Buenos Aires — no chamado Movimento de Trabalhadores Excluídos, bem como um dos fundadores da Confederação dos Trabalhadores da Economia Popular, esse advogado e militante da esquerda peronista não esconde suas convicções abertamente marxistas.

Em artigo para AgendaOculta.net12, Grabois sustenta que a “acumulação originária” de riqueza das classes abastadas “provém de algum grande crime” que “o tempo não lavará jamais”. Para ele, tal riqueza particular é necessariamente fruto de “saque, escravidão, rapina, contrabando, evasão de capital, tráfico de pessoas, tráfico, usurpação, calote, corrupção, malversação de fundos públicos...”. E acrescenta: “São estes, e não outros, os métodos que tem no cardápio todo aspirante a burguês”.

Nessa qualificação inclui os trabalhadores da economia informal que, quando bem sucedidos em seus esforços, passam ipso facto, segundo ele afirma, de autoexplorados a exploradores e estabelecem, também eles, “sistemas pericapitalistas de acumulação baseados no delito, na exploração, na escravidão e na violação de todos os direitos sociais” de seus colaboradores e parceiros.

Ou seja, todo proprietário particular seria um ladrão pelo simples fato de ser abastado: é a velha tese de Marx e Proudhon. Vossa Santidade notará que uma simplificação tão grosseiramente unilateral, um tal ódio de classe ao chamado “burguês” e à propriedade privada, como à livre iniciativa e ao sistema salarial, está nos antípodas do pensamento da Igreja, e não pode senão desembocar no “socialismo real”.

É precisamente o que propõe o ideólogo dos cartoneros argentinos: “A construção de uma economia popular solidária, austera, não consumista”, a qual pressupõe um “marco estratégico” definidamente socialista e estatizante: só quando a economia seja “socializada e planificada”13, disse ele, se poderá realizar a “sociedade sem explorados nem exploradores”, o que implica “uma intervenção fortíssima do Estado”14. Tal intervenção será abrangente e omnímoda: “regulando, planificando, complementando e subsidiando as unidades produtivas populares”15.

Cabe perguntar: no que se diferencia esse modelo de uma volta à defunta União Soviética?...

Veneno marxista num invólucro humanitário: tais são as ideias básicas desse advogado revolucionário.

Entretanto, Vossa Santidade convidou seus cartoneros a subirem no palanque da Praia de Copacabana, durante a Via Sacra da Jornada Mundial da Juventude16, além de lhe tributar outros gestos de acolhimento, como a audiência que lhe concedeu17, por duas horas, no mês de agosto passado, em sua residência de Santa Marta.

Envolveriam estes gestos de Vossa Santidade um apoio à linha traçada pelo ideólogo Jean Grabois?

Eis minha filial e respeitosa pergunta.

Naturalmente o Sr. J. Grabois aproveitou sofregamente a tribuna inaugural do seminário de 5 de dezembro para apoiar suas análises no marxismo, e “explicar” ao Cardeal Turckson, da Comissão Justiça e Paz, e aos demais participantes do evento, que Marx tinha razão, apenas  anteviu todos os desdobramentos ruinosos do capitalismo!

Santo Padre, não abusarei do tempo de Vossa Santidade resumindo a palestra de Grabois, intitulada Capitalismo de exclusión, periferias sociales y movimientos populares18. Apenas assinalo que ele retoma velhos chavões marxistas sobre o “caráter estrutural da exclusão”, que para ele “surge das entranhas do sistema econômico financeiro global”, como “consequência de estruturas humanas injustas”. Por isso considera necessário “analisar o capitalismo na sua fase atual” globalizada, bem como “os novos antagonismos sociais que ele gera”.

Esta questão, segundo o advogado marxista, já fora abordada por Karl Marx no capítulo XXIII de O Capital. Contudo o que Marx não previu, disse ele, é que, no mundo globalizado, um segmento crescente da população ficaria de fora do processo produtivo formal, constituindo a “massa marginal” dos “trabalhadores excluídos” que, para sobreviver, entram na esfera econômica da informalidade e constituem “o sujeito social mais dinâmico desta etapa histórica”. Frei Betto, citado por Grabois, qualifica os trabalhadores deste setor como “pobretariado” [sic!].

Esses trabalhadores informais seriam supostamente movidos pela aspiração por “um mundo sem exploração do homem pelo homem, onde cada qual receba segundo sua necessidade e contribua segundo sua capacidade” (princípio marxista bem conhecido). Ou seja, seriam todos comunistas em potencial, utopistas marxistas puros, ainda quando não explícitos! E esta clamorosa inverdade, Santo Padre — que seria risível se não fosse terrível — custa entender que tivesse sido pregada em recintos da Sé Apostólica...

Nessa palestra, Grabois retoma a velha dualidade marxista opressor-oprimido, para dizer que hoje emerge um novo proletariado prestes à rebelião, constituído pelos “descamisados do século XXI, os desempregados, os cartoneros, os indígenas, os camponeses, os migrantes, os vendedores ambulantes, os sem teto, sem terra, sem trabalho”.

Este pobretariado se apresenta com novas formas de articulação e novos meios de ação, diz Grabois, entre os quais destaca “diferentes formas de ação direta”, termo eufemístico cunhado pelos anarcosindicalistas franceses do início do século XX para indicar ilegalidade e violência. O emprego, hoje, dessa estratégia da “ação direta” decorreria do fato de que, enquanto os operários industriais “contam com a greve como principal ferramenta, os excluídos só podem se fazer ouvir através de piquetes, mobilizações e outras formas de luta que costumam ser criminalizadas”.

Como paradigmas dessa “ação direta”, o ativista cartonero menciona precisamente os movimentos convidados pela Pontifícia Academia de Ciências para participar do seminário por ela organizado: o Movimento de Trabalhadores Excluídos (MTE) da Argentina (na pessoa dele próprio, Juan Grabois), bem como o Movimento dos Sem Terra (MST) do Brasil (representado pelo Sr. J.P. Stédile), o qual “forma parte da Vía Campesina, com mais de 100 organizações em todo o mundo”, com sede central na Indonésia.

O mais inacreditável, nessa contundente palestra, é que o Sr. Grabois insiste no fato de que, embora na economia informal popular “os meios de produção necessários estão ao alcance dos setores populares”, isso não conduz a que tais meios se “explorem coletivamente” e possam gerar “relações sociais que sejam horizontais” — em suma, para se chegar a um regime comunista.

Então é preciso que também a economia informal seja controlada pelo “poder popular”— ou seja, por novos sovietes. Daí nasceria “uma nova sociedade”, que, como facilmente se percebe, identifica-se com o mais puro comunismo.

Tanto mais que, se o modelo dessa “nova sociedade” é o dos assentamentos controlados pelo MST, convém não esquecer o que Miguel Stédile (filho de J.P. Stédile), da coordenação nacional do MST, declarou à revista Época (n° 268, julho de 2003): “Queremos a socialização dos meios de produção. Vamos adaptar as experiências cubana e soviética ao Brasil”19.

Santidade, para meu coração de católico e brasileiro resulta inexplicável que nos recintos sagrados da Cidade do Vaticano tenha ressoado uma tal apologia do comunismo — com sua ideologia fundada na negação da propriedade privada e na luta de classes — feita pelo Sr. Grabois 76 anos depois que o Papa Pio XI houvesse condenado esse sistema antinatural como “intrinsecamente perverso”20!

Sobretudo não deixa de causar perplexidade que o advogado que proferiu semelhante discurso tenha sido convidado, por Vossa Santidade, para uma audiência privada no dia seguinte. E que, no curso dessa audiência, tenha sido gravada a saudação já mencionada para La Via Campesina, e mais um vídeo de promoção do Movimento de Trabalhadores Excluídos, fundado e animado por um militante neomarxista convicto.

É compreensível, pois, que a Via Campesina, o MST e o MTE se tivessem apressado em dar publicidade a esses eventos, como “um acontecimento sem precedentes”, num comunicado conjunto21 amplamente difundido na mídia, no qual se insiste em que a “atividade foi coordenada pelo chanceler da Academia, [Arcebispo] Monsenhor Marcelo Sánchez Sorondo, a pedido do próprio Francisco”.

O comunicado sublinha que, “finalizada a jornada, Stédile e Grabois mantiveram uma prolongada reunião com o Cardeal Turkson, presidente do Pontifício Conselho de Justiça e Paz, na qual intercambiaram opiniões sobre diferentes questões sociais e discutiram alternativas para dar continuidade ao diálogo entre Igreja e movimentos populares”.

Desses encontros com prelados da Cúria Romana, o MST e o MTE esperam auferir inúmeras vantagens. O mesmo Grabois afirmou, em entrevista para a Radio Vaticano22: “Nós temos que globalizar a luta (...). E eu creio que nesse âmbito, inclusive o Conselho Justiça e Paz, com uma pessoa como [o cardeal] Turkson, vai nos dar uma mão”. Disse também acreditar que “embora pareça um pouco estranho”, a Pontifícia Academia de Ciências “também está disposta a acompanhar, no que lhe cabe, as reivindicações, as nossas posições, nossas lutas, inclusive fortalecer os processos de organização. Sempre num ambiente de diálogo, de paz, de convivência, de respeito pelas instituições”.

Quanto às promessas de paz e de respeito pelas instituições, pelo menos no que concerne ao MST, sinto-me no direito de qualificá-las de hábil dissimulação para melhor angariar o apoio da Santa Sé.

Mas, se a Pontifícia Academia de Ciências realmente se comprometeu a contribuir para fortalecer os processos de organização dos chamados “movimentos sociais”, como asseveraram esses líderes do MST e do MTE, não surpreende que o comunicado conjunto afirme que ambos os movimentos partilham a “renovada sensação” de ter recebido “um importante apoio em sua luta”, e que “se abre uma nova etapa na unidade global do campo popular”. É como quem dissesse: agora sim, poderemos tornar realidade a convocatória de Marx e Engels: “Proletários de todo o mundo, uni-vos!”

Certamente esta “nova etapa” não pressagia nada de bom para o Estado de Direito e a alardeada democracia nos nossos países. Pois, segundo o mesmo comunicado conjunto do MST e do MTE, “a democracia formal ou burguesa falhou. As formas de representação estão em crise e não respondem aos interesses dos povos. [...] Há necessidade urgente de desenvolver novas formas de participação popular nos três poderes e novas formas de representação política, em todo o mundo. Uma democracia que, além de formal, seja real”.

Em outras palavras, o duo MST-MTE propõe o estilo de “democracia popular” que vigora em Cuba ou na Venezuela chavista. Ou seja, uma ditadura de fato, e tanto mais perigosa quanto esses dois “movimentos sociais” aspiram a amordaçar a imprensa livre: “A construção de uma democracia necessita democratizar, em primeiro lugar, os meios de comunicação”, afirmam eles de modo eufemístico.

Não posso deixar de me perguntar, Santo Padre, com profunda apreensão e até com angústia: de onde provém a esperança desses extremistas de esquerda, de contar com o apoio de organismos da Santa Sé para levar a cabo seus planos revolucionários e ditatoriais?

Tudo parece indicar que eles dão por certo que estaria havendo uma mudança de orientação doutrinária da Santa Sé. Um indício disso é que o comunicado do MST-MTE registra o fato de que “todos os participantes fizeram reiteradas referências à Exortação Apostólica Evangelii Gaudium” e a seus “categóricos e esclarecedores conceitos sobre a situação dos excluídos e a matriz excludente da economia global”.

Outro indício é que a própria Rádio Vaticano, em transmissão de 22 de janeiro último, juntou-se às comemorações dos 30 anos de fundação do MST23. E para isso franqueou seus microfones ao padre Savio Corinaldesi, missionário xaveriano, para o qual o MST é “uma luz”. Este sacerdote, utilizando expressões de um radicalismo fora do comum, chega a dizer que o MST é “odiado, execrado e combatido por aqueles que odeiam, execram e combatem o povo”. E, em seguida, faz uma convocatória para que o povo se organize:

“Mas, ainda hoje, há uma mensagem que todos devemos escutar é pôr em prática: o povo sabe resolver os seus problemas, e o faz quando se organiza” (destaques meus).

Como não ver, nessa esdrúxula transmissão da Rádio Vaticano, uma triste e rejeitável sequela do que se passou na Pontifícia Academia de Ciências?

Para evitar quaisquer mal-entendidos, esclareço a Vossa Santidade que de modo algum considero o atual hipercapitalismo globalizado como panaceia econômica, e que, como católico, deploro, entre outros defeitos graves da presente economia mundial, que os benefícios básicos do progresso material não tenham ainda alcançado muitas parcelas da população. Mas esta não é uma questão meramente econômica.

Ensinou Leão XIII que a chamada “questão social” é principalmente uma questão de ordem moral e religiosa. Disse o Pontífice: “Alguns professam a opinião, assaz vulgarizada, de que a questão social, como se diz, é somente econômica; ao contrário, porém, a verdade é que ela é principalmente moral e religiosa; e, por este motivo, deve ser sobretudo resolvida em conformidade com as leis da moral e da religião”24.

Assim sendo, uma intervenção bem sucedida da Hierarquia Eclesiástica no campo econômico e social deveria partir da denúncia dos dois vícios que estão na origem de todas as desordens e revoluções modernas: o orgulho e a sensualidade 25.

Esses vícios alimentam os dois erros fundamentais e aparentemente opostos de nossa época: o utopismo coletivista e o liberalismo individualista. Porque, de um lado, geram o sonho anárquico-igualitário de uma sociedade sem governo, sem classes e sem leis; e de outro lado, estão na raiz do liberalismo moderno, o qual recusa toda referência a uma verdade objetiva, a valores absolutos, a uma lei superior e, por isso, conduz à “ditadura do relativismo”, oportunamente denunciada pelo então Cardeal Ratzinger 26.

Assim, na raiz mais profunda da crise antropológica pela qual passa hoje a humanidade, não está simplesmente a negação de direitos fundamentais do homem, mas resulta da negação da primazia de Deus na organização da sociedade humana. Todo o resto é mera consequência.

A atual sociedade, de inspiração laica, menospreza os bens da alma. Ela penetrou como um veneno o Ocidente a partir da recusa da ordem austera e sacral que vigorava na Cristandade quando, segundo as luminosas palavras de Leão XIII, “a filosofia do Evangelho governava os Estados. Nessa época a influência da sabedoria cristã e a sua virtude divina penetravam as leis, as instituições, os costumes dos povos, todas as categorias e todas as relações da sociedade civil”27.

Assim, conforme igualmente aos ensinamentos de São Pio X, um verdadeiro retorno à ordem na sociedade humana supõe a restauração de todas as coisas em Cristo — o belo lema de seu pontificado: Instaurare omnia in Christo (Ef. 1,10) — e a retomada do ideal cristão de sociedade, que ele magistralmente enunciou. Face à “anarquia social e intelectual” que grassava no início do século XX, o santo Pontífice assinalava a verdadeira saída: “A cidade não será construída de outra forma senão aquela pela qual Deus a construiu; a sociedade não se edificará se a Igreja não lhe lançar as bases e não dirigir os trabalhos; não, a civilização não mais está para ser inventada nem a cidade nova para ser construída nas nuvens. Ela existiu, ela existe; é a civilização cristã, é a cidade católica.

Trata-se apenas de instaurá-la e restaurá-la sem cessar sobre seus fundamentos naturais e divinos contra os ataques sempre renovados da utopia malsã, da revolta e da impiedade”28

No que concerne ao reerguimento e à regeneração das classes operárias, São Pio X já insistia em que “os princípios da doutrina católica são fixos” e, citando Leão XIII, sublinhava a necessidade de “manter a diversidade das classes, que é seguramente o próprio da cidade bem constituída, e querer para a sociedade humana a forma e o caráter que Deus, seu Autor, lhe imprimiu”29 (destaque meu).

Ao mesmo tempo aquele grande Pontífice denunciava a perversidade que há em “pretender a supressão e o nivelamento das classes” sociais — tal como o fazem o MST e o MTE — e em trocar as bases naturais e tradicionais da sociedade humana pela promessa de “uma cidade futura edificada sobre outros princípios”30, notadamente os do igualitarismo.

Portanto, não serão os programas altermundialistas de cunho “ecológico” e neomarxista dos ditos “movimentos sociais”, que irão resolver a crise econômica atual e reduzir a pobreza no mundo.

Se o problema é o da emergência dos excluídos, Cuba é precisamente o contra-modelo a ser evitado a qualquer custo, sob pena de transformar o mundo todo numa sociedade de miseráveis, estes sim, excluídos: excluídos do bem-estar, excluídos da vida política, excluídos da cultura, excluídos da liberdade de viajar e, sobretudo, excluídos de praticar sem entraves a religião católica na Ilha-prisão!

Os pobres não querem para si um tal pesadelo. E, por isso mesmo, poucos se deixam iludir pelos devaneios de um MST ou de um MTE, ainda que estes se revistam, em sua pregação revolucionária, com as roupagens falsamente cristãs de uma Teologia da Libertação de orientação claramente marxista.

É muito significativo que, em 2009, uma sondagem do Instituto de pesquisas Ibope 31 tenha mostrado que 92% da população brasileira considera ilegais as invasões de terras promovidas pelo MST; e 72% dos ouvidos julgam que o poder público deveria utilizar a polícia para cumprir ordens judiciais de retirada dos invasores. Para mais de 70% dos entrevistados o MST prejudica o desenvolvimento econômico e social, a geração de empregos e os investimentos nacionais e estrangeiros. Mais significativo ainda, para 85% dos brasileiros o direito de propriedade privada é essencial ao País: clara amostra de que os povos rejeitam o comunismo e sua miséria.

A demagogia da esquerda, Santidade, pode encontrar ressonância nas redações de certos jornais e TVs, em meios acadêmicos, na nomenklatura dos partidos políticos... e até — dói constatá-lo — em certos meios eclesiásticos; mas ela não engana a grande maioria do povo, que cada vez mais se distancia dela.

Comprovação disso é que, entre as reivindicações mais constantes dos movimentos imbuídos dessas ideias revolucionárias sempre esteve a implantação de uma reforma agrária radical, que eliminasse a grande e média propriedade, reduzindo todo o arcabouço rural de uma nação a pequenas áreas de terra que, aliás, em grande parte nem sequer seriam propriedade de seus detentores, mas sim de cooperativas fortemente estatizadas.

Ora, apesar da fenomenal propaganda feita em seu favor e dos rios de dinheiro nela aplicados, a reforma agrária fracassou no Brasil. A situação econômica e social nos assentamentos de reforma agrária é tão grave, que até ministros do governo reconhecem que a grande maioria deles se transformou em autênticas “favelas rurais”. Reconhecimento tardio, pois essa expressão havia sido cunhada muitos anos antes pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, em sua luta contínua por alertar os brasileiros para esse desfecho inevitável. Inevitável, sim, pois tudo que contraria a ordem natural cedo ou tarde termina em desastre.

Por isso, dizem com razão os franceses: Chassez le naturel, il revient au galop.

Não foi, pois, por falta de advertência. Desde o início da década de 50, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira havia notado que a propaganda revolucionária soprava no sentido da reforma agrária, a qual por fim se consubstanciou em projetos concretos no final da década. Por isso escreveu e lançou, em 1960, em coautoria com dois Bispos e um economista, o livro Reforma Agrária — Questão de Consciência, no qual profetizou que ela desfecharia no fracasso. Foi o marco inicial de uma luta que comportou a publicação de vários livros, manifestos e declarações, bem como campanhas públicas de divulgação e abaixoassinados, durante as quatro décadas seguintes, até seu falecimento em 1995.

Hoje, estudiosos e profissionais competentes glosam o fracasso da reforma agrária. Assim, ainda há poucos dias, o Prof. Zander Navarro, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em artigo publicado num grande matutino paulista 32, descrevendo o êxodo rural que se verifica de norte a sul do Brasil, escreveu: “E há os assentados, que deveriam ser expressivos. Afinal, seria um conjunto de 1,25 milhão de famílias em 8,8 mil assentamentos, ocupantes de 88 milhões de hectares, quase equivalentes à área total de Mato Grosso. Mas a reforma agrária é um rotundo fracasso: boa parte dos beneficiários desistiu, deixando rarefeitos os assentamentos, em especial do meio do País ‘para cima’, sobretudo no Nordeste e no Norte”.

Enquanto os assentamentos de reforma agrária, criados na onda dessa agitação agrária, nada produzem, vivendo das esmolas do Estado, um competente perito da Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa)33 observa que a tecnologia tem ajudado aos pequenos, médios e grandes agricultores, e acrescenta: “A produção agrícola do Brasil alimenta 1 bilhão de pessoas”34. Outro estudo registra que “o preço da cesta de alimentos caiu pela metade entre 1975 e 2010”35, o que explica o fato de que, “na década de 1970, a família média brasileira gastava cerca de 40% da renda familiar em alimentos. Atualmente, esse valor não passa de 16%”36.

Quo vadis, Domine?

Vossa Santidade, agindo com calculada prudência, vai definindo aos poucos os rumos do seu pontificado.

É natural que os fiéis acompanhem com atenção os passos que vão sendo dados nesse sentido.

Diante das inevitáveis perplexidades que toda mudança de rumo naturalmente produz, compreende-se que muitos façam, no interior de seus corações, a pergunta que, segundo a legenda, o próprio São Pedro fez quando, fugindo da perseguição de Nero, encontrou Jesus Cristo que vinha em sentido contrário:

Quo vadis, Domine? — Aonde vais, Senhor?

Ao ouvir a resposta de Nosso Senhor de que Ele se dirigia a Roma para ser novamente crucificado, São Pedro entendeu que o momento havia chegado de ele próprio sofrer o martírio. E, assim, submeteuse ao suplício com grande humildade, pedindo aos algozes que o crucificassem de cabeça para baixo — segundo piedosa tradição — porque não se considerava digno de que sua morte igualasse em todos os pormenores à de Cristo.

Assim, em vista dos fatos acima pormenorizadamente descritos, e das perplexidades por eles suscitadas, um fiel poderia ser levado a dirigir ao Papa Francisco idêntica pergunta — Quo vadis, Domine? Seria legítimo fazê-lo? Em que condições?

O Código de Direito Canônico consagra, no cânon 212 § 3, o pleno direito de todo fiel à respeitosa exposição de sua opinião, nessa ou em outras matérias: “Os fiéis, segundo a ciência, a competência e a proeminência de que desfrutam têm o direito e mesmo, por vezes, o dever de manifestar aos sagrados Pastores a sua opinião acerca das coisas atinentes ao bem da Igreja, e de a exporem aos restantes fiéis, salva a integridade da fé e dos costumes, a reverência devida aos Pastores, e tendo em conta a utilidade comum e a dignidade das pessoas”.

Faço-o, pois, nesta REVERENTE E FILIAL MENSAGEM, convencido de que Sua Santidade receberá a presente manifestação com paternal benevolência, e como uma leal contribuição para o êxito de sua excelsa missão no governo da Santa Igreja.
* * *
Reafirmando uma vez mais a minha obediência irrestrita e amorosa não só à Santa Igreja como ao Papa, em todos os termos preceituados pela doutrina católica, peço a Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, que ilumine Vossa Santidade e ajude todos os católicos latino-americanos a permanecer fortes in fide, nas suas convicções católicas e em sua rejeição ao extremismo de esquerda, de maneira que esta Terra de Santa Cruz continue a ser cada vez mais, junto com as nações irmãs da América Espanhola, o Continente da Esperança, sob as bênçãos de sua querida padroeira, Nossa Senhora de Guadalupe.

Osculando o anel do Pescador, peço humildemente a Bênção Apostólica, in Jesu et Maria

12 de fevereiro de 2014
O príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança é Chefe da Casa Imperial Brasileira – Documento escrito e enviado ao Papa Francisco em 8 de fevereiro de 2014

Notas:
1 A Campanha Paz no Campo vem se notabilizando no Brasil pela defesa dos princípios da propriedade privada e da
livre iniciativa, segundo os ensinamentos contidos nos documentos do Magistério tradicional da Igreja.
2 http://www.feedfood.com.br/agronegocio-corresponde-37-dos-empregos-gerados-no-pais/
3http://exame.abril.com.br/economia/noticias/recorde-de-exportacoes-no-agronegocio-aumenta-demanda-porprofissionais
4 http://www.adistaonline.it/?op=articolo&id=53494
5 http://www.wsftv.net/Members/focuspuller/videos/joao-pedro-stedile-1/view
6http://leonardoboff.wordpress.com/2014/01/10/os-movimentos-populares-latino-americanos-junto-ao-papa-francisco/
7 http://www.uel.br/grupo-pesquisa/gepal/anais_ivsimp/gt7/15_mairakubik.pdf
8 http://www.mst.org.br/node/15560
9 http://www.old.pernambuco.com/ultimas/noticia.asp?materia=2008610133246
10http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/speeches/1995/march/documents/hf_jp-ii_spe_19950321_brasile-adlimina_
po.html
11http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/speeches/2002/november/documents/hf_jp-ii_spe_20021126_brazilsul-
iii-iv_po.html
12 http://www.agendaoculta.net/2012/08/el-capitalismo-de-exclusion-y-la.html
13 http://www.cartoneando.org.ar/content/capitalismo-popular-una-variante-salvaje-del-modelo-por-juan-grabois
14 http://www.economiapopular.coop/juan-grabois
15 http://mareapopular.org/revista/agremiando-la-precarizacion-laboral/
16http://www.telam.com.ar/notas/201307/26546-el-papa-mando-a-buscar-a-35-cartoneros-argentinos-entre-un-millonde-
peregrinos.html
17http://www.noticiasdiaxdia.com.ar/noticias/val/6869-43/-carta-al-evita-desde-el-vaticano-por-juangrabois.
html#.UtMMcvSICSp
18 http://www.casinapioiv.va/content/dam/accademia/pdf/sv123/sv123-grabois.pdf
19 http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT564366-1653-5,00.html
20 Carta Encíclica Divini Redemptoris, de 19 de março de 1937, § 58.
21http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Movimentos-Sociais/Os-movimentos-populares-latino-americanos-junto-ao-
Papa-Francisco/2/29947
22 http://media01.radiovaticana.va/audiomp3/00404088.MP3
23
http://it.radiovaticana.va/news/2014/01/22/brasile:_compie_30_anni_il_movimento_%E2%80%9Csem_terra%E2%80%9D/it
1-766279
24 Encíclica Graves de communi, de 18 de janeiro de 1901.
25 Cfr. Plinio Corrêa de Oliveira, Revolução e Contra-Revolução, Parte I, cap. VII, 3.
26 Disse o Cardeal: “Vai-se constituindo uma ditadura do relativismo que nada reconhece como definitivo e que deixa
como última medida apenas o próprio eu e as suas vontades” (Homilia na Missa Pro Eligendo Romano Pontifice, 18 de abril
de 2005 — http://www.vatican.va/gpII/documents/homily-pro-eligendo-pontifice_20050418_po.html
27 Encíclica Immortale Dei, de 1° de novembro de 1885.
28 Carta Apostólica Notre charge apostolique, de 25 de agosto de 1910, § 11
http://agnusdei.50webs.com/notrech2.htm
29 Carta Apostólica Notre charge apostolique, de 25 de agosto de 1910, § 9
http://agnusdei.50webs.com/notrech2.htm
30 Carta Apostólica Notre charge apostolique, de 25 de agosto de 1910, § 9 e 10
http://agnusdei.50webs.com/notrech2.htm
31 http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,ibopecna-92-condenam-ocupacoes-do-mst,485449,0.htm
32 O Estado de São Paulo, 22 de janeiro de 2014.
33 Evaristo Eduardo de Miranda, doutor em Ecologia e responsável pela área de monitoramento por satélite da
Embrapa.
34 http://www.iica.int/Esp/regiones/sur/brasil/Lists/Noticias/DispForm.aspx?ID=634
35 Notícias Agroinvvesti, 17 de junho de 2011, Cleber Bordignon, Agronegócio, um mundo de oportunidades
http://www.agroinvvesti.com.br/?menu=noticias&id=907
36 Notícias CNA, 2 de novembro de 2011, Brasil e EUA: grandes potências para alimentar o mundo
http://www.canaldoprodutor.com.br/comunicacao/noticias/brasil-e-eua-grandes-potencias-para-alimentar-o-mundo