"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

QUEM NÃO SE LEMBRA?

Filtro Solar na voz de Pedro Bial - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=6AbfJ-wvMPY

20 de janeiro de 2016
m.americo

FILTRO SOLAR GAUDÉRIO

FILTRO SOLAR GAUDÉRIO - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=yttd-ZqXXZw
9 de abr de 2008 - Vídeo enviado por Ricardo Peterson Silveira
FILTRO SOLAR GAUDÉRIO. Ricardo Peterson .... GAUDÉRIO FAGUNDES - história do gaúcho GLS, por ...

20 de janeiro de 2016
m.americo

SE VOCÊ ESTÁ PENSANDO QUE É UMA PIADA, ESQUECE... ELE NÃO SE LEMBRA DE NADA MESMO!



“Se tem uma coisa que eu me orgulho, neste País, é que não tem uma viva alma mais honesta do que eu. Nem dentro da Polícia Federal, nem dentro do Ministério Público, nem dentro da igreja católica, nem dentro da igreja evangélica. Pode ter igual, mas eu duvido”.
LULA DA SILVA, ex-presidente

20 de janeiro de 2016

ADVOGADO AFIRMA QUE O MINISTRO BARROSO AGIU COM MALÍCIA


Manobra de Barroso prejudicou o julgament
















O jornalista Fernando Gabeira e o professor de História da UFF Daniel Aarão Reis já desmentiram que Franklin Martins, Dilma Rousseff, José Dirceu e José Genoino não podem ser considerados “Heróis do Povo Brasileiro”, porque nos idos de 1964 a 1972 não lutaram coisa nenhuma pela democracia. Apreciem abaixo o artigo intitulado “A perigosa mensagem do voto do ministro Barroso”, do advogado Roberto Merola de Campos, que circula na internet, apontando as distorções que os governos petistas tentam implantar em nossa precária democracia.
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A PERIGOSA MENSAGEM DO VOTO DO MINISTRO BARROSO
Robson Merola de Campos
No Brasil da era petista é assim: terrorista vira herói; herói vira bandido. Bandido tem regalia; gente honesta paga pelas regalias. Corrupção virou lugar comum, não envergonha mais ninguém; aliás, se a corrupção for em benefício do partido que ocupa o poder, merece solidariedade e aplausos. A mentira virou política de estado: mente-se para ganhar eleição e para permanecer no cargo. Mentir pode; protestar, não pode! Aliás, só quem pode protestar é a esquerda; quando os outros protestam é golpe.
Tudo isso é grave; mas, não chega a ser trágico. Sejamos sinceros: o brasileiro parece não se importar com a mentira, a corrupção e os desmandos.
Trágico é quando um ministro do Supremo Tribunal Federal, a mais alta corte de Justiça do país, frauda conscientemente a fundamentação de uma grave decisão que afeta toda a nação, visando proteger quem lá lhe colocou. Luís Roberto Barroso ao omitir a parte final do art. 188 do Regimento Interno da Câmara Federal feriu de morte a Constituição que um dia ele jurou defender. Suas explicações após a exposição de sua deplorável atuação não convencem nem a ele mesmo. Porém, o ministro Barroso, pelas regras atuais, permanecerá firme no cargo que ele manchou indelevelmente.
TRÊS PODERES
Desde que Montesquieu formulou a teoria dos três poderes, as nações democráticas a têm aplicado. Executivo, Legislativo e Judiciário são, na teoria do célebre francês, poderes harmônicos e independentes entre si, que, em um sistema de pesos e contrapesos, garantem a continuidade da democracia. Sem nenhum demérito, pode-se afirmar que, enquanto os Poderes Executivo e Legislativo podem ser formados por leigos, muitas vezes bem intencionados, mas, sem o conhecimento adequado, não se permite ao Poder Judiciário ser ocupado por pessoal que não seja técnico e desprovido de paixões além de certo limite. E coloco o condicional, pois o fato de se tornar magistrado não torna o homem melhor, maior, ou mais sábio do que outro. Mas pressupõe que seu compromisso seja com a verdade, a lei e a justiça.
Reside justamente aí a tragicidade do voto do Ministro Barroso: ele destruiu a esperança de termos um judiciário acima das paixões partidárias. Magistrados erram; o erro é inerente à natureza humana. Mesmo Cristo, quando veio a esse miserável planeta errou e, com a Sua grandeza, reconheceu e corrigiu seu erro (Mateus, 15, 21-28). Mas, ali tratamos do erro inconsciente ou se consciente, sem malícia. Não é o caso do Ministro Barroso. Com seu voto ele diminuiu a si mesmo a toga que ele veste, desonrou a casa que ele ocupa; e forneceu o mais eloquente exemplo das incoerências que reinam no Brasil da era petista.
VITRINE DA JUSTIÇA
O voto do Ministro Barroso transcende o julgamento que ele maliciosamente influenciou. O judiciário é a vitrine da justiça e o baluarte da democracia. Quando um magistrado da mais alta corte de justiça do país se deixa levar pelo interesse pessoal ou partidário ele abre um perigoso precedente, pois manda a mensagem errada para toda a sociedade. As consequências podem ser imprevisíveis. Sorte dele, que vive no Brasil de 2016. Se estivesse em qualquer outro país sério, já teria perdido o direito de usar a toga que desonrou.

20 de janeiro de 2016
João Amaury Belem

ECONOMIA MUNDIAL CRESCE E O BRASIL DESPENCA...





A recessão no Brasil será um dos principais fatores para o desempenho abaixo do esperado que a economia global deve ter em 2016, prevê o FMI (Fundo Monetário Internacional). Em sua atualização do relatório Panorama Econômico Global, divulgada nesta terça (19), o Fundo reduz a expansão mundial neste ano para 3,4%, 0,2 ponto percentual a menos que nas projeções de outubro.
No caso do Brasil, o corte foi bem mais agudo. De acordo com o FMI, a economia do país recuará 3,5% em 2016, baixa de 2,5 pontos percentuais em relação ao relatório anterior. A esperança de retomada do crescimento brasileiro, que nas previsões de outubro do FMI aconteceria em 2017, foi adiada para 2018, último ano do governo Dilma Rousseff. No ano que vem, estima o Fundo, o Brasil sairá do vermelho, mas terá expansão zero, uma piora de 2,3 pontos percentuais em relação à previsão de outubro.
O boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central, estima que o PIB brasileiro cairá 2,99% neste ano e crescerá 1% no próximo.
Dos 16 países que compõem a tabela incluída no relatório, o Brasil é o que tem o pior desempenho projetado para 2016. O país é citado como destaque negativo também numa entrevista do economista-chefe do FMI, Maurice Obstfeld, divulgada junto com o relatório.
PIG GLOBAL
“A principal mensagem desta atualização, especialmente se comparada com as anteriores, é a queda consistente na expectativa de crescimento”, diz Obstfeld ao justificar o corte na projeção global. Grande parte disso se deve ao fraco desempenho das economias em desenvolvimento, responsáveis por mais de 70% do crescimento mundial. As estimativas de expansão do PIB global foram reduzidas em 0,2 ponto percentual tanto para 2016 (para 3,4%) quanto para 2017 (para 3,6%).
“Tais revisões refletem em grande medida, mas não exclusivamente, uma recuperação mais fraca nas economias emergentes do que fora projetado em outubro. Em termos de composição por país, as revisões se devem em grande parte ao Brasil, onde a recessão causada pela incerteza política, em meio à contínua crise das investigações na Petrobras, está se mostrando mais profunda e prolongada do que se esperava”, diz o Fundo.
CRISE DO PETRÓLEO
Entre os outros fatores para o corte nas previsões de crescimento global, o relatório cita os baixos preços do petróleo, que atingem as economias do Oriente Médio, a recuperação mais lenta da economia americana e a alta dos juros nos Estados Unidos, além da desaceleração da China, em meio ao “rebalanceamento” pelo qual passa o país asiático.
Apesar de reconhecer a incerteza que esse processo gera na economia mundial, sobretudo pela dificuldade dos mercados em interpretá-lo, o FMI considera que a China segue a transição conforme o que foi planejado pelas autoridades do país, com menos ênfase em investimentos e mais em consumo e no setor de serviços. Assim, o relatório manteve inalteradas suas projeções para o crescimento chinês em 2016 (6,3%) e 2017 (6%). Nesta terça, as autoridades de Pequim anunciaram que o PIB chinês avançou 6,9% em 2015. O resultado ficou dentro da meta do governo, mas foi o pior desde 1990.
CHINA E EUA
“O crescimento na China evolui conforme planejado, mas com uma desaceleração em importação e exportação mais rápida que o esperado, em parte refletindo o enfraquecimento do investimento e da atividade industrial”, diz o estudo. “Tais desdobramentos, juntamente com a preocupação sobre o futuro desempenho da economia chinesa, estão causando contágios em outras economias por meio dos canais de comércio e dos preços mais baixos das commodities, assim como da confiança em baixa e a volatilidade crescente nos mercados financeiros.”
Sobre os Estados Unidos, o FMI prevê que a maior economia do mundo crescerá 2,6% em 2016, mais que os 2,5% de 2015, mas 0,2 ponto percentual a menos que a projeção de outubro. Para 2017, os EUA devem repetir a mesma taxa de expansão, diz o relatório. A economia americana continua “resiliente”, mas tem alguns entraves, como a alta do dólar, que prejudica setores da indústria.

20 de janeiro de 2016
Marcelo Ninio
Folha

SENHOR HONESTIDADE

NÃO HÁ PROMOTOR OU EMPRESÁRIO QUE DIGAM QUE FIZ ALGO ILÍCITO, DIZ LULA
O PETISTA AFIRMOU TAMBÉM QUE NÃO HÁ QUEM POSSA ENVOLVÊ-LO EM IRREGULARIDADES


É PRECISO RECONHECER QUE OS GOVERNOS PETISTAS CRIARAM CONDIÇÕES PARA INVESTIGAÇÕES DE GRANDE PORTE, DIZ - FOTO: JOSÉ CRUZ / AGÊNCIA BRASIL
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou na manhã desta quarta-feira (20) o instrumento jurídico da delação premiada e disse, em referência ao conteúdo revelado na Operação Lava Jato, que "o grande problema da delação premiada é que o grande prêmio para os delatores é envolver o Lula".

Em entrevista a blogueiros na sede do instituto que leva seu nome, em São Paulo, o petista afirmou também que não há quem possa envolvê-lo em irregularidades. "Duvido que neste País tenha promotor, delegado, empresário, amigo ou não amigo, que tenha coragem de afirmar que eu tenha me envolvido em algo ilícito", afirmou.

De acordo com o ex-presidente, é preciso reconhecer que os governos petistas criaram condições para investigações de grande porte como as que estão ocorrendo atualmente. "A presidente Dilma ainda será enaltecida pelas condições criadas para punir quem não andar na linha neste País, do mais simples ao mais alto escalão", afirmou.

Lula destacou, também, que este tipo de reconhecimento não vem do dia para a noite e pode levar décadas.



20 de janeiro de 2016
diário do poder

A CONTA É NOSSA... SUAS EXCELÊNCIAS AGRADECEM.

CÂMARA TORRA R$ 118 MILHÕES DO CONTRIBUINTE  COM REFORMA DE APARTAMENTOS 


O TOTAL DA REFORMA DOS APARTAMENTOS ESTÁ PREVISTO EM R$ 310 MILHÕES. FOTO: ANDRÉ CORRÊA/SENADO

A reforma de 432 apartamentos destinados aos deputados federais já sugou R$ 118 milhões dos cofres públicos. Cada unidade custa, em média, R$ 2,5 milhões, mas a reforma ficou em R$ 725 mil. Os primeiros contratos foram firmados em 2007, mas as obras somente deslancharam após a eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para presidente da Câmara, em 2015. Ele prometeu acelerar as reformas.

Serão gastos R$ 310 milhões para a reforma de 18 blocos. Cada imóvel receberá mobiliário e eletrodomésticos pagos pelo contribuinte.

A Câmara alega que haverá diminuição do gasto com o auxílio-moradia pago aos deputados. São R$ 4.253 por mês para cada um.

Cada apartamento pode chegar a 200 metros, no coração de Brasília, e por isso todos são muito valorizados.



20 de janeiro de 2016
diário do poder

SÉRGIO MORO CRITICA MANOBRAS PROTELATÓRIAS DA DEFESA DE ODEBRECHT

TENTA-SE RETARDAR JULGAMENTO DE MARCELO ODEBRECHT, DIZ O JUIZ


Apenas quatro dias após advogados terem publicado um manifesto contra a Operação Lava Jato, com pesadas críticas à investigação sobre o esquema de corrupção na Petrobras, o juiz federal Sérgio Moro afirmou nesta terça-feira, 19, nos autos de uma ação, que a defesa de executivos e ex-executivos da empreiteira Odebrecht "busca retardar o julgamento com novos e intempestivos requerimentos". Os principais advogados da Odebrecht, Nabor Bulhões, Dora Cavalcanti e Augusto de Arruda Botelho, estão entre os signatários da carta.

"A defesa, enquanto busca retardar o julgamento com novos e intempestivos requerimentos probatórios, reclama nas instâncias superiores pela revogação da prisão preventiva alegando excesso de prazo", disse Moro. Segundo ele, "o processo é uma marcha para frente. Não se retornam às fases já superadas", afirmou o juiz que conduz a Lava Jato na primeira instância.

O protesto dos advogados, entre eles defensores de políticos e empreiteiros alvo da Lava Jato, foi publicado na sexta-feira passada, nos principais jornais do País. "Nunca houve um caso penal em que as violações às regras mínimas para um justo processo estejam ocorrendo em relação a um número tão grande de réus e de forma tão sistemática", afirma o texto.


Publicamente, Moro (foto) ficou e continua em silêncio. Mas, nos autos da ação contra o empresário Marcelo Odebrecht e Márcio Faria, executivo ligado ao grupo, o magistrado reagiu.

Em outras ocasiões, Moro já havia criticado estratégias protelatórias de defensores de investigados. Ontem, ele despachou pedidos formulados na semana passada pelas defesas dos empresários - em um dos processos que eles respondem por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Segundo o juiz, os pedidos têm "caráter meramente protelatório".

A ação em que também são réus outros três executivos ligados à empreiteira (Rogério Araújo, Alexandrino Alencar e César Ramos Rocha) teve a fase de instrução encerrada e está em alegações finais, última etapa antes da sentença. Para Moro, os requerimentos "são intempestivos, já que a instrução há muito se encerrou, além das provas pretendidas serem manifestamente desnecessárias ou irrelevantes".

Marcelo Odebrecht, Márcio Faria e Rogério Araújo estão presos desde 19 de junho de 2015. Um a um, os recursos interpostos por seus defensores estão sendo vetados pela Justiça. Há dez dias, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, rejeitou pedido de liberdade para Marcelo Odebrecht.

'Especulações'

Na decisão de ontem, Moro classificou questões levantadas pela defesa como "especulações". "Deveria a defesa preocupar-se mais em esclarecer o que indicam os documentos, os supostos pagamentos de propina feitas pela Odebrecht aos agentes da Petrobras, do que com as especulações sobre a supostas faltas de autorização, sendo desnecessários quaisquer novos documentos ou esclarecimentos sobre o referido material", disse Moro.

A Lava Jato descobriu contas secretas de offshores supostamente ligadas à Odebrecht, que teriam sido usadas para pagar propina a dirigentes da Petrobras. A documentação sobre as contas usadas pela empreiteira no banco PKB Private Bank, na Suíça, é considerada o coração das acusações formais contra Marcelo Odebrecht.

Petição

A defesa de Marcelo Odebrecht afirmou em petição que haveria uma "degravação errônea" em um vídeo de depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, prestado na fase de investigação. Os advogados pediram ao juiz Sérgio Moro que fosse solicitado que o Ministério Público Federal levasse aos autos "todos os vídeos correspondentes aos depoimentos dos réus-colaboradores".

"Chama atenção o fato de ter sido omitido da transcrição das declarações do réu-colaborador Paulo Roberto Costa um trecho em que ele, quando perguntado especificamente sobre seu contato com o requerente Marcelo Odebrecht, afirmou categoricamente que ele ‘não participava disso’, referindo-se ao pagamento de propinas e outras irregularidades relacionadas a contratos celebrados com a Petrobras, asseverando, de maneira enfática, que o requerente não teve qualquer participação nos crimes investigados. Literalmente, disse Paulo Roberto Costa, em trecho que foi omitido na transcrição: ‘Nem põe o nome dele aí porque com ele não, ele não participava’."

"Observo que os vídeos dos depoimentos prestados pelos acusados colaboradores na fase de investigação foram disponibilizados desde o início da ação penal às partes, como aliás constou expressamente na decisão de recebimento da denúncia", afirmou Sérgio Moro ontem. 


20 de janeiro de 2016
diário do poder

EMAIL REVELA INTIMIDADE ENTRE MARCELO ODEBRECHT E LULA


Aos poucos, Lula vai aparecendo nos negócios da Odebrecht



















Em janeiro de 2009, o empresário Marcelo Bahia Odebrecht – preso desde 19 de junho pela Operação Lava Jato – relata em e-mail para executivos do grupo conversa com o então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para que ele intercedesse junto ao presidente da Bolívia, Evo Morales. O interesse aparente do empreiteiro eram negócios do grupo no setor petroquímico boliviano.
“Acabei tendo oportunidade de conversar com Lula e Chaves enquanto estavam na sobremesa. (Andre, Gov. Do MS estava ao lado).”, escreve Odebrecht em mensagem de 15 de janeiro de 2009. Naquele dia, Lula e o presidente da Bolívia, Evo Morales, participaram de inauguração de trecho de uma ligação rodoviária entre o Oceano Atlântico, no Brasil, e o Oceano Pacífico, no Chile, passando por terras bolivianas. O empreiteiro cita “Chaves”, possível referência a Hugo Chávez, então presidente venezuelano, morto em 2013, com quem o ex-presidente Lula estaria no dia seguinte, 16.
Chamada de Corredor Bioceânico, a obra que reuniu Lula, o presidente boliviano Evo Morales e o dono da Odebrecht, tem a empreiteira como uma das contratadas. No discurso feito pelo ex-presidente do Brasil, que está arquivado nos registros do Planalto, o petista cita em suas homenagens de abertura a presença de Marcelo Odebrecht.
POLO GAS QUÍMICO
O assunto de interesse de Odebrecht relatado na conversa outro. O empreiteiro fala do projeto de um Pólo Gás Químico, que unirá unidades do setor petroquímico em terras bolivianas e brasileiras. A empreiteira é acionista majoritária, junto com a Petrobrás, da Braskem – maior petroquímica da América Latina -, que tem apostado nessa parceria
“Lula insistiu com Evo a questão do Polo Petroq. Evo chamou o Ministro de Hidrocarburos e foi combinado uma apresentação por parte da Braskem”, continua o empresário, acusado de corrupção nas obras da Petrobrás.
O projeto do polo unindo Bolívia e Brasil já havia sido citado em outro e-mail, um ano antes, conforme divulgado pelo Estado. Na ocasião, Odebrecht conversa com executivos do grupo sobre a tentativa de buscar em Lula apoio para os negócios da empresa em terras bolivianas – tratando ainda da Argentina e do Peru.
MARCO AURÉLIO
Além do ex-presidente Lula e do governador de Mato Grosso do Sul, Odebrecht menciona em seu relato o “Prof Marco Aurélio” – que para a Polícia Federal pode ser referência ao assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia. Pelo conteúdo, o empreiteiro sugere que Garcia e Puccinelli poderiam dar ajuda no negócio.
“Na minha opinião este projeto não é (ou era) ‘top of the mind’ de Evo e equipe”, explica. “O governador Andre e o Prof Marco Aurelio pediu para serem acionados para empurrar/ajudar.”
NEGÓCIOS FORA DO BRASIL
A PF investiga a atuação de políticos em defesa dos interesses da Odebrecht. A empreiteira é acusada de ser uma das líderes do cartel que fatiava obras na Petrobrás, mediante o pagamento de propinas – que variavam de 1% a 3% dos contratos da estatal – para agentes públicos e políticos. PT, PMDB e PP eram os três principais partidos envolvidos no esquema. As novas apurações da Lava Jato miram nos tentáculos da empreiteira em negócios fora do Brasil.
Acusado de pagar propina a executivos da Petrobrás, partidos e políticos, o conjunto de e-mails de executivos da Odebrecht indica para a PF que o empreiteiro mantinha relação direta e próxima com o ex-presidente Lula – durante seus mandatos (2003-2006 e 2007-2010) e no período pós-Presidência.
No e-mail, Odebrecht cita siglas, que para investigadores da força-tarefa da Lava Jato são as iniciais de nomes dos executivos do grupo, a maior parte deles copiados no e-mail, como Bernando Gradin, “BG”, Henrique Valladares, “HV”, Luiz Mameri, “LM”.
COM DILMA…
No mesmo trecho, o empreiteiro cita suposta conversa do então governador de Mato Grosso do Sul com a presidente Dilma Rousseff – na época, chefe da Casa Civil. “Alex ficou de fazer a ponta com o Governador Andre (que quer estar com a Dilma logo para falar deste projeto) e Gustavo Assad ficou de fazer a ponte com o Ministro com que já se alinhou na hora.”
Odebrecht relata ainda no e-mail um pedido feito por Lula em nome do presidente da Bolívia. “Lula depois me pediu para olhar um projeto de açúcar e alcool de interesse de Evo no norte de Santa Cruz”, acrescenta no relato da conversa com o ex-presidente.
Puccinelli teria disponibilizado um avião para cumprimento da agenda acertada. “JCG: Gustavo Assad (executivo da Odebrecht) ficou de fazer a ponte com o Ministro (que também foi convocado por Evo na hora para a conversa) e marcar uma visita as nossas plantas no MS e dai evoluir”, explica o empresário. “O gov Andre disponibilizou o avião para pega-los e leva-los.” A sigla “JCG”, para a PF, é a sigla de João Carlos Grubisich, ex-presidente da Braskem copiado no e-mail.
CITADOS PELO DELATOR
Tanto Grubisich como Alexandrino Alencar, também copiado na mensagem de 15 de janeiro de 2009, foram citados pelos dois primeiros delatores da Lava Jato, Paulo Roberto Costa – ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás que foi do Conselho de Administração da Braskem – e Alberto Youssef. Eles falam no pagamento de propina pela petroquímica no esquema alvo da força-tarefa.
Em um trecho do e-mail, a PF acredita que Odebrecht dirige-se ao executivo Luiz Mameri e se diz impressionado. “LM: impressionante a relação local criada por seu pessoal. Não podemos perde-la. Importante acompanhar/apoiar JCG e BG nos temas acima.”


20 de janeiro de 2016
Ricardo Brandt, Fausto Macedo e Julia Affonso
Estadão

O GOVERNO DO MUNDO

Estamos presenciando hoje entre nós, brasileiros, um ardiloso processo de condicionamento de massa, que é alimentado por um aparato de engenharia social, engendrado por vertentes que não são de domínio público, cuja escalada ganha dimensões geopolíticas preocupantes, comprometendo até mesmo a soberania nacional. 

E o Brasil é o país do ocidente onde tais investidas ganham dimensões continentais, por se tratar de uma nação que comporta grandes riquezas naturais, com imensa costa oceânica, além de uma das maiores reservas minerais do planeta, e a mais portentosa biodiversidade. 

Sem contar a água doce, precioso líquido de importância estratégica. Tais riquezas despertam a ganancia do Governo Mundial. 
Encantado pela ‘magia’ da psicologia diversionista, o povo brasileiro nada faz em defesa de seu rico patrimônio, hoje dilapidado pelos detentores das altas finanças globais, sem que não haja uma mínima manifestação de repúdio ou de resistência. 

Porque, enquanto o povo se distrai com o circo montado para desviar-lhe a atenção, por agentes cooptados dentro da sociedade nacional, a soberania do país é aviltada, agredida, naquilo que a sociedade tem de mais sagrado: a consciência nacional. 
Temos hoje as fronteiras do país totalmente vulneráveis, principalmente ao tráfico de drogas, uma doença social que ceifa vidas e destrói a família, além de perturbar a ordem. Pior, com as forças armadas enfraquecidas, sem armas e contingente para defender a nação. 

Porque o processo de defesa de nossas riquezas começa no berço, pela educação de nossos filhos e filhas, com denodo e amor à Pátria, tendo no exército o sustentáculo desses valores. 
Quantas nações podem ser vistas no mundo, cujos povos zelam pela herança herdada de seus antepassados?
Neurociência a serviço do GM

Laboratórios de engenharia social estão a serviço dos usurpadores de nossa soberania, territorial, cultural, política, moral e psicológica, incluindo também as lides universitárias e a mídia (principalmente). 

Como pode ser exemplificado na figura do maior centro mundial de lavagem de cérebros em massa do planeta, de nome Instituto Tavistock de Londres (entidade que teve em Freud, um dos mentores), com sede na Inglaterra. Sua função é quebrar a força psicológica do indivíduo e torna-lo indefeso das imposições do Governo Mundial. 

Técnicas para desarticular a unidade familiar, minar a identidade nacional (o patriotismo) e o comportamento sexual, são aplicadas pelos cientistas de Tavistock, como armas de controle mental da população. 

O instituto tem sido globalmente ativo, tendo em suas mãos exatamente os movimentos sociais, ideológicos e político/governamentais de importância em grande parte do mundo, nos últimos 50 anos. 
De uma simples clínica psiquiátrica, nos final do século 19, o Instituto Tavistock de Relações Humanas de Londres passou a controlar as mentes de milhões de pessoas a serviço do GM.
Neurociência a serviço do GM

Este modelo de comandos comportamentais psicologicamente controlados, pode ser melhor compreendido pelo trabalho de cientistas do laboratório de neurociência do Instituto, com ‘cobaias’ humanas em tribos africanas, que resultou em genocídios controlados pelos interesses dos governantes, com ampla participação da França, inspirada no psiquiatra, escritor e intelectual Frantz Fanon (1925 – 1961).

Teórico da ‘violência purgante’ para despertar a autoestima dos selvagens, Fanon em suas teses dizia que a violência é uma “força limpa que libera o nativo do seu complexo de inferioridade, retira-lhe o medo e lhe devolve a autoestima”. 

Fanon se graduou em Medicina na Universidade de Lyon, na França, onde estudou filosofia existencialista, em particular de Martin Heidegger, Fiedrich Nietzsche e Jean-Paul Sartre. Sartre escreveu a introdução da obra mais famosa de Fanon: ‘Os condenados da Terra’. 

Por intermédio dos círculos acadêmicos franceses, Fanon foi atraído para o projeto de etnologia da inteligência britânica, do qual Sartre foi o maior expoente. Fanon foi recrutado como membro da divisão de guerra psicológica do Instituto Tavistok. Ele foi encarregado de sintetizar os novos “paradigmas culturais” da chamada “Nova Era”, que se iniciaram com a contracultura dos anos 60. 

Dentre tantos outros programas, destacam-se o movimento hyppie, a ecologia, o feminismo, o aborto, o movimento gay,a liberação da droga, o ambientalismo e o indigenismo. Neste caso, vemos sua presença nos movimentos indígenas no Brasil, com amplom aparato de apoio de entidades não-governamentais. 

As famigeradas Ongs, um dos principais subprodutos dos laboratórios do Instituto Tavistock. Foram estas redes anglo-francesas que transformaram Fanon em celebridade mundial. 
O ‘modelo’ tribal africano foi importado para o Brasil pelo pedagogo Paulo Freire, que viveu exilado na França e que viria a ser nomeado assessor especial do Departamento de Educação do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), pelo qual trabalhou até os seus últimos anos. 

O CIMI enviou Freire à África, para trabalhar com vários movimentos insurgentes, nos anos 1970, lembrando que justamente nessa década recrudesceu ainda mais os conflitos genocidas naquele continente. 

Na época, ele esteve na Universidade Dar-es-Salaan, na Tanzânia. A introdução à coleção de ensaios publicada na universidade, em 1971 – na qual figura um horripilante ensaio do genocida Museveni, exaltando a ‘sangria revolucionária’ – elogia Freire por ter ‘enriquecido a teoria de Fanon e produzido inovações’. 

Segundo o texto, “há poderosos argumentos em prol de uma nova guerrilha, armada somente com técnicas de ensino e aprendizagem, expostas por pedagogos como Freire”. 
Tais referências e a semelhança entre a obra de Fanon e a ‘Pedagogia do oprimido’ de Freire, escrita antes de 1970, explica o fato de esta última ter sido convertida numa espécie de bíblia por vários grupos insurgentes no Brasil, inclusive o MST.


20 de janeiro de 2016
Antonio Carlos De Souza Meirelles, jornalista

CADA CABEÇA, CADA SENTENÇA


Como numerosos países, a Irlanda oferece, a seus nacionais que tencionem viajar ao estrangeiro, informações práticas sobre usos e costumes de diversos destinos. O site do ministério irlandês de assuntos exteriores exibe longa lista com duas centenas de países e regiões. A extensa relação inclui até lugares pouco frequentados como as Ilhas Salomão, o Turcomenistão, a Coreia do Norte.
Por curiosidade, andei consultando algumas fichas. Fiquei agradavelmente surpreso: são extensas, bastante acuradas e atualizadas. Para o Brasil, por exemplo, entre as dezenas de perigos óbvios, chegam a alertar para o risco do golpe conhecido como Boa-noite, Cinderela. Para a eventualidade de o turista ser assaltado, dão as mesmas recomendações que a polícia: não resista; mais vale entregar o ouro aos bandidos do que perder a vida.
Em verde, os países mais seguros
Em verde, os países mais seguros
Naturalmente, as dicas estão na rede, accessíveis a todos. A equipe do departamento de informações da Televisão Suíça andou folheando as advertências. Levaram um susto daqueles de cair da cadeira. Contrariando o que parecia óbvio, a Suíça não aparece entre os mais seguros. A equipe ficou despeitada.
A triste constatação foi parar na manchete do site de informações da rádio-televisão pública. Para mostrar o choque e para acentuar o desagrado, o título da matéria foi: «Segundo a Irlanda, a Suíça é mais perigosa que o Brasil».
Cada um enxerga o mundo com os próprios óculos. Ficou patente que as autoridades irlandesas mostram maior preocupação com o risco de atentados e de tumultos sociais do que com a criminalidade nossa de todos os dias.
Pais perigoso 1Em função do risco, os países estão classificados em cinco categorias. Na primeira, entram os menos perigosos, aqueles que requerem nada mais que cuidados básicos. Entre outros, estão lá os EUA, a Suécia, a Nova Zelândia, a Alemanha e… o Brasil.
Pais perigoso 2Na segunda categoria, estão as regiões que requerem cuidado redobrado. Estão lá a China, a Rússia, Angola, a Turquia e… a Suíça(!).
Pais perigoso 3No terceiro degrau, situam-se os destinos que exigem extrema atenção. Nesse nível, estão a Venezuela, a Argélia, a Nigéria e… a França(!).
Pais perigoso 4O quarto nível compreende os países que só devem ser visitados em caso de necessidade absoluta. O Sudão, o Paquistão, o Congo estão entre eles.
Finalmente, na quinta categoria, estão os países que não devem ser visitados em hipótese alguma. Como é compreensível, lá estão a Líbia, a Síria, o Iraque, o Afeganistão.
Ânimo, minha gente. No olhar simpático e indulgente dos irlandeses, o Primeiro Mundo é aqui!

20 de janeiro de 2016
José Horta Manzano

A VEIA REVOLUCIONÁRIA DO MST




Em janeiro de 1984, em um Encontro Nacional realizado em Cascavel, Paraná, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra foi formalmente constituído com base em uma série de princípios. Alguns merecem ser recordados:

- lutar por uma sociedade sem explorados e exploradores;
- acabar com o capitalismo, implantando em seu lugar uma sociedade justa e solidária;
- ser um movimento de massa, autônomo das centrais sindicais e dos partidos;
- articular-se com os trabalhadores das cidades e com os camponeses dos demais países da América Latina;
- desenvolver formas massivas de pressão, articuladas com outras formas de luta;
- fazer com que o acesso à terra seja obtido por meio de pressão e de luta;
- formar quadros, em todos os níveis, para garantir a resistência de massa nas terras conquistadas.

Com base nesses princípios, que vêm sendo observados durante estes 31 anos, hoje não é mais segredo para ninguém que o objetivo estratégico do MST é a transformação e ultrapassagem da sociedade capitalista. Para isso, vem impondo como objetivos táticos a invasão e ocupação de terras em todos os Estados, a organização do modo socialista de produção nas terras conquistadas, a educação socialista dos militantes assentados, e a ininterrupta formação de quadros nos moldes marxistas-leninistas.

Para essa tarefa o MST possui um número não conhecido de militantes profissionalizados. Isto é, militantes que recebem salário, embora não trabalhem na terra e nem peguem na enxada. Militantes que sobrevivem de uma profissão que se supunha extinta após o furacão que desmantelou o socialismo real: a agitação social.

Atento ao fato – a exemplo dos zapatistas – de que na chamada guerra pós-moderna a informação é a mais eficiente das armas, o MST navega na Internet com a home-page www.mst.org.br.

Em agosto de 2000, em Brasília, o MST realizou seu 4º Congresso, que contou com a presença de 10.538 sem terra, sendo 107 estrangeiros procedentes de 25 países, representando 45 organizações.

As conclusões desse Congresso foram inequívocas quanto ao objetivo de dar alento a uma conflagração rural. Um dos membros da Coordenação Nacional do MST, Jaime Amorim, liderança dos sem terra em Pernambuco, afirmou que “é necessário transformar cada sem terra, cada sem teto, num soldado da revolução”.

O MST é um movimento clandestino – pois não tem personalidade jurídica -destinado à tomada do Poder, sendo a reforma agrária apenas um meio de negociar posições. Nesse sentido, o líder João Pedro Stedile foi claro: “Agora percebemos que o modelo também sufoca, porque com a terra apenas se come, mas não se avança. Nossa ação, daqui em diante, será unirmo-nos com outros movimentos” (Jornal do Brasil, 21 de maio de 2000).

Gilmar Mauro, outro dirigente, questionado sobre se o MST havia se convertido em uma guerrilha, respondeu: “Estimulamos as lutas de massas. A decisão de ser guerrilha ou não está no horizonte próximo. De nada adianta ter dez mil fuzis se a massa não está organizada”(Jornal do Brasil, 14 de agosto de 2000).

Anteriormente a essa declaração de que “as massas não estão organizadas” foi realizado um Encontro, em 1997 em Itaici, São Paulo, com a participação de gente do campo, religiosos, leigos, filiados ou não a partidos políticos, ocasião em que foi constituída uma entidade denominada Consulta Popular.

O Consulta Popular é uma rede nacional que pretende ser um espaço onde se desenvolvam três tipos de iniciativas: a formação política de militantes, a organização de lutas populares, e a formulação de um novo projeto para o Brasil.

Essa organização produz regularmente vídeos e cartilhas sobre o desemprego, dívida externa, reforma agrária, trabalho de base, análise da situação brasileira, etc. Também patrocina debates, seminários cursos e jornadas de lutas. A chamada Marcha Popular pelo Brasil, realizada em outubro de 1999, que levou cerca de mil sem-terra do Rio de Janeiro a Brasília, foi organizada pelo Consulta Popular.

O Consulta Popular dispõe de uma Coordenação Nacional, em sua grande maioria composta por intelectuais, cuja Secretaria funciona em São Paulo, e Coordenações em diversos Estados. De uma forma geral, seus militantes são também militantes de diversas outras organizações, que muitos insistem em denominar de “movimentos sociais”, como o MST, as pastorais sociais da CNBB, o Movimento dos Pequenos Agricultores, a Central de Movimentos Populares, a Articulação Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais, além de sindicalistas, estudantes e intelectuais. João Pedro Stedile, a liderança mais visível do MST, integra a Coordenação Nacional do Consulta Popular.

Pode ser dito, com convicção, que o Consulta Popular é o braço político do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. Além disso – o que é grave -, o MST integra e é coordenado por um movimento internacional denominado Via Campesina, sediado em Honduras. No site da Via Campesina, na Internet, lê-se: “A Via Campesina é um movimento internacional que coordena organizações camponesas de médios e pequenos agricultores, de trabalhadores agrícolas, mulheres e comunidades indígenas da Ásia, África, América e Europa”.

Ou seja, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, “coordenado” pela Via Campesina, executa as políticas e táticas formuladas por “um movimento internacional”.

Lê-se ainda no site da Via Campesina que o seu escritório para a América do Sul funciona no mesmo endereço do MST e da revista “Sem Terra”: Alameda Barão de Limeira 1232, São Paulo, Brasil.

Egídio Brunetto, que integra a Coordenação Nacional do MST, integra também a Comissão Coordenadora Internacional da Via Campesina.

João Pedro Stedile, em uma recente entrevista, disse que “O MST tem uma vocação internacionalista (...). A Via Campesina é uma articulação internacional dos movimentos camponeses de todo o mundo. Ela cresce a cada dia e hoje já temos organizações de 87 países, em todos os continentes (...). Em uma frase, a Via Campesina representa a união e unidade internacionalista para enfrentarmos juntos a sanha do capital internacional (...). E pode escrever aí: no final da história vamos vencer” (revista PUCViva, julho de 2003).

Em maio de 2000 a Via Campesina e o MST patrocinaram em Sidrolândia, Mato Grosso do Sul, a realização do “Curso de Capacitação de Militantes de Base do Cone Sul”, para ativistas do Brasil, Bolívia, México, Cuba, Nicarágua e Honduras. O tema central do curso foi proporcionar conhecimentos sobre o “modus operandi” do MST. Um dos trabalhos apresentados no curso assinala que “a ação militar sem orientação e controle político é como uma árvore sem raízes. É necessário articular a resistência com a sociedade local, nacional e internacional, para que se consigam vitórias econômicas e políticas”.

Se isso não fosse o bastante, a imprensa noticiou, em 24 de julho de 2003, que a Via Campesina iniciou, nesse mês de julho de 2003, a instalação de quatro grandes acampamentos no Rio Grande do Sul, “com o propósito de servir de apoio à marcha dos sem terra que se dirige a São Gabriel”. E mais: que o organizador desses acampamentos é um membro da Coordenação Estadual da Via Campesina, o que significa que a Via Campesina está organizada no Brasil, fato que atenta contra a Soberania Nacional! Observe-se que as pessoas que defendem as atividades do MST e da Via Campesina no Brasil são as mesmas que reclamam indignadas e participam de manifestações contra a “intromissão do capital estrangeiro, dos organismos internacionais e dos EUA em nosso país, ferindo a Soberania Nacional”.

Nesse mesmo dia, João Pedro Stedile, integrante das direções do MST e Consulta Popular – pronunciou uma palestra em um desses acampamentos, em Canguçu, RS, convocando os sem terra à luta armada contra os fazendeiros. Disse que são 23 milhões de sem terra contra 27 mil fazendeiros. Ou seja, “são mil contra um. Será que mil perdem para um? O que nos falta é nos unirmos para cada mil pegarem um. Não vamos dormir até acabarmos com eles” (Jornal do Brasil, 14 de agosto de 2000). Ele deve estar, hoje, com muito sono...

Antes dele, José Rainha Junior – que atualmente voltou a ser condenado - também da Coordenação Nacional do MST, prometeu um novo Canudos no Pontal do Paranapanema, São Paulo, e Miguel Stedile, 24 anos, filho de João Pedro Stedile, seguindo os ensinamentos do pai, afirmou: “Queremos a socialização dos meios de produção. Vamos adaptar as experiências cubana e soviética no Brasil” (revista Época, julho de 2003).

João Paulo Rodrigues, também da Coordenação Nacional do MST, declarou que “se um milhão de famílias acamparem na beira das estradas, a reforma agrária será feita no tapa” (imprensa, 05 de agosto de 2003).

Donizete de Freitas, apontado como um doscoordenadores de doutrina do MST em São Paulo, declarou que “há muitos MSTs dentro do MST” , e admite que a insurgência pode vir a ser uma opção do movimento: “A luta do trabalhador rural segue por muitos caminhos. Um deles, o mais radical, é do da luta armada”(O Estado de São Paulo, 10 de agosto de 2003).

Zelito Luz da Silva, um dos coordenadores regionais do MST em São Paulo, falando a cerca de 300 militantes do Movimento, em Teodoro Sampaio, convocou os militantes a “reagirem contra os que querem colocar o movimento no gueto. Chegou a hora da gente não vacilar, só a luta leva à vitória. Quando a gente reagir não vai ter choro nem vela. Fiquem atentos na casa de vocês, porque a qualquer momento alguém vai bater na porta e dizer que chegou a hora da luta. Hoje somos 20, 50 mil, logo seremos milhões e vamos fazer a mudança que esse país jamais viu” (O Estado de São Paulo, 15 de agosto de 2003).

Um dado interessante é o de Zelito Luz da Silva ter sido condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, a 2 anos de prisão em 13 de dezembro de 1999, juntamente com outras lideranças dos sem-terra, por “formação de quadrilha”, com sursis por 2 anos, por ser “primário” (O Estado de São Paulo de 17 de dezembro de 2000).
Essa série de declarações dos sem-terras vêm sendo respaldadas pela Procuradoria-Geral da República. Em palestra proferida no seminário “Combatendo a Impunidade – Crimes Financeiros e Lavagem de Dinheiro”, realizado em Brasília, o então Procurador-Geral defendeu a invasão, “pelos movimentos sociais, de propriedades rurais usadas para especular”, pois “a Constituição embute a idéia de solidariedade”. Disse também que “a criação de uma Coordenação dos Movimentos Sociais que une sem-terra, sem-teto, estudantes e sindicalistas, é muito boa” (Jornal do Brasil de 14 de agosto de 2003).

É mais do que notório que o MST envereda por áreas estranhas à finalidade para a qual foi constituído e que suas atividades se assemelham cada vez mais às de um movimento político e, com arrogância, arvora-se defensor e responsável pela vida e destino das massas anônimas do país. O MST, transformado em um movimento político revolucionário, apenas usa a questão camponesa para efeito de propaganda e, principalmente, de financiamento, pois além do dinheiro recebido do exterior, absorve uma percentagem considerável de todo o dinheiro que o governo repassa aos assentados, uma espécie de pedágio.

Pode ser dito que o fracasso econômico do MST em seus assentamentos gera o sucesso político, que é o fim desejado pelas lideranças do Movimento.

Agora o MST vem ampliando seu raio de ação, agregando aquele grupo que na linguagem da própria esquerda é tachado de lumpem urbano, criando favelas rurais, bloqueando rodovias, interceptando e saqueando caminhões, ocupando e destruindo pedágios, invadindo propriedades rurais, roubando gado, depredando prefeituras e prédios do INCRA e tomando pessoas como reféns. Para isso conta com a anuência do próprio INCRA e a inoperância calculada do Ministério do Desenvolvimento Agrário, convertidos em aparelhos do MST, e agora também do então Procurador-Geral da República!

As autoridades, no entanto, não parecem preocupadas. O ministro chefe da Casa Civil da presidência disse que: “a recente onda de invasão de terras e terrenos desocupados no país não é uma ameaça à população, nem significa uma situação de ‘descontrole’ do governo federal. São problemas sociais...” (Estado de São Paulo, 01 de agosto de 2003). Com relação à condenação de José Rainha Junior, o então Secretário Nacional de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, em 01 de agosto de 2003 acusou o Juiz que o condenou de “falta de sensibilidade social” (jornais, 31 de julho de 2003).

Por outro lado, as liminares de reintegração de posse de propriedades rurais invadidas simplesmente não são cumpridas pelos governos estaduais. Em julho de 2003 existiam 338 mandados de reintegração de posse, concedidos pela Justiça, não cumpridos, sendo 161 no Pará, 68 em Mato Grosso, 20 em Alagoas e 12 em Minas Gerais!

“A democratização da terra (...) é uma transformação de tais proporções que só pode realizar-se no quadro de uma mudança estrutural no sistema de propriedade do país (...). Uma mudança radical (...) que só será concluída nos marcos de uma revolução social”. Esse parágrafo foi extraído do artigo “Reforma Agrária e Estratégia Socialista”, publicado na edição do 1º semestre de 1997 da revista “Brasil Revolucionário”. Essa revista é editada pelo “Instituto de Estudos Políticos Mario Alves”, uma entidade criada e mantida pelo Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), que atua dentro do Partido dos Trabalhadores sob o nome fantasia de “Tendência Brasil Socialista”. O autor do artigo, Bruno Costa de Albuquerque Maranhão, que integra a Direção Nacional do PT, é membro dirigente do PCBR desde o final dos anos 60 do século passado, e fundador, em agosto de 1997, do “Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST)”, uma dissidência do MST.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário existiam, em 2003, 71 movimentos de sem-terra (O Globo, 03 de agosto de 2003) e somente nesse ano de 2003 ocorreram 171 invasões de terras, enquanto em todo o ano de 2002 foram realizadas 103 (O Globo, 15 de agosto de 2003).

Marta Harnecker, historiadora marxista chilena, radicada em Cuba, principal ideóloga do “Foro São Paulo”, escreveu o seguinte sobre o Consulta Popular, em seu livro “A Esquerda Depois de Seattle”: “Nasceu, em dezembro de 1997, o movimento Consulta Popular, iniciativa que não pretende substituir os partidos de esquerda e sim conscientizar e debater um Projeto para o Brasil, criando espaços de encontros e discussão na base, no seio dos movimentos populares e articulando mobilizações em torno de objetivos muito precisos”.

E prossegue Marta Harnecker: “Segundo o Consulta Popular, a sociedade brasileira deve assumir cinco compromissos: o compromisso com a soberania, rompendo com a dependência externa; o compromisso da solidariedade; o compromisso do desenvolvimento para pôr fim à hegemonia do capital financeiro; o compromisso com a sustentabilidade; e o compromisso com a democracia popular, o qual aponta para a refundação do sistema político brasileiro”.

Alguns membros de Coordenação Nacional do Consulta Popular estão convencidos de que o Partido dos Trabalhadores perdeu sua capacidade política, teórica e moral para ser um partido contra a ordem, embora seja verdade que a grande maioria ainda espera que o PT recupere sua clara vocação inicial e seu impulso militante.

Concluindo, torna-se evidente que o Consulta Popular – braço político do MST -utiliza uma estratégia gramsciana, radicalmente diferente da estratégia leninista cujo objetivo primeiro é a conquista do Estado. Antes da conquista do Estado, a estratégia gramsciana objetiva a conquista do Poder.

Recorde-se que Gramsci nunca deixou de ser um leninista convicto. Simplesmente propôs para o Ocidente, com brilhantismo, é verdade, um novo programa de ação revolucionária, diverso daquele utilizado pelos bolcheviques “numa Rússia primitiva e amorfa”, segundo sua definição.

Para isso, ele catalogou como “sociedade civil” os partidos de massa, os sindicatos, as diferentes associações, a Igreja, as Escolas, etc, considerando-a a mais importante arena da luta de classes, pois é nela que ocorrem os embates pela conquista da hegemonia, uma vez que o Poder não é mais um objeto que se tome, com um assalto ao Palácio de Inverno, como na Rússia, em 1917, mas sim uma guerra complexa e sutil, que precede a dominação política. O acesso ao Poder é, para Gramsci, a culminância desse processo revolucionário prolongado.

A partir do desmantelamento do socialismo real em 1989, e do próprio Estado Soviético em 1991, ficou demonstrado que a estratégia revolucionária marxista-leninista de tomada do Poder por um golpe de força em um momento dado se mostrou inadequada, tornando Gramsci uma referência para as esquerdas de todos os matizes. Basta verificar na mídia e nos debates acadêmicos a utilização de expressões como “intelectual orgânico”, “bloco histórico”, “hegemonia”, “consenso”, “filosofia da práxis”, “coletivo”, “excluído”, “movimento social”, etc, todas facilmente encontradas nos escritos de Gramsci.

E mais: para Gramsci, a classe operária, no Ocidente, só chegaria ao Poder depois que os “intelectuais orgânicos” tivessem logrado dissolver a ideologia burguesa. Para isso, eles têm uma missão: a de difundir uma nova concepção de mundo; e também um encargo: o de funcionários da superestrutura; e um espaço de atuação: a sociedade civil que, como vimos, envolve instituições como a família, a Igreja, a escola, a universidade, o jornalismo, o rádio e a televisão. O Consulta Popular busca reunir esses “intelectuais orgânicos”.

Parece que o que vem ocorrendo no Brasil não é nada muito diferente do que acima foi escrito, uma vez que Luiz Inacio Lula da Silva, quando presidente da República, gerou expectativas que não cumpriu ou não pôde cumprir, quand, com arrogância, declarou: “Com uma canetada só vou resolver o problema da reforma agrária no Brasil”

Criança: ama com fé e orgulho a terra em que nasceste,pois nunca verás um país como este...

20 de janeiro de 2016
Carlos I. S. Azambuja é Historiador.