Como numerosos países, a Irlanda oferece, a seus nacionais que tencionem viajar ao estrangeiro, informações práticas sobre usos e costumes de diversos destinos. O site do ministério irlandês de assuntos exteriores exibe longa lista com duas centenas de países e regiões. A extensa relação inclui até lugares pouco frequentados como as Ilhas Salomão, o Turcomenistão, a Coreia do Norte.
Por curiosidade, andei consultando algumas fichas. Fiquei agradavelmente surpreso: são extensas, bastante acuradas e atualizadas. Para o Brasil, por exemplo, entre as dezenas de perigos óbvios, chegam a alertar para o risco do golpe conhecido como Boa-noite, Cinderela. Para a eventualidade de o turista ser assaltado, dão as mesmas recomendações que a polícia: não resista; mais vale entregar o ouro aos bandidos do que perder a vida.
Naturalmente, as dicas estão na rede, accessíveis a todos. A equipe do departamento de informações da Televisão Suíça andou folheando as advertências. Levaram um susto daqueles de cair da cadeira. Contrariando o que parecia óbvio, a Suíça não aparece entre os mais seguros. A equipe ficou despeitada.
A triste constatação foi parar na manchete do site de informações da rádio-televisão pública. Para mostrar o choque e para acentuar o desagrado, o título da matéria foi: «Segundo a Irlanda, a Suíça é mais perigosa que o Brasil».
Cada um enxerga o mundo com os próprios óculos. Ficou patente que as autoridades irlandesas mostram maior preocupação com o risco de atentados e de tumultos sociais do que com a criminalidade nossa de todos os dias.




Finalmente, na quinta categoria, estão os países que não devem ser visitados em hipótese alguma. Como é compreensível, lá estão a Líbia, a Síria, o Iraque, o Afeganistão.
Ânimo, minha gente. No olhar simpático e indulgente dos irlandeses, o Primeiro Mundo é aqui!
20 de janeiro de 2016
José Horta Manzano
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