Nomeando Sérgio Cabral, Dilma libera Lindbergh para o governo do RJ
Além do mais, a representação de Sarney na equipe do governo é fundamental para manutenção da coligação PT-PMDB, sobretudo depois da saída do PSB de Eduardo Campos e do abalo causado no executivo pelo Ministro Manoel Dias, do PDT. Mas voltando ao tema Sérgio Cabral, jamais Dilma Rousseff substituiria Edison Lobão pelo governador do RJ. Seria uma troca absurda que tiraria votos em plena campanha pela reeleição
Na edição de segunda-feira, 23, O Globo publicou reportagem de Guilherme Amado, Carolina Benevides e Maiá Menezes revelando que a presidente Dilma Rousseff, apesar da queda na popularidade do governador Sérgio Cabral, resolveu convidá-lo para um ministério, tão logo renuncie ao governo do Rio d janeiro, o que deverá fazer até o mês de janeiro. O objetivo nítido é liberar a candidatura do senador Lindbergh Farias à sucessão estadual pelo PT.
Dilma Rousseff, acentuaram assessores, não tem nada contra o candidato de Cabral, o vice Luiz Fernando Pezão, mas deseja ter um palanque duplo no estado na sua campanha pela reeleição. Talvez até – quem sabe? – u palanque triplo, uma vez que o senador Marcelo Crivella anunciou também sua candidatura pelo PR. Existe até a hipótese, digo eu, de um palanque quádruplo se o deputado Anthony Garotinho decidir disputar o Palácio Guanabara. Mas o aspecto principal contido no convite para integrar o ministério está no reconhecimento de o PT concorrer com um candidato próprio.
Tanto é assim que a presidentes da República pediu ao governador Sérgio Cabral que tome providências – diz O Globo – para conter o deputado Eduardo Cunha e o ex-deputado Jorge Piciani nos ataques que vêm dirigindo a Lindbergh Farias. O PT forma, até o momento, aliança com o PMDB, mas – acentuou um assessor de Dilma – Lindbergh tem todo direito de ser candidato ao governo estadual. Por falar em aliança, o PT vai deixar as duas Secretarias que ocupa para se integrar livremente na campanha do ex-presidente da UNE.
QUAL MINISTÉRIO?
Dilma Rousseff iniciou a sondagem a Sérgio Cabral há algum tempo e ele teria dito que aceitaria se fosse nomeado ministro de Minas e Energia no lugar portanto, de Edison Lobão. Mas tal hipótese foi prontamente negada pela presidente. Lobão representa o PMDB de forma geral e, particularmente, o senador José Sarney. Além do mais, esse ministério inclui a Petrobrás, Eletrobrás, Furnas, Chesf, Eletrosul e Eletronorte que formam, principalmente a Chesf e a Eletronorte, um universo densamente eleitoral, base de campanha para grande número de deputados federais e candidatos ao Senado.
Além do mais, a representação de Sarney na equipe do governo é fundamental para manutenção da coligação PT-PMDB, sobretudo depois da saída do PSB de Eduardo Campos e do abalo causado no executivo pelo Ministro Manoel Dias, do PDT. Mas voltando ao tema Sérgio Cabral, jamais Dilma Rousseff substituiria Edison Lobão pelo governador do RJ. Seria uma troca absurda que tiraria votos em plena campanha pela reeleição
Dilma Rousseff está oferecendo a Sérgio Cabral a Autoridade Pública Olímpica, que o governador hesita em aceitar. Mas acredito que não terá outra alternativa, pois em plena baixa eleitoral e alta rejeição popular, dificilmente uma candidatura sua ao Senado sairia vitoriosa das urnas de outubro de 2014. E para deputado federal não poderia concorrer, pois seu filho Marco Antonio vai disputar uma cadeira pelo RJ na Câmara.
Em seu último bloco, a matéria de O Globo sustenta que Marina Silva não possui plano alternativo para se candidatar à presidência no caso de o TSE não aprovar o registro do Rede Sustentável, partido que se dispõe a criar. O mais provável é a rejeição do registro pela falta do número legal de assinaturas. Em tal perspectiva, a ex-senadora não disputará as eleições do ano que vem. O PPS está oferecendo a legenda necessária. Vamos ver como terminará essa novela.
25 de setembro de 2013
Pedro do Coutto