"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

DEPOIS DA CASA ARROMBADA, TRANCA NA PORTA...

MP quer proibir financiamentos do BNDES no exterior por gestão temerária. Prejuízos passam de U$ 2 bilhões.


O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) — uma divisão especial do Ministério Público da União — pediu a suspensão de novos financiamentos do BNDES para obras realizadas por empreiteiras brasileiras no exterior. Em representação entregue ao tribunal, o órgão estimou potenciais perdas de US$ 2 bilhões com esses financiamentos — as operações somam, ao todo, US$ 12 bilhões.— É uma estimativa (o valor das perdas). Pode ser mais, pode ser menos, dependendo do que está nesses contratos. Até o momento, o BNDES não nos fornece os detalhes — explicou o procurador Marinus Marsico.

Segundo o Ministério Público junto ao TCU, houve irregularidades, por exemplo, nos juros cobrados em financiamentos feitos com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). As taxas aplicadas, informa a representação, estão abaixo da inflação e não preservam o valor dos recursos emprestados, contrariando a Constituição.

Outro ponto questionado é que os serviços financiados podem ter sido classificados indevidamente como exportações de serviços, de forma a permitir os empréstimos. Além disso, entende que faltam critérios ao BNDES para a concessão dos financiamentos.

A representação também diz que 11 países sem grau de investimento - uma espécie de selo de bom pagador — receberam empréstimos. Quatro deles — Angola, Argentina, República Dominicana e Venezuela — representam 81,6% dos valores financiados, segundo estimativas do Ministério Público feitas a partir de dados públicos do BNDES. Isso significa, na avaliação do procurador, que os cofres públicos estão expostos a elevado risco de crédito.

PORTO DE MARIEL ERA FOCO DA INVESTIGAÇÃO
A investigação começou em novembro passado e tinha como foco o Porto de Mariel, em Cuba, obra realizada pela empreiteira brasileira Odebrecht. Depois, a investigação foi estendida a outros contratos. Ainda não foi escolhido um ministro no TCU para relatar o caso. O cálculo das perdas estimadas pelo MP foram feitos a partir de dois contratos na República Dominicana. Com os dados dessas obras, foram feitas estimativas para outros 539 contratos de financiamento à exportação de serviços de engenharia.

O BNDES diz que não foi notificado e que, por isso, não faria comentários sobre o assunto. Em nota, o banco frisa que o uso do FAT Cambial como funding das operações de apoio à exportação foi definido pela lei 9365, de 16 de dezembro de 1996. "É essa construção institucional do Estado brasileiro que tem permitido ao BNDES oferecer às nossas empresas taxas de juros nos seus créditos à exportação que estão em linha com aquelas praticadas por outras agências de crédito à exportação de países concorrentes", diz a nota. "O retorno dos empréstimos permite que o BNDES reaplique os recursos em novos financiamentos, gerando emprego e renda no Brasil".

22 de julho de 2015
in coroneLeaks

TCU SINALIZA QUE NÃO VAI APROVAR PEDALADAS FISCAIS DE DILMA

Defesa do governo está baseada num ponto: "a culpa é do FHC".


 (Folha) Apesar de todo o esforço do Palácio do Planalto para mostrar ao TCU (Tribunal de Contas da União) que as pedaladas fiscais não são uma criação petista, ministros do órgão avaliam que a ofensiva do governo reforça a tendência da corte a julgar irregulares as contas de 2014 da presidente Dilma Rousseff. 

Segundo relatos obtidos pela Folha, os ministros do TCU estão incomodados com o tom "beligerante" utilizado em reuniões no Planalto sobre o tema, com auxiliares da presidente acusando o tribunal de agir politicamente.

Um ministro disse à Folha que o posicionamento do tribunal será técnico, baseado em documentos do próprio governo, nos quais órgãos federais, como o Banco Central, apontavam problemas nas pedaladas fiscais. 

Por meio das pedaladas, o governo usou bancos públicos, como a Caixa, para pagar benefícios sociais como Bolsa Família e seguro-desemprego em momentos de falta de recursos no Tesouro Nacional.O TCU argumenta que a manobra é uma operação de crédito e que a Lei de Responsabilidade Fiscal proíbe que bancos públicos financiem o governo federal. 

O governo anunciou entrevista nesta quinta (23) para explicar o documento de resposta aos questionamentos do TCU que será enviado ao órgão nesta quarta (22). Em junho, o tribunal deu 30 dias de prazo ao governo para se defender da avaliação de que suas contas de 2014 estão irregulares. 

O TCU deve julgar as contas na segunda quinzena de agosto, após ouvir o governo. A dúvida é se o relator Augusto Nardes vai colocar em votação parecer pedindo a rejeição das contas ou classificando-as como irregulares. Nesse segundo caso, o TCU deixaria o Congresso decidir por conta própria se rejeita ou não as contas –atribuição que é do Legislativo. A oposição aposta na rejeição das contas da petista no Congresso para justificar a abertura de processo de impeachment contra Dilma. 

DEFESA
A gravidade do assunto levou Dilma a acompanhar pessoalmente a elaboração da defesa que o Planalto vai apresentar ao TCU nesta quinta. O principal argumento do relatório assinado pela presidente é que governos anteriores, como o do tucano FHC, e até 17 Estados também recorreram às pedaladas.

22 de julho de 2015
in coroneLeaks

O BRAÇO ARMADO DO PT E DA DILMA ESTÁ NADANDO EM DINHEIRO

Centrais sindicais, além, roubar em gráficas, já receberam R$ 166 milhões em 2015.


Dados obtidos pelo Estado mostram que, entre janeiro e abril deste ano, já foram transferidos R$ 166,6 milhões às seis entidades habilitadas a receber uma parte do que é arrecadado com o imposto sindical no País. O tributo é recolhido de trabalhadores com carteira assinada. O montante é 66% maior que o pago no mesmo período de 2014 (R$ 100 milhões) e já quase chega ao que foi transferido ao longo de todo o ano passado (R$ 180,1 milhões).  O dinheiro é usado para montar manifestações a favor de Dilma, nos eventos em que ela participa. É preciso pagar os pelegos, porque petista e sindicalidta não gosta de governo: gosta de dinheiro. E pra isso Dilma tem sobrando.

22 de julho de 2015
in coroneLeaks

DESCARAMENTO E CORRUPÇÃO SEM LIMITES...

O papel da gráfica Atitude era roubar para o PT: R$ 67 milhões em cinco anos.


(Estadão) Relatório de Inteligência Financeira da Operação Lava Jato mostra que a Editora Gráfica Atitude, sob suspeita de ter sido usada para captar propinas para o PT, movimentou R$ 67,7 milhões entre junho de 2010 e abril de 2015.

A gráfica, controlada pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo – entidade ligada ao PT -, é alvo de uma investigação da Polícia Federal que atribuiu ao ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro do esquema Petrobrás.

O Relatório de Inteligência foi produzido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) e anexado aos autos da Lava Jato nesta segunda-feira, 20. O documento integra o dossiê de indiciamento do empresário Marcelo Bahia Odebrecht, presidente da maior empreiteira do País, a quem a PF imputa os mesmos crimes de Vaccari e também organização criminosa e crime contra a ordem econômica.

Os investigadores suspeitam que existam relações da Odebrecht com a Gráfica Atitude. Um dos fatos registrados no relatório do delegado Eduardo Mauat da Silva é um jantar organizado pelo empreiteiro em sua residência, em 2012, a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Despertou a atenção dos investigadores da Lava Jato, o fato de que entre empresários e banqueiros, foram convidados dois sindicalistas, administradores da gráfica – Juvandia Morandia Leite, presidente do Sindicato dos Bancários, e Sérgio Aparecido Nobre, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, reduto sindical que celebrizou Lula nos anos 70.

Inteligência. A devassa nas contas da Atitude revela que entre agosto e 2008 e janeiro de 2010 a empresa Observatório Brasileiro de Mídia – da qual Juvandia consta como presidente – recebeu R$ 833 mil da gráfica, por meio de 40 operações bancárias. O documento revelou ainda que R$ 17,95 milhões foram depositados em espécie na conta da Editora Gráfica Atitude, por meio de 137 operações, entre dezembro de 2007 e março de 2015, pelo Sindicato dos Bancários. 

A Atitude caiu no radar da PF desde que o empresário Augusto Ribeiro de Mendonça, um dos delatores da Lava Jato, declarou que em 2010, o então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto – preso desde abril de 2015 sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro – lhe pediu que ‘doasse’ R$ 2,4 milhões para o PT por meio de depósito em conta da gráfica. Segundo Mendonça, um contrato assinado entre uma empresa dele, a Setec, com a Gráfica Atitude, estipulou o repasse de R$ 1,2 milhão, em pagamentos mensais de R$ 100 mil. 

Quebra de sigilo bancário da gráfica ligada ao PT apontou a existência de depósitos que totalizaram R$ 2,25 milhões, entre 2010 e 2013 nas contas da Gráfica Atitude, oriundos de três empresas controladas pelo delator, Projetec Projetos e Tecnologia, Tipuana Participações e SOG Óleo e Gás. A análise das movimentações bancárias encampa o período em que as empresas de Mendonça fizeram repasses ao PT via gráfica, a pedido de Vaccari. O ex-tesoureiro do partido foi um dos dirigentes do sindicato dos bancários. 

Segundo o documento de inteligência financeira, os débitos, entre 2010 e 2015, totalizaram R$ 33,88 milhões, dos quais R$ 8,31 milhões por meio de 1.861 TEDs, DOCs e transferências entre contas, R$ 7,3 milhões constando como pagamentos diversos, R$ 7,09 milhões para quitar 1.257 depósitos e R$ 5,85 milhões pagos pela compensação de 1.592 cheques.

22 de julho de 2015
in coroneLeaks

ESPECIALIDADE DE LULA

Vender contratos superfaturados para a Odebrecht a governos africanos e bolivarianos, muitas vezes com financiamento do BNDES. EUA monitoraram e viram suspeitas de corrupção.


(Estado) A diplomacia americana monitorou os negócios da empreiteira brasileira Odebrecht no exterior e apontou para suspeitas de corrupção em obras espalhadas pelo mundo na segunda gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência (2007-2010).

Telegramas confidenciais do Departamento de Estado norte-americano revelados pelo grupo WikiLeaks relatam ações da empresa brasileira e suas relações com governantes estrangeiros. Lula é citado em iniciativas para defender os interesses da Odebrecht no exterior. No dia 21 de outubro de 2008, a embaixada americana em Quito (Equador) descreve a pressão imposta sobre as empresas brasileiras pelo presidente daquele país, Rafael Correa. O governo equatoriano ameaçava expulsar tanto a Odebrecht quanto a Petrobrás, alegando descumprimento de contratos.

A embaixada americana em Quito, porém, alerta ao Departamento de Estado dos EUA que o motivo da pressão seria outro: corrupção. “Alfredo Vera, chefe da Secretaria Anticorrupção do Equador, levantou questões sobre os preços e financiamento dos contratos da Odebrecht”, indicou o telegrama.

“Apesar de não termos informações de bastidores no projeto San Francisco (usina), o posto ouviu alegações com credibilidade de corrupção envolvendo o projeto de irrigação da Odebrecht em Manabi de um ex-ministro de Finanças que se recusou a assinar os documentos do projeto diante de suas preocupações sobre a corrupção”, afirmaram os EUA.

Outro alerta feito nos bastidores aos americanos se referia às condições do empréstimo do BNDES, para o mesmo projeto. “O posto também ouviu preocupações de um funcionário do Banco Central sobre termos desfavoráveis nos empréstimos do BNDES que apoiariam o projeto de irrigação”, constata o telegrama. Segundo os EUA, ambos problemas teriam ocorrido em 2006, no último ano do governo de Alfredo Palácio. “Apesar de não termos a história completa da ira de Correa contra a Odebrecht, suspeitamos que a corrupção e a pobre construção da empresa amplamente devem explicar suas ações (em relação a Correa)”, indicou a diplomacia.

Lula. Um ano depois, num telegrama de 5 de outubro de 2009, a embaixada americana no Panamá relata a Washington a situação delicada que vivia o então presidente local, Ricardo Martinelli. Numa conversa entre os diplomatas e um ministro do governo, Jimmy Papadimitriu, os americanos são alertados de que um escândalo de corrupção estaria prestes a eclodir, envolvendo a Odebrecht.

“O administrador da campanha de Martinelli, e hoje ministro da presidência, Jimmy Papadimitriu, disse à Emboff (sigla em inglês para “oficial da embaixada”) que notícias estavam a ponto de sair de que Martinelli recebeu uma grande contribuição para sua campanha da construtora brasileira Odebrecht, que estava conduzindo várias grandes obras públicas no Panamá”, indicou o telegrama e que cita como Martinelli passou a ser alvo de ataques quando deu à empresa brasileira um contrato de US$ 60 milhões para a construção de uma estrada “sem licitação”.

Em 30 de outubro de 2007, outro telegrama apontou para as relações da Odebrecht com políticos estrangeiros. O caso se referia à viagem de Lula para Angola, naquele ano. A embaixada americana em Luanda escreveria naquele dia para Washington para descrever “uma produtiva visita de Lula”.


Segundo a mensagem, “a visita de Silva (Lula) ajudou a concluir um acordo entre a gigante construtora brasileira Odebrecht, a paraestatal angolana no setor do petróleo Sonangol, e a Damer, até então desconhecida empresa angolana, para construir uma usina capaz de produzir não apenas etanol para exportação, mas gerar 140 megawatts de eletricidade por ano pela queima de bagaço”.

O papel de Lula não é colocado em questão. Mas a diplomacia dos EUA levanta questões sobre a parceria fechada pela Odebrecht: “O acordo, chamado na imprensa de um entendimento entre a Sonangol e a Odebrecht, aloca 40% das ações para a Odebrecht, 20% para a Sonangol, e os restantes 40% para a Damer”. “Fontes na embaixada brasileira afirmaram que a Odebrecht foi “evasiva” quando questionada sobre a Damer, enquanto outras fontes apontam que a Damer está conectada com o presidente angolano (José Eduardo) dos Santos”.

A relação entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a empreiteira Odebrecht e o governo da Venezuela também foi alvo de um exame por parte da diplomacia norte-americana.Um telegrama enviado pela embaixada dos EUA em Caracas para o Departamento de Estado em 7 de dezembro de 2006 fala sobre como o apoio de Lula à campanha para a reeleição de Hugo Chávez “poderia parecer um passo diplomático errado, mas realmente foi simplesmente um bom negócio”.

O apoio de Lula ocorreu durante a inauguração da segunda ponte sobre o rio Orinoco, ligando os dois países naquele ano. Mas estaria ligado a licitações vencidas pela empresa brasileira. “A ponte foi construída pela empresa de construção brasileira Odebrecht e financiada pelo banco de desenvolvimento do Brasil, BNDES”, diz o telegrama. “Supostamente, ela custou à Venezuela entre US$ 1,1 bilhão e US$ 1,2 bilhão (supostamente 40% acima do orçamento) e planos já existem para uma ponte número 3”, indicou.

“Apesar de a Odebrecht ter também ‘vencido’ o contrato para a 3.ª ponte, pelo que sabemos não houve um processo de licitação”, indicam os americanos. No mesmo e-mail, a diplomacia dos EUA aponta como a Odebrecht também é a principal empresa nas obras das linhas 3 e 4 do metrô de Caracas.

Em 13 de novembro de 2007, outro telegrama voltava a falar das relações entre a Odebrecht a diplomacia venezuelana. Desta vez, o alerta havia partido do então senador Heráclito Fortes, ex-DEM e atualmente deputado pelo PSB do Piauí. No dia 5 de novembro, ele telefonou para o embaixador americano em Brasília, Clifford Sobel, para pedir para ter uma conversa “ao vivo” com o diplomata.“Ele pediu um encontro urgente para levantar um assunto que ele não poderia falar pelo telefone”, explicou o telegrama.

O assunto era a relação entre Venezuela, Irã, Rússia e o governo brasileiro. Fortes explicaria no encontro com o embaixador que “a diplomacia oficial venezuelana é cada vez mais comercial, com enormes contratos para empresas como a gigante brasileira Odebrecht, que então faria lobby pela Venezuela”.

22 de julho de 2015
in coroneLeaks

DILMA QUER MINISTROS COMO ADVOGADOS DE LULA


No Dia do Amigo, Dilma transforma ministério em banca de advocacia para defender o suspeito de tráfico de influência internacional, usando dinheiro do BNDES e livre trânsito em órgãos do governo.
 
(Folha) A presidente Dilma Rousseff pediu nesta segunda-feira (20) que seus ministros saiam em defesa pública do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, investigado pela Procuradoria da República no Distrito Federal por suposto tráfico de influência internacional e no Brasil a favor da Odebrecht. 

Segundo a Folha apurou, Dilma se disse "indignada" com a abertura de investigação contra o ex-presidente, na semana passada. "No mundo, reis, príncipes, presidentes e ex-presidentes defendem as empresas e interesses nacionais. No Brasil, querem dizer que isso é crime?", indagou em reunião de sua coordenação política. 

Apesar das críticas recentes que fez à administração da sucessora, classificando-a como um "governo de mudos", a avaliação do Planalto é que Lula ainda é um dos principais fiadores da gestão e seria "prejudicial" para a recuperação do governo vê-lo tragado por denúncias. 

Lula é suspeito de usar sua influência para facilitar negócios da Odebrecht principalmente na África e América Latina, onde o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) financiou obras da empreiteira. A empresa bancou diversas viagens de Lula ao exterior após 2011. O Instituto Lula nega que o ex-presidente atue como lobista ou consultor.

22 de julho de 2015
coroneLeaks

UMA PUTREFAÇÃO LENTA DEMAIS



A percepção externa da crise brasileira está bem retratada na revista peruana “Caretas”, cujo número mais recente diz que a Lava Jato “é a mais importante investigação anticorrupção na história brasileira e latino-americana”. É dizer muito quando se conhece como a história latino-americana é prenhe de escândalos formidáveis de corrupção.
O ponto alto do escândalo em curso foi a abertura de investigação a respeito de Luiz Inácio Lula da Silva, notícia que não escapou a nenhum jornal mais ou menos relevante do planeta.
“The New York Times” deu, aliás, um título significativo: “Brasil acrescenta ao inventário dos escândalos de corrupção a investigação de um ex-presidente”.
Já estamos, pois, pelo menos aos olhos de um dos grandes jornais do planeta, com um dossiê tão formidável de corrupção que se transformou em inventário – algo que usualmente se faz post-mortem. É natural, em assim sendo, que o público brasileiro sinta um cheiro nauseabundo de putrefação do ambiente político.
PROVA EM CONTRÁRIO
Claro que sempre é preciso ressalvar que todo mundo é inocente até prova em contrário – e a delação premiada não é suficiente como prova.
Mas o inventário a que se refere “The New York Times” está durando tempo demais, sem que haja culpados em definitivo, condenados pela Justiça ou inocentes definitivamente declarados, depois das investigações competentes. É urgente acelerar as coisas, sem, claro, abandonar todas as cautelas que garantam uma investigação limpa e legítima e a preservação integral do direito de defesa.
Está na hora de o Judiciário, até agora o único dos três Poderes cuja cúpula não foi colocada sob suspeição, criar uma força-tarefa, em coordenação com o Ministério Público e a Polícia Federal, para encerrar o “inventário”, mandando para a cadeia quem merecer e passando atestado de bons antecedentes para quem for inocente.
Um país, qualquer que seja, não pode conviver eternamente com a suspeita de que seus principais líderes e alguns de seus principais empresários são corruptos.
ECONOMIA ESTAGNADA
Como diz o subtítulo do artigo de sexta-feira, 17, de Pedro Luiz Passos, presidente do Instituto de Estudos do Desenvolvimento Industrial, “sem solução do imbróglio político em que o país se meteu, a economia não voltará a crescer”.
Uma parte importante do imbróglio é dada pela discussão cada vez mais escancarada sobre uma eventual defenestração da presidente Dilma Rousseff.
É importante deixar claro, nesse capítulo, que impeachment não é golpe, pela simples e óbvia razão de que está previsto na Constituição e –como diria o Conselheiro Acácio– o que é constitucional não é golpismo.
Feita essa ressalva, é indecente tratar do afastamento da presidente pelas costas, em conversas de bastidores entre altas autoridades.
Impeachment é algo que se tem de encarar de frente. Se alguém acha que há razões que justifiquem a abertura do processo (eu acho que não há), que as apresente de peito aberto no foro adequado. Seria a única maneira decente de encerrar pelo menos parte desse sórdido “inventário”.

22 de julho de 2015
Clóvis Rossi
Folha

UNUSQUISQUE ( OU CADA UM DEVE LEVAR SEU PRÓPRIO FARDO)




No primeiro semestre deste ano perderam-se 350 mil empregos, e muitos outros estão assustadoramente dependurados por um fio. Pagamos pecados, mas, além de os pagarmos, nota-se pouca competência para minorar os efeitos dolorosos. Parece que no país se instalou uma renúncia à inteligência,
uma espécie de fatalismo que engessa a capacidade de reação.
É preciso recorrer à psicologia para entender o estado surrealista que se instalou. Para George Groddeck, os sinais exteriores denotam a essência que predomina no interior do ser humano. Joaquim Levy não enxerga bem de longe, faltam-lhe muitos graus, e usa lentes espessas. Os traços exteriores, segundo Groddeck, refletem e explicam o que há no interior. Quem deixa crescer a barba tem no íntimo o desejo de se esconder atrás dela, não quer se mostrar, despista a insegurança; quem não enxerga bem de perto é porque perto não quer ver algo que o incomoda; com o envelhecimento isso se acentua para não se ver a decadência insurgente; quem não enxerga bem de longe costuma ter uma visão mais confusa de futuro. Esse é o caso de Levy.
Quem se interessa, e tem disposição ao esforço mental para uma autoanálise, leia esse autor, contemporâneo de Sigmund Freud, cuja importância não é menor que a do precursor da psicologia moderna.
MULHER ATRAENTE
O abade Constant reconheceu que a mulher bondosa, gentil, caridosa consegue manter traços mais suaves e graça feminina apesar dos anos. Para manter-se atraente e charmosa, a prática de virtudes ajuda mais que maquiagem e botox. Também o homem se conserva atraente exercitando bons pensamentos e ações.
Não se trata apenas de uma lenda ou de suposição, fica claro com os adeptos da ioga que conservam aspecto extraordinariamente juvenil com idade de mais de 100 anos. Você nunca viu? Procure. São raros, existem e fogem da regra da vida comum. Sabem se esconder.
O mito da imortalidade é o segredo de não envelhecer, de se manter intacto e jovem de alma, consequentemente de corpo. “Mens sana in corpore sano”, o indivíduo deve lembrar que se imunizará à oxidação evitando maus pensamentos e as práticas de vida corrosivas.
Não precisará de fármacos contra o envelhecimento.
HIGIENE MENTAL
“Somos o que pensamos”, lembra o sábio. Disso a importância da higiene nos pensamentos, sem “gorduras e tóxicos mentais”.
Existe uma incrível inteligência na natureza, à disposição de qualquer um, que faz com que um carnívoro evite se alimentar de outro carnívoro, pois nem ele suportaria a dose.
Dante Alighieri deu uma dica: “Feitos não fomos para viver como energúmenos brutais, mas para nos exercitarmos nas virtudes e no conhecimento”. Justamente por isso no Inferno dantesco encontramos os pecadores hediondos, e nos piores lugares desse fim de outro mundo, sofrendo as penas mais duras, aqueles que em “época de crise moral se mantiveram neutros”. Podiam intervir, e não o fizeram.
AÇÃO E OMISSÃO
Abster-se do “dever” representa falha grave, assim como assistir imóvel a uma criança exposta ao risco de ser tragada pelo vício.
Os efeitos da ação e da omissão precisam ser devidamente considerados, como adverte o provérbio romano “unusquisque est faber suae fortunae”. Quer dizer que a nossa sorte nós mesmos a construímos. Culpar os outros… pouco adianta.
Neste momento de grave crise que se abate sobre a nação cabe a qualquer um, que possua um mínimo de lucidez, enxergar não apenas em volta, mas especialmente dentro de si, parar de reclamar de braços cruzados, sair da neutralidade. E quem tem mais, mais deve oferecer nesse esforço.

22 de julho de 2015
Vittorio Medioli
O Tempo

DILMA CONTINUA CAINDO E SUA QUEDA PARA 7.7% FEZ A BOLSA SUBIR



Mesmo diante da tentativa de recuperar a sua popularidade, a avaliação do governo da presidente Dilma Rousseff atingiu o menor nível histórico na pesquisa CNT/MDA, marcando 7,7% de aprovação com quem o considera ótimo ou bom e com 70,9% que consideram seu governo ruim ou péssimo, segundo pesquisa CNT/MDA divulgada nesta terça-feira (21).
Outros 20,5% consideram o governo apenas regular e 0,9% não souberam responder. Em relação a um eventual pedido de impeachment da presidente, 62,8% dos entrevistados se disseram a favor da saída da petista enquanto 32,1% disseram ser contra. Nesta questão, 5,1% das pessoas não souberam ou não quiseram responder.
Na pesquisa anterior, de março, 64,8% dos entrevistados consideram o governo da petista ruim ou péssimo contra 10,8% que o avaliam como ótimo ou bom.
O pior índice registrado pela pesquisa até então havia sido em setembro de 1999, no segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Na época, o governo do tucano foi avaliado positivamente por apenas 8% dos entrevistados, e 65% fizeram avaliação negativa de sua gestão. O levantamento é feito desde julho de 1998.
Para 60,4% dos entrevistados, a crise econômica é a mais grave crise pela qual o país passa no momento. Já a crise política foi considerada mais grave por 36,2% das pessoas questionadas.
IMPEACHMENT
Em relação a um eventual pedido de impeachment da presidente, 62,8% dos entrevistados se disseram a favor da saída da petista, enquanto 32,1% disseram ser contra. Nessa questão, 5,1% não souberam ou não quiseram responder.
Para a maioria dos entrevistados (26,8%), a principal justificativa para um impedimento de Dilma seriam irregularidades nas prestações de contas do governo, as chamadas pedaladas fiscais, sendo seguido por outro motivo, o da corrupção na Petrobras (25%). Outra justificativa para o impeachment seria a comprovação de irregularidades nas contas de campanha presidencial de 2014, motivo considerado por 14,2% dos entrevistados.
A aprovação do desempenho pessoal de Dilma registrou 15,3% de aprovação, contra 79,9% de desaprovação. Nesta pergunta, 4,8% dos entrevistados não soube ou não quis responder. Este também é o menor nível histórico registrado pela pesquisa CNT/MDA para a avaliação pessoal da petista.
Foram entrevistadas 2.002 pessoas em 137 municípios de 25 estados nas cinco regiões do país. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, com 95% de nível de confiança.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – E lá vai a Dilma descendo a ladeira. Estimulada com a queda de Dilma, a Bolsa de Valores, que também estava caindo, se animou e subiu. Afinal, aqui é o Brasil, onde tudo funciona ao contrário. (C.N.)

22 de julho de 2015
Mariana Haubert
Folha

ENTRE FLORIANO PEIXOTO E EDUARDO CUNHA


Eduardo Cunha rompeu com a presidente Dilma, mais ou menos como Floriano Peixoto desligou-se de Deodoro da Fonseca. Passou-se para a oposição, como afirmou sexta-feira. Significa o quê essa declaração? Nada, como deputado federal pelo Rio de Janeiro. Mas tudo, como presidente da Câmara, capaz de dar início à abertura de processo de impeachment de Madame, já protocolado por um grupo parlamentar. Porque o Cunha de verdade é o presidente, mil vezes mais potente do que o deputado.
Deixou de ser um entre 513 ao ser eleito para dirigir os trabalhos dos representantes do povo. Claro que perdeu apoio no próprio partido, o PMDB, cuja maioria prefere permanecer mamando nas tetas do governo, qualquer que seja seu chefe. Como também diminuiu-se ao não contraditar as acusações de corrupção pelo suposto recebimento de cinco milhões de dólares desviados dos cofres da Petrobras.
Mesmo assim, são muitas as armadilhas que poderá antepor ao Executivo.  Na prática, por simples questão aritmética, chefia o Legislativo, acima e além do dispositivo constitucional que dá ao presidente do Senado a presidência do Congresso. Depende dele obstar a votação de projetos do interesse do governo, assim como fazer aprovar obstáculos capazes de emperrar a máquina administrativa federal.
Eduardo Cunha está convencido de partirem de Dilma as escaramuças agora transformadas em conflito com o palácio do Planalto. Inovou, na presidência da Câmara, retirando do arquivo projetos de interesse nacional. Fazendo discutir e votar a reforma política, apesar dos pálidos resultados, balançou as estruturas institucionais do país.
É CANDIDATO EM 2018?
A pergunta é sobre que dividendos pretende tirar da agressiva postura agora adotada. Tornar-se candidato do PMDB à presidência da República em 2018?  Não dá, pois conhecido apenas em Brasília, a maioria do eleitorado nacional ignora se é beque do Flamengo ou pastor da Igreja dos Amigos de Plutão.
A estratégia de Eduardo Cunha é outra: promover ainda este ano a ebulição final impulsionada pela crise econômica e gerar o impeachment da presidente da República e de seu vice e correligionário, Michel Temer, pois é o terceiro na  linha sucessória, mesmo limitado a convocar novas eleições em sessenta dias.  Aqui as coisas poderiam enrolar, lembrando Floriano Peixoto, que deveria mandar realizar eleições após a renúncia de Deodoro da Fonseca e governou por todo o primeiro mandato republicano, com o respaldo da Câmara dos Deputados. O Marechal de Ferro apoiava-se no Exército. O Cabo de Palha, na indiferença nacional.
Eduardo Cunha obteve sucesso em todas as suas artimanhas, até agora. Sacrificar a Constituição não lhe custará nada, se para tanto tiver disposição de uns e desinteresse de outros.
A ESTRADA FICA
Desavisado turista brasileiro alugou um carro em Portugal, aventurando-se a percorrer o interior. Num belo dia, perdeu-se. Vendo um camponês postado na beira da estrada, indagou se aquela estrada levava a Lisboa. Ouviu que não. Prosseguiu algumas centenas de metros quando deparou-se com uma placa indicando a proximidade da capital lusitana. Irritado, deu marcha-a-ré  e   cobrou do patrício a má informação, mas a resposta foi a mesma: a estrada não levava a Lisboa: “quem vai é o senhor. A estrada fica aqui…”
A historinha se conta a propósito da crise econômica. Quem deve vencê-la não é o governo. Somos nós…

22 de julho de 2015
Carlos Chagas

NOSSA PARTE NO BOLOLÔ...


Na ronda que sistematicamente faz nas delegacias de polícia, a rádio Itatiaia entrevistou na semana passada um suposto vagabundo, preso com a mão no que não lhe pertencia. Com as perguntas do script, o repórter abriu para o detido a oportunidade de explicar o sucedido. “Sou trabalhador, nunca quis mexer com nada disso – mas sabe, tô sem emprego, precisava pagar umas coisas, tive que furtar. A Dilma tirou meu emprego”. Ao desemprego que alegou, a única alternativa que enxergou foi furtar. Oito ou 80.
As redes sociais na última sexta-feira mostravam um vídeo feito por dois indivíduos dentro de um veículo, comentando com pseudo-autoridade uma blitz armada, segundo a narrativa, numa avenida que diziam ser Rio Branco, de algum lugar do país. Expunham uma dessas ações raras, organizadas por diversas polícias e o Exército, dessas que a sociedade reclama que deveriam acontecer todos os dias em todos os lugares de um país inseguro como o nosso.
Pois bem. Os idiotas passavam em revista à tropa comentando, gravando, filmando para depois postar nas redes sociais a avaliação que vomitavam: “Olha gente, cuidado. É uma blitz federal. Exército, PM, Polícia Civil, tudo aqui para fazer blitz, para prender seu carro. O governo quer seu dinheiro pra pagar o rombo. Nunca vi isso. Canalhas.” E foi por aí adiante: “Olha gente, quanto periquito de pé preto”, numa debochada referência ao pessoal do Exército que integrava a operação.
COLAPSO MUNDIAL
O mundo está caindo. O sonho da China, agora fustigado, ameaça dissolver-se, o que será o colapso da economia mundial. A Europa luta para ajustar suas contas, reduzindo privilégios, dosando políticas sociais e mudando aposentadorias. A Grécia sendo amparada para não arrebentar ainda mais a economia dos países do Euro.
No Brasil, a identificação das crises está na casa das centenas. Crise política, crise econômica, crise moral, a democracia ameaçada pela incapacidade administrativa, política e de gestão. Não apenas da Dilma, mas dos agentes públicos na sua mais ampla abrangência. Não temos lideranças confiáveis, capazes de fazer a nação associar-se a um projeto de dimensões maiores, de interesse coletivo. Temos, na grande maioria da nossa classe política, varejistas, políticos ocupados com o fato do dia. Eleitos com o amparo da Constituição pelo povo, por cada (ou porcada) um de nós. O vereador, o prefeito, os deputados estaduais e federais, os senadores, governadores e presidentes da República o são por nossa escolha.
REFÉM DA BAGUNÇA
Há décadas que o Brasil é refém dessa desorganização política, fruto de equívocos em série, a começar pela irresponsabilidade de votar, de escolher, de cobrar sistematicamente. Falta de educação, de responsabilidade de nós todos, eleitores e dos eleitos que a tal promovemos.
A Dilma pode ser incapaz, despreparada, desonesta, estelionatária eleitoral. Mas temos câmaras municipais, assembleias legislativas, um Congresso, estruturas amparadas em seu funcionamento pela Constituição Federal, formados pelos vereadores, deputados, senadores que escolhemos. Prefeitos, governadores, presidente da República, tudo no figurino. E que figurino!
Quando tudo isso falha, quando nos sentimos traídos, o que não podia ser diferente, queimamos pneus para interromper as vias públicas, incendiamos ônibus, quebramos vitrines, prédios públicos, concessionárias de veículos e agências bancárias. A história tem a digital de seu povo. O Brasil não é diferente.

22 de julho de 2015
Luiz Tito
O Tempo