Em carta enviada ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) Domingos Meirelles e o vice-presidente Paulo Jerônimo cobram do governo uma posicionamento mais atuante no sentido de aumentar as garantias ao exercício da profissão de jornalista.
Juntamente com a Fenaj (Federação Nacional de Jornalistas), a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e o “Movimento Viva Santiago”, a ABI vem acompanhando, com extrema preocupação, o crescimento do número de atos de violência contra profissionais de comunicação em quase todos os Estados brasileiros. Várias sugestões foram encaminhadas ao governo e nenhuma delas colocadas em prática.
No último mês de maio foram assassinados dois comunicadores. Em Conceição da Feira, a 110 quilômetros de Salvador, o radialista Djalma Santos da Conceição, de 53 anos, foi sequestrado, torturado e morto com 15 disparos na cabeça. Djalma Santos denunciava em seu programa na rádio local a ação de uma quadrilha de políticos e criminosos que praticavam grilagem na região.
Dez dias antes, havia sido morto o jornalista Evany José Metzker, 57 anos, em Padre Paraíso, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Através do blog “Coruja do Vale” Evany vinha investigando a ação de uma quadrilha dedicada ao tráfico de drogas e prostituição de menores. Além de torturado teve sua cabeça cortada.
ESTATÍSTICAS INACEITÁVEIS
A Fenaj, em seu relatório “Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil”, contabilizou, no ano passado, 219 agressões contra comunicadores em pleno exercício da profissão. A ONG “Artigo 19”, por sua vez, reúne 15 casos de violência contra comunicadores e ativistas da luta pela Liberdade de Expressão que foram assassinados no Brasil, em 2014. Um número alarmante até mesmo para países envolvidos em guerras civis.
Desde 2012, a categoria vem buscando soluções que garantam maior segurança. Em julho daquele ano foi criado o “Grupo de Trabalho dos Direitos Humanos dos Profissionais de Comunicação no Brasil”.
Recentemente, em reunião com o ministro Pepe Vargas, da Secretaria de Direitos Humanos, os integrantes deste GT foram informados que a adoção das medidas sugeridas depende de entendimentos com o Ministério da Justiça, que agora está sendo acionado pelo Grupo de Trabalho, para que sejam tomadas providências.
22 de julho de 2015
Carlos Newton
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