"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

CUNHA FARÁ DO SEU EXÉRCITO DE BRANCALEONE UMA BRIGADA CONTRA DILMA

Vitória - Eduardo Cunha apenas antecipou a crise que existe no PMDB ao anunciar que será opositor ao governo da Dilma. Nos bastidores, os peemedebistas já ensaiavam pular do barco para preservar a imagem de Michel Temer e tirá-lo da lama que invadiu o Palácio do Planalto. O preço que Cunha vai pagar é alto: a presidente vai desempregar todos os seus apadrinhados aboletados nos órgãos públicos para apertar o cerco contra ele e deixá-lo ainda mais isolado. Em contrapartida, Cunha vai acelerar as duas CPIs – BNDES e Fundos de Pensão – para tentar expor as vísceras do governo corrupto da presidente.

A guerra só não começou ainda pra valer porque os políticos entraram em recesso. Mas não se engane, Cunha não estará isolado nessa briga. Se o governo não liberar as emendas parlamentares que somam mais de 1 bilhão de reais, centenas de soldados vão se juntar ao seu exército para encurralar esse governo que se esfacela a caminho do caos total. A insatisfação contra a Dilma não é apenas de Cunha que enxerga nela a causa dos males da sua vida política, depois da acusação do delator de que teria embolsado 5 milhões de dólares de propina. Centenas de outros deputados estão pagando ingressos para ver o circo pegar fogo.

E o Cunha, minhas senhoras e meus senhores, não vai esfriar a cabeça, como pensam alguns peemedebistas. Ele vai tentar desarmonizar o PMDB no parlamento para arrastá-lo para sua tropa. Quer transformar seu Exército de Brancaleone numa brigada capaz de avançar com ímpeto contra os ocupantes do Palácio do Planalto. Ao acusar de aloprados os principais assessores da Dilma, ele mirou no Aloizio Mercadante quando lembrou que foi na sua campanha ao governo de São Paulo que a Polícia Federal prendeu em flagrantes os malucos do PT que tentavam comprar um dossiê contra os seus adversários tucanos.

Agora, o presidente da Câmara vai tentar aglutinar em torno de si o máximo de parlamentares possíveis para iniciar a queda de braço com a Dilma, que, a exemplo dele, nesse momento também está isolada no poder, contaminada pela impopularidade e refém da sua incompetência para administrar o país. Como o Levy – neófito em política – não vai se sensibilizar com os apelos dos deputados que pedem a liberação das emendas em nome do ajuste fiscal, aí o bicho pega. Cunha, sem dúvida, pode liderar a tropa de choque contra a Dilma e desestabilizar de vez o governo.

Quando os caciques do PMDB vão a público para dizer que Cunha está isolado é tudo papo furado. Muitos, nos bastidores, bateram palma para a decisão que ele tomou de se afastar definitivamente do governo. Os peemedebistas não engoliam a arrogância de Aloizio Mercadante como “Primeiro Ministro” que passou a humilhar o vice-presidente na função de articulador político do governo, atribuição que que lhe cabe como Chefe do Gabinete Civil. Várias vezes, os caciques do partido pediram a cabeça de Mercadante com o apoio do Lula para fortalecer o Michel, mas a Dilma resistiu porque tem nele o seu “pequeno príncipe”, o conselheiro de um governo que vive a cata de quem lhe der a mão generosa para sair dessa enrascada.

Nesse quadro de incerteza e ebulição política quem fizer uma previsão como um mago futurista, certamente está fadado a errar. Ninguém sabe o que acontecerá nesse país nas próximas 24 horas, principalmente se o Lula for preso, como se comenta fortemente nos bastidores político em Brasília.



22 de julho de 2015
Jorge Oliveira

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