"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O LADO ESCURO DA FORÇA

Atenção: Imagem forte que pode chocar as pessoas mais sensíveis. Reuniram-se na galáxia da fantasia as personalidades mais asquerosas do lado escuro da força. A imagem abaixo registra o encontro:
O encontro reuniu androides programados para o crime como José de Ribamar (vulgo José Sarney) cuja voracidade, compartilhada pelos de sua descendência, transformou o Estado do Maranhão em terra arrasada. (Alguém ainda se  lembra do caso Lunus?)

Renan Calheiros, subitamente convertido à causa da salvação nacional, após um sonho premonitório no qual um demônio sensual lhe informava que todas suas maracutaias já eram de conhecimento da Operação Lava Jato e que o castigo estava a caminho. Detalhe interessante, no sonho, o capetinha era a imagem exata de uma tal Mônica Veloso, a amante financiada pelo Erário. Só Freud explica...

Jader, o Barbalho, o parasita do Pará.

Michel Temer, vítima de uma infeliz manutenção cibernética que o plastificou completamente.

E o vilão-mor do grupo, um reservatório de cachaça com o aspecto externo de Lula, o comunista milionário, o palestrador que vale ouro, ainda trazendo no bolso a chave do  BNDES e o cartão corporativo de uma certa senhora, sua assessora especial para assuntos íntimos, que ele tenta esconder por todos os meios.

O tema da reunião foi: “Quais as providências necessárias para assegurar que os crimes cometidos por políticos no âmbito da operação Lava Jato permaneçam impunes (como, aliás, todos os anteriores) e quais as ações necessárias para eternizar no poder o grupo que promove o descalabro moral, social e econômico de uma nação chamada Brasil a fim de que possam continuar se locupletando às custas do povo daquela Nação.

Mas há uma boa notícia: pervertidos como esses receiam a luz do Sol. São como vampiros que sugam o sangue do povo brasileiro, se movimentam nas trevas e odeiam a exposição nas ruas, onde são escorraçados. Contra eles há um antídoto seguro: vamos nós todos, brasileiros, homens de boa vontade, nos reunir à luz clara do Sol neste domingo.

Vamos mostrar-lhes que não os tememos mais, que seu reinado de crimes está terminado e que queremos de volta o poder que lhes delegamos e que eles, como infiéis depositários,  usaram para roubar nossos recursos, para traficar nossa Pátria com o foro de São Paulo, para enricar-se a si e a seus capangas e para abarrotar as burras de seus partidos políticos, no afã de perpetuar-se no poder. Chega! Isso acabou.

Venha para a rua e convoque o maior número possível de patriotas. Como nos filmes de terror, que bem representam os tempos que estamos vivendo, veremos o poder dessas criaturas se esvair e eles se transformarem em pó, aquele mesmo pó nauseante de nunca deveriam ter saído.

16 DE AGOSTO, A ALVORADA DE UM NOVO BRASIL!

17 de agosto de 2015
José Gobbo Ferreira

AFINAL, O QUE RAIOS É "FASCISMO"?

Nenhuma palavra é mais usada no vocabulário político do que “fascismo”, e nenhuma parece mais apartada da realidade. Vendo os discursos de políticos, jornalistas e intelectuais no Brasil, parece que sairemos à rua e nos depararemos com camisas negras, glorificações a Mussolini e exigências de tudo ser colocado dentro do Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado. Na vida real, não vemos nada disso. Aliás, vemos o último: mas quem pede a estatização total da vida são justamente os que mais acusam os outros de fascistas.

Isso tem explicação. Lew Rockwell já alertou, em A ameaça fascista, que nenhuma outra palavra é mais pesada no vocabulário político. “Fascismo” é visto como o mal em si, algo que une a direita e a esquerda em seu repúdio. 
Entretanto, ao se pedir para as mesmas pessoas que detestam fascistas que descrevam o sistema político que defendem, muitas acabarão justamente defendendo o fascismo.
Sobretudo graças ao Holocausto promovido pelos nazistas, espécie de ultrafascistas, a narrativa histórica parece apenas promovê-los como assassinos desmotivados. Pelo contrário: o genocídio fascista do século 20 tinha profunda base filosófica – o que é uma violência ainda mais perigosa. E esta base continua movendo corações e políticas mundo afora.

O jornalista John T. Flynn analisa os pontos que definem um governo fascista. O governo é totalitário, pois desconhece limites para seu poder. É uma ditadura, baseada no princípio da liderança. Permite algum mercado, mas atolado numa imensa burocracia. A economia é cartelizada e controlada por sindicatos. 
O planejamento econômico é baseado no princípio da autarquia. O governo se sustenta com gastos e empréstimos. Os gastos são sobretudo militares, e com fins imperialistas. Excetuando-se estas últimas definições, nada muito diferente do sistema atual do Brasil, por exemplo. Para subir ao poder, fascistas disputam eleições livremente, e logo começam com conchavos com empresários que aceitem trocar a livre concorrência no mercado por monopólios com o Estado. Familiar?

Tentar encarar o fascismo apenas pelo militarismo tampouco convence. Fascistas promovem amplas campanhas de desarmamento para concentrar o poder nos líderes do Estado. Parece com os militares brasileiros ou com seus críticos, hoje no poder?

O coletivismo é a tônica, com total subordinação das liberdades individuais – seja ter uma opinião, escrever em um jornal ou criar uma empresa e lucrar o quanto quiser – aos ditames de um Estado total, com um planejamento central. Parece mais algo de “coxinhas” ou justamente dos progressistas atuais?

Na narrativa típica, vemos o fascismo por seus aspectos periféricos. Na realidade, o grosso do fascismo é justamente o que é defendido pelos supostos “críticos”, que adoram chamar seus adversários de fascistas. Inclusive os judeus, as maiores vítimas dos fascistas, foram vítimas justamente por serem a “burguesia”, a elite de hoje.

Xingar um fascista de fascista não ofende. Todavia, chamar alguém que repudia o fascismo disso ofende. Sem perceber, ao chamar tudo de “fascista”, progressistas não percebem que provam que os liberais são radicalmente adversários do fascismo.

17 de agosto de 2015
Flávio Morgenstern

DILMA FICA. LULA ESTÁ EM PERIGO!

Talvez – quem sabe? – o inesperado faça uma surpresa. Mas se não fizer, Dilma governará até 31 de dezembro de 2018, cedendo o lugar ao seu sucessor. Está escrito nas estrelas. Não estava.

Mas foi escrito nos últimos 10 dias como resultado de um acordo informal assinado por representantes das forças políticas e econômicas que de fato importam no país.

Que tal? Haverá ironia maior do que essa?

Para se eleger pela primeira vez, governar apesar do escândalo do mensalão, se reeleger, eleger Dilma e reelege-la, Lula valeu-se do discurso de ser um perseguido pelas elites, coitadinho. E não somente ele, mas também o PT e Dilma.

Falso! Lula pode posar de pai dos pobres, mas não pode negar que foi uma mãe para as elites. Essas mesmas elites que, hoje, preferem Dilma ao desconhecido.

Foi como palestrante exclusivo e lobista ativo das maiores empreiteiras brasileiras que Lula ficou rico de 2011 para cá. Enriquecer não desmerece ninguém.

Quantas fortunas não se devem ao espírito empreendedor dos seus donos? À capacidade deles de enxergar o futuro?

Ocorre que a fortuna de Lula tem mais a ver com o passado do que com o futuro. E aqui mora um problema.

A Operação Lava Jato investiga as relações de Lula com as empresas que mais lucraram superfaturando contratos com a Petrobras e pagando propinas a agentes políticos.

Pois bem: a empresa de palestras de Lula arrecadou em quatro anos R$ 27 milhões, sendo R$ 10 milhões de empreiteiras envolvidas com a roubalheira que causou à Petrobras o maior prejuízo de sua história.

A empreiteira que mais se beneficiou dos dois governos de Lula foi a Odebrecht. Foi também a que mais pagou pelos serviços de Lula como palestrante e lobista - R$ 2,8 milhões.

Só por uma palestra em maio de 2013, o estaleiro Quip pagou a Lula R$ 378.209,00. Ou a bagatela de R$ 13 mil por cada um dos 29 minutos de duração da palestra.

Nascido de uma associação entre as empreiteiras Queiroz Galvão, UTC, Iesa e Camargo Corrêa, o estaleiro foi criado ainda no período de Lula no poder para construir plataformas de petróleo destinadas à Petrobras.

Lula apadrinhou o projeto do estaleiro. Que logo que pode lhe retribuiu, digamos assim, o favor. Para dizer o mínimo. Ou então lavou dinheiro à custa dele.

Há pouco mais de dois meses, desconfiado de que seria preso outra vez, o ex-ministro José Dirceu confidenciou a amigos: “Estamos no mesmo saco, eu, Lula e Dilma”.

Dois dias depois da nova prisão de Dirceu, Lula reuniu-se com deputados do PT paulista e avaliou: nem uma possível melhora da economia será suficiente para salvar o partido. E ele também.

Dirceu acertou na mosca.

Lula e o PT sobreviveram ao mensalão com a desculpa não confessada de que roubaram para financiar a chegada deles ao poder. Somente assim poderiam fazer o bem aos pobres.

O petrolão contém fortes indícios de enriquecimento pessoal dos envolvidos. Se isso restar provado, qual narrativa inventar para enganar os bobos de sempre?

Só apelando para que o inesperado faça uma surpresa.

De resto, os bobos de sempre estão aprendendo a serem menos bobos desde que saíram às ruas em junho de 2013.

Da primeira vez pediram da redução do preço das passagens a um governo melhor. Dilma fingiu que não era com ela. Ontem, pediram fora Dilma, Lula, o PT e a corrupção.

O número de manifestantes diminuiu. Aumentou a rejeição a Dilma, a Lula e ao PT. Piorou para eles, pois.



17 de agosto de 2015
Ricardo Noblat

A VOZ DO DONO

As manifestações não foram monumentais nem acanhadas demais. Nada houve de anormal: a sociedade protestou, disse o que quis, cabe ao governo agora dizer o que ela quer ouvir. Ou melhor, fazer o que dele se espera.

E o que pede o País? No mínimo, um governo eficiente que não deixe explodir a inflação que a todos infelicita, e se conduza a partir de razoáveis padrões de moralidade a fim de distanciar o aparelho de Estado de assaltos às mãos armadas das ganâncias do poder.

Acordos, como os feitos na semana passada, rendem boas fotos, mas não necessariamente produzem resultados nem apresentam garantias de durabilidade. Aos congressistas, banqueiros e governantes de “boa vontade” falta combinar com a insatisfação das pessoas, fartas das mentiras e revoltadas diante da devastação moral, legal e social em que os governos do PT mergulharam o Brasil.

Numericamente, as manifestações de ontem foram menores que as primeiras, de março, e um pouco maiores que a penúltima, de abril. A dimensão pode servir ao Planalto como argumento. Frágil, no entanto. A quantidade de gente que saiu ou ficou em casa não determina o grau de descontentamento das pessoas.

Se não resolver mais uma vez negar a realidade, alegando que os protestos não representam a opinião da maioria, suas excelências governistas haverão de registrar uma diferença essencial: antes dispersas, as manifestações de ontem apresentaram palavras de ordem bem definidas.

Concentraram-se no pedido de interrupção do mandato da presidente Dilma Rousseff e introduziram dois personagens na história. O ex-presidente Luiz Inácio da Silva, de maneira negativa, e o juiz Sérgio Moro, de forma positiva.

É a voz do dono (do voto) dizendo que rejeita a governante que praticamente acabou de reeleger e também que cansou da falação enganosa de Lula e que apoia a firmeza do desenrolar da Operação Lava Jato. Escolhe homenagear, outra vez, o magistrado, como antes havia posto na mesma posição o então ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa.
Em matéria de herói, fica melhor o Brasil com uma figura que simboliza a Justiça do que com o mau-caratismo malandro de Macunaíma.



17 de agosto de 2015
Dora Kramer

O GRITO DOMINICAL

Hoje é domingo, dia de manifestação. Dia singular, pois podemos sair às ruas e dizer em alta voz o que queremos para o país. Digo singular porque o grito nas ruas nos libera do esforço, construindo mediações nas relações cotidianas. Outro dia, ia entrevistar um prefeito do PT no interior a propósito de algo muito positivo que acontece em sua cidade. No entanto, eu me vi planejando uma pergunta indispensável, com o máximo de diplomacia: “O que o senhor acha dessas coisas que acontecem com o PT?”

Entre amigos, às vezes, a discussão sobre política vai para a sobremesa. Mesmo reconhecendo o desastre do projeto do PT, há os que ainda, sentimentalmente de esquerda, temem as mudanças. Nesses casos, é possível uma abstração ainda maior, quando tocamos no tema:

— Está grave a crise.
— Gravíssima.
É um diálogo parecido com os ouvidos no interior:
— Compadre, vem chuva.
— Vem não, esse vento engana.
— Olha que vem, compadre.

A partir de um grito coletivo, como o de hoje, sem ferir a sensibilidade do outro, será mais fácil demonstrar que não é possível, nesse momento, deixar de considerar uma solução para a crise.
Sou pela saída de Dilma. Não tenho meta: impeachment ou renúncia. Mas quando chegar a essa meta, desejaria dobrá-la e levar também Eduardo Cunha e Renan Calheiros. Essa frase de não ter meta e dobrá-la ao atingi-la me lembra o zen-budismo. Uma de formas de transmissão de seus ensinamentos é o koan, de um modo geral uma frase desconcertante: ouvir o batido da palma de uma só mão.

Dilma é uma mestre zen que tomou um porre de saquê. Uma boa razão para segui-la. Outro dia, em Mumbuca, no Jalapão, os fiéis saíram do culto na igreja local e comeram uma imensa bacia de mandioca. Logo depois, passei por uma casa em que a mulher raspava a mandioca e os filhos a molhavam e amassavam. Saudei os produtores de mandioca. Se saudasse apenas a própria, podiam não entender. 
Cumpri meu dever cívico.
Respeitosamente, portanto, analiso os caminhos da queda. O impeachment é algo feito nas instituições. É preciso alguém investigar as contas, tribunal julgar, advogados pra cá, advogados pra lá, enfim, algo que corre muito longe do alcance de um indivíduo. 

Só podemos vigiar e cobrar. Já a renúncia depende mais da sociedade, de suas formas de demonstrar que não quer ser governada por ela. Dilma tem 8% de aprovação. Existem duas maneiras de ver seu futuro. Ela pode se convencer do movimento declinante e, num gesto de grandeza, renunciar. 
Ou ela pode chegar a 1% de aprovação e também, num gesto de grandeza, renunciar, dizendo: “Nunca um presidente será tão impopular como eu”.
Ela terá de escolher entre entrar para a História ou para o “Guinness”. Isso não significa subestimar o caminho institucional do impeachment. Apenas fazer o que está ao alcance da sociedade. Dependem dela o ritmo e a intensidade da pressão sobre Dilma.

Dá uma certa ansiedade ver o Brasil sem rumo. Dilma mostra que ganhou o apoio da UNE e do MST. Agora vai. Fechada no gueto, promove atos cirurgicamente preparados para evitar protestos. Apenas uma forma de dizer que está viva. Os jornais falam que Renan Calheiros foi chamado a salvar Dilma. Mas quem salvará o salvador? Renan está implicado na Lava-Jato e ainda corre aquele processo em que empreiteiras pagavam a mesada de sua bela amante.

Essa dança de encontros em Brasília é, na verdade, um ritual vazio, destinado a jogar areia nos olhos da plateia. Todos sabem que a polícia está chegando e que a crise econômica não se debela com algumas medidas anotadas no guardanapo do bar. A mais recente aparição de Dilma foi em Roraima. Ela estava inaugurando casas. O discurso sobre a casa é mais patético que os outros porque faz sentido, é possível detectar alguma lógica nele.

Dilma evoluiu e já está em condições de escrever sua primeira composição infantil. Segundo ela, na casa mora a família, as pessoas comem, têm laços afetivos, amam suas crianças. Ela viajou tanto para fazer esse discurso espontâneo mas também para justificar o recado ensaiado sobre sua capacidade de resistir a pressões. Vestiu de novo a máscara da militante com vontade de ferro, uma reminiscência stalinista na esquerda armada latino-americana. 
Ela confunde o momento da ditadura com a aspiração popular de acabar com a roubalheira e retomar o curso de nossa vida republicana. Confunde panelaço com pau de arara, rejeição política com tortura.

Congelados num momento histórico de resistência, prosseguem na vida como se cada dia fosse uma oportunidade de mostrar heroísmo, coragem e coração valente. Um coração valente não dispensa uma cabeça pensante, sobretudo no momento de crise. Dilma já consegue escrever um parágrafo sobre a casa. Não consegue entender uma vírgula do processo histórico.
Compete a cada um de nós mostrar que esse sistema criminoso de governo chegou ao fim. O momento é de abrir a janela para o sol e o ar puro. Respirar de novo.

17 de agosto de 2015
Fernando Gabeira

RECADO DAS RUAS: SEM ACORDO!

O símbolo das manifestações de domingo, que faz sucesso nas redes e vai ficar, é o boneco inflável de Lula na Esplanada dos Ministérios, ao sabor do vento e da ira de milhares de pessoas que se dispuseram a sair de casa num lindo dia de sol e calor para gritar contra ele, Dilma e o PT. A sincronia é evidente: quanto mais a Lava Jato se aproxima de Lula, mais a ira popular o atinge.

Se os protestos de junho de 2013 eram difusos e confusos, eles foram ganhando discurso e organicidade e chegaram a este 16 de agosto com vigor, disseminados pelo país inteiro e principalmente com foco. Pouco importa se houve menos gente que no histórico março, o fundamental é que quem foi às ruas ontem sabia exatamente o que queria dizer _ e para quem.
Homens, mulheres, jovens, velhos e crianças, de verde e amarelo, ladeavam imensas faixas defendendo o “impeachment já” e gritavam “Fora Dilma”, “Fora PT, “Lula nunca mais”. Dez entre dez entrevistados se diziam exaustos com tanta corrupção e um novo personagem, um personagem a favor, passou a brilhar nas ruas empanturradas de gente no DF, em todas as capitais e em incontáveis cidades do interior.

Esse personagem não é político, não tem mandato e não tem partido. Trata-se do juiz Sérgio Moro, versão atualizada do então ministro Joaquim Barbosa. Joaquim entrou para a história como o menino negro e pobre que veio a presidir o Supremo Tribunal Federal justamente durante o bombástico julgamento do mensalão, que, pela primeira vez, não perdoou a “elite branca” e a elite política do país. É como se Moro, com a Lava Jato, desse continuidade ao serviço.

A população que rejeita maciçamente Dilma, o PT e o que Lula passou a representar é a mesma que aprova maciçamente Joaquim Barbosa e Sérgio Moro, que quebram paradigmas e ensinam aos poderosos e aos cidadãos comuns que a Justiça pode, sim, valer para todos. Um aprendizado e tanto, com presidentes de partidos do governo, diretores da Petrobrás e os maiores empreiteiros trancafiados ou presos a tornozeleiras eletrônicas.

De nada adiantam acordões políticos em Brasília, porque esse processo não vai parar. Como de nada adianta o governo se dizer feliz da vida porque as manifestações de ontem tiveram menos gente do que as de março. Tiveram mesmo, e daí? Elas ocorreram em todas as regiões, desde as mais ricas até as menores e mais pobres, deram nitidamente os seus recados e têm uma força política enorme.

Política é dialética, não cartesiana, e o valor e o peso de manifestações não podem ser medidos só pelo número de manifestantes, porque havia tantos a mais ou tantos a menos. A de domingo, a terceira num único ano, foi muito expressiva e já deixa engatilhada a próxima. A sociedade está mobilizada e é ela quem dá a Dilma o troféu de presidente mais mal avaliada da história pós-redemocratização.

Dilma ganhou um cerco de segurança na semana passada, com mãos amigas do Supremo, do TSE, do TCU, do Senado e da mídia, mas a irritação popular contra ela não esmaeceu, e uma coisa é certa: se tem a imagem de mulher honesta, que não passa a mão no dinheiro público, Dilma destruiu a economia e passou a ser indelevelmente vista como a presidente que mente, que vendeu um País maravilhoso na campanha e entregou um País ao cacos do primeiro para o segundo mandato.

Com acordão ou não em Brasília, a percepção da população não mudou: a corrupção chegou ao auge e há uma exaustão com a era PT, o governo Dilma e as mágicas de Lula. Ele escapou das primeiras manifestações, mas não passou incólume pelo tsunami e não tem mais força popular para resgatar Dilma. Talvez, nem mesmo para se resgatar. Seu prestígio está como o enorme balão com a sua cara na Esplanada dos Ministérios: ao sabor dos ventos – dos ventos da economia e da Lava Jato. Dilma pode até estar salvando o mandato, mas isso não é tudo. Ela, o PT e Lula nunca mais serão os mesmos


17 de agosto de 2015
Eliane Cantanhede

O DESESPERO DE DILMA

A presidente Dilma Rousseff ganhou mais alguns dias para tentar responder às questões levantadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a respeito das contas do governo federal em 2014. Vista como um alívio resultante do conchavo de Dilma com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) – o novo “melhor amigo” do Planalto –, o fato é que a decisão da Corte acrescenta mais acusações graves ao já extenso rol de irregularidades constatadas pelos técnicos do tribunal. Assim, a manobra governista só pode ser explicada pelo desespero de Dilma.

Na quarta-feira passada, o TCU, sob pressão do Planalto e de Renan, aprovou um prazo adicional de 15 dias para que Dilma apresentasse a defesa sobre suas contas. A estratégia governista, abraçada pelo presidente do Senado, é esperar que o adiamento acalme os ânimos no Congresso em relação a um eventual processo de impeachment. “Já está acalmando, né? Graças a Deus!”, comentou o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, responsável pela defesa do governo no TCU.

Estava previsto para este mês o julgamento, pelo tribunal, do Balanço Geral da União de 2014. Técnicos do TCU apontaram distorções de cerca de R$ 281 bilhões nessas contas, resultantes, entre outras manobras contábeis, das chamadas “pedaladas fiscais” – prática do Tesouro de adiar o repasse a bancos públicos e autarquias para maquiar as contas federais. O TCU considerou que essas operações foram uma forma de empréstimo de uma instituição pública para seu controlador, o que fere a Lei de Responsabilidade Fiscal.

O tribunal havia dado 30 dias de prazo para que o governo apresentasse sua defesa. Conforme todas as informações de bastidores, a tendência do TCU era pela rejeição das contas, dadas as gritantes irregularidades. Parte da oposição a Dilma pretende usar esse esperado revés no TCU para embasar um processo de impeachment.

Dada a considerável chance de que esse movimento possa prosperar, especialmente em razão das rusgas cada vez maiores entre Dilma e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os governistas trataram de manobrar para ganhar tempo. A oportunidade surgiu diante de um “fato novo” – trata-se de um duro parecer do Ministério Público de Contas, que já é conhecido desde junho, segundo o qual Dilma cometeu diversas irregularidades no ano passado, entre as quais a abertura de créditos suplementares sem autorização do Congresso. Os técnicos do TCU confirmaram esse drible na lei, mas o tal parecer não foi incluído no processo encaminhado ao tribunal porque teria sido apresentado fora do prazo.

Agora, porém, esse obstáculo regimental foi devidamente removido, graças a uma intensa campanha de ministros de Dilma no TCU e dos governistas no Senado para procrastinar o julgamento. No entanto, o custo da chicana será alto: agora, a presidente terá de explicar não somente as indefensáveis pedaladas, mas também por que razão, nas palavras do procurador Júlio Marcelo de Oliveira, ela emitiu “decretos de contingenciamento em desacordo com o real comportamento das receitas e despesas do país” e “decretos para abertura de créditos orçamentários sem a prévia, adequada e necessária autorização legislativa, violando a Lei Orçamentária anual, a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Constituição”. Em nenhum desses casos Dilma pode alegar, como tem sido comum, que não sabia de nada ou que se tratava de trabalho de terceiros, pois dizem respeito a ações de sua exclusiva competência.

Portanto, mostra bem a aflição de Dilma o fato de que, para ganhar algum tempo no Congresso, ela tenha aceitado explorar um parecer que em tudo e por tudo lhe é desfavorável, pois traz elementos de sobra para comprovar que ela promoveu “uma verdadeira política de irresponsabilidade fiscal”, marcada pela “deformação de regras para favorecer os interesses da chefe do Poder Executivo em ano eleitoral, e não os interesses da coletividade no equilíbrio das contas públicas”.

Se Dilma se viu na contingência de lançar mão de um expediente desse tipo para escapar de dar as explicações que ela deve aos brasileiros, não é difícil de imaginar o que ela tem a esconder.

17 de agosto de 2015
Estadão

UM MINISTÉRIO PARA FUGIR DA CANA...

Dilma insiste: quer Lula ministro
Se isso acontecer, ele terá privilégio de foro (STF) e não poderá ser julgado ou investigado pela justiça comum.





Lula, dizem, negou, mas Dilma insiste: quer que ele seja seu ministro. Por quê? Não se sabe, as desculpas e explicações são várias, mas nenhuma muito convincente.

Afinal, Lula já atua na articulação, já tem influência, viaja pelo país etc. Qual tipo de “expertise” ele teria fazendo parte oficialmente do governo? Pois é…

Mas há um dado objetivo e prático: ministros não são alvo da justiça comum, da qual faz parte Sérgio Moro. 
Caso venha a ser ministro de Dilma, toda e qualquer investigação sobre Lula deverá ser remetida ao Supremo Tribunal Federal (STF), cujos ministros foram em sua maioria indicados por ele e pela atual presidente.

17 de agosto de 2015
implicante

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

Reação de Lula a manifestações de rua confirma medo de ser pego, de surpresa, em nova ação da Lava Jato



Em Brasília, um boneco gigante do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vestido como um legítimo companheiro petralha-presidiário e com o número "13-171" (cuja soma dá a morte, na cabala), foi o símbolo máximo da indignação do povo brasileiro contra os governos corruptos da Nova República. Este regime corrupto iniciado em 1985, no verdadeiro "golpe militar" do General Leônidas (que botou José Sarney na Presidência), começa a acabar com o velório cívico do desgoverno nazicomunopetralha de Dilma Rousseff e seus comparsas do PMDB - partido que não larga o osso do poder e arma um novo golpe, via Renan Calheiros, Michel Temer, Eduardo Cunha & caterva para continuar comandando o Palácio do Planalto. 

Lula ficou pt da vida! Assim o "Fantástico", da Rede Globo, fechou ontem a matéria de quase 13 minutos sobre a megamanifestação em todo o País: "Em relação aos protestos contra o ex-presidente Luíz Inácio Lula da Silva e o boneco que o representava vestido como presidiário, o Instituto Lula divulgou nota em que afirma “Lula foi preso na ditadura porque defendia a liberdade de expressão e organização política. O povo brasileiro sabe que ele só pode ser acusado de ter promovido a melhora das condições de vida e acabado com a fome de milhões de brasileiros, o que para alguns, parece ser um crime político intolerável. Lula jamais cometeu qualquer ilegalidade antes, durante ou depois de seus dois governos”.

O teor dessa de ficção política foi apenas o recibo passado por Lula de quem tem medo concreto e quase certeza de que será atingido, duramente, pelos desdobramentos da Operação Lava Jato. A maior mágoa de $talinácio é constatar que a História lhe transformou de herói em vilão. No imaginário popular, aquele sindicalista que outrora fora um mito, endeusado e idolatrado como salvador da pátria, agora se transformou em um personagem decadente, que mal consegue sair de casa, em São Bernardo do Campo, sem ser xingado pelos pejorativos termos "ladrão" ou "lacraia". Lula hoje é um sobrevivente em agonia. Seu ego só não foi tão barbaramente assassinato como Celso Daniel, prefeito de Santo André...

O fogo está centrado em Lula. A Rede Globo, ontem, exagerou na dose dos ataques (merecidos, diga-se de passagem) ao chefão petista. No entanto, é preciso ficar claro que Lula, apesar de ser o cabeça, não é a causa dos problemas brasileiros. Lula, Dilma, PT, PMDB, PSDB e por aí vão são consequências da nossa estrutura estatal Capimunista - cartorial, centralizadora, cartelizada e corrupta - que temos de derrubar e transformar em um Estado Republicano, Federalista, Transparente, com Segurança do Direito (Democracia) e mecanismos de Controle exercido pela Sociedade, para a efetiva Ordem Pública, Paz Social, Desenvolvimento e Progresso.

Se queremos o Bem do Brasil, temos de ficar vigilantes contra o golpe armado pelos conchavos políticos de Lula e da sua bonequinha Dilma com Renan Calheiros - que agora se arvora de "salvador da pátria", na disputa intestina de poder contra os também peemedebistas Michel Temer (que pode até compor com ele) e Eduardo Cunha (que tende a um rompimento). Eles armam o golpe para que Dilma, mesmo agonizante e impopular, permaneça no poder até quando der e puder, sendo substituída por algum deles, se algo der errado (o que tem grandes chances de acontecer contra a velha turma da Nova República).


Lula tem motivos para ficar deprimido - o que oferece alto risco para o retorno de um violento câncer. Até para o mais refinado sem vergonha, é muito vexame ver o povo, ajoelhado, ao lado de um caixão com as imagens dele, da Dilma e a estrelinha vermelha do PT, sob uma gigantesca bandeira verde e amarela, onde estava escrito: "Intervenção Constitucional, já". Tal imagem fúnebre do regime nazicomonopetralha, mas que simboliza o renascimento cívico do verdadeiro povo brasileiro, foi captada ontem, na Avenida Paulista, em frente ao prédio da Fundação Cásper Libero, da TV Gazeta. Naquele instante, os manifestantes rezaram com o Padre Carlos, pedindo novos tempos para o Brasil.


Nem o cineasta esquerdista francês, Jean-Luc Godard, poderia roteirizar um filme tão revolucionário como o protagonizado ontem pelo povo brasileiro nas ruas das principais capitais e cidades do Brasil. Os cidadãos repetiram as manifestações absolutamente pacíficas e ordeiras que levaram centenas de milhares a trocar um domingo de descanso e lazer por um ato cívico de patriotismo - coisa tão odiada pela canhota ideologia internacionalista e globalitária dos fanáticos seguidores de seitas como o PT e afins. O povo reafirmou seu compromisso com o desejo por mudanças reais, concretas e objetivas.


Foram vários os motes das manifestações. Na Avenida Paulista, propositalmente ignorado pela Rede Globo (onde a militância jornalística de esquerda é hegemônica), foi gigantesca a adesão popular em favor da "Intervenção Constitucional pelo Poder Instituinte do Povo". Havia também milhares de pessoas, sem foco específico e entendimento completo da realidade do sistema de poder tupiniquim, que exigiam, com gritos e cartazes, apenas a mera saída da Presidenta Dilma Rousseff. Fez sucesso uma foto com a imagem de Lula, quando ainda era sindicalista, com os dizeres: "Falta o Chefe"... Nesta linha de raciocínio, foi exaltado na manifestação, novamente, o juiz Sérgio Moro. Não é fácil viver em um País em que a popularidade de um Presidente da República é inversamente proporcional a de um magistrado que apenas cumpre seu dever...

Tal desconforto deveria ser sentido por políticos que compareceram ao ato, em carros de som que ajudaram a patrocinar sem admitir publicamente, centraram fogo apenas na saída de Dilma e do PT. Pediram o simples "Impeachment" (que só serviria para colocar, de imediato, na Presidência da República, Michel Temer, Eduardo Cunha, Renan Calheiros ou, se eles ficarem impedidos por problemas judiciais, Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, que é publicamente reconhecido como amigo pessoal de Luiz Inácio Lula da Silva. A Rede Globo e afins preferiram dar destaque a eles...


Não importa quantidade nem a polêmica sobre o número real de participantes. O que realmente importa é a qualidade da manifestação. As reações espontâneas no ato público de ontem foram impressionantes. Na hora da dispersão, por volta das 18 horas, manifestantes em favor da Intervenção Constitucional tomaram uma decisão não planejada. Abriram uma gigantesca bandeira verde-amarela e partiram, a pé, do prédio da TV Gazeta até o Comando Militar do Sudeste, no Ibirapuera.

No trajeto de descida pela Avenida Brigadeiro Luiz Antônio até chegar à Avenida Mario Kozel Filho, o pedação  patriótico de pano foi saudado por populares e pelas buzinas dos carros de quem não foi à manifestação. Em frente ao quartel general do Exército, onde está montado um "acampamento cívico" (onde está pintada de verde-amarelo a ciclo-faixa vermelha do Prefeito Fernando Haddad), as pessoas comuns promoveram um abraço e uma nova manifestação.


Destaque imagético para um bebê, sentado sobre o bandeirão no asfalto, com o pavilhão nacional de fundo e a faixa reivindicando "Intervenção Constitucional, já", com os dizeres: "Socorro, FFAA! Salvem o Brasil. Estamos desarmados. Terroristas nos ameaçam. SOCORRO! Não queremos o PNDH3! Salve nossas crianças! O Brasil se tornou um País sem Lei! Os três Poderes estão aparelhados! Intervenção Constitucional, já!" 

O movimento foi filmado por oficiais do Exército que estavam à paisana. Aliás, ao longo da manifestação da Avenida Paulista, havia pelo menos 20 agentes de inteligência militar providencialmente "camuflados" (vestidos como um cidadão qualquer, inclusive com barba por fazer e não bem vestidos, para não dar na pinta). Os militares acompanharam a manifestação ostensivamente. Publicamente, o Alto Comando ainda foge da intervenção como Lula tenta escapar da ligação com o Mensalão e o Petrolão... Fugir de tais situações não será tarefa fácil para nenhum deles... O povo já deu o recado e disse o que deseja...


O regime nazicomunopetralha agoniza, mas ainda não está completamente morto, apesar da vontade e do simbólico humor negro popular. No entanto, o Alerta Total repete por 13 x 13, para dar sorte: A mudança brasileira é inevitável. Trata-se de uma demanda interna e do mundo, que depende de nossa estabilidade institucional e produtiva. Por isso, o povo, em massa, nas ruas, mesmo sem saber direito o que está fazendo no evento patrocinado pela "oposição", representou um avanço cultural, civilizatório e cidadão. Foi um passo gigantesco para mudar o Brasil para melhor. Só a pressão exercida diretamente pelo povo provocará tais mudanças. Inúteis são os conchavos e conversas fiadas da desclassificada classe da politicagem, que precisa ser substituída por quem faça Política de verdade...

A Revolução Brasileira avançou ontem. O movimento histórico da mudança é gradual. As pré-condições para as transformações já são reais e começam a se consolidar. O processo democrático não acontece por milagre. É conquistado de forma segura até amadurecer. O povo brasileiro começa a trilhar o caminho certo. Esta é a melhor de todas as notícias não publicadas pela mídia amestrada do Brasil.

Releia o artigo de domingo: A Anta, as Hienas ou a Onça: Quem vai beber água?


Silêncio forçado


Fantástico também noticiou: "Dilma Rousseff não se pronunciou sobre as manifestações que pediram seu impeachment. O ministro da secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, divulgou uma nota em que diz que apenas que o governo viu as manifestações dentro da normalidade democrática. Foi o único ministro a se pronunciar".

Assim que as manifestações acabaram, Dilma se reuniu por quase três horas com os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, Edinho Silva, da secretaria de Comunicação Social, José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Jacques Wagner, da Defesa.

Os ministros passaram, na chegada e na saída, por um portão lateral do Palácio da Alvorada, sem que nenhum deles falasse nada sobre o domingo amargo para o desgoverno nazicomunopetralha...

Coisas do Capitão Boquinha


Grave, intolerável e editorialmente suspeito foi o longo espaço que o "Fantástico", da Rede Globo, deu ontem para o presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores, Vagner Freitas - o mesmo que, semana passada, no Salão Nobre do Palácio do Planalto, pregou o uso de armas contra quem quer derrubar Dilma da Presidência:

“O Brasil precisa ter tolerância nas disputas políticas. Nós achamos que as pessoas têm que se manifestar mesmo. Ainda bem que a democracia garante isso. À favor, contrário, agora a tese do impeachment, a tese da renúncia criada, porque ela não tem motivação, está paralisando o Brasil, a economia fica paralisada por conta de uma crise política criada. Nós achamos que tem que acabar com essa ideia de terceiro turno, o Brasil poder voltar à normalidade. A gente ter a condição de ter um crescimento econômico, voltar a gerar emprego e renda. E a nossa manifestação dialoga só com isso. Para que não aja nenhum tipo de retrocesso no Brasil, para que se tenha tolerância”.

Protesto Indecente da CUT


Ontem, a CUT do Vagner juntou uns 500 gatos pingados em frente à sede do Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, para a tentativa inútil de um contraponto a quase um milhão de pessoas que lotou a Avenida Paulista.

Sindicatos ligados à central sindical fretaram 30 ônibus para levar seus manifestantes profissionais - que tiveram direito à churrasquinho e cervejinha no ato político em favor do deusinho Lula e da rainha Dilma.
  
Ouviram do Ipiranga (sábado que vem)

São Paulo vai sediar, sábado que vem, dia 22, às 10 horas da manhã, nas escadarias do Museu do Ipiranga, mais um grande ato público.

Trata-se do evento "Corrupção Nunca Mais", patrocinado pela Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, com apoio de vários movimentos de rua.

O objetivo é mobilizar a população para conseguir 2 milhões de assinaturas em favor de um projeto de iniciativa popular em prol do combate à corrupção.

PTitanic afundando de vez


17 de agosto de 2015
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

CERVERÓ É CONDENADO A 12 ANOS DE PRISÃO E FERNANDO BAIANO A 16

Ambos estão presos em Curitiba e negociam acordos de delação premiada, o que lhes permitiria reduzir a pena à metade


Nestor Cerveró: condenado, ele negocia delação(Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)

O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em Curitiba, condenou nesta segunda-feira o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró a 12 anos, 3 meses e dez dias de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. No mesmo processo, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano e apontado como o operador do PMDB no escândalo do petrolão, foi condenado a 16 anos, um mês e dez dias de prisão também por corrupção e lavagem.

Os dois estão presos em Curitiba e negociam acordos de delação premiada. Segundo a lei 12850/13, em caso de delação depois de estabelecida a sentença, a pena pode ser reduzida até a metade ou o condenado pode obter progressão de regime sem apresentar requisitos objetivos, como cumprimento prévio de uma parcela específica da pena. "A prolação da presente sentença condenatória não impede essas negociações e a concessão de eventuais benefícios legais aos condenados caso de fato se ultime algum acordo de colaboração. 
As normas legais (...) são flexíveis o suficiente para permitir benefícios até amplos mesmo após uma condenação criminal", disse Moro. Ambos podem recorrer da sentença, mas continuam presos cautelarmente.

De acordo com a acusação, Cerveró participou da contratação, baseada em dados frágeis, de navios-sonda da Samsung Heavy Industries. Em uma primeira etapa, recebeu 15 milhões de dólares em dinheiro sujo a partir da mediação de Fernando Baiano e recomendou à Diretoria Executiva da estatal a contratação da empresa sul-coreana por 586 milhões de dólares. Na transação para a compra do segundo navio-sonda, Nestor Cerveró teria recebido mais 25 milhões de dólares para que a Samsung conseguisse o contrato ao custo de 616 milhões de dólares.

Uma auditoria interna da Petrobras analisou a compra dos dois navios-sonda adquiridos da Samsung Heavy Industries, o Petrobras 10000 e o Vitoria 10000, além do navio Titanium Explorer 1. Em documento assinado pelo gerente de Auditoria de Exploração e Produção da Petrobras, Paulo Rangel, a contratação das duas plataformas da Samsung foi justificada por "premissas otimistas" que utilizavam um cenário de difícil execução. 
Ao tentar justificar a necessidade de compra dos navios-sonda, a diretoria Internacional utilizou projeções irreais: a perspectiva de quatro novos blocos por ano, com dois prospectos e 30% de chance de sucesso, além de um poço com 30% de chance de comercialidade e do desenvolvimento de 32 poços por campo.

"Além do custo da propinas ser embutido no preço dos contratos, a estatal arcou com prejuízos com a contratação de navios-sondas sem processo competitivo e sem a demonstração de sua efetiva necessidade. A corrupção com pagamento de propina de milhões de dólares e de reais e tendo por consequência prejuízo equivalente aos cofres públicos merece reprovação especial", disse Moro.

No processo em que foram condenados Nestor Cerveró e Fernando Baiano, o juiz Sergio Moro também condenou o lobista Julio Camargo a 14 anos de prisão por corrupção ativa e lavagem de dinheiro, mas a sentença foi convertida para cinco anos em regime aberto diferenciado porque o réu é um colaborador da Justiça. A defesa chegou a pedir o perdão judicial, mas o magistrado rejeitou essa possibilidade. 
No regime aberto diferenciado, Camargo deverá prestar serviços à comunidade, comunicar antecipadamente sobre viagens e apresentar relatórios periódicos dos serviços impostos pela Justiça. "A colaboração demanda a concessão de benefícios legais, não sendo possível tratar o criminoso colaborador com excesso de rigor, sob pena de inviabilizar o instituto da colaboração premiada", disse Sergio Moro ao justificar a pena final de Julio Camargo. 
O lobista foi responsável por acusar o presidente da Câmara dos Deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de ter pedido 5 milhões de dólares em propina.

Confisco - Além das penas de prisão, o juiz Sergio Moro determinou o confisco criminal de bens de Cerveró e Baiano até que ambos consigam pagar o valor de 54,5 milhões de reais, cifra equivalente à indenização que deve ser depositada em favor da Petrobras. Os valores foram definidos com base no ficou comprovado do pagamento de propina aos dois pelos contratos de fornecimento dos navios-sondas Petrobras 10000 e Vitoria 10000. 
A Justiça já tinha tornado indisponível um imóvel de luxo de Cerveró, no Rio de Janeiro, usado, conforme revelou VEJA, em um esquema de lavagem de dinheiro do ex-dirigente. No caso de Fernando Baiano, a maior parte de seu patrimônio em contas bancárias no exterior ainda não foi identificada, mas foi decretado o sequestro de 8,5 milhões de reais de duas empresas dele, a Technis Planejamento e Gestão em Negócios Ltda. e Hawk Eyes Administração de Bens Ltda.


17 de agosto de 2015
Por Laryssa Borges, de Brasília
Veja.com
in resistência democrática

JUSTIÇA CONDENA MAIS TRÊS DA OPERAÇÃO LAVA JATO


Camargo, Cerveró, Youssef e Baiano (Foto: Reprodução, Alaor Filho/Estadão Conteúdo, Félix R./Futura Press/Estadão Conteúdo, Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo)Camargo, Cerveró, Youssef e Baiano (Foto: Reprodução, Alaor Filho/Estadão Conteúdo, Félix R./Futura Press/Estadão Conteúdo, Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo)
A Justiça Federal condenou nesta segunda-feira (17) o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, o lobista Fernando Baiano e Júlio Camargo, ex-consultor da Toyo Setal, por corrupção e lavagem de dinheiro. A ação penal teve origem na 8ª fase da Operação Lava Jato.

Os três são acusados de envolvimento no esquema de fraude, corrupção, desvio e lavagem dinheiro descoberto dentro da Petrobras. Cerveró e Baiano foram acusados de receber e intermediar propina em contratos da estatal.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Fernando Baiano e Nestor Cerveró são suspeitos de receber US$ 40 milhões de propina nos anos de 2006 e 2007 para intermediar a contratação de navios-sonda para a perfuração de águas profundas na África e no México. Fernando Baiano era representante de Nestor Cerveró no esquema, segundo a denúncia apresentada pelo MPF em dezembro de 2014.

Na sentença, porém, consta que as vantagens indevidas tenham superado R$ 54,5 milhões. Cerveró e Baiano terão que devolver este montante à Petrobras como forma de indenização pelo danos decorrentes dos crimes.
O doleiro Alberto Youssef, que é considerado peça chave no esquema criminoso, também é réu nesta ação. Entretanto, ele foi absolvido do crime de lavagem.

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações penais na primeira instância, avaliou que não há prova suficiente sobre esta prática. Dos condenados, apenas Júlio Camargo não está preso.

Foi em uma audiência, inclusive, desta ação que Júlio Camargo afirmou que o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB), pediu US$ 5 milhões para viabilizar um contrato de navios-sonda na Petrobras. O deputado nega.

Veja pelo que cada um foi condenado:

Nestor Cerveró - corrupção passiva e lavagem de dinheiro - 12 anos e 3 meses de prisão
Fernando Baiano - corrupção passiva e lavagem de dinheiro - 16 anos e um mês de prisão
Júlio Camargo - corrupção ativa e lavagem de dinheiro - 14 anos de prisão, porém, devido ao acordo de colaboração, deverá pegar cinco anos, em regime aberto.

Júlio Camargo também foi absolvido por crimes contra o sistema financeiro nacional.

Esta é a segunda condenação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró ligada à Lava Jato. A Justiça o considerou culpado pelo crime de lavagem de dinheiro na compra de um apartamento de luxo no Rio de Janeiro impondo pena de cinco anos de reclusão. O imóvel, segundo o Judiciário, foi pago com dinheiro de propina. Já para Júlio Camargo e Fernando Baiano está é a primeira condenação.

Procurada pelo G1, a defesa de Nestor Cerveró, representada pela advogada Alessi Brandão, não quis comentar. O advogado de Fernando Baiano, Nélio Machado, disse que ainda não tem conhecimento do teor da condenação e que vai se pronunciar sobre o caso ainda nesta segunda-feira. Já Antônio Figueiredo Basto, que defende Júlio Camargo, não foi localizado pela reportagem.
Delação premiada
Júlio Camargo é um dos delatores da Lava Jato, ou seja, passou informações ao MPF sobre o esquema em troca de benefícios em caso de condenação.

Na sentença desta segunda-feira, Moro afirmou ter notícias de que Cerveró e Baiano também estão negociando acordo de colaboração.

De acordo com o MPF, até 3 de agosto, 22 pessoas investigadas pela Lava Jato firmaram acordo de delação premiada. Outros seis acordos são mantidos em sigilo.

A denúncia
Nestor Cerveró, que comandou a Diretoria Internacional entre 2003 e 2008, utilizou o cargo para privilegiar empresas em negociações comerciais em contratos com a Petrobras em troca de propina, de acordo com a denúncia.
Cerveró tinha na figura de Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, um operador financeiro para viabilizar o pagamento de propina por parte de Júlio Camargo, ex-consultor da empresa Toyo Setal, ainda conforme a denúncia.
Segundo o Ministério Público Federal, a propina foi de US$ 40 milhões. A quantia referia-se a contratação de um estaleiro sul-coreano.
A acusação argumenta que para dar aparência lícita à propina foram firmados dois contratos com uma empresa de Júlio Camargo, totalizando US$ 53 milhões – US$ 13 milhões ficariam com Júlio Camargo.
Ainda conforme os procuradores, Júlio Camargo passou a sofrer diversas pressões de Fernando Soares, o qual agia em nome de um dos agentes políticos destinatários finais da propina das sondas. Fernando Soares é suspeito de operar a cota do PMDB no esquema de corrupção. O PMDB nega a acusação.
O MPF afirma que o pagamento de propina foi viabilizado de quatro maneiras diferentes: transferências fracionadas no exterior, transferências realizadas em território nacional entre empresas de Júlio Camargo e Alberto Youssef, falsos contratos de prestação de serviços e por meio de notas fiscais frias.
O que disseram as defesas

Nas alegações finais anexadas à ação penal, a defesa de Camargo argumentou que o acusado celebrou o acordo de colaboração com o MPF e revelou o seus crimes. Além disso, os advogados afirmaram que o delator não praticou o crime de corrupção ativa.

Já a defesa de Cerveró argumentou, também nas alegações finais, que a Justiça Federal é incompetente para processar e julgar o feito e que os depoimentos do delator Júlio Camargo deveriam ser considerados nulos, pois seriam contraditórios. A defesa ainda afirmou que não houve crime de corrupção e que a contratação dos navios-sonda foi regular.

A defesa de Baiano também afirmou nas alegações finais que o Justiça Federal é incompetente para processar o feito. Também foi dito que a contratação das sondas foi positiva para a Petrobras, que o recebimento de comissões por intermediação de negócios não caracteriza crime de corrupção e que não há prova do pagamento de valores a Cerveró.

*Via Portal G1
17 de agosto de 2015