"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

A LUZ NO FIM DO TÚNEL


O recesso de fim de ano, que esvazia Brasília, não paralisou a Lava Jato, que continua a colher depoimentos preciosos para a elucidação do projeto criminoso de poder do PT.
Soube-se, neste período, entre outras informações, que a construtora Andrade Gutierrez doou R$ 100 milhões do que roubou da Petrobras à campanha de 2014 de Dilma Roussef.
Isso, segundo a delação – que, para ser aceita, vem acompanhada de documentação -, teria ocorrido por intermédio do hoje ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, tesoureiro da campanha, e de seu hoje principal assessor, Giles Azevedo, ambos mantidos em seus respectivos cargos.
Os dois, diz a delação, teriam condicionado a doação à continuidade da participação da empreiteira na farra do Petrolão. E a empreiteira, como se sabe, continuou na farra, o que demonstra que efetivamente colaborou. Antes dessa delação, o empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, já havia descrito o mesmo quadro.
Num país normal, bastaria essa informação para pôr abaixo o governo. Mas o país acostumou-se a conviver com aberrações como essa, que ainda encontra defensores no meio intelectual, cujo argumento, em ruidosos abaixo-assinados, é investir contra os fatos e acusar os que os revelam: fascistas, reacionários, “de direita”.
Já os ladrões do que é público, Robin Hood às avessas (roubam dos pobres para ficar ricos), transmutam-se em heróis da pátria, “guerreiros do povo brasileiro”, saudados por uma elite artístico-intelectual, beneficiária de verbas públicas.
Há poucas semanas, numa operação da Polícia Federal em Recife, para apurar desvio de dinheiro na Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) - vinculada ao Ministério da Saúde, para produzir hemoderivados a pacientes do SUS -, os investigados, para livrar-se do flagrante, arremessaram maços de dinheiro pela janela do prédio.
Os delitos ali constatados não diferem dos da Petrobras, Eletrobras e de outras estatais: corrupção passiva, infringência da lei de licitação, peculato, evasão de divisas, lavagem de dinheiro - e, em síntese, organização criminosa.
Ocorreram ao longo da gestão de diversos ministros da Saúde, inclusive do atual. E daí? A vida segue.
A indignação é seletiva. Eduardo Cunha, presidente da Câmara – e titular de dólares profanos na Suíça -, provoca a ira da esquerda, mas Lula e seus filhos, com seus apartamentos de luxo, fazendas de origem irregular e medidas provisórias vendidas à indústria automobilística, não; Dilma e seus ministros achacadores, não; os ministros da Saúde, que roubaram o sangue do SUS, não.
O que se constata é que, em nome da luta pelo poder – e a pretexto da causa ideológica -, tolera-se o crime. O que está em pauta, todo mundo sabe, não é ideologia. Lula não está sendo acusado por suas ideias (se é que as tem), mas por atos capitulados no Código Penal. Idem Dilma e seus ministros. O pedido de impeachment, que é moderadíssimo diante do que a Lava Jato vem revelando, diz respeito a crimes contra a economia.
O governo, ao se dispor a cobrir o rombo das pedaladas fiscais, não se exime do crime. Ao contrário, confessa-o. Se alguém assalta um banco e, ao ser flagrado, devolve o dinheiro, não desfaz o delito. Não se desfrita um ovo; o crime está cometido.
No caso das pedaladas “consertadas”, o efeito nocivo não se apaga, já que o dinheiro que as cobrirá é igualmente público – e o cobertor das finanças do Estado é curto: o que cobre um rombo descobre o outro e a economia continua no brejo.
O delito da gastança irresponsável, para iludir o eleitor e ganhar as eleições de 2014, é o cerne da acusação e está mantido.
Quem é Eduardo Cunha diante de tais descalabros? Um aprendiz de infrator, que construiu sua fortuna na Era PT, na qual figurou como aliado e coadjuvante até há pouco.
Tornou-se adversário recente - e não por questões morais, mas de mera disputa de espaços de poder. Se tivesse aceitado os termos de acordos que lhe foram encaminhados por Dilma e Lula, voltaria às graças do sistema que hoje pretende apresentá-lo como detentor do monopólio das falcatruas.
A crise, diante do empenho do governo em manipular as instituições com cargos e verbas públicas – e até o STF contribui com as manobras -, promete se arrastar pelos próximos meses, fragilizando ainda mais a economia. A elite falante de esquerda, que detém a hegemonia dos meios de comunicação, não se choca com nada e busca tudo justificar, para evitar “a direita”.
Os argumentos de ordem moral contra Cunha – verdadeiros, sem dúvida – não se aplicam a mais ninguém, nem a quem os ultrapassou em larga margem, lambuzando-se (para citar o ministro Jacques Wagner, ele mesmo um lambuzado, segundo delações da Lava Jato) na roubalheira do dinheiro público.
A presidente, em vez de renunciar – e não apenas em função dos delitos que a envolvem, mas pela incapacidade política e moral de gerir o país em meio a eles -, prefere responsabilizar a Lava Jato pela crise que ela própria construiu; quer responsabilizar o termômetro pela febre.
Em nome da crise, reduziu a verba da Polícia Federal para deter as investigações, agravando o passivo criminoso que seu governo acumulou. A Lava Jato é a luz no fim do túnel da política brasileira - que, pelas mãos do PT, viaja hoje de camburão.

13 de janeiro de 2016
Ruy Fabiano

HANGOUT DO IL - BRUNO GARSCHAGEN

Hangout do IL - Bruno Garschagen - Instituto Liberal

www.institutoliberal.org.br › IL Blog

10 de ago de 2015 - Loja. Loja Oficial. Contato. Formulário de Contato · Assinar Newsletter · Doações. loading... Home IL Blog Hangout do IL – Bruno Garschagen ...

13 de janeiro de 2016
m.americo

A MAIORIA DAS PESSOAS NÃO ESTÁ SE DANDO CONTA DO QUE VEM ACONTECENDO!


         Uma coisa é a solidariedade, e outra é a ingenuidade...
A Migração na Alemanha

Texto de uma médica tcheca.Ela é anestesiologista e trabalha num hospital de Munique. Vejam o que está acontecendo no atual  ambiente multicultural da Alemanha, segundo o que ela relata e um amigo meu traduziu
_____________________
"Ontem tivemos uma reunião sobre como a situação aqui e em outros hospitais de Munique ficou insustentável. As clínicas não conseguem lidar com emergências e assim começam a enviar tudo para os hospitais.
Muitos muçulmanos estão recusando ser tratados por funcionários do sexo feminino e, nós, as mulheres, estamos nos recusando a trabalhar entre  africanos especialmente. As relações entre a equipe e os migrantes está indo de mal a pior. Desde o último fim de semana, migrantes que vão a hospitais têm que ser acompanhados por policiais.
Muitos migrantes têm AIDS, sífilis, tuberculose aberta e muitas doenças exóticas que, aqui na Europa, nem sabemos como tratar. Se recebem uma receita, aprendem na farmácia que têm que pagar em dinheiro. Isto leva à explosão de insultos inacreditáveis, especialmente quando se trata de remédios para crianças. Eles abandonam as crianças com o pessoal da farmácia e dizem: Então, curem-nas vocês!Portanto, a polícia não tem que proteger apenas clínicas e hospitais, mas também grandes farmácias.
Só podemos perguntar: Onde estão todos aqueles que, nas estações de trem e na frente das câmeras de TV, mostram cartazes de boas-vindas?Sim, por enquanto as fronteiras foram fechadas, mas um milhão deles já estão aqui e, definitivamente, não seremos capazes de nos livrar deles.Até agora, o número de desempregados, na Alemanha, era de 2,2 milhões. Agora vai ser 3,5 milhões. A maioria destas pessoas é completamente não empregável. Um mínimo deles tem alguma educação.
E mais: suas mulheres não fazem coisa alguma. Estimo que uma em dez está grávida. Centenas de milhares trouxeram consigo lactentes e crianças menores de seis anos desnutridas e negligenciadas. Se isto continuar, e a Alemanha reabrir suas fronteiras, eu voltarei para casa, na República Tcheca. Ninguém vai poder me segurar aqui, nem com o dobro do salário. Eu vim para a Alemanha e não para África ou Oriente Médio.
Mesmo o professor que dirige o nosso departamento falou da tristeza em ver a mulher da limpeza fazendo seu serviço, há anos por 800 Euros, e depois encontrar homens jovens estendendo a mão, querendo tudo de graça e, quando não conseguem, se alteram.
Eu realmente não preciso disso! Mas estou com medo de, se voltar, encontrar o mesmo na República Tcheca. Se os alemães, com os seus recursos, não conseguem lidar com isto, lá seria o caos total. Ninguém que não tenha tido contato com eles pode ter uma ideia de que espécie s que são, especialmente os da África, e como os muçulmanos agem com soberba religiosa sobre a nossa equipe.
Por ora, nosso pessoal ainda não foi reduzido, em consequência das doenças trazidas para cá, mas, com centenas de pacientes todos os dias, isso é apenas uma questão de tempo.
Num hospital perto do Rheno, os migrantes atacaram a equipe a facadas, depois de trazerem um recém-nascido de 8 meses, que estava à beira da morte, arrastado através de meia Europa, durante três meses. A criança morreu, depois de de dois dias, apesar de ter recebido os melhores cuidados, numa das melhores clínicas pediátricas da Alemanha. O médico teve que passar por cirurgia e duas enfermeiras foram para a UTI. Ninguém foi punido. A imprensa local é proibida de noticiar. Nós ficamos sabendo por e-mail.
O que teria acontecido a um alemão, se ele tivesse esfaqueado um médico e duas enfermeiras? Ou se ele tivesse jogado sua própria urina, infectada por sífilis, no rosto da enfermeira e a ameaçado de contaminação? No mínimo, iria ser preso imediatamente e depois processado. Com esse povo,  até agora, nada aconteceu.
Então, pergunto: onde estão todos aqueles que saudaram sua vinda e os recepcionaram, nas estações ferroviárias? Sentados, bonitos em casa, curtindo suas organizações não lucrativas, aguardando ansiosamente os próximos trens e o próximo lote de dinheiro em pagamento dos seus préstimos como recepcionistas???!!!
Se fosse por mim, eu arrebanharia todos esses recepcionistas e os traria primeiro aqui, para a ala de emergência do hospital, para agirem como atendentes, depois para um alojamento de migrantes, para que possam cuidar deles lá mesmo, sem policiais armados, sem cães policiais, que hoje podem ser encontrados em todos os hospitais da Baviera, e sem ajuda médica."
Eis o teor do desabafo desta profissional, que nos pode dar uma ideia do que está sendo preparado, como futuro, através da multiculturação, que está sendo impingida aos povos do Velho Continente, principalmente à Alemanha.
Uma coisa é a solidariedade, e outra é a ingenuidade...

13 de janeiro de 2016 

CERVERÓ ARRANHA A ESPINHA DORSAL DO GOVERNO

A testemunhal é a prostituta das provas, diz-se no fórum. Delação premiada, por consequência, a prostituta remunerada pelo Estado. Não obstante, o instituto foi essencial para limpar outras plagas de pragas "políticas". A Itália é exemplo. A corrupção criada sob o manto do poder só pode corresponder heterodoxia semelhante. A seguir o ramerrão de métodos judiciais tradicionais e "garantistas", os atos oriundos de corrupção ficariam soterrados desde seus idos às calendas gregas.

A Nestor Cerveró, obviamente, o governo acusado não atribui nenhuma credibilidade. É possível, sim, que delação premiada não contenha um grão de certeza. Porém, em direito a certeza recebe a contribuição da verossimilhança. Na avaliação das provas, os olhos podem ser perfeitamente substituídos pela inteligência. Sob pena de termos de conviver com a impunidade.

A delação de Cerveró tem lógica granítica e abala personagens centrais do poder: Lula, Dilma, Renan e Collor.

Lula o nomeou para a Diretoria de Serviços da BR Distribuidora. Gratidão por haver colaborado à quitação de empréstimo de R$ 12.000.000,00 feito ao PT para duas finalidades malcheirosas: calar, em Santo André, o chantagista Renan Maria Pinto, por R$ 6.000.000,00. Nas circunstâncias esteve envolvido o torpe homicídio de Celso Daniel. A outra metade da laranja podre foi lançada em Campinas, onde, também, foi assassinado um prefeito. Obter um empréstimo pode ser simples, sobretudo por quem tem poder; resgatá-lo é que são elas. No ponto, Cerveró foi decisivo sob o modo de atribuir a uma empresa gêmea do Banco concedente do empréstimo, a Sachin Engenharia, a contratação para operação do navio-sonda da Petrobrás, o Vitória 10.000. Qualquer semelhança entre o nome do navio e os fatos é mera coincidência. No meio da embromação entrou como interposta pessoa José Carlos Bumlai, pecuarista amigo siamês de Lula, que ingressava no Planalto como se fora seu celeiro. Hoje preso, perdeu a outrora irrestrita liberdade.

Não ficou por aí, nesse lodaçal específico da Petrobrás, as diatribes do ex-Presidente. Segundo o delator, para obstar a explosiva comissão parlamentar de inquérito sobre a Petrobrás, Lula removeu da empresa e realocou no Senado José Eduardo Dutra, falecido em 2015, de transição fácil entre os parlamentares, personagem adequada aos acordos, a exemplo de Delcídio Amaral.

Escandalosamente, para quem ouviu Lula tonitruar increpações no Vale do Anhangabaú contra Fernando Collor para "golpeá-lo" com a ajuda dos cara-pintadas, o insigne metalúrgico atribuiu poderes amplos e irrestritos a seu figadal inimigo de outros tempos para mandar e desmandar na BR Distribuidora. Cerveró foi alertado disso diretamente na Casa da Dinda.

A Presidente Dilma Roussef apoiou a ilimitada sinecura concedida ao alagoano. Em desabafo a Cerveró, Renan Calheiros confirmou a generosa benesse: por isso é que a candidatura de Collor, naturalmente inviável, deslanchara. A fé e o dinheiro removem montanhas. A moeda de troca foi o alinhamento absoluto e incondicional do triste PTB à oposição à comissão de inquérito sobre a Petrobrás. A personagem das Alagoas, caçador de marajás, voltou ao poder como um semideus mitológico.

Renan reclamou de não estar sendo agraciado como os demais; porém encontrou, lá mesmo ou alhures, os milhões de reais que elegem os políticos brasileiros.

Tanto veneno necessitava de um antídoto. Cerveró, servindo a alguém, aplicou canhestramente um ineficaz: corrupção na Petrobrás, também, no já lonquínquo governo de Fernando Henrique Cardoso, sem indicação de nomes e fatos concretos, como os acima reproduzidos.


13 de janeiro de 2016
Amadeu Garrido de Paula, é um renomado jurista brasileiro com uma visão bastante crítica sobre política, assunto internacionais e temas da atualidade em geral.

VACCARI DO PT PEDIA PROPINAS TAMBÉM PARA AJUDAR O PCDOB




Charge do Wilmar (reprodução da internet)
No final de junho de 2014, o então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, escreveu uma interessante e reveladora mensagem ao empresário Leo Pinheiro, presidente da OAS: “Ouça a música do cantor Orlando Silva”. O empreiteiro respondeu: “Ligo pra ele”.
No dia seguinte, Vaccari enviou: “Conserte as duas faixas arranhadas, caso tenha solução”.
Mas qual era a música? Orlando Silva, deputado pelo PCdoB, não recebeu recursos da OAS, mas a direção nacional da sigla foi contemplada com R$ 600 mil logo após as mensagens de Vaccari, em agosto de 2014.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Chamar os integrantes do PCdoB de “comunistas” pode ser considerada a Piada do Século. Embora na sede do partido, no centro do Rio de Janeiro, todos ainda se tratem como “camaradas”, o único interesse deles é conseguir propinas e arranjar empregos comissionados, de preferência com cartão corporativo. Já não se fazem mais comunistas como antigamente. (C.N.)

13 de janeiro de 2016
Natuza Nery
Folha

SEM CARA DE PRESIDENTE



Nicolas Maduro, sem dúvida, não tem cara de presidente
RIO – Desço no aeroporto Simon Bolivar de Caracas, na Venezuela, em 1979. Às seis horas de uma manhã fria, dois rapazes sonolentos carimbam os passaportes e conferem as bagagens na alfândega. Não abrem nada.Fazem sinal com a mão, todos vão passando. Minha maleta gorda, estufada, passou sem uma espiada. Mas eu levava na mão revistas e um pacote de livros.Um rapaz de bigodes pretos e olhos desconfiados acordou:
– O que é isso ai?
– Revistas do Brasil. (Eram Veja, Isto É, Status)
Pegou as tres, devolveu duas. Folheou longamente a Status. Olhava as mulheres nuas, levantava os olhos para mim, admirado. A fila longa, e ele vendo as curvas morenas das moças nuas.
– E esse embrulho?
– São livros.
– Sobre que?
– Sobre política.
Meteu a mão no bolso, tirou um canivete, rasgou o pacote, foi abrindo os livros em cima do balcão. (“Portugal um Salto no Escuro”; “Socialismo com Liberdade”; “16 Derrotas que Abalaram o Brasil”.
– De quem são?
– Meus.
– Senhor, é muito cedo, estamos com pressa, não devemos brincar. Pergunto quem escreveu esses livros.
– Eu. Eu mesmo. Não tenho cara de autor?
Ele levantou os olhos, arregalou, devolveu o pacote todo aberto:
– Não tem não.
Fui-me embora, sem cara de autor.
Entrei no Hotel Hilton para a “Conferencia Internacional Sobre o Exílio na América Latina”, onde o Brasil estava representado por Jorge Amado, Rute Escobar e por mim e encontro no hall Júlio Cortázar, o argentino dos contos fantásticos.
Realista como sua maravilhosa ficção, alto, 1 metro e 90, longos cabelos negros, olhos azuis no rosto branco e amassado, incrivelmente jovem apesar de seus mais de 60 anos, um garotão com sorriso de menino. E lembrando Hemingway. As mãos pareciam de outro. Velhas, enrugadas, veias grossas e pintas negras. Mãos de avô.
Quando vejo Nicolas Maduro na TV lembro a alfândega de Caracas.
Com aquele bigode de pistoleiro ele não tem cara de Presidente.
AMÉRICA LATINA
No almoço, conto a Cortázar a conversa na alfândega, ele ri muito:
– Há pouco tempo, chegando ao México, o homem pergunta:
– Profissão?
– Escritor.
– Sim, escritor. Mas em que coisa o senhor trabalha?
Ele falava com seu rosto de meninão gigante:
– Comecei a preocupar-me a fundo com os problemas da América Latina a partir da revolução cubana. Eu era um homem apolítico e indiferente e vivia em meu mundo de literatura, no qual aliás continuo e em que me sinto muito bem. Mas a revolução cubana detonou minha consciência pessoal e me mostrou que eu era latino-americano e portanto tinha obrigações para com nossos povos.
– Como você consegue compor política com a literatura?
– Esse é um velho e sempre novo problema com que todos nos defrontamos diariamente. Estou acostumado a ler muitos livros onde se faz política através da literatura e o resultado é que se o conteúdo literário não tem qualidade suficiente para transmitir o conteúdo político, resulta um livro medíocre. Esse difícil equilíbrio de não sacrificar a literatura à política nem a política à literatura é o fio da navalha.
– Garcia Marquez disse que só escreveria quando Pinochet caísse.
– Gostaria de ter mais tempo e tranquilidade para meus livros. É por isso que nos últimos anos tenho escrito apenas contos. Primeiro, porque gosto de contos e também porque podem ser escritos em pouco tempo, entre duas viagens e duas entrevistas. Já uma novela exige uma disponibilidade muito grande da qual a história hoje nos priva. A culpa de eu e o Gabo (Gabriel Garcia Marquez) não escrevermos novelas é de Pinochet e Vidella, para citar apenas dois, porque, na medida em que lutamos contra eles, não restam senão tiras de tempo para escrever. Nossa literatura sai perdendo, mas creio que nem o Gabo nem eu lamentamos.
EXÍLIO
– E o exílio? Como vai o longo exílio em Paris, tantos anos longe de sua Buenos Aires?
– Claro que não podemos esquecer a infâmia, a ignomínia, a profunda injustiça que é o exílio. O exílio é o limbo na penumbra. Mas nós todos exilados ou lutadores contra o exílio precisamos mudar a visão do exílio, Tirar sua visão negativa, que é a grande vitória das ditaduras e transformar o exílio numa visão dinâmica, numa formosa e combativa posição de luta. Precisamos ver o exílio como outra maneira de viver. Destruir o exílio dentro do exílio e fazer dele um sol de luta.
Saiu andando com suas pernas de gigante e cara de menino grande.

13 de janeiro de 2016
Sebastião Nery

DEDO NA FERIDA

MOODY'S: PRINCIPAL PROBLEMA DO BRASIL É FALTA DE CREDIBILIDADE
AGÊNCIA DESTACA ERROS DO PASSADO QUE DIFICULTAM RECUPERAÇÃO


AGÊNCIA DESTACA SÉRIE DE ERROS DO PASSADO QUE DIFICULTAM RECUPERAÇÃO


A agência de classificação de risco Moody's, única que ainda mantém a economia do Brasil com status grau de investimento, analisou a situação e afirmou que o principal problema é a grave perda de credibilidade.

O relatório destaca que uma sequência de erros do passado tornou muito mais difícil para as autoridades convencerem os mercados de que são capazes de manter o orçamento equilibrado e a inflação sob controle, algo que eles não fizeram nos anos de forte crescimento e agora precisam fazer enquanto o economia está em retração.

"Para implementar mudanças profundas e aumentar a eficácia das políticas, a credibilidade precisa ser restaurada", disse o diretor da Moody's para a América Latina, Alfredo Coutinho. Fonte: Dow Jones Newswires



13 de janeiro de 2016
diário do poder

CERVERÓ CITA JILMAR TATTO COMO 'RECEBOR DE PROPINA'

JILMAR TATTO, SECRETÁRIO DA HADDAD, TAMBÉM É ALVO DE DELAÇÃO

É A PRIMEIRA VEZ QUE TATTO, QUE NÃO É INVESTIGADO NA LAVA JATO, É CITADO POR UM DELATOR DA OPERAÇÃO (FOTO: LEON RODRIGUES/SECOM)

O deputado federal e secretário municipal de Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto (PT-SP), também foi citado em depoimento de delação premiada do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró. O político teria recebido parte das propinas arrecadadas na diretoria de Mercado Consumidor da BR Distribuidora, comandada por um indicado do PT. É a primeira vez que Tatto, que não é investigado na Lava Jato, é citado por um delator da operação.

De acordo o jornal Estado de São Paulo, Cerveró descreveu à força-tarefa, no dia 7 dezembro do ano passado, uma reunião ocorrida logo após as eleições de 2010, no Hotel Leme Palace, no Rio de Janeiro, na qual foi acordado que a propina arrecadada na diretoria de Mercado Consumidor seria destinada à bancada do PT na Câmara.

Na reunião, teria sido acertado que o dinheiro seria distribuído “especialmente” a cinco deputados do partido, três de São Paulo (Candido Vaccarezza, Jilmar Tatto e José Mentor), um do Paraná (André Vargas) e um do Mato Grosso do Sul (Vander Loubet).

O ex-deputado Cândido Vaccarezza, segundo Cerveró, participou do acerto, além do senador Delcídio Amaral (MS), Pedro Paulo Leoni Ramos, identificado como operador do senador Fernando Collor, e diretores da BR Distribuidora – entre eles o responsável pela diretoria de Mercado Consumidor, Aduarte de Barros Duarte Filho, que teria sido indicado ao cargo pela bancada do PT na Câmara, conforme o delator.

A assessoria de Jilmar Tatto disse que o secretário da gestão Fernando Haddad “não tomou conhecimento da citada reunião, não recebeu recursos da BR Distribuidora e não tem nenhuma relação com Aduarte de Barros Duarte Filho”. 



13 de janeiro de 2016
diário do poder

DILMA GARANTIU A COLLOR DIRETORIAS DA BR - AFIRMA CERVERÓ


Dilma criou um feudo para Collor dentro da Pretrobras

O ex-diretor da área Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró, um dos delatores da Operação Lava Jato, declarou à Procuradoria-Geral da República que o senador Fernando Collor (PTB-AL) lhe disse, em setembro de 2013, que a presidente Dilma Rousseff havia garantido ao parlamentar que ‘estavam à disposição’ dele, Collor, a presidência e todas as diretorias da BR Distribuidora. Em depoimento prestado no dia 7 de dezembro de 2015, Cerveró relatou os bastidores das indicações para cargos estratégicos na Petrobrás, principalmente na BR Distribuidora, apontada pelos investigadores como ‘cota’ pessoal do ex-presidente Collor (1990/1992).
Em um trecho de seu relato, Cerveró citou duas vezes a presidente Dilma. “Fernando Collor de Mello disse que havia falado com a Presidente da República, Dilma Rousseff, a qual teria dito que estavam à disposição de Fernando Collor de Mello a presidência e todas as diretorias da BR Distribuidora. Fernando Collor de Mello disse que não tinha interesse em mexer na presidência, e nas diretorias da BR Distribuidora de indicação do PT”, declarou o ex-diretor, condenado na Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro.
Cerveró disse ter ouvido o relato de Collor sobre suposto encontro com Dilma durante uma reunião em Brasília, que teria ocorrido, segundo o delator, em setembro de 2013. Na ocasião, Cerveró estava empenhado em se manter no cargo de diretor Financeiro e Serviços da BR Distribuidora – subsidiária da Petrobrás -, que assumiu após deixar a área Internacional da estatal petrolífera. Ele disse que Pedro Paulo Leoni o chamou para uma reunião com Collor na Casa da Dinda, residência do ex-presidente.
Segundo o ex-diretor, Collor disse na reunião que “não tinha interesse em mexer na presidência1”, e “nas diretorias da BR Distribuidora”. Cerveró afirmou que tais nomes eram indicação do PT – presidente José de Lima Andrade Neto; diretor de Mercado Consumidor Andurte de Barros Duarte Filho e ele próprio, como diretor Financeiro e de Serviços.
O ex-diretor da Petrobrás afirmou que ‘ironicamente agradeceu’ a Collor por ter sido mantido na BR e citou um ex-ministro de Collor na Presidência, o empresário Pedro Paulo Leoni Ramos, o PP. “Depois, (Pedro Paulo Leoni) disse ao declarante que Fernando Collor havia ficado chateado com a ironia do declarante, uma vez que pareceu que o declarante estava duvidando de que Fernando Collor de Mello havia falado com Dilma Rousseff. Nessa ocasião, o declarante percebeu que Fernando Collor realmente tinha o controle de toda a BR Distribuidora.”
A FORÇA DE COLLOR
Cerveró disse que, então, entendeu a força de Collor na BR. “Nessa ocasião o declarante percebeuque Fernando Collor de Mello realmente tinha o controle de toda a BR Distribuidora”, afirmou. “Fernando Collor de Mello e Pedro Paulo Leoni Ramos mantiveram o declarante no cargo para que não atrapalhasse os negócios conduzidos por ambos na BR Distribuidora; que esses negócios eram principalmente a’ base de ‘distribuição de combustíveis de Rondonópolis/MT e o armazém de produtos químicos de Macaé/RJ.”
COLLOR, DILMA E LEONI
Em outra ocasião, em que seu nome foi ligado à BR Distribuidora, Fernando Collor negou enfaticamente ‘ter exercido qualquer ingerência – muito menos pressão – sobre a Petrobrás ou sua subsidiária BR Distribuidora’.
O Planalto não vai comentar o assunto.
A assessoria de imprensa de Pedro Paulo Leoni informou que não vai comentar a delação do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró.

NO PLANALTO, A ESTUPIDEZ CONTINUA CORRENDO SOLTA




Mudar o nome da ponte não significa mudar nada…
Em Brasília, pude ver que a Ponte Costa e Silva, que liga o Lago Sul ao Plano Piloto, está nomeada de Ponte Honestino Guimarães. Tudo bem que queiram colocar o nome de um herói petista em uma construção, mas, se tivessem vergonha na cara, não teriam alterado o nome original da ponte, mas construído outra ao lado, pois desde a inauguração de Brasília que a ponte é de mão dupla, o que já causou diversos acidentes.
Com duas pontes, cada uma teria o fluxo de veículos em sentido contrário e seriam diminuídos os engarrafamentos e evitados os acidentes.
Você já pensou quantas reuniões, discussões, papéis, tinta e hora/trabalho/salário de intelectuais foram gastos dos nossos impostos até se chegar a um acordo sobre qual o nome da ponte seria mais cabalístico para o partido, mesmo que a tal mudança, ao invés de alterar alguma coisa de fato na cidade, sirva apenas para masturbação ideológica?
CORRUPÇÃO ANTIGA
Quanto à defesa dos petistas, que alegam existir há tempos corrupção na Petrobras, lembrei uma estória que já contei aqui.
“Um grupo de amigos decidiu ir para a “boate” e, chegando lá, se depararam com uma menor de idade fazendo programa. Como todos acreditavam piamente na impunidade e que tudo naquela casa não dava em nada, resolveram levar a menina para o quarto.
Foi o primeiro amigo… Foi o segundo… E foi o terceiro que, embora bancasse o puritano, resolveu também entrar na farra.
Só que na hora em que o terceiro estava entretido com a jovem, a polícia chegou e ele foi pego com as calças na mão.
-Teje preso! É crime fornicar com menor de idade – disse a autoridade policial!
– Peraí, doutor. Se todos aqui pecaram com a menina, porque só eu estou sendo preso? Não é normal ter menor nesta casa?
– Mas você estava na vez e foi apanhado em flagrante…
É o mesmo caso da Lava Jato. Se o juiz Sérgio Moro estivesse atuando há 20 anos atrás, os presos teriam sido outros! Mas acontece que ele não estava… Se a Justiça prender os bandidos de hoje para servir de exemplo aos ladrões do passado e do futuro, já me dou por satisfeito!!! Os corruptos do passado são como os amigos do falso puritano.

13 de janeiro de 2016
Francisco Vieira

POR MOTIVO DE FORÇA MAIOR



Nunca se viu uma gravação de uma palestra de Lula
Há um ano, Marcelo Odebrecht pediu a um executivo da Petrobras dados para um “aide-mémoire” que estava escrevendo para Lula usar numa visita que faria à Argentina. O homem se empolgou e escreveu demais. Odebrecht o cortou: “Um terço de página apenas, ou o cara não lê”.
Bom saber que Odebrecht escrevia “aide-mémoires” para Lula usar em seus pronunciamentos no exterior. Significa que, naquela época, Lula não precisava falar por conta própria, como no dia em que, em visita oficial à África, em 2003, chegou à Namíbia, olhou em volta e declarou: “Tão limpa que nem parece a África!” – ofendendo todos os países africanos pelos quais passara.
O incrível é constatar como Lula é tido em baixa conta justamente pelo homem que, então, vivia contratando-o para dar palestras nos vários continentes. Não eram palestras comuns, para plateias indiferentes, mas “lectures” dirigidas à nata política, social e econômica de cada país – gente sem tempo a perder e ansiosa para ouvir os ensinamentos de um governante bem sucedido. Eram palestras tão importantes que Odebrecht pagou a Lula, em um ano, R$ 4 milhões por elas – R$ 400 mil cada.
E AS PALESTRAS?
Uma palestra desse porte dura duas horas. Como falar duas horas sobre qualquer assunto sem dominá-lo? E como fazer isso sem ter lido balanços, relatórios, pareceres e análises, ou mesmo resumos preparados por assessores? E será possível guardar de cor todos os dados? Não, o palestrante terá sempre de se valer de papéis à sua frente. Mas, segundo Marcelo Odebrecht, textos de mais de um terço de página, “o cara não lê”.
Um dia, alguém terá acesso a um vídeo, áudio ou transcrição de uma palestra de Lula paga por Odebrecht – ninguém viu nada até hoje. Só então se descobrirá o insuperável palestrante que ele era e, hoje, por motivo de força maior, deixou de ser.
(artigo enviado pelo comentarista Mário Assis Causanilhas)

13 de janeiro de 2016
Ruy Castro
Folha