"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

LULA INTERMEDIOU REUNIÃO DE COLLOR COM DIRETORIA, DIZ CERVERÓ


Fernando Collor e Lula em 2010, tudo a ver
Em delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró detalha suposta atuação do senador Fernando Collor (PTB-AL), em reunião marcada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para liberar um crédito bilionário na BR Distribuidora para usinas de álcool de Alagoas. Apesar de a operação não ter sido liberada pela subsidiária da Petrobras, Cerveró disse no depoimento aos investigadores da Lava-Jato que ocorreu uma operação de crédito para usinas realizada pelo Banco do Brasil.
A suposta operação de liberação de crédito teria ocorrido em meados de 2010, segundo Cerveró, portanto, durante a gestão do atual presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, à frente do banco. Na ocasião, teriam sido liberados R$ 50 milhões em crédito para as usinas de João Lyra, segundo o delator. De acordo com a assessoria do Banco do Brasil, o pedido de crédito existiu, mas a operação não foi aprovada.
Collor inicialmente levou Lyra, político e usineiro em Alagoas, a uma reunião na BR Distribuidora para pleitear que a subsidiária da Petrobras comprasse R$ 1 bilhão em álcool das usinas do Estado. O encontro entre todos os diretores e Collor foi uma sugestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com Cerveró. A operação sugerida por Lyra e Collor se tratava de uma “compra de safra antecipada”.
GRANDE ENCHENTE
Para convencer a diretoria, Collor afirmou que Alagoas havia sofrido com uma “grande enchente” naquele ano e causado muitos danos ao Estado. O senador disse ter levado Lula para “ver pessoalmente o Estado de Alagoas, tendo Lula ficado chocado”, segundo Cerveró. Ainda segundo o ex-diretor da Petrobras, Collor afirmou que Lyra cedeu imóveis para reconstruir as cidades e apresentou o empresário como um “usineiro altruísta”.
Cerveró afirma na delação que existia uma norma na BR Distribuidora que proibia a compra de safra antecipada e, independentemente disso, “não havia disponibilidade financeira” para o negócio. “Que o financiamento de usinas de álcool é o pior crédito, que as usinas de álcool estavam praticamente todas em situação de falência”, afirmou Cerveró. Apesar disso, relatou o delator aos investigadores da Lava-Jato, “o Banco do Brasil, presidido por Aldemir Bendine”, concedeu crédito de R$ 50 milhões à usina de Lyra.
RENAN CHATEADO…
O atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou a chamar Cerveró para que ele explicasse a liberação de dinheiro a Lyra, segundo o ex-diretor. A reunião entre os dois ocorreu no gabinete do senador, quando Calheiros se mostrou “chateado”, nas palavras de Cerveró.
O ex-diretor explicou que o dinheiro não fora liberado pela BR Distribuidora, mas sim pelo Banco do Brasil. Disse, ainda, que Renan teria afirmado: “Ah, agora eu entendi, então é por isso que a campanha do Collor está deslanchando”. Renan teria entendido “que o dinheiro do financiamento havia sido usado na campanha de Fernando Collor em Alagoas”, consta do depoimento de Cerveró.
Em nota, o Banco do Brasil afirmou que não aprovou qualquer operação de crédito para a usina citada em 2010 ou nos anos seguintes. O banco ressaltou que “analisa todas as operações de crédito de acordo com critérios técnicos. A aprovação cabe sempre a instâncias colegiadas, que consideram as características das operações e os riscos de cada cliente e de seus acionistas”.
O Instituto Lula disse que não comentaria as informações. A defesa de Fernando Collor não foi localizada. (da Agência Estado)

13 de janeiro de 2016
Deu no Correio Braziliense

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