"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

NAMASTÊ...

TEMOS DIFERENTES DONS, DE ACORDO COM A GRAÇA QUE NOS FOI DADA. (Romanos 12.6)



significado-de-namaste


15 DE SETEMBRO DE 2016

SOBRE O RAIVOSO TEXTO DE REINALDO AZEVEDO

Evo Morales dá ao Papa Francisco uma réplica do "crucifixo" de Luis Espinal

Republico o artigo, intitulado “Bergoglio, o dito papa Francisco, não me representa! Ou: O sangue de Cristo e de 150 milhões de vítimas do comunismo”, escrito por Reinaldo Azevedo e publicado em 10 de julho de 2015, o farei de forma seccionada para expressar, sendo o caso, minhas objeções e o contraditório.

Em anexo o link do texto:http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/bergoglio-o-dito-papa-francisco-nao-me-representa-ou-o-sangue-de-cristo-e-de-150-milhoes-de-vitimas-do-comunismo/
Sou católico, mas o papa Francisco não me representa. Sei que, em certa medida, a afirmação soa absurda, mas vou fazer o quê? Eu poderia fazer uma graça e dizer que, existindo, como existe, um papa emérito, Bento XVI, tenho a chance de escolher. 
Mas, evidentemente, isso não contenta. O chefe da Igreja Católica, infelizmente, é o argentino Jorge Bergoglio. Quem recorrer ao arquivo poderá constatar que ele nunca me encantou.

Nesta primeira afirmação, Reinaldo escreve o que (ele) não pode ser. Para ser católico é preciso submeter-se ao princípio da “infalibilidade papal”, isto é acatar sem reservas a autoridade daquele que, no colégio cardinalício, foi purgado pelos seus pares – os cardeais. 
Ao afirmar, “ele nunca me encantou”, Reinaldo expressa o argumento pra não admitir em Bergóglio a autoridade de sumo pontífice da Igreja, logo não deveria "estar" na Igreja Católica. 
Mas neste aspecto, Reinaldo é “hours concours”, sua inadmissibilidade da vontade expressa pela maioria, que é a condição óbvia de um democrata. Reinaldo tem sido ardoroso defensor da interrupção do mandado do atual governo do Brasil amparado em suspeitas ou indícios não comprovados de ilicitude. 

Evo Morales, o protoditador da Bolívia, presenteou o sumo pontífice com uma monstruosidade herética: a foice e o martelo do comunismo, onde estava o Deus crucificado. Bergoglio fez um muxoxo protocolar, mas sujou as mãos no sangue de 150 milhões de pessoas. Ao fazê-lo, (re) rencruou as chagas de Cristo e se alinhou, lamento ter de dizer isto, com aqueles que O crucificaram.

Neste parágrafo destila toda a sua raiva contra os regimes que perseguiram minorias, que perseguiram religiosos, que sufocaram e eliminaram o contraditório, o que era de se esperar de alguém que abomina o autoritarismo (será que abomina mesmo?). 
Quanto ao crucifixo, que causou tanto embasbacamento, trata-se de uma obra concebida pelo Padre espanhol Luis Espinal Camps, morto pelos paramilitares de direita na Bolívia em 1980. 
Luis Espinal era um jesuíta, a mesma ordem do Papa. Curiosamente Francisco já havia rendido homenagem ao padre assim que desembarcara em La Paz. A escultura original (Evo deu ao Papa uma réplica) encontra-se na sede da Companhia de Jesus, em La Paz.

E o mais importante, o padre/artista/militante, ou seja lá o que for, entalhou a foice e o martelo não pra aludir ao comunismo, mas o seu desejo pela concórdia entre os bolivianos que, naquela época, eram reféns do arbítrio militarista. 
Espinal foi sequestrado e morto em março de 1980 quando saia do cinema. Seu corpo continha marcas de violência e de disparos. Morreu nas mãos daqueles que atentavam contra os direitos humanos e contra a democracia.



Padre Luis Espinal 1932 - 1980

Mas é claro que Reinaldo não daria estas informações, do contrário não criaria um factoide que possibilitasse expressar sua birra ou o seu descontentamento contra Francisco, pelo simples fato de Francisco "não o representar". 
Quando deparamos com alguém que vocifera contra o ditatorialismo, fica uma impressão de que este alguém é democrata, mas nos argumentos e na ocultação de informações Reinaldo está, prezado eleitor, sendo democrático? Tem ele reserva moral pra concluir que Morales, Correa, Kirchner e Maduro são “protoditadores”?
“Ah, o papa não tem nada com isso! Não tinha como saber o que faria aquele picareta!” 
Ah, não cola! A Igreja Católica de Roma está banida da China, por exemplo. Ficou na clandestinidade na União Soviética e nos países da Cortina de Ferro. Inexiste na Coreia do Norte e enfrenta sérias dificuldades em Cuba. Um delinquente político e intelectual como Morales não pode ofender moralmente mais de um bilhão de católicos com aquela expressão demoníaca. O papa que recusasse a ofensa. Mas ele não recusou. E foi além. 

Em Santa Cruz de la Sierra, nesta quinta, Bergoglio fez um discurso que poderia rivalizar com o de Kim Jong-un, aquele gordinho tarado que tiraniza a Coreia do Norte. Atacou o capitalismo, um “sistema que impôs a lógica dos lucros a qualquer custo, sem pensar na exclusão social ou na destruição da natureza”, segundo ele. E foi além: “Digamos sem medo: queremos uma mudança real, uma mudança de estruturas. 
Este sistema já não se aguenta, os camponeses, trabalhadores, as comunidades e os povos tampouco o aguentam. Tampouco o aguenta a Terra, a irmã Mãe Terra, como dizia são Francisco”.

Após "atirar" na direção dos países “prisioneiros do arbítrio esquerdista”, Reinaldo não resiste e dispara "Morales é delinquente político e intelectual”, neste caso falta ao articulista conhecimento de causa, de qualquer modo não é intenção, pelo menos neste texto, escrever a respeito do que se passa em Bolívia e no Equador. 
Apenas um lembrança, Evo e Rafael, respectivamente, são governos eleitos e reeleitos pelas maiorias respectivas e estão mudando a situação destes países. 
A visita do Papa a meu ver é um reconhecimento dos avanços políticos, sociais e econômicos na Bolívia e no Equador.

Critica o papa por ele ter dito verdades sobre o sistema capitalista, dando mais uma mostra de que é um defensor do sistema capitalista de maneira incondicional. O que novamente me leva a duvidar da capacidade do articulista. 

Por uma razão muito elementar: a defesa incondicional de qualquer coisa parece-me estranha ou pouco familiar ao bom intelectual. Por isso pareceu-me crível que Reinaldo escrevesse em seguida: “esse papa, com formação teológica de cura de aldeia, não tem competência teórica e vivência prática para cuidar desse assunto”. 
Frise-se “formação teológica de cura de aldeia”, é isso mesmo leitores, os "aldeões" não são inteligentes e não são cultos para o articulista, que se autoproclama intelectual e democrático. Ademais, Reinaldo conspira contra princípios básicos da antropologia.

É de embrulhar 
o estômago. Em primeiro lugar, esse papa, com formação teológica de cura de aldeia, não tem competência teórica e vivência prática para cuidar desse assunto. 
Em segundo lugar, os movimentos que hoje lutam pela preservação do planeta são exclusivos de regimes democráticos, onde vige o capitalismo. 
Ou este senhor poderia fazer essa pregação na China, por exemplo, onde o capitalismo de estado é gerido pelo Partido Comunista?

Pior: o papa está numa jornada que inclui o Equador e a Bolívia, duas protoditaduras que, na pegada da Venezuela, instrumentalizam o discurso anticapitalista para dar força a milícias que violam direitos individuais e que não reconhecem a propriedade privada como motor do desenvolvimento.

É óbvio que os defensores de um sistema alternativo colocar-se-iam contra os fundamentos do sistema capitalista: a propriedade privada e o lucro, pois mesmo sendo "motores do desenvolvimento" causam espoliação e exclusão. Esta é a razão pela qual estes mesmos defendem um novo sistema com novas bases e com crescimento que importa e atenda à todos e não a uma minoria.

Não tiro a razão do articulista quando se posiciona contra os regimes políticos que foram instalados (alguns ainda subsistem) em nome deste "igualitarismo", contudo é preciso considerar que estes regimes não me representam também, nem a mim e tampouco a Francisco.

Mas as recorrentes generalizações são próprias do "intelectual", Reinaldo, com um agravante: não altera o trajeto da investigação pelo simples fato de ver a hipótese como a "verdade" que deve ser a qualquer custo reafirmada. É um pseudo intelectual que parece não ter conserto.
Evocando um igualitarismo pedestre, disse Sua, não mais minha, Santidade: “A distribuição justa dos frutos da terra e do trabalho humano é dever moral. Para os cristãos, um mandamento. Trata-se de devolver aos pobres o que lhes pertence”. 
A fala agride a lógica por princípio. Se o tal “que” pertencesse aos pobres, pobres não seriam. A fala repercute a noção essencialmente criminosa de que toda a propriedade é um roubo. Como esquecer que essa concepção de mundo de que fala o papa já governou quase a metade do mundo e produziu atraso, miséria e morte?

“Noção essencialmente criminosa” Nesta passagem o articulista não hesita em afirmar que aqueles que lutam contra os fundamentos de um sistema por natureza excludente são “criminosos”. 
Esquece o articulista que a tese da igualdade não é simplesmente um brado marxista, mas uma reação previsível de quem pouco ou nada tem, e estes são bilhões de seres humanos espalhados pelo mundo. Bilhões de seres humanos que tem sido ignorados convenientemente por quem defende "incondicionalmente" o sistema vigente.

Para o articulista ser "criminoso" é atentar contra a propriedade privada, ora se ele crê que está defendendo algo moralmente aceitável, porque não reconhecer que o contraditório é igualmente aceitável? Mas é simples compreender o que está por traz desta postura: Tudo pode e deve ser feito pra impedir o avanço dos “criminosos” que ,sendo contrários à propriedade privada, almejam comunizá-la. 
Ao longo da História não faltam personalidades que se valeram deste argumento para justificarem seus arbítrios, a saber: os absolutismo-monárquicos na Época Moderna, os fascismos há quase 100 anos e as ditaduras militares em nossa região incluindo, frise-se as ditaduras militares na Bolívia e no Equador contra as quais lutaram Evo e Rafael, respectivamente.

Eu já tinha tido cá alguns engulhos quando, recentemente, o cardeal argentino resolveu se meter a falar sobre a preservação da natureza, com uma linguagem e uma abordagem que lembravam o movimento hippie da década de 60. 
Ele voltou ao ponto: “Não se pode permitir que certos interesses — globais, mas não universais — submetam Estados e organismos internacionais e continuem destruindo a Criação”.

Como? O homem destruindo a Criação? O catolicismo de Francisco, na hipótese benevolente, se esgota numa leitura pobre do Gênesis. Na não benevolente, é apenas uma expressão do trogloditismo de patetas terceiro-mundistas como Rafael Correa, Evo Morales, Nicolás Maduro e Cristina Kirchner.

O próximo papa, por favor!
Por Reinaldo Azevedo
O fechamento de seu artigo não poderia ser outro, deixo aos leitores de boa índole a possibilidade de concluírem, tendo como base o texto acima, sobre esta afirmação. A mim não resta outro desejo senão reiterar vida longa ao pontificado de Francisco.


15 de setembro de 2016
Cires Pereira
postado por m.americo

QUEM ERA A LOUCA:

HELOÍSA HELENA VÊ VERGONHOSA DERROTA ÉTICA DE LULA E PT
FOI A PRIMEIRA EX-PETISTA A ACUSAR LULA DE CHEFIAR QUADRILHA

HELOÍSA DISSE NÃO SENTIR REMORSO COM A DERROTA DOS INIMIGOS DE SEU ANTIGO PARTIDO (FOTO: CÂMARA DE MACEIÓ)

Relembrando derrotas eleitorais impostas pelos senadores alagoanos aliados de Lula e do Partido dos Trabalhadores (PT), a ex-senadora Heloísa Helena (Rede) usou as redes sociais na noite desta quarta-feira (14) para celebrar o que chamou de vergonhosa derrota ética do líder petista, horas depois de o ex-presidente Lula ter sido denunciado pela força-tarefa da Operação Lava Jato como comandante da “propinocracia” instalada no Brasil. 
A vereadora de Maceió foi a primeira dissidente petista a citar lula como chefe de uma organização criminosa, há 12 anos.

A política que decidiu não mais concorrer eleições lembrou que foi tratada como louca e rancorosa ao denunciar o PT e Lula, há 12 anos, acusando o governo petista de copiar a política de “governabilidade” do ex-presidente FHC. 
E depois de afirmar que o modus operandi do esquema teria sido replicado também na campanha de Dilma Rousseff e de Michel Temer, atribuiu a comprovação do esquema criminoso à confiança na impunidade, que possibilitou que a vida, implacável, revelasse a prática criminosa com clareza jurídica.

A ex-senadora citou um provérbio dos índios sioux para afirmar não sentir remorso com a derrota dos inimigos de seu antigo partido. 
E também lembrou Darcy Ribeiro ao dizer que detestaria estar no lugar de quem lhe impôs fracassos nas lutas que travou nas urnas contra os senadores Renan Calheiros (PMDB), Benedito de Lira (PP) e Fernando Collor (PTC), que teriam sido fortalecidos pelo “propinódromo governamental”, segundo Heloísa.

A política alagoana encerrou sua mensagem repetindo sua posição favorável a uma nova eleição, a partir do julgamento da campanha eleitoral de Dilma e Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), diante das informações de que o esquema investigado pela Operação Lava Jato também abasteceu de propina as finanças da chapa presidencial vitoriosa em 2014.

Veja o que disse Heloísa Helena:

“Olhando as voltas que o mundo dá, não dá para não lembrar do velho provérbio Sioux ‘Que meus inimigos sejam fortes e perversos para que eu não sinta remorsos em derrotá-los’... 
É fato que eles usaram o propinódromo governamental pra me derrotar e conseguiram mesmo me impor grandes derrotas eleitorais (apoiaram ardorosamente e financeiramente Collor, Renan, Biu). 

Mas agora os vejo sendo derrotados eticamente! Vergonhosamente derrotados eticamente! Certamente seria melhor para o Brasil que as minhas palavras, há doze anos atrás, sobre o esquema chefiado por Lula (copiando o modus operandi que condenávamos em FHC e reproduzidos na campanha e no governo Dilma/Temer) fossem apagadas pela vida real, fossem apenas ridículas lutas de quem ‘é louca e rancorosa’, fossem apenas passado que o tempo apaga. 

Mas... a vida implacável (com a confiança deles na impunidade dando continuidade aos seus esquemas criminosos) se encarregou de mostrar com toda clareza técnica e jurídica necessárias o esquema criminoso que alguns tiveram a coragem de – mesmo sob duríssima perseguição – denunciar há mais de 12 anos atrás! 

Como já disse Darcy Ribeiro - falando sobre seus fracassos em tantas belas lutas travadas – ‘Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu!’ #AvanteLavaJato #JulgaTSE #NovaEleição”, escreveu Heloísa Helena.

15 de setembro de 2016
Davi Soares
diário do poder

A HISTÓRIA CONTADA PELA ESQUERDA TUPINIQUIM (OU DOPINIQUINHO)

Atentado do 11/9 foi praticado pela “extrema-direita”, diz livro do MEC
Como mostra o site do ILISP, um livro do MEC estaria propagando uma mentira para associar o atentado terrorista do 11 de setembro ao que eles definem como “extrema-direita”:


O ataque terrorista mais marcante da história recente, o atendado de 11 de Setembro, em que um grupo radical islâmico liderado por Osama Bin Laden derrubou duas torres de Nova York e causou mais de 2 mil mortes, é mostrado no livro do MEC como consequência de uma ideologia política de direita.O livro obrigatório do MEC é estudado e lido por milhões de alunos de escola pública, o que apenas confirma o elevado grau de doutrinação que passam os alunos brasileiros. O Ministério da Educação (MEC) não deveria regulamentar livros e disciplinas em escolas, as gestões de todas as escolas deveriam ser independentes e os pais deveriam ter opção de escolher a melhor escola para seus filhos, ou até mesmo ter a permissão de educá-los em casa.

Veja a imagem revoltante abaixo:



Agora a questão é exigir a punição de um responsável (via ação no Ministério Público Federal) e a retirada imediata dos livros, pois isso é propagação de uma mentira com fim de lançamento de ódio contra conservadores. Tudo bancado com verbas estatais, lembre-se.

O termo “extrema-direita” é hoje utilizado pela extrema-esquerda para definir qualquer um que não concorde com as ideias deles. Assim, a mentira publicada pelo MEC tem alcance bem amplo. O nome para isso vai além de doutrinação escolar: é estelionato educacional.

De novo: de nada adianta expor as páginas do livro. É preciso punir os responsáveis por essa palhaçada.

15 de setembro de 2016
ceticismo político

MAS, MAS... E O LULA???


Para Lula e o PT, a tarde desta quarta (14) foi devastadora. A denúncia apresentada pelo MPF teve contundência ímpar por embasada em enorme volume de evidências. O procurador Deltan Dallagnol, corajoso, foi assertivo ao dizer que Lula é o comandante máximo do esquema criminoso. Também definiu o ex-presidente como chefe de organização criminosa, grande general do esquema e o verdadeiro maestro da ORCRIM.

Não há nada muito diferente daquilo que já sabíamos. A cleptocracia estabelecida pelo PT recebeu um novo nome por Deltan: propinocracia. A apresentação também deixou claro que Lula comandava um esquema de perpetuação no poder, tendo por base a corrupção levada a uma escala inédita. Também por isso, “nunca antes neste país” se viu uma manifestação tão contundente do MPF contra um político. Uma verdadeira demolição.

Lula foi denunciado no seguinte catálogo de crimes:

Corrupção ativa (art. 333, caput e p. único, CP);
Corrupção passiva (art. 317, caput e § 1º c/c o art. 327, § 2º,
Lavagem de dinheiro (art. 1º c/c o art. 1º § 4º, Lei nº 9.613/98)

Assim que Moro aceitar a denúncia, Lula, sua esposa e mais seis denunciados terão R$ 87 milhões bloqueados na justiça, devendo, além disso, ressarcir os cofres públicos em outros R$ 87 milhões. A paulada, como se vê, foi forte. E merecida.

Mas o que fica, após a demolição desta quarta, é que uma das mais relevantes narrativas do PT se converteu em piada. Para tentar luta contra o impeachment – sem sucesso – os petistas criaram o lema: “e o Cunha?”. Enquanto isso, os defensores da liberdade jamais saíram as ruas em favor do ex-presidente da Câmara. Ao contrário dos petistas, não temos bandidos de estimação.

Todavia, o questionamento sobre Cunha já perde o sentido, pois, a partir do momento em que Lula está denunciado formalmente pelo MPF, vemos que o ex-presidente da Câmara é apenas o peão em um tabuleiro. Já Lula foi claramente definido como o chefe de todo esquema. Não demorou para que o termo “trombadinha” fosse aplicado, nas redes sociais, a Eduardo Cunha. Ou até “ladrão de galinha”.

Assim, como chefe do esquema, é Lula quem deve explicações a todos nós a respeito de Eduardo Cunha. É como fazemos em todas as organizações. Para saber do desempenho de alguém, vamos falar com o chefe desta pessoa. Todas as explicações sobre os crimes de Eduardo Cunha devem ser direcionadas ao ídolo dos petistas.

Ontem não vimos apenas a morte política de Lula, mas também o sepultamento de uma das mais estratégicas narrativas do PT, dado que esta é a pergunta que resta para o momento: “Mas e o Lula?”.


15 de setembro de 2016
ceticismo político

INTERNET SOB CONTROLE DA ONU: UM LEGADO DE BARACK OBAMA

Se não houver qualquer iniciativa contrária por parte do Congresso dos Estados Unidos, no dia 30 desse mês o presidente Barack Obama poderá decretar o fim da liberdade de expressão na internet. Obama decidiu passar o controle da internet mundial, que é feito por um órgão privado de perfil estritamente técnico localizado nos Estados Unidos denominado ICANN (sigla em inglês para a entidade encarregada de atribuição de nomes e endereços de IP) para outro órgão vinculado a ONU, que já possui diretrizes claras no sentido estabelecer normas e regras para os conteúdos publicados na internet.

Essas novas normas e regras de conteúdo estabelecidas pela ONU impõem restrições à liberdade de expressão, usando dos mesmos pretextos e eufemismos que a agenda globalista de esquerda usa em todos os lugares do mundo: combate à (inexistente) homofobia, combate à (inexistente) islamofobia, defesa da diversidade e dos direitos humanos, combate a supostos crimes de ódio e outros. Trata-se portanto dos mesmos mecanismos de censura vigentes em países como a Suécia, onde a agenda globalista na sua versão multiculturalista, escudada pela guilhotina do politicamente correto, já avançou de tal forma que na prática resultou no fim da liberdade de expressão naquele país.

O tema contém algumas tecnicalidades que precisam ser explicadas, e o Crítica Nacional irá publicar nos próximos dias um artigo mais detalhado a respeito. Mas por ora é suficiente dizer que o fato de a internet ser controlada (pois ao contrário da suposição comum, existe algum grau de controle e centralização na internet) por um órgão submetido à jurisdição dos Estados Unidos é o que garante a liberdade da expressão na rede, pois a liberdade de expressão é assegurada e garantida pela Constituição norte-americana.

Se o controle da internet ficar a cargo de um órgão que não se restrinja a questões estritamente técnicas, mas que também se ocupe do conteúdo segundo as diretrizes da ONU, essa liberdade estará seriamente ameaçada. Na ilustração abaixo, o senador Ted Cruz expressa essa preocupação e conclama o Congresso dos Estados Unidos para barrar essa iniciativa de Barack Obama, cuja passagem pela Casa Branca deixará um legado dos mais nefastos para os americanos e para todo o ocidente, como mostramos nesse artigo aqui.


15 de setembro de 2016
in crítica nacional

A POSSE DA MUDINHA MINEIRA DO PT, LULA E O DECANO PRESTÍMANO DO STF


A posse de Carmen Lucia, uma obscura petista infiltrada na suprema corte, na presidência do STF foi um espetáculo grotesco. 
Ela deu um tapa na cara do povo brasileiro, e um pontapé na bunda no respeito as leis. 
Ela fez questão de mostrar que seu partido e seus amigos estão, sim, acima da lei, pois convidou o bandido réu da justiça e chefe da quadrilha que roubou e fodeu o Brasil, Lula, para a solenidade. 
Para completar a palhaçada, o decano em fingimento e hipocrisia da corte fez mais um daqueles discursos bunitchos, supostamente defendendo a cidadania, e recebendo os elogios da imprensa
Depois, como usual, vai usar seu voto e sua influência para libertar os bandidos que finge condenar em seus discursos patrióticos.
15 de setembro de 2016
in selva brasilis

NOVA AGU VAI PEGAR OS ARQUIVOS DOS CORRUPTOS, MAS NÃO FALA EM PROCESSÁ-LOS


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Subserviente, a ministra vai prestar bons serviços a Temer


















Após tomar posse como advogada-geral da União, Grace Mendonça rebateu nesta quarta-feira (14) seu antecessor, Fábio Osório, e disse que “não há qualquer tipo de ruptura ou obstrução” do governo de Michel Temer em relação à operação Lava Jato. “Não há qualquer irregularidade na condução dos trabalhos da AGU em qualquer processo. Não há ruptura, obstáculo ou entrave”, afirmou.
Um dia após sua demissão, na semana passada, Osório afirmou que o governo Temer queria “abafar a Lava Jato” mas Grace afirmou que “não há fundamento” nessas declarações.
DAR CONTINUIDADE – Apesar disso, a nova ministra garantiu que vai dar continuidade ao processo iniciado pelo seu antecessor, que desagradou ao Planalto ao pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal) acesso a doze inquéritos da Lava Jato. Os documentos podem embasar futuras ações de ressarcimento e improbidade administrativa contra políticos acusados de corrupção.
Auxiliares de Temer se preocupam com o fato de que integrantes da base do governo estão envolvidos no esquema.
ATUAÇÃO ORDINÁRIA – “Essa atuação é ordinária da AGU. Aí, na verdade, nós teremos o acesso às informações. O expediente dando ciência à nossa Casa somente chegou ontem [terça-feira], então as providências serão adotadas. Elas são regulares”, explicou. “Por isso que reafirmo a vocês. Não há nenhum tipo de questão ou entrave a este processo”, completou a nova ministra.
Questionada se não há nenhum problema em ter acesso aos inquéritos da Lava Jato, a advogada respondeu apenas: “de forma alguma”.
CRÍTICAS DE PETISTA – Ex-advogado-geral da União do governo Dilma Rousseff, Luís Inácio Adams criticou as declarações feitas por Osório após sua demissão. Para Adams, a informação dada pelo ex-AGU de Temer “não deveria” ter sido feita daquela forma. Ele disse ainda que, durante a sua gestão, nunca viu nada que pudesse corroborar o entendimento de Osório.
“Acredito que a saída do Osório foi traumática do ponto de vista de razões políticas e isso potencializou essas declarações, que não deveriam ter sido feitas”, disse Adams.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Ao que parece, agora a advogada Grace vai arranjar um HD para copiar os arquivos… Mas notem bem: ela disse que vai pegar os arquivos sobre os políticos corruptos (entre eles, Renan Calheiros). Porém, em nenhum momento disse que vai processá-los. Ou seja, a nova AGU vai obedecer docilmente a Michel Temer/Eliseu Padilha, e sentar em cima dos arquivos. Quanto às críticas de Adams, soam como um elogio a Medina Osório. Quem é que julgaria que Adams algum dia fosse processar algum corrupto? Só se fosse Piada do Ano.(C.N.)



15 de setembro de 2016
Marina Dias e Mariana Haubert
Folha

DENÚNCIA DA LAVA JATO TORNOU-SE UM PETARDO TRIPLO PARA LULA, DILMA E O PT


O procurador Deltan Dellagnol, que coordena a força-tarefa da Lava Jato, classificou o governo petista como uma "propinocracia" em denúncia
Dallagnol, em foto genial de Rodolfo Buhrer





























A denúncia apresentada nesta quarta-feira pelos procuradores da força-tarefa da Lava Jato é um petardo triplo que atinge em cheio Lula e o PT no momento em que ensaiavam tomar as ruas denunciando o suposto golpe de Estado e a vindoura supressão de direitos sociais. Agora, o partido e seu líder máximo terão de recolher tropas e munições que pretendiam manter nas ruas, na esperança de evitar um desastre completo nas urnas no mês que vem, para tentar desconstruir a peça que é avassaladora politicamente e muito bem fundamentada do ponto de vista técnico.
O petardo é triplo porque faz desmoronar de uma só vez o discurso do golpe, as chances eleitorais do PT e a esperança que ainda havia nas hostes petistas de que haveria espaço para uma campanha Lula 2018. Não há.
ENTREVISTA FATIADA – A entrevista foi propositalmente dividida entre três procuradores. Coube a Deltan Dallagnol, o mais “midiático” dos procuradores, fazer o que ele chamou de montagem do “quebra-cabeça” – a tese segundo a qual Lula era o “elo”, “comandante” ou “maestro” de um esquema criminoso que ele batizou de “propinocracia”.
Citando em looping o nome do ex-presidente, como para marcar de forma indelével a tese, Deltan também tratou de fixar graficamente o que dizia, por meio de um diagrama que logo viralizou nas redes sociais com círculos de partes do esquema que levavam a Lula, no centro da tela.
Foi a mais clara ligação feita até aqui por uma autoridade da Lava Jato entre os esquemas do mensalão e do petrolão, que seriam ambos “faces” de um mesmo esquema destinado a “perpetuar criminalmente” o PT no poder, segundo o procurador.
ENRIQUECIMENTO DE LULA – Mais: pela primeira vez, o Ministério Público acusou o ex-presidente de ter sido beneficiado pessoalmente com “pelo menos” R$ 3,7 milhões do esquema de propinas vindo da Petrobras, por meio da empreiteira OAS.
Depois do show de Lula feito pelo “maestro” da Lava Jato, coube a outros dois procuradores elencarem as provas a embasar a denúncia, que teve como foco a compra e reforma do tríplex do Guarujá, que a Lava Jato sustenta que foi dado a Lula e sua família para lavar recursos oriundos de propinas, e no armazenamento dos “presentes” de Lula como presidente pela mesma construtora.
O estrago na defesa de Lula é imenso. A Lava Jato reuniu documentos, fotos e fez até exame grafotécnico no documento do tríplex. Não será possível desconstruir a denúncia apenas com base no discurso de que há uma perseguição ao ex-presidente.
UM ESTRAGO – Eleitoralmente para o PT é um strike. Equivale, em termos de estrago, à foto da pilha de dinheiro que seria usada para comprar um dossiê contra José Serra às vésperas do primeiro turno da eleição presidencial de 2006.
Candidatos petistas como Fernando Haddad estavam começando a ensaiar uma estratégia eleitoral de se irmanar à tese do golpe e tentar consolidar o voto dos anti-Temer. Diante da cena de Lula denunciado como chefe de um esquema criminoso, haverá menos apelo para esse discurso.

15 de setembro de 2016
Vera Magalhães
Estadão

O EXEMPLO DE ITAMAR FRANCO, QUE MICHEL TEMER NÃO SEGUIU

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É conhecido o episódio da chegada de Itamar Franco ao poder. Ao receber a comunicação de que substituiria Fernando Collor na presidência da República, declarou ser inaceitável um regime que não levasse a todos os cidadãos os benefícios da civilização e da cultura. Instalado no palácio do Planalto, dispensou todos os ministros e reuniu os dirigentes dos  partidos políticos nacionais. Apenas o Lula negou-se a permitir que o PT comparecesse.
Itamar declarou que renunciaria caso não tivesse o apoio de todos. Ninguém saltou de banda, ficando os companheiros isolados. Foi composto um governo de coalizão mas jamais de imposição ou barganha. O novo presidente selecionou os melhores, dentro dos partidos e seu governo, logo depois transformado em permanente, é até hoje considerado o melhor, desde a redemocratização.
Lembra-se a experiência de tantos anos para se estabelecer a comparação: o afastamento de Dilma Rousseff seguiu o modelo do acontecido com Fernando Collor.  Ambos se viram punidos pela falta de diálogo com o Congresso e pela presunção e arrogância no exercício do poder.
CHANTAGENS – O problema é que a fórmula adotada por Itamar já tarda para Michel Temer, que se mudou todo o ministério de Dilma, não conseguiu compor um governo sob seu comando. Curvou-se às imposições dos partidos, que pressionam e vivem de chantagem sobre o presidente da República. Estabeleceram um mecanismo longe de favorecer a unidade administrativa, pois empenhado em disputas menores, mesquinhas e egoístas.
Ainda há tempo para Temer rever a experiência de Itamar e, de acordo com as circunstâncias,  seguir-lhe o exemplo

15 de setembro de 2016
Carlos Chagas

BARROSO DENUNCIA QUE IMPUNIDADE É A REGRA E DEFENDE FIM DO FORO PRIVILEGIADO


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Charge do lane (chargesdolane.blogspot.com)


















O ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso defendeu na terça-feira, dia 13, o fim do foro privilegiado, argumentando que na Justiça brasileira hoje a regra é a impunidade, porque somente os pobres são condenados. Defendeu também a necessidade de um reforma política ampla e o combate à corrupção como prioridades de uma agenda para o País. “Há uma necessidade imperativa de acabar com a multiplicação de partidos que vivem como legendas de aluguel, unicamente para arrecadar recursos do Fundo Partidário e vender seu tempo de rádio e TV”, disse Barroso em São Paulo, onde participou de um congresso de empresários.
Uma reforma política, para o ministro do Supremo, deve ser baseada principalmente na redução do custo das eleições e da diminuição do número de partidos – atualmente, há 35 legendas registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
INOPERÂNCIA – Em relação à corrupção, Barroso afirmou que o foco deve ser o combate à impunidade, que, segundo ele, alimenta a reincidência de fraudes no País. “Nós temos um sistema punitivo que deixou de funcionar, que só prende pobres e não serve para prevenção da delinquência. A impunidade se tornou a regra.”
Ao falar da importância do combate à desigualdade social, Barroso fez, mais uma vez, críticas ao foro privilegiado, concedido a autoridades que são julgadas por tribunais superiores em razão da função que exercem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Depois da mancada ao forçar a mudança no rito do impeachment, é preciso reconhecer que Barroso está tendo uma conduta exemplar, ao denunciar a inoperância da Justiça e do próprio Supremo, mas ninguém parece ouvi-lo(C.N.)


15 de setembro de 2016
Deu no Correio Braziliense

BOECHAT COMENTA A POSSE DA NOVA PRESIDENTE DO STF

PREFÁCIO DE "A TRANSFORMAÇÃO SOCIAL - COMO A MÍDIA DE MASSA SE TORNOU UMA MÁQUINA DE PROPAGANDA

ARTIGOS - CULTURA

lcPrefácio de Heitor De Paola para o livro de Cristian Derosa.

“Os fatos não são adequados para os leitores em sua forma crua, apenas depois de cozidos, mastigados e, então, servidos com a saliva do repórter”.

Arthur Koestler 1
“Para alguns observadores, a imprensa tinha um significado maior dos que os próprios partidos políticos (...). Qual efeito pode ter, mesmo o maior comício, quando comparado com a influência permanente que um jornal diário possui sobre centenas de milhares, ou mesmo milhões  (...) (O povo alemão) recebia as ideias expressadas no seus jornais como um evangelho, não apenas uma fonte de informações, mas como um órgão de instrução....acreditam em tudo o que seu jornal preferido lhes diz....e os homens que devotavam sua vida para informar eram, para eles, grandes homens”.
Modris Eksteins 2

O que está em epígrafe pode ser extrapolado para qualquer grupo humano, em todas as épocas, com as devidas adaptações. Eksteins cita observações de Rudolf Kircher, do Frankfurter Zeitung (1928) e Georg Bernhard (1929). O Partido Nazista aprendeu bem a lição para fundar o seu jornal Völkischer Beobachter e depois para estruturar o Ministerium der Propaganda und Volksaufklärung 3. Aufklärung é a palavra alemã para Iluminismo, não tem, portanto, conotação de simples “esclarecimento do povo”, mas pretendia inaugurar uma forma específica de jornalismo como “iluminação” do povo-raça (Volksdeutsch), um novo Iluminismo, um novo Evangelho racial. Goebbels utilizava desta forma todas as mídias que existiam então - imprensa, literatura, rádio e cinema – englobadas no seu ministério.
Os estados totalitários nada mais fazem do que tornar monopólio estatal a enorme influência da mídia sobre seus consumidores. Não somente para filtrar o conhecimento servido ao povo, mas também para propiciar transformações sociais desejadas pelo grupo que comanda as informações. Como o autor, citando Bernays, nos mostra: “apesar do relativo sucesso da campanha nazista nos meios de comunicação, Bernays salienta que a persuasão encontra seu terreno fértil nas democracias liberais...”.
O vetusto The Times era indiretamente controlado já antes de 1912 pelo Milner Group, que efetivamente assumiu o controle em 1922, com a finalidade de “influenciar a opinião pública na direção desejada pelo grupo”4. O Milner Group é derivado da Cecil Rhodes “secret” Society. Este grupo pretendia unir o mundo, principalmente os países de idioma Inglês, numa estrutura federal em torno do Império Britânico. Rhodes defendia a acumulação de enorme riqueza para isto, Lord Milner discordava, dizendo que se poderia conquistar o mundo através de propaganda, trabalho duro e relações pessoais. Com o mesmo objetivo fundaram a Round Table, com a finalidade de formar grupos de influência locais para agitação em defesa da “federação” através de “controle da mídia, controle de estatísticas e controle de pânico” 5 (Quigley, op. cit). Antes da década de 20 idealizaram detalhadamente a descolonização e a união das ex-colônias (British Empire) na British Commonwealth of Nations, tornada realidade em 1949.
É desta enorme influência dos meios de comunicação que trata o livro que muito me honra prefaciar. O autor trata com erudição e extrema clareza o objetivo que traçou para si. Ao longo dos capítulos vai desdobrando um mundo que poucos conhecem. Um mundo de grande riqueza e esplendor que, não obstante, se deixa contaminar por vis e torpes propósitos. O autor apresenta ao leitor a estrutura interna, o âmago, aquilo que o leitor comum sequer é capaz de imaginar. Lemos um jornal, assistimos a um programa de TV e, se somos interessados, acreditamos em algumas informações, desconfiamos de outras, tudo de acordo com nossas preconcepções. Parafraseando Koestler, “comemos e deglutimos as informações sob a ação de nossa própria saliva”. Mas os meandros de que trata este livro são desconhecidos do leitor comum.
Algumas partes muito técnicas tornam difícil comentar, mas a leitura é fácil e agradável. Limitar-me-ei a comentários esparsos.
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Já de início, o autor coloca-nos frente a uma característica do novo jornalismo que tem sido ensinado nas universidades, algo desconhecido para a maioria dos leitores: a ideia de que a um jornal, ou outra mídia qualquer, não cabe apenas informar, mas transformar a sociedade, tendo ouvido de um professor que “... o único motivo pelo qual buscamos conhecimento é a vontade de alteração da realidade, a modificação ou controle do nosso meio social”, não como uma conclusão, mas como premissa.
Esta afirmação, em sendo verdadeira, poria por terra não apenas o jornalismo informativo, mas toda a pesquisa filosófica e científica de séculos. Mas só por isto podemos ver qual a base deste ensino: a anti-filosofia marxista. Marx afirmou que “Até então os filósofos limitaram–se a interpretar o mundo. Cabe, agora, transformá–lo”.  Marx pretendia acabar com a filosofia como amor ao conhecimento para, em seu lugar, colocar a práxis – a aplicação da teoria à prática. Chega de investigar! Não mais buscar o conhecimento “para o simples conhecer ou simplesmente para orientar-nos, adaptar-nos, conhecendo as opções disponíveis com vista à ação individual” 6. Prossegue o autor: “Individualmente, ninguém normal busca transfigurar a sociedade à imagem e semelhança de suas utopias. Ao menos este anseio não pode ser visto como natural no ser humano, mas instigado de fora ....”.
Creio que aqui cabe um esclarecimento de ordem psicológica: este anseio é natural em todos os seres humanos na fase de desenvolvimento infantil. A criança muito pequena não aceita adaptar-se ao mundo, mas quer que o mundo se adapte a ela. Revolta-se quando percebe sua extrema fragilidade e dependência, abre o berreiro quando se defronta com qualquer aspecto do mundo real que a frustra. É uma das principais tarefas dos adultos que a cercam ajuda-la carinhosamente a aceitar as crescentes frustrações, de modo que aquelas fantasias onipotentes (utópicas) sejam reprimidas e enterradas profundamente 7. Mas permanecem com o potencial de serem despertadas frente a frustrações naturais. Se persistirem na vida adulta, o que eram fantasias normais, configuram agora um afastamento delirante do mundo real.
Eis que encontramos aqui a crueldade maquiavélica da proposta marxista: apesar da aparência racional e “científica” ela apela tão somente para as frustrações profundamente enterradas em todos os seres humanos fazendo com que elas voltem à tona. Como diz Armando Ribas: “educar com marxismo é como amamentar com álcool”. A analogia é perfeita, pois a ideologia embriaga, ao estimular o retorno das antigas fantasias, já inconscientes, de ser capaz de mudar o mundo a seu bel-prazer. É o perfeito idiota útil (apud Lenin).
A predominância desta estimulação doutrinária no meio jornalístico, pedagógico, artístico e nos consultórios psicológicos é devastadora. Não por outro motivo o autor anunciou no Capítulo II uma nova era, a das técnicas sociais.
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O referido diagnóstico de Karl Mannheim foi precedido por suas ideias sobre ideologia e utopia. Para ele, utopias políticas são wishful dreams que inspiram a ação coletiva de grupos opostos com o objetivo de uma inteira transformação da sociedade e que, para tal dominam o pensamento social penetrando nas teorias científicas, na filosofia, na história e nas ciências sociais.
Pode-se ver ao longo deste capítulo, através de uma dissertação eficiente, como os meios de comunicação caminharam rumo ao controle da opinião pública, não mais da transmissão e informação, como na primeira e na terceira geração da história do jornalismo. Estas me parecem fases ainda inocentes, virgens ainda não estupradas pela ideologia. Mesmo que ”a concepção de jornalismo nesta fase estava na necessidade de orientar socialmente o público”. Esta orientação carecia ainda da malícia que se instalou depois.
Um ponto essencial deste capítulo é a sugestão de Lippmann de que “para serem adequadas, as opiniões públicas precisam ser organizadas para a imprensa, e não pela imprensa” (itálicos meus).  Isso mostra a dependência dos órgãos de informação de uma “instância superior”, a casta dos intelectuais, ou, como hoje abundam, dos especialistas. Os jornalistas já não emitem mais opiniões próprias, mesmo nos editoriais, desde que elas contrariem algum “especialista”.
Acompanho os jornais, e o rádio há quase sessenta anos, e a televisão desde seus primórdios no Brasil. Nunca antes houve a atual enxurrada de opiniões de “especialistas”. Com exceção daqueles que se especializaram em alguma ciência ou um médico, p. ex., estes são, obviamente o que Gramsci denominou intelectuais orgânicos – e Olavo de Carvalho, de imbecil coletivo. A ânsia em demonstrar algo “científico” como se se tratasse de ciências exatas têm levado a ridículos inimagináveis.
Gramsci mantém a ideia marxista do sujeito conhecedor e pensante coletivo, mas faz uma distinção entre o intelectual “orgânico”, aqueles conscientes de sua posição de classe – criado pela classe dos intelectuais, pelo partido-classe – e o intelectual “tradicional” – aquele que mantém sua autonomia e continuidade histórica. A organização da cultura é conseguida exatamente através da hegemonia dos intelectuais orgânicos - organizados como órgãos de um único organismo, o Partido-classe, o “intelectual coletivo”.
Pasmem os leitores, existem especialistas em ética! Ora, uma coisa é ser professor de Ética, examinando o assunto nos textos dos filósofos, outra é utilizar o jornalismo para “ensinar” seres adultos a serem “éticos”. Como bem o diz o autor: “Afinal, há sempre alguma elite de intelectuais ou políticos que acredita ter em suas mãos a solução última, mesmo que a maior parte da população discorde sobre isso. Então, toda a manipulação parece se justificar para o bem supremo de toda a humanidade”. Exemplo recente foi o referendo sobre o desarmamento em 2005: contrariando a auto eleita elite, 63,94% dos brasileiros votaram contra 8. A tal elite, tão pronta a defender a democracia o que fez? Ignorou o resultado como produto de manipulação por parte de interesses escusos dos fabricantes de armas e da “bancada da bala”. Até hoje o Estatuto vige. Outros plebiscitos previstos, como o do aborto, foram rapidamente engavetados! Algo mais importante, que comentarei adiante é o “aquecimento global” causado pelos seres humanos.
Mas este ponto me permite abordar uma das três recomendações do Milner Group acima citados: controle da mídia, controle das estatísticas e controle do pânico. Sendo o primeiro objeto do presente livro como um todo, abordarei agora o segundo. Com referência ao desarmamento são frequentemente publicadas estatísticas de “exatamente quantas mortes foram evitadas pelo Estatuto do Desarmamento”. São citados números assustadores! Os desavisados se impressionam, mas é só pensar um pouco: como surgem estes números tão exatos? Ora, a ciência estatística só pode lidar com dados objetivamente verificáveis. Portanto, como saber quantos assassinatos teriam ocorrido caso não houvesse esta lei? Isto obviamente só pode ser uma interpretação baseada em dados não verificáveis, transformando a ciência estatística numa adivinhação mágica: só com uma bola de cristal que lhes permitisse conhecer o futuro que não foi, mas poderia ter sido, e comparar com o que foi. Por que esta exatidão? Ela tem três propósitos: 1. Dar um ar de cientificismo, 2. Justificar aquela lei ex post facto e 3. Introduzir na mente do público a ideia de que aqueles que querem revoga-las são monstros assassinos, como chamam no Congresso a “bancada da bala”.
Quanto ao primeiro, ressalto o escrito pelo autor em relação à matematização das ciências sociais: “No intuito de serem associadas à cientificidade, e com isso angariar a tão disputada legitimidade social e política moderna, as ciências humanas ocuparam grande parte da sua história tentando aproximar seus métodos aos das ciências exatas”.  Frequentemente caem no ridículo aos olhos dos cientistas e qualquer pessoa de bom senso com alguma cultura 9.
Outro tipo de especialista são autores como os citados Lippmann e Bernays. Esses são técnicos em informação e propaganda, pesquisadores cujas conclusões têm enorme importância para o exercício da profissão.
Outra afirmação com a qual concordo plenamente e que constitui parte importante dos meus estudos, é que “ideias totalitárias são decorrentes de ideias profundamente democráticas”. Por esta razão os framers da Constituição Americana reconhecendo a necessidade da escolha popular das autoridades, impuseram checks and balances, entre eles a eleição indireta do Presidente, a Federação e a subsidiariedade, impediram que lá acontecesse o que ocorreu na República de Weimar. Pelo menos até 2008!
Mas nem só de marxismo vive o livro. As técnicas de Lippmann e Bernays são oriundas de outras paragens, inclusive a necessidade de intensa propaganda empresarial devido ao rápido desenvolvimento da economia de mercado no final do século XIX em diante.
Como diz o autor “O primeiro mito a se desfazer quando se pensa em técnicas de controle social é o de que essas ideias são oriundas de mentalidades ligadas a regimes totalitários. Estes regimes só aperfeiçoaram e deram caráter mais técnico a uma necessidade dos próprios regimes democráticos de caráter liberal”. Devo acrescentar, no entanto, que o desenvolvimento da democracia liberal e da economia de mercado 10 se deu pari passu com a formulação das teorias marxistas. Ambos são filhos do século XIX e as influências entre ambos se interpenetram. Adam Smith (1723-90) e Jean-Jacques Rousseau (1712-78) foram contemporâneos. Seria arriscado falar das influências entre eles, mas viveram o mesmo clima de efervescência do Século XVIII, que culminou nas primeiras aplicações de suas teorias: as do primeiro, na criação dos Estados Unidos da América, as do último na Revolução Francesa. O século XIX presenciou o desabrochar das ideias de Smith na prática política, e as de Rousseau no avanço teórico de Marx e Engels. A primeira aplicação da proposição do Manifesto Comunista de criação de um banco estatal e controle financeiro, entretanto, foi a criação do Federal Reserve System em 1913. Embora essencialmente privado é uma das instituições mais influentes no estado americano.
Sem dúvida os regimes totalitários aperfeiçoaram as técnicas das democracias liberais, mas estas também, a partir de 1917, perceberam a eficácia do controle social na Rússia despertando o sempre latente desejo dos empresários e políticos dos estados democráticos na instituição dos monopólios, como no caso do Federal Reserve que levou à bancarrota milhares de pequenos bancos locais, eliminando a concorrência. À união dos interesses dos magnatas monopolistas com as ideias políticas marxistas gerou o que Olavo de Carvalho denominou de “metacapitalistas”, o paroxismo de poder monopolista.
Um exemplo entre outros é a Gorgovsky Avtomovilny Zavod, a montadora de veículos em Gorki instalada por Henry Ford em 1929. Em troca da instalação Stalin compraria, ao longo de nove anos, 72.000 veículos. Para lá foram componentes, maquinaria e uma equipe de técnicos americanos que permaneciam com os passaportes temporários retidos pela OGPU (polícia política da época, antecessora do KGB). Estes últimos se viram em maus lençóis por causa da baixa qualidade dos materiais e da ineficiência dos trabalhadores soviéticos: acusados de sabotadores já que os trabalhadores locais só podiam ser retratados como heróis, foram parar na Sibéria ou foram executados. Pouco importava para Ford, que auferiu grandes lucros, ou Stalin, que usou a Zavod para implementar a produção de veículos militares.

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Apesar do jornalismo não ser minha área a experiência empírica me mostra que a mídia nos EUA não foi tão afetada pela monopolização como no Brasil. Lá ainda existem os jornais e as rádios locais e aqui estas quase desapareceram. Lá, Reagan se tornou nacionalmente conhecido através de cadeias de rádios locais formadas em grande parte de associações espontâneas, apesar do evidente boicote das grandes redes de TV e dos grandes jornais das metrópoles.
Na minha juventude as cidades interioranas tinham jornais diários e emissoras de rádio. O que foi feito delas? Certamente não conseguiram resistir à concorrência predatória da grande mídia. Já esta última, de tão repetitivas, acabam parecendo a mídia “pluralista” soviética: Pravda, Isviéstia, Krasnaya Zviezda, Komsomolskaya Pravda e outros. Lá, repetiam ad nauseam as ordens do Partido transmitidas pelas Agências Tass e Nóvosti cá, as ordens da ONU transmitidas através de suas diversas agências!
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Ao discorrer sobre os aspectos da cultura e a influência dos intelectuais, o autor nos brinda com excelentes e profundas análises, ressaltando as artimanhas estratégicas dos comunistas na área cultural, principalmente, mas não somente, através da Escola de Frankfurt. Diz o autor: “Ao converterem o capitalismo em um poderoso e temido sistema de manipulação, ocultavam a imensa operação de que faziam parte”. É uma perfeita caracterização de uma das principais táticas comunistas em todas as áreas: "Acuse-os do que você faz, xingue-os do que você é"!
Vejamos um exemplo bem próximo: o PT 11 vivia acusando a todos os demais partidos de corrupção e exclusão social. O que vemos neste primeiro semestre de 2016 é exatamente isto: enquanto acusava os outros, o PT surrupiava tudo que via pela frente e criou a maior exclusão social da história do País. “Nunca antes neste País” houve tanta miséria, tanta corrupção e tanto desemprego.
A influência dos intelectuais frankfurtianos levou à perversão da palavra cultura. No entanto quero aduzir outro personagem: Franz Boas (1858-1942), considerado o pai da antropologia americana, com tal influência no meio acadêmico que hoje ninguém ousa contrariar sua criação, a antropologia cultural. Fundou o primeiro departamento de antropologia dos EUA, na Universidade de Columbia e foi curador de Etnologia e Somatologia no American Museum of Natural History. Seu livro The Mind of Primitive Man (1911) defendia que as diferenças entre as raças não dependiam de fatores fisiológicos, mas de eventos e circunstâncias históricas. Teve seu livro queimado pelos nazistas em 1930, que revogaram seu Ph. D. obtido na Universidade de Kiel, tornando-se imediatamente herói aos olhos de toda a Academia americana. Em 1940 editou Language and Culture.
Seu conceito de que as raças são apenas um construto cultural estenderam-se depois para tudo o demais, apresentando ao mundo o relativismo cultural, esta peste que se espalhou como erva daninha através dos seus principais alunos, Alfred Kroeber, Ruth Benedict, Margaret Mead, Bronislaw Malinowsky e Ralph Clinton. Se tudo é constructo cultural, a realidade se torna impalpável. Foi um prato cheio para as esquerdas que souberam aproveitar suas ideias para “desmascarar” a crença da superioridade da civilização ocidental, considerada racista e xenófoba. Se seu livro foi queimado pelos nazistas é por ser verdadeiro e quem ousa discutir suas ideias é imediatamente um fascista e racista.
Margaret Mead empregou-as em seus estudos de campo com os Maoris, tendo publicado Coming of Age in Samoa e a falsificação da realidade para caber na teoria do mestre foi demonstrada por Derek Freeman 12, entre outros. Tanto Freeman como outros pesquisadores ouviram dos autóctones, objetos da pesquisa, de forma bem irônica, “que se viram forçados a aceitar as teses da autora, tanto ela insistia estar correta”.
Embora a aplicação de suas teorias ao campo se mostrassem apenas confirmações das concepções com as quais ela lá chegou, nada adiantou. O relativismo cultural já está enraizado na mente ocidental de tal forma que a mídia não tem como não repeti-la ad nauseam. Tornou-se padrão mental do ocidente interpretar tudo como “cultural”. Esta noção se espraia para a moral, a religião e tudo que é humano. Elimina-se toda a gradação de valor e, por extensão, a transcendência. Nada mais existe que não seja imanência cultural 13.
Tais conceitos reforçam a tendência ressaltada pelo autor: “Hoje é praticamente impossível encontrar um curso universitário que não tenha como base teórica a crítica ao Ocidente e ao Cristianismo. Uma das evidências disto é que qualquer resquício de moral Cristã nas instituições ocidentais é denunciado como evidência de um poder hegemônico (acrescento: intolerante!) Cristão, capitalista e ocidental. E é justamente esta a técnica de engenharia opinativa utilizada nos meios de comunicação de massa” (meus itálicos).
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Muito do que se sabe hoje sobre propaganda se deve a um personagem, em boa hora citado pelo autor com destaque, aquele que talvez merecesse o Prêmio Nobel de propaganda nos anos entre guerras: William Münzenberg. Tal honraria lhe seria cabida se seu real papel não tivesse permanecido como um segredo guardado a sete chaves. Provavelmente o único comunista alemão oriundo da classe operária, sem pretensões intelectuais, foi o primeiro grande mestre e criador de duas novas formas de serviço secreto: um front propagandístico secretamente controlado e uma rede de “companheiros de viagem” manipulados 14.
Münzenberg entendeu que a revolução precisava de algo mais do que ganhar as massas. Numa reunião do Komintern, ponderou: “Precisamos organizar os intelectuais. A revolução precisa dos formadores de opinião da classe média – artistas, jornalistas, ‘pessoas de boa vontade”, novelistas, atores, dramaturgos, humanistas. Lenin imediatamente se opôs, pois estes eram seus mais odiados inimigos. Acabou se rendendo ao argumento de Karl Radek: “precisamos evitar ser apenas uma organização comunista, temos que trazer outros nomes, outros grupos, para tornar mais difícil a perseguição”! (Koch, op.cit.).
Conseguiu convencer meio mundo acadêmico americano e da mídia a criar uma verdadeira rede de propaganda para a disseminação de que, qualquer opinião que servisse aos objetivos da URSS, derivava de elementos essencialmente decentes da personalidade. Simultaneamente, instilar o sentimento, como uma verdade da natureza, que criticar ou desafiar a política soviética era uma marca de maldade, intolerância e estupidez, enquanto o apoio àquelas políticas significava uma pessoa de mente aberta e sensibilidade refinada, desejando o melhor para a humanidade.
Eis aí o germe do que ainda vigora na atualidade: progressistas e reacionários. Os primeiros são abertos às novas ideias, cultos, refinados e tolerantes. Os últimos são grosseiros, intolerantes, truculentos e ignorantes, não sabem pensar corretamente. No idioma russo existe um neologismo para estes: niekultur (inculto).
Esta importância de ter a intelectualidade como “companheiros de viagem” foi uma conclusão empírica genial de Münzenberg, muito antes de Gramsci teorizar a respeito.
Uma lista dos órgãos de comunicação que pertenciam ao “Münzenberg Trust” – como era chamado ironicamente pelos bolchevistas – uma verdadeira multinacional comunista de propaganda com ramificações em todo ocidente não cabe no escopo de um prefácio.  As consequências em Hollywood foram devastadoras.Para aprofundamento, indico, além do já citado de Koch, o livro The Twilight of the Intellectuals: Culture and Politics in the Era of the Cold War, de Hilton Kramer, Ivan R. Dee, 1999. Há uma boa revisão na Boston Review, e um importante artigo do autor sobre as listas negras de Hollywood
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Os principais grupos globalistas ambicionam o controle político e econômico do mundo, e todos sabem que “para alcançar este objetivo há que se controlar a mente humana” (pag.  ). Através das agências da ONU pretende-se criar uma mente globalista, uma falsa identidade internacionalista através da implantação de padrões internacionais de educação, saúde, legislação trabalhista, e tudo o mais. “O inimigo comum de todos os blocos globalistas é a liberdade individual .... Mesmo quando a defendem buscam elevá-la ao seu extremo, o que fatalmente vai expor suas fragilidades”.  A liberdade é um dom muito tênue e frágil e só existe se racionalmente limitada elevá-la ao extremo é esgarçar de tal forma o tecido social que leve ao seu rompimento, criando um vácuo filosófico, moral e religioso. É para preencher este vácuo que entram em cena novos conceitos internacionalistas totalizantes.
Um dos principais instrumentos para a criação destes conceitos e impregnação na mente de todos os seres humanos é o politicamente correto. Dos três blocos globalistas, só o Ocidental pode sofrer intervenção. O Eurasiano e o Islâmico são, por suas próprias naturezas, totalitários e o controle mental está na própria natureza dos regimes. É no Ocidente, onde pela primeira – e única – vez na história da humanidade foi criado o conceito de liberdade individual e, consequentemente, a liberdade de expressão e religiosa, e os Estados Nacionais com suas características específicas.
Porém, o indivíduo livre e consciente sempre existiu, condenado ora como traidor, ora como herege, ora como louco, mas “é de fato impossível de destruir ... (portanto) os grupos revolucionários globais lançam mão de todo tipo de arranjo ideológico para ludibriar a opinião pública e tornar suas demandas de poder e controle num anseio para a humanidade”.
No entanto, como bem o diz o autor, “os intelectuais ocidentais sempre demonstraram intuito de uma sociedade perfeita controlada por uma elite de esclarecidos”. Controlada e planejada, porque não há nada mais oposto ao reinado da liberdade do que o moderno planejamento estatal.
A ideia de um governo mundial tomou força no século XX. A tentativa um tanto ingênua de Wilson de uma paz universal e eterna gerou um filhote natimorto: a Liga das Nações, oficialmente extinta pelos estados totalitários que nem sequer tomaram conhecimento de sua existência. Depois da II Guerra Mundial, Stalin usou seu agente no Departamento de Estado Alger Hiss para planejar uma nova liga, desta vez mais forte e corrigindo os erros da anterior, a ONU. Temendo que os americanos pudessem incluir os direitos individuais presentes em sua Constituição e na Bill of Rights, criaram uma Declaração Universal dos Direitos do Homem, coletivista, globalista e, principalmente, para universalizar de que os direitos naturais não existem, só aqueles direitos que são concedidos pelos organismos globais.
No entanto, a criação de um governo mundial não pode ser imposta de cima, é preciso convencer a humanidade de sua necessidade melhor, fazer com que as pessoas desejem e acreditem piamente que a ideia partiu do seio delas mesmas. Para tal, além da perversão educacional, a importância dos meios de comunicação é crucial, assim como a criação de agendas que mantenham a população permanentemente alarmada, com dizia Mencken. Além deste estado de alarme permanente é preciso de tempos em tempos criar situações fictícias de verdadeiro pânico somente controlado pela “pronta ação da comunidade internacional”, outra ficção. O controle do pânico, lembram, é a terceira recomendação dos fundadores do The Times. Tais agendas são muito bem descritas pelo autor, principalmente o ambientalismo, a ameaça da explosão populacional, de guerras com armas de destruição em massa.
Estas últimas são sempre evitadas por intervenção da ONU, mas poucos percebem que esta organização precisa estimular um estado permanente de guerras localizadas e relativamente controláveis, pelo menos para justificar sua própria existência, assim como o controle populacional. Tal controle através de esterilizações em massa, descriminalização do aborto, incentivo à eutanásia legal, geralmente são, de início, mantidos longe da mídia ou restrito a mídias locais por sua identificação com os projetos eugênicos tão populares no início do século passado, mas tão abominados após o Holocausto. Isto permitiu ao autor, com bela ironia, afirmar: “Distante da cobertura permanente da mídia, torna-se mais fácil desenvolver teorias bizarras como a da eliminação de seres humanos para a salvação da humanidade, sem que perguntas inconvenientes interfiram e atrapalhem...”! (itálicos meus). Mas o que é isto senão uma aplicação da velha estratégia comunista – ou mesmo jacobina? – de matar milhões de pessoas para criar uma sociedade “melhor”? As pegadas do monstro são visíveis!
A exacerbação do ambientalismo e da ecologia fez ressurgir das trevas as velhas ideias sobre Gaia, a Mãe-Terra ou Pacha Mama concedendo a posteriori ares de legitimidade às imposturas satânicas de Madame Blavatsky, Alice Bailey, Annie Besant, Alaister Crowley 15 e outros ocultistas.
Embora algumas destas seitas esotéricas se apresentem como cristãs todas têm por objetivo destruir o Cristianismo: “Nossa meta, dizia Madame Blavatsky, não é restaurar o hinduísmo, mas varrer o Cristianismo da face da Terra 16. A grande propagandista do Novo Cristianismo Esotérico, Annie Besant, dizia que “o principal é combater Roma e seus sacerdotes, lutar em todas as partes contra o Cristianismo e jogar Deus para fora do Céu” 17.
Creio que com estas palavras posso recomendar aos leitores a excelente abordagem de Derosa sobre a espiritualidade da Nova Era, onde se estende sobre esta entidade satânica chamada United Religions Initiative e outros movimentos New Age e a “Era de Aquário”, esta última a meu ver fundada com o musical Jesus Christ Superstar, o festival de Woodstock e seu hino é Imagine, cuja letra agrega todos os elementos de uma Nova Ordem Mundial: não haverá inferno nem céu, não haverá países nem religião, uma irmandade de homens partilhando todo o mundo, sem guerras, sem fome, sem posses.
O capítulo sobre o Governo Mundial – Revolução Global e Nova Era – está irretocável, incluindo o papel fundamental da mídia em seu progresso. Claro que, além de não poder ser imposto de cima, também não é possível num único movimento centralizador. Como já expus alhures a estratégia é a da formação de blocos regionais 18 dos quais a menina dos olhos certamente é a União Europeia. Ao escrever este Prefácio tenho uma vantagem sobre o autor: ocorreu recentemente o Brexit, o plebiscito em que o povo britânico rejeitou a União Europeia. Este fracasso de grande monta representa que o povo britânico resolveu banir – espero que para sempre – o jugo de uma casta de esnobes intelectualóides que tem a pretensão de ditar todas as normas para um continente inteiro. 
É bastante revelador o presidente da Comissão Europeia, Juncker, ensinando os políticos europeus em maio passado a ignorar seus eleitorados, dizendo “se vocês estiverem ouvindo a sua opinião nacional vocês não estão desenvolvendo o que deveria ser um sentimento comum europeu 19.
O BREXIT é um enorme revés para a estratégia de colocar políticos e banqueiros elitistas no controle do mundo inteiro.
Deixo as palavras finais com a Iron Lady, ressaltando que são aplicáveis ao mundo todo:

"A Europa é em tudo (exceto no sentido geográfico) uma construção puramente artificial. Não faz sentido mesmo amontoar Beethoven e Debussy, Voltaire e Burke, Vermeer e Picasso, Notre Dame e São Paulo, carne cozida e bouillabaisse, e retratá-los como elementos de uma realidade artística, arquitetônica e gastronômica filosófica musical europeia. Se a Europa nos encanta, como tantas vezes me encantou, é precisamente por causa de seus contrastes e contradições, não pela coerência e continuidade."
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Aprendi há anos com um arquiteto que obra não se termina, abandona-se. E é com pesar que devo aplicar esta máxima a este prefácio. As vertentes são tantas, os meandros tão abundantes e bem descritos que é impossível abrangê-los como merecem. Deixo esta função aos leitores que certamente têm pela frente uma agradável e instrutiva leitura.  Vejo em Cristian Derosa um dos grandes óbices a que a pérfida “transformação social” que denuncia venha a se consumar.

Rio de Janeiro, julho de 2016.
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Notas:
1 Arrow in the Blue, London, 1952
2 The Limits of Reason: The German Press and the Collapse of Weimar Democracy, Oxford University Press, 1975 (Tradução livre)
3 A palavra Volk é geralmente traduzida por povo, mas para a ideologia nazista, seguindo o conceito de Volksdeutsch de Herder, não indica somente uma associação de cidadãos, mas se aproxima mais de uma comunidade tribal considerada como nação.  A palavra tem a conotação de homogeneidade racial.
4 Carroll Quigley, The Anglo-American Establishment, G S G & Associates, California, 1981
5 Estaria aí um embrião do Project Syndicate amplamente comentado por Derosa nos capítulos finais deste livro?
6 Sempre que não houver fonte das citações, estas são referências ao texto do livro.
A “des-educação” moderna faz exatamente o oposto: estimula a onipotência da criança, não frustra, oferece um mundo falso que não a prepara para, na adolescência e na idade adulta, um mundo real inevitavelmente frustrante. Mas há um terrível engano nesta proposição: ao alegar não frustrar consegue é uma frustração de outra ordem e muito pior, ao negar-lhe a noção de autoridade de que carece.
8 Interessante notar a universalidade desta prática: com a vitória do BREXIT os inconformados globalistas exigem que o Parlamento Britânico ignore a vontade dos eleitores britânicos que (se expressaram por 52% a 48%) para retirar o Reino Unido da União Europeia (UE).
9 Como foi demonstrado por Alan Sokal & Jean Bricmont, Imposture Intelectuelles, Ed Ódile Jacob, 1997, com as considerações feitas por Oalvo de Carvalho no artigo Sokal em Portugal”.
10 Prefiro não usar a palavra capitalismo, usada por Marx para caracterizar que na economia de mercado o capital explora o trabalho por se apossar dos lucros, que também maliciosamente chamou mais valia.
11 Há quem negue que o PT seja comunista por causa de um preciosismo de linguagem: eles não se denominam comunistas, e por uma visão antiquada do comunismo teórico que defendia a expropriação e estatização total da economia. Isto é o que o comunismo, na prática, só fez em situações adversas. Acrescente-se um desconhecimento do que trata este livro: este comunismo, que existiu teoricamente, acabou-se em Frankfurt e na Casa Penal Especial de Turi.
12 The Fateful Hoaxing of Margaret Mead: a historical view of her Samoan research, Westview Press: 1999
13 Boas teve, indiretamente, influência de Marx: o maior amigo de sua mãe, Abraham Jacobi, enviou para ela e outra irmã o Manifesto Comunista em 1851. Foi para este “tio” Jacobi que Boas escreveu em 1882 sobre a “enorme transformação intelectual que havia sofrido”.
14 Double Lives: spies and writers in the secret soviet war of ideas against the West, Stephen Koch, Free Press, 1994
15 Crowley está bem vivo no Brasil na “Sociedade Alternativa” fundada por Paulo Coelho e Raul Seixas
16 Declaração a M. Alfred Alexander, publicada em The Medium and Daybreak, Londres 1893, p. 23. (cit. em René Guénon, El Teosofismo)
17 Discurso de encerramento do Congresso dos livre pensadores, realizado em Bruxelas, 1880. (idem)
18 Refiro-me aqui como em todo o texto exclusivamente ao mundo Ocidental, como creio que Derosa também o faz.
19 Oscar Silva-Valladares, The Brexit and How Democracy Works in Mysterious Ways, Geopolitical Monitor, June 30, 2016 (em tradução de William Uchoa)
15 de setembro de 2016
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