Não há nada muito diferente daquilo que já sabíamos. A cleptocracia estabelecida pelo PT recebeu um novo nome por Deltan: propinocracia. A apresentação também deixou claro que Lula comandava um esquema de perpetuação no poder, tendo por base a corrupção levada a uma escala inédita. Também por isso, “nunca antes neste país” se viu uma manifestação tão contundente do MPF contra um político. Uma verdadeira demolição.
Lula foi denunciado no seguinte catálogo de crimes:
Corrupção ativa (art. 333, caput e p. único, CP);
Corrupção passiva (art. 317, caput e § 1º c/c o art. 327, § 2º,
Lavagem de dinheiro (art. 1º c/c o art. 1º § 4º, Lei nº 9.613/98)
Assim que Moro aceitar a denúncia, Lula, sua esposa e mais seis denunciados terão R$ 87 milhões bloqueados na justiça, devendo, além disso, ressarcir os cofres públicos em outros R$ 87 milhões. A paulada, como se vê, foi forte. E merecida.
Mas o que fica, após a demolição desta quarta, é que uma das mais relevantes narrativas do PT se converteu em piada. Para tentar luta contra o impeachment – sem sucesso – os petistas criaram o lema: “e o Cunha?”. Enquanto isso, os defensores da liberdade jamais saíram as ruas em favor do ex-presidente da Câmara. Ao contrário dos petistas, não temos bandidos de estimação.
Todavia, o questionamento sobre Cunha já perde o sentido, pois, a partir do momento em que Lula está denunciado formalmente pelo MPF, vemos que o ex-presidente da Câmara é apenas o peão em um tabuleiro. Já Lula foi claramente definido como o chefe de todo esquema. Não demorou para que o termo “trombadinha” fosse aplicado, nas redes sociais, a Eduardo Cunha. Ou até “ladrão de galinha”.
Assim, como chefe do esquema, é Lula quem deve explicações a todos nós a respeito de Eduardo Cunha. É como fazemos em todas as organizações. Para saber do desempenho de alguém, vamos falar com o chefe desta pessoa. Todas as explicações sobre os crimes de Eduardo Cunha devem ser direcionadas ao ídolo dos petistas.
Ontem não vimos apenas a morte política de Lula, mas também o sepultamento de uma das mais estratégicas narrativas do PT, dado que esta é a pergunta que resta para o momento: “Mas e o Lula?”.
15 de setembro de 2016
ceticismo político
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