"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

A HIPOCRISIA DO JORNALISMO BRASILEIRO

Desabafos anônimos escancaram a hipocrisia do jornalismo brasileiro

Os próprios jornalistas confirmam que seus veículos não fazem o que defendem em suas pautas

Um formulário do Google Docs acessível a qualquer um, com algumas perguntas, nenhuma delas buscando nomes ou formas de contato. E um link para o acompanhamento das respostas. O formato é ideal para desabafos. Num primeiro experimento, publicitários comentaram a rotina de trabalho enfrentadas em suas agências. Dias depois, as principais redações do país viraram o alvo.

Há bastante reclamação quanto à estrutura dos principais jornais do Brasil. “Paga mal e banheiro fede amônia de 100 anos de mijo velho seco“, diz um deles. “O fretado fede escrotamente e a comida é lavagem“, diz outro. “A oitava praga do Egito“, lamenta um funcionário de um grupo religioso. “O café é a coisa mais horrorosa que meus lábios já sentiram“, conclui um outro anônimo.

Exageros de lado, sobram denúncias sérias que escancaram a hipocrisia de publicações que vivem a martelar pautas contrárias às próprias práticas. Respeito à CLT é exceção. Em alguns casos, motivo para promoção. Há quem chegue a falar em “trabalho escravo”. Exagero, claro. Mas o assédio moral é uma constante. Até mesmo o assédio sexual é bastante citado. Tudo acobertado por RHs coniventes.

A interferência política também está lá. Numa publicação, o capslock é ativado para se confirmar que todos os funcionários são de esquerda. Noutra, que profissionais com visão política destoante do viés esquerdista do veículo passam sufoco. Num terceiro caso, diz-se que o conchavo político rola solto, e é fácil acreditar, pois se trata de uma redação que até visita da Polícia Federal já recebeu. Um quarto gigante das notícias adora receber políticos fora da agenda.

Mas salta aos olhos a incoerência dos próprios denunciantes. Ao reclamarem do descumprimento da lei por seus patrões, só o fazem por intermédio do anonimato, algo vedado na mesma Constituição que garante liberdade de expressão ao povo brasileiro. Postura que se faz ainda mais merecedora de críticas ao se confirmar que são justo eles os profissionais que dominam as ferramentas de comunicação mais poderosas do país.

Não à toa, o jornalismo brasileiro permanece no sufoco. E levando seguidas surras de amadores na web.


15 de setembro de 2016
ápyuscom

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