"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

O EXEMPLO DE ITAMAR FRANCO, QUE MICHEL TEMER NÃO SEGUIU

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É conhecido o episódio da chegada de Itamar Franco ao poder. Ao receber a comunicação de que substituiria Fernando Collor na presidência da República, declarou ser inaceitável um regime que não levasse a todos os cidadãos os benefícios da civilização e da cultura. Instalado no palácio do Planalto, dispensou todos os ministros e reuniu os dirigentes dos  partidos políticos nacionais. Apenas o Lula negou-se a permitir que o PT comparecesse.
Itamar declarou que renunciaria caso não tivesse o apoio de todos. Ninguém saltou de banda, ficando os companheiros isolados. Foi composto um governo de coalizão mas jamais de imposição ou barganha. O novo presidente selecionou os melhores, dentro dos partidos e seu governo, logo depois transformado em permanente, é até hoje considerado o melhor, desde a redemocratização.
Lembra-se a experiência de tantos anos para se estabelecer a comparação: o afastamento de Dilma Rousseff seguiu o modelo do acontecido com Fernando Collor.  Ambos se viram punidos pela falta de diálogo com o Congresso e pela presunção e arrogância no exercício do poder.
CHANTAGENS – O problema é que a fórmula adotada por Itamar já tarda para Michel Temer, que se mudou todo o ministério de Dilma, não conseguiu compor um governo sob seu comando. Curvou-se às imposições dos partidos, que pressionam e vivem de chantagem sobre o presidente da República. Estabeleceram um mecanismo longe de favorecer a unidade administrativa, pois empenhado em disputas menores, mesquinhas e egoístas.
Ainda há tempo para Temer rever a experiência de Itamar e, de acordo com as circunstâncias,  seguir-lhe o exemplo

15 de setembro de 2016
Carlos Chagas

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