As revelações feitas pela Operação Acarajé, a mais recente fase da Lava Jato, têm potencial para turbinar a investida da oposição contra a presidente Dilma Rousseff no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e complicar o caminho do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), rumo à eleição municipal deste ano.
Desde o início da ação no TSE, proposta pelo PSDB ainda em 2014, os adversários de Dilma e do PT contavam com eventuais descobertas da investigação para reforçar a tese de abuso do poder econômico na campanha eleitoral que reelegeu a petista. Nesta segunda-feira, 22, ela vieram: a Lava Jato diz que o marqueteiro João Santana recebeu no exterior dinheiro desviado da Petrobrás para fazer campanhas eleitorais dos petistas.
Santana foi o responsável pelas campanhas vitoriosas de Lula, em 2006, de Dilma, em 2010 e em 2014, e de Haddad, em 2012.
RECURSOS ILÍCITOS
Apesar de os petistas alegarem desconhecer a maneira como o partido pagou o marqueteiro nessas campanhas, ficará difícil para eles – e para o TSE – negar o desequilíbrio econômico das disputas e sua contaminação pelo uso de recursos ilícitos se ficarem comprovadas as suspeitas da Lava Jato.
Na semana passada, o Brasil foi informado de que o juiz Sérgio Moro compartilhou com o TSE provas obtidas pela Lava Jato referentes ao uso de dinheiro ilícito em campanhas do PT e a Lava Jato bateu na porta no Planalto. Com as revelações desta segunda-feira, pode-se dizer que a porta foi definitivamente arrombada.
23 de fevereiro de 2016
Alberto BombigEstadão
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