"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

NESTA QUINTA-FEIRA, VAMOS SABER COMO ESTÃO AS CONTAS DO PÁIS


Nesta quinta-feira, será possível ter a noção exata de como andam as contas do governo. O Tesouro Nacional apresentará os números de junho e do primeiro semestre. Nos cálculos de Maurício Molan, economista-chefe do Banco Santander, o rombo no mês passado foi de R$ 3,2 bilhões, devido ao fraco desempenho da arrecadação, à resistência de queda de gastos e ao pagamento de parte dos subsídios do Programa de Sustentação do Investimento (PSI). No acumulado do primeiro semestre, o saldo será próximo de zero.
Com isso, acredita ele, o resultado primário do setor público consolidado (União, estados e municípios) será deficitário em R$ 500 milhões em junho, mesmo com o esperado superavit de R$ 2,7 bilhões dos governos regionais. A se confirmarem esses números, o deficit primário recuará levemente, de 0,68% para 0,60% do PIB. Já o resultado nominal (que inclui os gastos com juros) deverá continuar em alta, batendo em espantosos 8,0% do PIB.
Também mostrará piora a relação entre dívida e PIB, já que as despesas com juros estão em disparada. A dívida líquida, segundo Molan, baterá em 33,9% do PIB e a bruta, em 62,8%. Todos esses indicadores mostram o quanto as finanças do país estão desajustadas. Mesmo com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tentando fazer um ajuste convincente, prometendo uma meta de superavit maior, a situação já era de calamidade. Imagine como elas ficarão, agora, com a frouxidão anunciada na última quarta-feira. Não é à toa que os investidores estão tão desconfiados.
TOMBO DE 6% DO PIB
O economista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, diz que as condições econômicas e políticas do Brasil se deterioraram acentuadamente nos últimos meses. Ele ressalta que os dados da atividade sugerem que a recessão se aprofundou e o PIB caiu a um ritmo anualizado de 6% no segundo trimestre.
Rostagno ressalta que o quadro atual é de dar depressão. A taxa de desemprego ajustada atingiu, em junho, o maior nível em quase cinco anos (6,5%), com o corte de empregos formais nos últimos 10 meses. O nível de confiança das empresas (indústria, comércio, construção e serviços) e dos consumidores está no chão e a inflação, acima de 9%.
O economista do Mizuho acredita que, com a nova meta fiscal, o Brasil não conseguirá estabilizar a relação entre a dívida e o PIB até 2018, como promete o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já que aquele ano será de eleições, períodos em que a política fiscal costuma ser frouxa.
DOIS ANOS DE RECESSÃO
Sendo assim, destaca Rostagno, o risco de o Brasil perder o grau de investimento aumentou significativamente, o que levará os investidores a adotarem uma postura mais cautelosa em relação ao país, fazendo com que a cotação do dólar feche este ano em R$ 3,50 e salte para R$ 3,80 em 2016, tornando a atual recessão mais profunda e prolongada. Ele prevê que o PIB cairá 2,1% em 2015 e 0,7% no próximo ano.

29 de julho de 2015
Vicente Nunes
Correio Braziliense

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