"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

A TRAMA DA FARSA DA CPI DA PETROBRAS OCORREU DENTRO DO GABINETE DE GRAÇA FOSTER, A PRESIDENTE DA ESTATAL

 
Graça Foster, a "presidenta" da Petrobras.
A reunião em que se tramou a fraude nos depoimentos à CPI da Petrobras no Senado - cuja gravação foi revelada por VEJA nesta semana - ocorreu no gabinete da presidente da companhia, Graça Foster, em Brasília, informa o jornal O Estado de S. Paulo. A sala de reuniões integra o gabinete e o acesso é restrito a servidores da alta cúpula da estatal. O espaço é usado por Graça para receber autoridades e fazer reuniões com assessores.
O gabinete da presidente ocupa todo o segundo andar do prédio da Petrobras na capital federal. Reportagem de VEJA revela que governistas engendraram esquema para treinar os principais depoentes à comissão de inquérito, repassando a eles previamente as perguntas que seriam feitas pelos senadores e indicando as respostas que deveriam ser dadas.
 
Participaram do encontro o chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José Eduardo Sobral Barrocas, o advogado da empresa Bruno Ferreira e Leonan Calderaro Filho, chefe do departamento jurídico do escritório da Petrobras em Brasília. O objetivo do encontro era tramar a fraude no Congresso. 

Barrocas revela no vídeo que um gabarito foi distribuído aos depoentes mais importantes para que não entrassem em contradição. Paulo Argenta, assessor especial da Secretaria de Relações Institucionais, Marcos Rogério de Souza, assessor da liderança do governo no Senado, e Carlos Hetzel, secretário parlamentar do PT na Casa, são citados como autores das perguntas que acabariam sendo apresentadas ao ex-diretor Nestor Cerveró, apontado como o autor do “parecer falho” que levou a estatal do petróleo a aprovar a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, um negócio que impôs prejuízo de pelo menos 792 milhões de dólares à empresa.

Segundo conta Barrocas, Delcídio Amaral (PT-MS), ex-presidente da CPI dos Correios, encarregou-se da aproximação com Cerveró. Relator da comissão, José Pimentel (PT-CE), a quem respondem Marcos Rogério e Carlos Hetzel, formulou 138 das 157 perguntas feitas a Cerveró na CPI e cuidou para que o gabarito chegasse ao ex-presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli. 
 
Procurada, a estatal não respondeu ontem aos questionamentos do jornal a respeito do uso do gabinete da presidente Graça Foster. Pessoas que convivem com os dois disseram à reportagem que Barrocas é fiel a Graça e não toma decisões mais complexas envolvendo a Petrobras sem o aval da chefe.
 
A coluna Radar, de Lauro Jardim, informou nesta segunda-feira que José Eduardo Dutra, ex-presidente da estatal e ex-presidente do PT, foi pessoalmente ao Congresso coletar as perguntas. Dias antes da instalação da CPI, em maio, Dutra esteve no Senado, onde se reuniu com assessores do PT, do PMDB e da liderança do governo no Congresso. Além da turma de técnicos do Legislativo, estava presente Paulo Argenta, autor de parte das perguntas que chegaram às mãos dos que deveriam ser os alvos da colegiado. Hoje Dutra é diretor da Petrobras.
 
O líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), protocolou na segunda requerimentos de convocação para que o ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini (PT), compareça ao Congresso para explicar o envolvimento de um funcionário da pasta no caso. Os requerimentos foram apresentados nas comissões de Fiscalização Financeira e Controle, de Minas e Energia e no próprio plenário da Casa. Fontes disseram ao jornal O Estado de S. Paulo que a cúpula da Petrobras desconfia que a gravação foi feita pelo advogado Bruno Ferreira. Na segunda, ele chegou a ser sabatinado na estatal sobre sua suposta participação no caso.
 
'Simulações' - Em nota, a Petrobras tentou minimizar o episódio e afirmou que "tomou conhecimento das perguntas que norteiam os trabalhos das CPI e CPMI da Petrobras através do site do Senado Federal". A justificativa de que os funcionários da estatal estariam apenas fornecendo informações básicas aos investigados é desmentida pela própria gravação. No vídeo, Barrocas diz em alto e bom som que a estratégia de combinação de perguntas e respostas já havia sido usada em 20 de maio, quando Graça depôs na CPI da Petrobras no Senado. Do site de Veja
 
05 de agosto de 2014
in aluizio amorim

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