Aproveito o espaço para discordar de alguns “pensadores” e “intelectuais” que acreditam que, ao se libertar (ou não se prender) um bandido pobre, se estará fazendo justiça social pelo fato de o bandido rico não ficar preso no Brasil. Quanta alienação!
O que esse pessoal tem que fazer é lutar pelo fim da impunidade em todos os níveis, lutar pela prisão do bandido rico e para que ele fique preso ao lado do bandido pobre, já preso, e não querer libertar este! Afinal, bandido é bandido, independente da classe social: enquanto uns assaltam nas paradas de ônibus, outros furtam a Previdência e o BNDES.
No entanto, o fato do bandido pobre “roubar” menos não significa que ele seja mais honesto do que o outro. Apenas não teve oportunidade, pois, se tivesse, fraudaria a Previdência da mesma forma. Ser fosse eleito deputado, com certeza seria um deputado ladrão. Da mesma forma, se o bandido rico perder a sua fortuna, provavelmente agirá tal qual o seu semelhante de caráter, parasita do andar de baixo!
Como insetos em uma árvore, cada um atua no seu extrato social; enquanto uns cortam as folhas, outros perfuram o caule e outros sugam a raiz, mas todos são pragas que devem ser combatidas com o mesmo rigor, com a mesma seriedade.
ESTEREÓTIPOS
É preciso acabar com essa imagem que todo homem nasce santo, que todo pobre é bonzinho e que todo o rico é mau e, de preferência, coronel, latifundiário e escravagista.
É preciso saber que o bandido pobre furtou apenas o toca-CDs e não levou o carro inteiro para o desmanche porque não coube no bolso e porque era mais difícil, e não por piedade do proprietário!
É preciso saber que o assaltante que roubou apenas o colar de ouro da turista não pegou todos os seus pertences por falta de oportunidade e não por ter ficado com a “consciência pesada”. Talvez, se lhe fossem dados meios de arrombar o cofre da Caixa Econômica, com certeza não sairia de lá só com um anel de ouro!
Soltar o bandido pobre porque o Estado não consegue prender o bandido rico é trilhar o caminho inverso da civilidade e caminhar rumo à barbárie. Ainda mais em um país sem justiça e onde o Poder Judiciário não passa de um cabide de empregos para uma linhagem de faraós.
26 de fevereiro de 2014
Francisco Vieira
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