Há 3 dias o Jornal Nacional trouxe um furasso sobre o prejuízo causado pelo desconto da nafta dado pela Petrobras na Brasken.
Ninguém sabe, nem o JN, que é via Nafta que a Lava Jato vai pegar Dilma.
Vou primeiro verberar o que relataram o JN e o G1:
“Um relatório de investigação interna da Petrobras mostra que a estatal ficou no prejuízo em um contrato com a Braskem, que é uma empresa petroquímica do grupo Odebrecht em sociedade com a Petrobras. O Jornal Nacional teve acesso a este documento.
Segundo dois delatores da Operação Lava Jato, Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, a Braskem pagou propina para ser beneficiada no contrato com a Petrobras.
Em 2009, a Braskem assinou um contrato com a Petrobras para comprar nafta. Porém, o negócio virou alvo de investigação em março deste ano. Nafta é um produto essencial para fazer plástico, e é a Petrobras que vende nafta no Brasil.
Uma comissão interna da Petrobras foi criada para estudar o contrato e concluiu que a estatal foi prejudicada porque a Braskem acabou pagando um valor abaixo do preço de mercado. O relatório da comissão diz que o contrato foi encaminhado para a aprovação da Diretoria Executiva da Petrobras por orientação de Paulo Roberto Costa, sem qualquer estudo que comprovasse a sua viabilidade econômica para a Petrobras.
O Ministério da Fazenda aprovou, atraves da Receita Federal a desoneração dos impostos da Brasken
Costa era diretor de Abastecimento na época, área responsável pela venda de nafta. O documento aponta ainda que houve pelo menos negligência de Paulo Roberto Costa e que isso levou ao favorecimento da Braskem, mas que não foi possível calcular o tamanho do prejuízo causado à Petrobras.
Atualmente, Costa cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro. Ele já foi condenado em ação penal originada na Operação Lava Jato.
Em depoimento à Polícia Federal, nesta semana, em Curitiba, Costa confirmou que participou de reuniões com Alexandrino Alencar, então diretor da Odebtecht, grupo do qual faz parte a Braskem, e com o deputado José Janene (PP-PR), que morreu em 2010. Alencar está preso na carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba, desde junho. Ele foi detido na 14ª fase da Operação Lava Jato.
Segundo o delator, nessa época a Braskem já pagava, por ano, um valor em torno de US$ 5 milhões ao PP, sendo parte repassada a ele, Paulo Roberto Costa. Esses pagamentos se mantiveram até o ano passado, quando Costa foi preso.
Vejam o que a mídia ribombou no começo de janeiro de 2014: a Braskem comemorou a desoneração da Dilma :
Depois de um 2012 avaliado como difícil, a Braskem, uma das 10 empresas que integra o Polopetroquímico do ABC, comemora as conquistas de 2013. O balanço final só será divulgado em março, pelo fato de ser uma empresa de capital aberto.
Porém, os levantamentos trimestrais já servem de base para sustentar que o ano passado foi de avanços. A principal conquista, segundo o gerente de relações institucionais, Flávio Chantre, se deve ao posicionamento do governo federal.
“A criação de um regime especial para a indústria química culminou em uma desoneração fiscal importante”, destaca. A lei, 12.859/13 , publicada no Diário Oficial da União em setembro, institui um crédito presumido que desonera as contribuições de PIS/Pasep e Cofins de diversos insumos do setor químico e petroquímico nacional.
Chantre destaca também a reconquista do mercado de resina plástica, tendo em vista que a Braskem atua nas duas gerações. Segundo ele, o o ABC é “fundamental” para a Braskem. “Aqui temos o primeiro Polopetroquímico, que teve início em 1971”, pontua.
A Braskem tem atuação também no Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Sul. Só no ABC são mais de 1 mil postos de trabalho.
Lembro que em fevereiro passado a Braskem começou a ruir, por conta da Lava Jato:
“A empresa de petroquímicos Braskem registrou prejuízo líquido de 24 milhões de reais no quarto trimestre diante de piora no resultado financeiro, e disse que o cenário de curto prazo é de cautela no mercado petroquímico.
A companhia apontou um resultado neutro para o mesmo trimestre de 2013, sem perdas ou ganhos, contrastando com lucro de 15 milhões de reais divulgado anteriormente para o período.
No último trimestre de 2014, a última linha do balanço foi afetada por pior resultado financeiro líquido: a linha ficou negativa em 721 milhões de reais no período, contra 460 milhões um ano antes, avanço diretamente relacionado à exposição líquida da companhia ao dólar, que se valorizou no período.
Por outro lado, a geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da Braskem somou 1,359 bilhão de reais, alta anual de 17 por cento, puxada pelo aumento da receita e por ganhos obtidos com a quitação integral do parcelamento do Refis no trimestre.
A receita líquida de vendas da companhia subiu 8 por cento na comparação anual, a 11,61 bilhões de reais, beneficiada pela depreciação do real no período. Em dólares, houve recuo de 4 por cento em mesmas bases, refletindo, segundo a Braskem, a redução de preços no mercado internacional.
"Conforme esperado, os preços de petroquímicos passaram a acompanhar a tendência de queda observada nos preços de nafta, que seguiram em linha com a dinâmica do mercado de petróleo”, disse a empresa.
“Todavia, espera-se que a melhora da economia global continue a influenciar positivamente a demanda e a rentabilidade do setor”, completou. “
Sorry o pleonasmo, agora, enfim, nosso grand finale: a Lava Jato vai pegar Dilma por causa da nafta.
Foi por ordem e mando dela que o Ministério da Fazenda aprovou, via Receita Federal, a desoneração de impostos da Braskem.
É essa a próxima página do livro dos escândalos, anotem.
21 de julho de 2015
Claudio Tognolli
Ninguém sabe, nem o JN, que é via Nafta que a Lava Jato vai pegar Dilma.
Vou primeiro verberar o que relataram o JN e o G1:
“Um relatório de investigação interna da Petrobras mostra que a estatal ficou no prejuízo em um contrato com a Braskem, que é uma empresa petroquímica do grupo Odebrecht em sociedade com a Petrobras. O Jornal Nacional teve acesso a este documento.
Segundo dois delatores da Operação Lava Jato, Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, a Braskem pagou propina para ser beneficiada no contrato com a Petrobras.
Em 2009, a Braskem assinou um contrato com a Petrobras para comprar nafta. Porém, o negócio virou alvo de investigação em março deste ano. Nafta é um produto essencial para fazer plástico, e é a Petrobras que vende nafta no Brasil.
Uma comissão interna da Petrobras foi criada para estudar o contrato e concluiu que a estatal foi prejudicada porque a Braskem acabou pagando um valor abaixo do preço de mercado. O relatório da comissão diz que o contrato foi encaminhado para a aprovação da Diretoria Executiva da Petrobras por orientação de Paulo Roberto Costa, sem qualquer estudo que comprovasse a sua viabilidade econômica para a Petrobras.
O Ministério da Fazenda aprovou, atraves da Receita Federal a desoneração dos impostos da Brasken
Costa era diretor de Abastecimento na época, área responsável pela venda de nafta. O documento aponta ainda que houve pelo menos negligência de Paulo Roberto Costa e que isso levou ao favorecimento da Braskem, mas que não foi possível calcular o tamanho do prejuízo causado à Petrobras.
Atualmente, Costa cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro. Ele já foi condenado em ação penal originada na Operação Lava Jato.
Em depoimento à Polícia Federal, nesta semana, em Curitiba, Costa confirmou que participou de reuniões com Alexandrino Alencar, então diretor da Odebtecht, grupo do qual faz parte a Braskem, e com o deputado José Janene (PP-PR), que morreu em 2010. Alencar está preso na carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba, desde junho. Ele foi detido na 14ª fase da Operação Lava Jato.
Segundo o delator, nessa época a Braskem já pagava, por ano, um valor em torno de US$ 5 milhões ao PP, sendo parte repassada a ele, Paulo Roberto Costa. Esses pagamentos se mantiveram até o ano passado, quando Costa foi preso.
Vejam o que a mídia ribombou no começo de janeiro de 2014: a Braskem comemorou a desoneração da Dilma :
Depois de um 2012 avaliado como difícil, a Braskem, uma das 10 empresas que integra o Polopetroquímico do ABC, comemora as conquistas de 2013. O balanço final só será divulgado em março, pelo fato de ser uma empresa de capital aberto.
Porém, os levantamentos trimestrais já servem de base para sustentar que o ano passado foi de avanços. A principal conquista, segundo o gerente de relações institucionais, Flávio Chantre, se deve ao posicionamento do governo federal.
“A criação de um regime especial para a indústria química culminou em uma desoneração fiscal importante”, destaca. A lei, 12.859/13 , publicada no Diário Oficial da União em setembro, institui um crédito presumido que desonera as contribuições de PIS/Pasep e Cofins de diversos insumos do setor químico e petroquímico nacional.
Chantre destaca também a reconquista do mercado de resina plástica, tendo em vista que a Braskem atua nas duas gerações. Segundo ele, o o ABC é “fundamental” para a Braskem. “Aqui temos o primeiro Polopetroquímico, que teve início em 1971”, pontua.
A Braskem tem atuação também no Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Sul. Só no ABC são mais de 1 mil postos de trabalho.
Lembro que em fevereiro passado a Braskem começou a ruir, por conta da Lava Jato:
“A empresa de petroquímicos Braskem registrou prejuízo líquido de 24 milhões de reais no quarto trimestre diante de piora no resultado financeiro, e disse que o cenário de curto prazo é de cautela no mercado petroquímico.
A companhia apontou um resultado neutro para o mesmo trimestre de 2013, sem perdas ou ganhos, contrastando com lucro de 15 milhões de reais divulgado anteriormente para o período.
No último trimestre de 2014, a última linha do balanço foi afetada por pior resultado financeiro líquido: a linha ficou negativa em 721 milhões de reais no período, contra 460 milhões um ano antes, avanço diretamente relacionado à exposição líquida da companhia ao dólar, que se valorizou no período.
Por outro lado, a geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da Braskem somou 1,359 bilhão de reais, alta anual de 17 por cento, puxada pelo aumento da receita e por ganhos obtidos com a quitação integral do parcelamento do Refis no trimestre.
A receita líquida de vendas da companhia subiu 8 por cento na comparação anual, a 11,61 bilhões de reais, beneficiada pela depreciação do real no período. Em dólares, houve recuo de 4 por cento em mesmas bases, refletindo, segundo a Braskem, a redução de preços no mercado internacional.
"Conforme esperado, os preços de petroquímicos passaram a acompanhar a tendência de queda observada nos preços de nafta, que seguiram em linha com a dinâmica do mercado de petróleo”, disse a empresa.
“Todavia, espera-se que a melhora da economia global continue a influenciar positivamente a demanda e a rentabilidade do setor”, completou. “
Sorry o pleonasmo, agora, enfim, nosso grand finale: a Lava Jato vai pegar Dilma por causa da nafta.
Foi por ordem e mando dela que o Ministério da Fazenda aprovou, via Receita Federal, a desoneração de impostos da Braskem.
É essa a próxima página do livro dos escândalos, anotem.
21 de julho de 2015
Claudio Tognolli
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