"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

BC VAI TROCAR NOME DO RELATÓRIO FOCUS PARA RELATÓRIO BURACUS



(Estadão)Mais uma vez, o mercado financeiro revisou para baixo suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2015. A expectativa de retração de 1,70% no Relatório de Mercado Focus foi substituída por uma queda de 1,76% agora. Há um mês, a mediana das previsões estava negativa em 1,49%.

A perspectiva de recuperação da atividade no ano que vem também segue debilitada. Passou de 0,33% para 0,20% nesta segunda-feira. Vale lembrar que o BC revisou para pior sua projeção, de queda de 0,6% para retração de 1,1%. No Relatório Trimestral de Inflação de junho, a instituição informou que a mudança ocorreu em função de piora nas perspectivas para a indústria, cuja expectativa de PIB recuou de -2,3% para -3%.

Segundo o BC, essa piora foi influenciada por impactos das reduções projetadas para a indústria de transformação, de -3,4% para -6%, e para a produção e distribuição de eletricidade, água e gás, de -1,4% para -5,6%, refletindo cenário de aumento da participação de termoelétricas na oferta de energia e de redução do consumo de água no primeiro trimestre do ano. Para o setor de serviços, a autoridade monetária, que até março via uma ligeira expansão de 0,1% em 2015, passou a projetar queda de 0,8%.

No boletim Focus desta segunda-feira, a projeção para a produção industrial, no entanto, foi mantida em baixa de 5%. Já para 2016, a mediana das estimativas passou de +1,50%..

Inflação. Após três semanas seguidas de redução, a mediana das projeções para o IPCA de 2016 ficou estancada. O ponto central da pesquisa permaneceu em 5,40%. Há um mês, estava em 5,50%. O fim de 2016 é o foco da autoridade monetária neste momento, já que promete entregar a inflação no centro da meta daqui a pouco mais de um ano. Pelos cálculos da instituição revelados no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o IPCA ficará em 4,8% em 2016 no cenário de referência e em 5,1% no de mercado. A luta do BC no momento é tentar convencer o mercado de que chegará ao centro da meta em 2016.

Pela 15ª rodada consecutiva, porém, a estimativa para o IPCA deste ano avançou de 9,15% da semana anterior para 9,23% agora. No RTI de junho, o BC havia apresentado estimativa de 9% no cenário de referência e de 9,1% usando os parâmetros de mercado.

Para a inflação de curto prazo, foi visto mais um aumento das estimativas para o IPCA de julho na pesquisa Focus, que subiu de 0,50% para 0,58% de uma semana para outra. No caso de agosto, no entanto, a taxa estimada permaneceu em 0,30% no período.
As projeções para os preços administrados em 2015 voltaram a subir. A mediana passou de 15% para 15,10% agora. Para 2016, a expectativa no boletim Focus apresentada hoje sofreu uma redução, de 5,96% para 5,92%. Essas projeções são mais pessimistas que a do Banco Central. Segundo o último Relatório Trimestral de Inflação de junho, a autoridade monetária revisou de 11% para 13,7% sua expectativa para os preços administrados em 2015. 

Para 2016, a instituição manteve a previsão de alta de 5,3%, mesmo valor do relatório anterior, apresentado em março. A piora da projeção do BC considera variações ocorridas, até maio, nos preços da gasolina (9,3%) e do gás de bujão (4,3%) e previsões de redução de 3% nas tarifas de telefonia fixa e de aumento de 43,4% nos preços da eletricidade. Depois do recado duro enviado pelo diretor de Política Econômica do Banco Central, Luiz Awazu Pereira da Silva, o mercado financeiro manteve as expectativas para o comportamento da Selic esta semana. 

O consenso para os participantes do Relatório de Mercado Focus é o de que o Comitê de Política Monetária (Copom) elevará em meio ponto a taxa básica de juros, para 14,25% ao ano - atualmente a Selic está em 13,75% ao ano. O levantamento, no entanto, mostrou uma diminuição das projeções para o encerramento do ano. A estimativa de que a Selic vai encerrar 2015 em 14,50% ao ano, indicada por três semanas consecutivas, passou agora para 14,25% ao ano. 

Entre os economistas que mais acertam as projeções para o rumo da taxa básica de juros, o Top 5 no médio prazo, não houve mudanças para este ano: a Selic vai encerrar 2015 em 14,25%. Já para 2016, a mediana das previsões passou de 11,75% ao ano para 11,63%, o que denota uma divisão de opinião entre os componentes desse grupo.

Após uma semana de pausa, sem qualquer mudança no Relatório de Mercado Focus, o documento atualizado esta manhã pelo Banco Central, trouxe expectativa de alta para o dólar neste ano. A mediana das estimativas para o câmbio em 2015 passou de R$ 3,23 para R$ 3,25. Há quatro semanas, o ponto central da pesquisa estava em R$ 3,20.

27 de julho de 2015
in coroneLeaks

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