"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

NA CARTA AOS SENADORES, DILMA OUTRA VEZ SE DIZ VÍTIMA DE "INEQUÍVOCO GOLPE"



Dilma ainda não decidiu se vai pessoalmente ao Senado













A presidente afastada, Dilma Rousseff, pediu nesta terça-feira (16) a senadores que “não façam a injustiça” de condená-la por um crime que “não cometeu”, se disse mais uma vez vítima de um “inequívoco golpe” e defendeu a realização de um plebiscito para novas eleições e reforma política. Na carta aos senadores e ao povo brasileiro lida em um pronunciamento no Palácio da Alvorada, Dilma disse que, caso o impeachment seja consumado “sem crime de responsabilidade”, o Brasil estará sofrendo um “inequívoco golpe seguido de eleição indireta”.
“O colégio eleitoral de 110 milhões de eleitores seria substituído, sem a devida sustentação constitucional, por um colégio eleitoral de 81 senadores. Seria um inequívoco golpe seguido de eleição indireta”, afirmou a petista.
No documento, Dilma defendeu ainda a realização de um plebiscito para a realização de novas eleições e reforma política, com medidas como a fragmentação de partidos, moralização do financiamento das campanhas e mais poder aos eleitores. A questão da reforma política foi uma exigência dos movimentos sociais, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
“Estou convencida da necessidade e darei meu apoio irrestrito à convocação de um plebiscito para consultar a população sobre a realização de eleições e reforma política e eleitoral”, afirmou.
HUMILDADE – Dilma disse ainda que, no período em que esteve afastada do Palácio do Planalto, ouviu “críticas duras” a seu governo, que “erros foram cometidos” e “medidas não foram tomadas”. De maneira genérica, afirmou que “acolhe” essas críticas “com humildade e determinação”.
De acordo com senadores aliados, Dilma divulgou a carta aos parlamentares na tarde desta terça, enquanto fazia a leitura a jornalistas, o que irritou especialmente os petistas.
A presidente afastada não convidou nenhum dos senadores para estar ao lado dela durante a leitura do documento e estava acompanhada de cinco ex-ministros do PT: Jaques Wagner (Casa Civil), Aloizio Mercadante (Educação), Miguel Rossetto (Trabalho), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Eleonora Menicucci (Mulheres).
Dilma se disse “inocente” e afirmou que “jamais” encontrarão em sua trajetória “registro de desonestidade, covardia ou traição”. Nesse momento, aproveitou para fazer uma crítica velada ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e afirmou que não tem “conta na Suíça”.
‘SEM TIMING’ – Há semanas, aliados reclamam que Dilma “perdeu o timing” da divulgação da carta e que, agora, o documento não terá mais valor em troca de votos no julgamento final do impeachment, marcado para começar em 25 de agosto.
A presidente afastada fez diversas versões do documento que, inicialmente, tinha cinco páginas. Na quarta-feira (10), em almoço com senadores no Alvorada, pediu mais seis dias para finalizar o texto, que contaria, segundo ela, com novos ajustes.
Dilma queria retirar principalmente sugestões do senador Cristovam Buarque (PPS-DF), que opinou sobre o documento, mas acabou fazendo discurso a favor do impeachment na sessão no Senado que tornou a petista ré.
A defesa do plebiscito para novas eleições contraria a opinião do presidente nacional do PT, Rui Falcão, que já se declarou publicamente contra a consulta popular.
17 de agosto de 2016
Marina Dias
Folha

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