Com base nesta argumentação sobre existência de um complô, os petistas alegam que diferentes instituições estariam unidas contra Lula, como a Polícia Federal, o Ministério Público paulista, a Procuradoria da República, a Justiça como um todo, a oposição e a mídia, com a Rede Globo à frente, claro. Desta vez, só esqueceram de citar as famosas “zelites”, que sempre estão disponíveis e podem se encaixar em qualquer discurso de teor persecutório.
Para dar força à esta teoria conspiratória, o ex-ministro da Justiça Tarso Genro falou até num aparelhamento das corporações policiais e judiciárias. Confiram suas palavras: “À medida que as investigações e os processos contra a corrupção começam a ser aparelhados com finalidade política, eles se tornam um desserviço à democracia e se prestam, apenas, para tentar preparar o caminho para um Berlusconi brasileiro, como ocorreu na Itália” – declarou o criativo petista gaúcho.
MOVIMENTOS SOCIAIS
Em São Paulo, após a calorosa reunião de Lula com a Comissão Executiva Nacional, que teve a presença de mais de cem pessoas na sede do Diretório do PT, os chamados movimentos sociais decidiram organizar manifestações no maior número possível de cidades.
“Está caindo o véu de um estado de exceção que está se implantando no Brasil, comandado por setores da comunicação, especialmente a Rede Globo, em conluio com o Judiciário“, disse Washington Quaquá, presidente do PT fluminense e prefeito de Maricá, que já conseguiu agendar para domingo, às 10h, um ato em frente à Rede Globo, no Rio de Janeiro.
Como sempre, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) foi uma das primeiras entidades a aderir, imediatamente emitiu uma conclamação pública para que haja uma ação organizada e permanente, que unifique todos os movimentos sociais e articule uma atuação verdadeiramente conjunta. A ideia é criar a “Frente Ampla em Defesa de Lula”, a partir das CUTs estaduais e dos sindicatos filiados à central.
É SÓ PERSEGUIÇÃO
Segundo a direção da CUT, em nota divulgada pela internet, os suspeitos de sempre são “os grandes meios de comunicação, a Polícia Federal, o Ministério Público e a oposição”, além de uma “suposta delação feita pelo senador Delcídio Amaral”. Ou seja, Lula estaria sendo perseguido sem motivo algum, como se a situação complicada em que encontra nada tenha a ver com o esquema de corrupção das estatais nem com a inexplicável aquisição do sítio e do triplex.
A esse respeito, ao discursar na sede do PT após ser interrogado pelos federais, o próprio Lula tocou no assunto, para se mostrar perseguido. “Todo mundo pode ter um amigo que tenha uma casa de praia ou um sítio. Menos essa merda desse metalúrgico aqui”, afirmou, pateticamente.
DEFESA DA CORRUPÇÃO
Palavras, o vento leva. O problema maior são as ações. E não há a menor dúvida de que Lula, o PT e o próprio governo estão incentivando uma perigosa radicalização popular, que ninguém sabe o que pode provocar. A iniciativa é alegadamente em prol da integridade do líder petista, mas na prática acaba sendo um insensato movimento em defesa do maior esquema institucionalizado de corrupção já implantado no mundo.
A contradição é flagrante. Não foi sem motivos que os jornais dos mais diferentes países imediatamente noticiaram a condução coercitiva de Lula, que já passou a ser um dos políticos mais desmoralizados do planeta. Aliás, seria curioso saber agora a reação dos reitores das prestigiadas universidades que inadvertidamente lhe conferiram títulos de “honoris causa”, sem ter a mínima ideia sobre a patologia da personalidade desse estranho político brasileiro, fazendo com que ele se tornasse o único “doutor” do mundo que jamais leu um livro.
Recordar é viver: recentemente, Lula anunciou ter lido seu primeiro livro, a biografia de Abraham Lincoln. Para confirmar a leitura, citou aos jornalistas o que ocorrera quando o presidente americano aguardava uma mensagem telegráfica. Ao descrever a cena, Lula disse que Lincoln estava no “telex”, ao invés de telégrafo, vejam só o tamanho de sua ignorância. Na verdade, esta declaração acabou demonstrando que Lula jamais lera o livro, porque a cena descrita não existe na biografia de Lincoln, foi criada pelo roteirista Tony Kushner para o premiado longa de Steven Spielberg.
Ou seja, o marqueteiro João Santana fez Lula assistir ao DVD do filme e mandou que ele dissesse ter lido a biografia. E deu tudo errado, porque, como dizia Lincoln, não se pode enganar a todos o tempo todo.
05 de março de 2016
Carlos Newton
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