Ao cumprir os mandados de busca e apreensão na sede do Instituto Lula, em São Paulo, a Polícia Federal e a Receita Federal encontraram indícios de que o local pode ter sido esvaziado. Gavetas e armários estavam praticamente vazios e não foram localizados, por exemplo, agendas, documentos impressos ou mesmo papéis com anotações, que geralmente fazem parte do dia a dia de uma empresa.
O material mais farto estava nos computadores. A expectativa é de que, se houve remoção de documentos, eles possam ser encontrados nos demais locais alvos de buscas nesta 24a fase da Operação Lava Jato, entre eles endereços de familiares do petista.
Nesta sexta-feira, procuradores da Lava Jato afirmaram que houve vazamento da operação, o que está sendo investigado.
Todo material apreendido na operação será levado para o escritório de Inteligência da Receita Federal em São Paulo, quando será feita a análise das informações. O Instituto Lula, fundado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é presidido pelo petista Paulo Okamotto. Os dois foram alvos de mandados de condução coercitiva, prestaram depoimento e já foram liberados. Lula é suspeito de ter recebido vantagens indevidas de empreiteiras investigadas na Lava Jato por corrupção por meio do instituto.
NOTA DO INSTITUTO
Em nota divulgada nesta sexta-feira, o Instituto Lula informou que o ex-presidente jamais ocultou patrimônio ou recebeu vantagem indevida “antes, durante ou depois de governar o País”. A entidade assegurou que o petista nunca se envolveu direta ou indiretamente em qualquer ilegalidade.
“A violência praticada nesta manhã – injusta, injustificável, arbitrária e ilegal – será repudiada por todos os democratas, por todos os que têm fé nas instituições e do estado de direito, no Brasil e ao redor do mundo, pois Lula é uma personalidade internacional que dignifica o País, símbolo da paz, do combate à fome e da inclusão social”, diz a nota.
05 de março de 2016
Andreza Matais
Estadão
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