"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

CONFIRMADO: DOLEIRO YOUSSEF ATUOU TAMBÉM NO MENSALÃO



 
A ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Poza, afirmou nesta quarta-feira (8) que buscou dinheiro com um jornalista ligado ao PT para pagar a multa pela condenação no mensalão de Enivaldo Quadrado, para quem a contadora trabalhava. Segundo Meire, ela foi neste ano três vezes à casa do jornalista Breno Altman buscar parcelas de R$ 15 mil a pedido de Enivaldo Quadrado, operador do mercado financeiro que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal por ter distribuído dinheiro do mensalão no início do governo Lula e que mais tarde passou a trabalhar para o doleiro.
Procurado pela reportagem, Altman, que é filiado ao PT de acordo com a Justiça Eleitoral, negou ter entregado o dinheiro a Meire e classificou suas declarações de “fantasiosas”.
“O sr. Enivaldo Quadrado me pediu para receber R$ 15 mil, que era um valor que ele recebia de um jornalista chamado Breno Altman, em que ele [Enivaldo] dizia que era o PT pagando a multa dele no mensalão”, afirmou Meire, durante depoimento à CPMI da Petrobras nesta quarta. E completou:
“Ele me pediu que fosse buscar na casa do senhor Breno Altman, em São Paulo. Como Enivaldo mora em Assis (interior de São Paulo), ele não podia ir e me pediu que eu fosse lá buscar os valores. Eu entreguei esse dinheiro para o Enivaldo depois. Peguei sempre no último dia do mês ou no início do outro mês. Primeiro ele me entregou uma pasta, depois entregou um envelope”, disse.
AMIGO DE DIRCEU
“É curioso porque Enivaldo operava na Bônus Banval para o PP, cujo principal nome era Janene que curiosamente indicou Paulo Roberto para a Petrobras e que era amigo de Dirceu”, afirmou o deputado Ônyx Lorenzoni, que mostrou uma foto de Altman ao lado de José Dirceu para confirmar que era ele mesmo a pessoa a quem ela se referia.
Quadrado era sócio da corretora Bônus-Banval que atuou para distribuir dinheiro do mensalão. Ele foi condenado a pagar 300 salários mínimos, além de prestar serviços comunitários. Quadrado foi quem apresentou Meire a Alberto Youssef.
Segundo Meire, o restante do dinheiro para quitação da multa continuaria sendo paga por Altman. Foi por meio de Enivaldo que Meire diz ter conhecido Youssef e ter começado a trabalhar para o doleiro, investigado na Operação Lava Jato da Polícia Federal.
“ATIVIDADES NO EXTERIOR”
Procurado, o jornalista afirmou que tem relações com Enivaldo Quadrado desde os anos 90 e que ele foi duas vezes a sua casa acompanhado de Meire Poza, apresentada como “amiga e contadora”. “O motivo desse encontro, solicitado por mim, foi obter assessoria contábil para exportação de serviços, pois realizo – como jornalista e consultor – muitas atividades no exterior”, diz Altman.
“As declarações da sra. Meire Poza sobre eventuais pagamentos da multa de Enivaldo Quadrado no processo do mensalão, envolvendo meu nome, são fantasiosas. Fico curioso para saber quais as razões dessas invenções e a que interesses atende”, declarou. O jornalista afirmou que pedirá a seu advogado que analise o depoimento da contadora para tomar as “medidas jurídicas cabíveis”.

09 de outubro de 2014
Aguirre Talento e Mariana Haubert
FolhaPress

Nenhum comentário:

Postar um comentário