PMDB QUER O MICHEL FORA DA ARTICULAÇÃO POLÍTICA
Brasília - O PMDB vai puxar a escada e deixar a Dilma com a broxa na mão. O partido planeja sair da base do governo e já pressiona o vice Michel Temer para tomar uma posição antes de ser criticado publicamente por ainda tentar reorganizar um governo que parece biruta de aeroporto, como disse muito bem o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Os peemedebistas acreditam que a Dilma planeja levá-los para sepultura juntos e para isso opera nos bastidores para envolver os caciques do partido na lama da operação Lava-Jato. Com essa tática, ela traz para o esgoto o seu vice, que hoje exerce um papel irrelevante na nomeação dos rebentos em órgãos públicos. Eduardo Cunha, o presidente da Câmara, iniciou o processo da dissidência ao anunciar o rompimento com o governo.
Michel já foi alertado de que pode ficar falando sozinho se não se desgarrar do Palácio do Planalto, onde se apresenta em coletivas de imprensa ao lado de Edson Silva, o Edinho, e de Aloizio Mercadante, homens de confiança da Dilma, envolvidos no escândalo da corrupção da Petrobrás. Os caciques do PMDB não querem mais carregar o fardo pesado do governo que leva o país para o caos econômico e social. E essa decisão de sair da base já chegou aos ouvidos da Dilma que, na definição de Lula, “ouve mas não escuta”.
Agora, com a decisão da Procuradoria da República do Distrito Federal, de abrir processo para apurar a influência de Lula nos empréstimos do BNDES nos países da África e da América Central, a conspiração contra a Dilma vai se intensificar. Fragilizado, o ex-presidente vai novamente apontar seus mísseis para o Palácio do Planalto, acusando a Dilma, de mais uma vez, não mover uma palha para tirá-lo das enrascada da Lava-Jato e das garras da Justiça que cerca a sua atuação no exterior a serviço da Odebrecht.
De quebra, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ainda promete bombardear o governo quando voltar do recesso. Se isso realmente ocorrer com a abertura das CPIs do BNDES e dos Fundos de pensão não resta outra alternativa ao Michel que não seja a de sair da articulação e se juntar aos peemedebistas descontentes para encontrar uma solução constitucional de alternância do poder. Se o julgamento do TCU for desfavorável a Dilma, o presidente da Câmara estaria com a faca e o queijo nas mãos para desferir o golpe mortal na presidência: abertura do processo do impeachment.. Além disso, o TSE ainda vai julgar as contas de campanha que foram abastecidas com dinheiro roubado da Petrobrás, como acusou o presidente da UTC, Ricardo Pessoa, em delação premiada.
O burburinho político de Brasília descansa um pouco agora no recesso, mas a conspiração não para. Michel Temer deve aproveitar esse intervalo para visitar os estados mais representativos da federação e consultar as bases do partido, como fez esta semana no Rio de Janeiro quando juntou o PMDB para discutir a crise que abala o governo da Dilma, do qual ele também é partícipe. Mesmo em um estado que recebe rios de dinheiro do governo federal para o evento dos Jogos Olímpicos, o que ele ouviu de alguns correligionários sobre a presidente o deixou de orelha em pé.
Os caciques do partido temem que a permanência de Michel na articulação política o contamine com a lama do Planalto. Por isso, eles querem preservar a imagem do vice para uma eventual substituição da Dilma se realmente a opção for pelo impeachment. Michel, habilidoso, vai saber o momento certo para pular do barco à deriva, desde que alguém lhe jogue uma boia segura neste momento de incertezas.
18 de julho de 2015
Jorge Oliveira
Brasília - O PMDB vai puxar a escada e deixar a Dilma com a broxa na mão. O partido planeja sair da base do governo e já pressiona o vice Michel Temer para tomar uma posição antes de ser criticado publicamente por ainda tentar reorganizar um governo que parece biruta de aeroporto, como disse muito bem o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Os peemedebistas acreditam que a Dilma planeja levá-los para sepultura juntos e para isso opera nos bastidores para envolver os caciques do partido na lama da operação Lava-Jato. Com essa tática, ela traz para o esgoto o seu vice, que hoje exerce um papel irrelevante na nomeação dos rebentos em órgãos públicos. Eduardo Cunha, o presidente da Câmara, iniciou o processo da dissidência ao anunciar o rompimento com o governo.
Michel já foi alertado de que pode ficar falando sozinho se não se desgarrar do Palácio do Planalto, onde se apresenta em coletivas de imprensa ao lado de Edson Silva, o Edinho, e de Aloizio Mercadante, homens de confiança da Dilma, envolvidos no escândalo da corrupção da Petrobrás. Os caciques do PMDB não querem mais carregar o fardo pesado do governo que leva o país para o caos econômico e social. E essa decisão de sair da base já chegou aos ouvidos da Dilma que, na definição de Lula, “ouve mas não escuta”.
Agora, com a decisão da Procuradoria da República do Distrito Federal, de abrir processo para apurar a influência de Lula nos empréstimos do BNDES nos países da África e da América Central, a conspiração contra a Dilma vai se intensificar. Fragilizado, o ex-presidente vai novamente apontar seus mísseis para o Palácio do Planalto, acusando a Dilma, de mais uma vez, não mover uma palha para tirá-lo das enrascada da Lava-Jato e das garras da Justiça que cerca a sua atuação no exterior a serviço da Odebrecht.
De quebra, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ainda promete bombardear o governo quando voltar do recesso. Se isso realmente ocorrer com a abertura das CPIs do BNDES e dos Fundos de pensão não resta outra alternativa ao Michel que não seja a de sair da articulação e se juntar aos peemedebistas descontentes para encontrar uma solução constitucional de alternância do poder. Se o julgamento do TCU for desfavorável a Dilma, o presidente da Câmara estaria com a faca e o queijo nas mãos para desferir o golpe mortal na presidência: abertura do processo do impeachment.. Além disso, o TSE ainda vai julgar as contas de campanha que foram abastecidas com dinheiro roubado da Petrobrás, como acusou o presidente da UTC, Ricardo Pessoa, em delação premiada.
O burburinho político de Brasília descansa um pouco agora no recesso, mas a conspiração não para. Michel Temer deve aproveitar esse intervalo para visitar os estados mais representativos da federação e consultar as bases do partido, como fez esta semana no Rio de Janeiro quando juntou o PMDB para discutir a crise que abala o governo da Dilma, do qual ele também é partícipe. Mesmo em um estado que recebe rios de dinheiro do governo federal para o evento dos Jogos Olímpicos, o que ele ouviu de alguns correligionários sobre a presidente o deixou de orelha em pé.
Os caciques do partido temem que a permanência de Michel na articulação política o contamine com a lama do Planalto. Por isso, eles querem preservar a imagem do vice para uma eventual substituição da Dilma se realmente a opção for pelo impeachment. Michel, habilidoso, vai saber o momento certo para pular do barco à deriva, desde que alguém lhe jogue uma boia segura neste momento de incertezas.
18 de julho de 2015
Jorge Oliveira
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