"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

TAPANDO BURACO

CHEFE DO MP DE ALAGOAS DIZ QUE SISTEMA CARCERÁRIO FALIU NO BRASIL
ALFREDO GASPAR VÊ RISCOS DE SE LIBERTAR PRESOS A QUALQUER CUSTO

PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DE ALAGOAS DISSE QUE MUTIRÃO CARCERÁRIO “JÁ É ALGO REPETITIVO”, E AFIRMA QUE NÃO EXISTE RESSOCIALIZAÇÃO NO BRASIL (IMAGEM: TV GAZETA/REDE GLOBO)

O procurador-geral de Justiça de Alagoas, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, alertou para os riscos de se colocar presos nas ruas “a qualquer custo”, através do mutirão carcerário que será iniciado na próxima segunda-feira (23) em Alagoas. Em entrevista à TV Gazeta, o chefe do Ministério Público Estadual de Alagoas (MP/AL) disse que o sistema prisional brasileiro está falido.

Ex-secretário de Segurança Pública do início do governo de Renan Filho (PMDB), Alfredo Gaspar criticou a ausência de ressocialização nos cárceres. Mas elogiou a proatividade de Alagoas no que chamou de “manutenção da tranquilidade do sistema, mesmo que de forma instável”, diante do grande número de tragédias nacionais.

“Vamos deixar claro: O sistema prisional brasileiro está falido. Não existe ressocialização. Nós estamos tapando buracos antes que seja tarde. É bom também frisar que Alagoas está sendo muito proativa na manutenção da tranquilidade do sistema, mesmo que de forma instável, porque estamos diante de tragédias nacionais. E o Ministério Público não se furtará às suas responsabilidades, como também quer ser parceiro para que o sistema prisional continue, pelo menos, não causando tragédias de proporções nacionais”, disse Alfredo Gaspar, em entrevista ao jornalista Douglas Lopes.

O chefe do MP de Alagoas disse que o mutirão carcerário “já é algo repetitivo”, uma forma de aliviar um pouco o sistema, diante do quantitativo de presos provisórios. E alertou: “Mas temos que ter muita responsabilidade para não colocarmos na rua presos a qualquer custo. Precisamos verificar com o olhar acurado de fiscalização que realmente pode ter uma medida diferenciada. Não são muitos”.

SELVAGERIA

No último dia 12, dois presos foram encontrados mortos na Casa de Custódia de Maceió, conhecida como Cadeião. Mas apesar do modo bárbaro como um deles foi assassinado, o MP não vê relação das mortes entre si, nem com a onda de mortes nos presídios brasileiros. Um dos mortos em Maceió teve os olhos, o coração e outros órgãos arrancados do corpo, segundo informação do presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Alagoas (Sindapen-AL), Klayton Bertoldo, que denunciou o juiz de Execuções Penais de Alagoas, José Braga Neto de favorecer uma facção criminosa com decisões judiciais.

O juiz repudiou a denúncia e a classificou como estúpida e fruto de retaliação ao combate ferrenha à corrupção no sistema prisional alagoano.



18 de janeiro de 2017
Davi Soares
diário do poder

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