Já com filiação acertada no PTB, o senador Telmário Miranda (RR), expulso do PDT pela Executiva por ter votado a favor da PEC do teto dos gastos públicos, contra-atacou acusando o presidente Carlos Luppi, de estar usando os senadores que votaram pela aprovação da PEC como “bodes expiatórios” para tentar polarizar com o presidente Michel Temer e alavancar a candidatura de Ciro Gomes a presidente da República. O senador Lazier Martins, do Rio Grande do Sul, que também votou a favor da PEC, não esperou ser expulso e se desfiliou do PDT.
LUPI E CIRO GOMES – “O Lupi está nos usando como bode expiatório para afrontar Temer e tentar capitalizar sua rejeição para alavancar a candidatura de Ciro Gomes. Mas Ciro vai perder a eleição porque Lupi não comanda nada. Em 2014 canalizou os recursos do Fundo Partidário para o Rio , para sua própria candidatura, que foi um fracasso. Ano passado a prioridade foi o Ceará. Mas ele destruiu o PDT no Senado. O PDT é ele e Ciro, mas vão perder feio. O candidato dele perde para o Bolsonaro, como vai chegar a presidência assim?” — contra-atacou Telmário Miranda.
Mas antes de ir para o PTB, ele disse que exigirá fazer sua defesa perante a Comissão de Ética do PDT, que nem se reuniu para analisar sua expulsão.
DECISÃO DE LUPI – Uma das vozes mais estridentes da esquerda no Senado, Telmário Miranda disse que não houve orientação de fechamento de questão do PDT na votação da PEC do teto e nem reunião do Conselho de Ética para analisar sua expulsão, apenas uma decisão de Lupi. A decisão da Executiva de hoje também tem que ser referendada pelo Diretório Nacional do partido.
Segundo ele, Lupi teria ficado irritado com uma entrevista sua logo após a votação, quando decidiu pela expulsão dos senadores que votaram a favor da PEC.
“O Lupi comanda o PDT pela força estatutária. Como Lupi quer impor a três senadores que têm as mãos limpas a maior punição existente, que é a expulsão, mas a Comissão de Ética do partido não se reuniu para analisar o fato de que ele, como ministro, perdeu o cargo por prática de atos não republicanos?” — reagiu Telmário Mota.
DIREITO DE DEFESA – De malas prontas para o PTB, o senador Telmário Mota disse o PDT foi o seu partido desde sempre, que milita e ajudou a estruturar a militância pedetista em Roraima há 20 anos. Hoje é o partido com segundo maior número de filiados em Roraima, o que tem o segundo maior número de vereadores e que teve o deputado e o senador mais votado do estado.
“Conseguimos sustentar esse crescimento praticamente sem Fundo Partidário. Nas últimas eleições recebemos R$ 50 mil, enquanto ele mandou R$ 2 milhões para o Ceará. Eu, como membro orgânico do PDT, quero ter o direito de fazer uma defesa oral, olhar na cara de cada membro do Diretório Nacional. Vou sair como entrei, com as mãos limpas e livres — disse Telmário Mota.
18 de janeiro de 2017
Maria Lima
O Globo
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