"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

PMDB ATUA COM OPOSIÇÃO PARA LIDERAR CPI DO BNDES

PARTIDO REIVINDICA PRESIDÊNCIA OU RELATORIA DE COMISSÃO

CPI DO BNDES E DOS FUNDOS DE PENSÃO FOREM CRIADAS POR CUNHA LOGO APÓS O ANÚNCIO DE SEU ROMPIMENTO COM O GOVERNO DILMA (FOTO: GUSTAVO LIMA/AG. CÂMARA) 


Partido do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), o PMDB vai reivindicar o comando da recém-criada Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará as atividades do BNDES a partir de agosto. A CPI do BNDES se dedicará a aprofundar informações sobre os empréstimos feitos pelo banco público desde o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A comissão foi criada na sexta-feira, algumas horas após Cunha anunciar seu rompimento político com o governo Dilma Rousseff.

O PMDB tem interesse na presidência ou na relatoria da CPI. Um dos cargos ficaria com o partido e o outro, com a oposição. O líder peemedebista, deputado Leonardo Picciani (RJ), deve ter uma reunião com Cunha hoje e, apesar do recesso parlamentar, o assunto pode entrar na pauta.

No mesmo dia em que a CPI foi criada, o PSDB, principal partido de oposição ao governo, indicou seus dois membros - os deputados Betinho Gomes (PE) e Miguel Haddad (SP). O bloco liderado pelo PMDB, que inclui outros 13 partidos, como PP, DEM, PTB e Solidariedade (SD), tem direito a 11 vagas. O bloco dos tucanos pode indicar mais quatro titulares. O grupo parlamentar encabeçado pelo PT tem apenas oito vagas. Há ainda outras duas vagas, destinadas ao PDT e ao PSL, que não formam parte de nenhum bloco.

No Senado, o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) deve ler o requerimento de criação de uma comissão semelhante para investigar o BNDES assim que terminar o recesso parlamentar, em 6 de agosto. Mas, até lá, os senadores ainda podem retirar suas assinaturas de apoio à comissão.

Os financiamentos do BNDES a empresas brasileiras são alvo de ataques da oposição ao governo e também de investigações no Ministério Público. A Procuradoria da República no Distrito Federal conduz apuração sobre a relação entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a empreiteira Odebrecht, uma das empresas com maior linha de crédito do BNDES.

Fundos. Além da CPI do BNDES, o presidente da Câmara autorizou a criação de uma comissão para investigar irregularidades envolvendo fundos de pensão, outra área considerada delicada para o governo. Para isso, Cunha atropelou requerimentos de criação de outras quatro comissões em temas relevantes - setor elétrico, mulheres em situação de violência, desabastecimento de água e telefonia.

Partidos de oposição já demonstram interesse na cúpula das duas comissões. "Defendo que a oposição tenha espaço no comando das CPIs. (Os temas) são verdadeiras caixas-pretas que geraram prejuízos impressionantes para a sociedade e para os aposentados, no caso dos fundos de pensão", afirmou o líder do DEM, Mendonça Filho (PE). O parlamentar disse que conversará com a bancada assim que voltar do recesso para indicar seus representantes nas comissões. "O BNDES foi usado como biombo internacional para financiar os amigos do petismo."

O governo tenta demonstrar despreocupação. "Vamos discutir isso. Não tem que ter pressa. Estamos de recesso e isso não é assunto para recesso", amenizou o líder do governo, José Guimarães (PT-CE). (AE)


20 de julho de 2015
diário do poder

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