"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

MY NAME IS CUNHA

Você conhece. Você confia. Please allow me to introduce myself. My name is Cunha, mas pode me chamar de Cramunhão, de Sete-Pele, Coisa-Ruim, Cão-Tinhoso, Cabrunco, Gota-Serena, Caralho-de-Asa, Sinteco Gelado. Escrevo porque tem uma garotada por aí que está achando que eu vou cair. Mua-ha-há (difícil digitar risada malévola). Meninada, vamos ter uma a aula de história? Eba. Vamos!

Sou muito, mas muito mais antigo do que vocês pensam. Cheguei aqui há uns 500 anos, na primeira chacina de índios batizada de descobrimento. Lembra dos navios negreiros? My bad. Guerra do Paraguai? Sorry about that. Tiradentes? Eu que esquartejei aquele comuna safado. Cabanagem, Sabinada, Balaiada, Canudos, eu que abafei a badernagem toda. Mua-ha-há.

Aí você me pergunta: "Como saber que você é você, príncipe das trevas?". Dica: não procurem por um rabo pontudo, chifres, pele vermelha. Esse look é muito século 12. Dica: 
adoro um terno cinzão. Com uma gravata azul-bebê.

Também não tenho partido, muito menos ideologia. Cuidava da polícia política do Vargas ao mesmo tempo em que tocava fogo na favela em nome do Lacerda. 1964? Check. Benário, Herzog, Paiva, Angel, Chico Mendes, Amarildo? Check, check, check. Carandiru? My fucking idea. Candelária? Me, good old me. Meu nome é Legião. Mas não adianta procurar legião no Face. No momento, atendo por outro nome.

Cansado de ser Sarney, saí do Maranhão com a sensação de dever cumprido. Vim para o Rio porque tenho muitos correligionários (PMDB rules, hehe). Assumi o nome de Cunha –abreviação de Cramunhão, quem pegar pegou– e não planejo sair deste corpo tão cedo. Amo um implante malfeito e uma boca babada.

Uma dica: estou só começando neste corpo. Falta fazer muita coisa. Falta reduzir a maioridade penal para oito anos, falta intervenção militar, falta poder para as igrejas (sim, sou neopentecostal, óbvio).

Acho fo-fo quem acha que vou cair. O homem que me nomeou presidente da Telerj, meu muso Fernando Collor, caiu . E eu, nada. Meu compadre PC Farias, que me trouxe para a política, caiu. Tomou teco. E eu, nada.

Filhão, é como diz o outro: "Mil cairão ao meu lado, 10 mil à minha direita, mas eu não serei atingido".

Já protagonizei 20 escândalos de corrupção e não caí. Se vocês acham mesmo que é uma miserinha de US$ 5 milhões que vai me derrubar... Vocês definitivamente não me conhecem.


20 e julho de 2015
Gregorio Duvivier

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