Desde o primeiro mandato do presidente Lula, a administração petista, quando acuada por escândalos, adotou como tática dizer que a culpa era dos tucanos ou que eles haviam cometido deslizes semelhantes.
Lula atribuía qualquer dado ruim na economia à “herança maldita” de FHC. Em 2008, o Congresso instaurou a CPI dos cartões corporativos. Para constranger a oposição, a Casa Civil da então ministra Dilma confeccionou um dossiê com gastos da gestão Fernando Henrique.
Nas pedaladas fiscais, o governo Dilma quer fazer crer que a prática era adotada também pelo governo FHC. E o petrolão? Os bilhões desviados da estatal teriam sido preservados se FHC, anos antes, tivesse criado mecanismos contra a corrupção.
Agora, o BNDES inova nessa estratégia. Em 2011, a jornalista brasiliense Carolina Oliveira foi contratada como assessora do presidente do banco, Luciano Coutinho. A sede do BNDES fica no centro do Rio. Mas Carolina dava expediente em Brasília, atendendo o então ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, a quem o BNDES está subordinado.
Carolina e Pimentel rodaram juntos o mundo em missões oficiais do ministério. Casaram-se. Na Operação Acrônimo, a PF apontou a empresa criada por Carolina após deixar o governo, a Oli, como canal de recursos suspeitos para a campanha de Pimentel, eleito governador de Minas em 2014.
Carolina foi contratada a pedido de Pimentel? A coluna enviou uma série de questionamentos ao BNDES. Quem indicou Carolina? Passou por processo de seleção? Como era de se esperar, nenhuma dessas perguntas foi respondida.
O BNDES informou que, desde 1995, a assessoria de imprensa do Desenvolvimento é exercida por um assessor da presidência do banco, numa prática iniciada por José Serra.
Quem diria, a culpa é do Serra.
20 de julho de 2015
Leonardo Souza
Folha
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