"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

EM PLENA CRISE, DEPUTADOS TURBINAM SALÁRIOS DE ASSESSORES


Pouco antes de fechar os trabalhos do primeiro semestre, os deputados estaduais de Minas Gerais aprovaram uma resolução que lhes permite reajustar os salários dos gabinetes, aumentando em R$ 12.220,40 a cota máxima da verba de contratações por parlamentar. Em vez dos atuais R$ 84.015,25 permitidos hoje, eles passam a ter direito a R$ 96.235,65 para gastar com funcionários que atuem na sede do Legislativo ou em suas bases. O adicional vai custar por mês R$ 940.970,80, caso os 77 gabinetes usem o teto, o que representará um gasto a mais para os cofres públicos mineiros de R$ 12.232.620,40 ao fim de um ano.
A regra foi aprovada na noite de sexta-feira por 48 votos a um. Hoje, cada deputado tem direito a usar 275 pontos para pagamento de seus quadros com salários que vão de R$ 863,74 a R$ 12.161,56, com jornadas de quatro ou oito horas. A resolução continua permitindo o mesmo número de cargos, 23, mas aumenta a pontuação para 315 e permite à Mesa Diretora regulamentar a correspondência entre os padrões de vencimento e a pontuação dos cargos.
Os padrões remuneratórios agora irão de R$ 1.227,68 a R$ 12.161,56. Também caberá à cúpula da Assembleia editar texto sobre o controle de frequência e produtividade dos servidores, que não precisam necessariamente bater ponto.
LIBEROU GERAL
A resolução padronizou os cargos de gabinetes, que passaram a ser chamados de assessores parlamentares e a integrar os grupos de Assessoramento Político Parlamentar e Político Institucional. O texto também cria cargos efetivos na Assembleia, sendo 29 para provimento imediato e 41 a partir de janeiro de 2017. Também houve aumento para os cargos de diretor-geral, secretário-geral da Mesa, diretores e assessores. O padrão S-01 passou de R$ 16.297,63 para R$ 26.547,08, o S-02 de R$ 13.408,09 para R$ 16.297,03 e o S-03 de R$ 11.582,41 para R$ 14.078,49. Junto com a resolução foi aprovada uma lei detalhando o quadro de funcionários.
Único a votar contra, o deputado Antônio Lerin (PSB) foi à tribuna reclamar que o projeto aumentaria a verba dos deputados em plena crise no país e no estado. “A Assembleia tem de dar o exemplo, se o orçamento está bom e tem dinheiro para economizar que devolva o dinheiro para o governo investir em saúde, por exemplo. Sou de Uberaba e fiquei triste ao ver o anúncio de que um hospital de câncer corre o risco de fechar por falta de recurso”, afirmou. Mesmo contrário, Lerin disse que vai usar a nova pontuação. “Não seria demagogo de dizer que não vou usar, mas fiz questão de tornar público meu descontentamento”, afirmou.
REAJUSTES
Em junho, a Mesa já havia aprovado reajuste de 8,13% para os servidores da Casa. Antes disso, em abril, a Assembleia aumentou o auxílio-moradia dos deputados estaduais de R$ 2.850 para R$ 4.377,73, alegando estar seguindo o valor do Conselho Nacional de Justiça. Em fevereiro, a primeira votação na Casa foi para liberar o benefício para todos, até então permitido somente para quem não tivesse casa na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Na semana passada, em meio a uma grande polêmica, os deputados aprovaram projeto que permite ao Executivo usar depósitos judiciais dos mineiros para pagar suas despesas com Previdência, precatórios e dívida com a União. Na justificativa, o governador Fernando Pimentel (PT) expôs o nível da crise, dizendo que se o texto não fosse aprovado o estado passaria a atrasar salários a partir de agosto.
(reportagem enviada por Wilson Baptista Jr.)

20 de julho de 2015
Juliana Cipriani
Estado de Minas

Nenhum comentário:

Postar um comentário