Alvo da Operação Politeia, o advogado Tiago Cedraz, de 33 anos, ergueu patrimônio milionário à frente de uma banca que atua no Tribunal de Contas da União (TCU), presidido pelo pai, Aroldo Cedraz.
Formado em 2006, Tiago é influente no órgão dirigido pelo pai, embora não atue formalmente nos processos que seu escritório mantém na corte – outros advogados atuam nos autos. Conforme autoridades do TCU, Tiago circula por gabinetes discutindo processos e a montagem de equipes nomeadas pelo pai.
A atuação de Tiago está sob suspeita desde a delação do dono da UTC, Ricardo Pessoa, na Operação Lava-Jato. Ele disse ter pago R$ 1 milhão ao advogado para que um processo da empreiteira fluísse conforme seus interesses.
Segundo o Ministério Público Federal, há indícios não comprovados de que o dinheiro seria repassado ao relator do caso, ministro Raimundo Carreiro.
Diante das suspeitas de tráfico de influência e corrupção, o STF autorizou buscas em imóveis de Tiago. Ambos negam as acusações.
Segundo o Ministério Público Federal, há indícios não comprovados de que o dinheiro seria repassado ao relator do caso, ministro Raimundo Carreiro.
Diante das suspeitas de tráfico de influência e corrupção, o STF autorizou buscas em imóveis de Tiago. Ambos negam as acusações.
‘DAS ARÁBIAS’
A joia mais cara do patrimônio imobiliário do advogado é uma chácara de 10 mil m² no Lago Sul. Foi adquirida por R$ 7,2 milhões em 2013 e abrigava uma mansão de 1,5 mil m². A compra foi fechada com Sultan Rashed Sultan Alkaitoob, embaixador dos Emirados Árabes Unidos no Brasil, e o imóvel foi registrado em nome da Cedraz Administradora de Bens próprios. No mercado de Brasília, a aquisição é considerada um “negócio das arábias”, ante a possibilidade de que a área seja loteada para um condomínio. Conforme fonte que participou da negociação, o presidente do TCU foi pessoalmente à embaixada buscar as chaves. O imóvel, que chegou a ser posto à venda por R$ 12,5 milhões, não tem mais construção.
Na Asa Sul, desde 2013 Tiago fechou a compra de dois apartamentos de 250 m² num mesmo prédio, por quase R$ 6 milhões. Um deles foi comprado pelo próprio advogado, com financiamento de cinco anos, e outro pela empresa. A Cedraz Administradora tem capital de R$ 20 milhões e, até abril, figurava na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) como dona de um Cessna, hoje em nome de outra empresa.
BENS COMPATÍVEIS
Tiago disse que os bens estão declarados e são “compatíveis com a atuação destacada do advogado, cujo escritório, com mais de 35 mil processos em todos os ramos do direito, é um dos mais procurados e respeitados de Brasília”.
Ele afirma que a mãe tem R$ 1 mil em cotas da Cedraz Administradora e que só figura como proprietária pela imposição legal de haver no mínimo dois sócios em uma empresa limitada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Ele afirma que a mãe tem R$ 1 mil em cotas da Cedraz Administradora e que só figura como proprietária pela imposição legal de haver no mínimo dois sócios em uma empresa limitada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
20 de julho de 2015
Deu no Correio Braziliense
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