"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 3 de março de 2019

APÓS CONDENAÇÃO, PAULO PRETO VIRA RÉU DE NOVO, ACUSADO DE CORRUPÇÃO EM OUTRAS OBRAS

O ex-diretor da Dersa (estatal rodoviária paulista) Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto
Paulo Preto foi preso, mas esqueceram de tirar a peruca dele
O ex-diretor da Dersa (estatal rodoviária paulista) Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, tornou-se réu no processo em que é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro desviado de obras do Rodoanel Sul (anel viário que contorna a cidade de São Paulo), do Sistema Viário Metropolitano de São Paulo e da Estrada Parque Várzea do Tietê.
Esta é a terceira vez que o engenheiro que foi diretor da Dersa vira réu em um processo relacionado à Operação Lava Jato. O juiz Diego Paes Moreira, da 6 Vara Criminal Federal de São Paulo, recebeu a denúncia feita pela força-tarefa do Ministério Público Federal paulista nesta sexta-feira (1) e no mesmo dia decidiu aceitá-la.
PROPINAS – Segundo a acusação, Paulo Preto chefiou um esquema na Dersa que cobrava de 0,75% a 5% de propina das empreiteiras que trabalhavam nas obras.
Os procuradores da Lava Jato calcularam que o ex-diretor da Dersa desviou R$ 27 milhões para contas de uma offshore que ele mantinha na Suíça. No total as contas acumulavam R$ 126 milhões.
Paulo Preto é acusado de participar de oito episódios de corrupção envolvendo obras viárias em São Paulo. Cinco casos no trecho sul do Rodoanel, dois no Sistema Viário e um na Estrada Parque. Se condenado, a pena poderá somar de 8 a 64 anos de prisão, segundo o Ministério Público.
LAVAR O DINHEIRO – Ele também é acusado de fazer treze operações para lavar o dinheiro vindo de desvios das obras viárias da Dersa. Os procuradores pediram que cada operação de lavagem de ativos seja considerada um fato criminoso e que as penas sejam somadas. Se condenado pelos 13 fatos, o ex-diretor da Dersa poderá receber uma pena de 39 a 130 anos de prisão. Caso seja condenado por todos os fatos de corrupção e lavagem de dinheiro que lhe foram imputados, o acusado poderá receber uma pena total de 194 anos de prisão.
Foi uma semana de derrotas importantes para Paulo Preto no Judiciário. Na quinta-feira ele foi condenado a 27 anos de prisão – os primeiros sete em regime fechado – acusado de fraude em licitação e formação de cartel também em obras do trecho sul do Rodoanel e do Sistema Viário. Estes casos, porém, não são os mesmos da denúncia que o tornou réu nesta sexta-feira.
NO SUPREMO – Ainda nesta sexta, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, decidiu destrancar a ação, também da Lava Jato paulista, em que o engenheiro é acusado de peculato por desviar R$ 7,7 milhões de verbas de desapropriações relacionadas a obras do Rodoanel Sul.
Em 14 de fevereiro o ministro atendeu um pedido de liminar da defesa de Paulo Preto anulando a fase final do processo e reabrindo a possibilidade de produção de provas por parte dos réus do caso. Gilmar reconsiderou o caso nesta sexta e agora o processo está pronto para ser julgado.
Paulo Preto está preso desde o último dia 19 de fevereiro por ordem da juíza Gabriela Hardt, substituta de Sergio Moro na Lava Jato paranaense. Ela atendeu a um pedido feito pelos procuradores de Curitiba, que acusam o ex-diretor da Dersa de operar com o departamento de propinas da Odebrecht.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Por pouco, muito pouco, Paulo Preto não conseguiu escapar incólume. A condenação ocorreu na chamada undécima hora, quando o crime está quase prescrevendo. Agora, pode pegar 64 anos e ficar na cadeia até o fim dos seus dias. Detalhe curioso: ao contrário de Eike Batista, Paulo Preto está preso mas esqueceram de tirar a peruca dele. (C.N.)

03 de março de 2019
Wálter NunesFolha

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