Quanto mais explodem denúncias de corrupção ou participação de gente ligada ao governo, ao PT e a penduricalhos, mais se estreita o círculo onde, culpada ou inocente, isola-se a presidente Dilma. O último a integrar a quadrilha é o marqueteiro João Santana, acompanhado da esposa, ambos com prisão preventiva decretada, tendo recebido centenas de milhões de reais e de dólares no mesmo circuito podre lá de fora. Não apenas a Petrobras e as empreiteiras servem de fonte para irrigar o pantanal em que se transformou o país. Governos estrangeiros participam da farra, em especial da América Latina Latina, com ênfase para a América Central, mas também da África.
Sem esquecer bancos e tamboretes sediados na Europa, em paraísos fiscais e na Ásia. Uma ciranda que cobre o planeta, estendendo tentáculos pela China, a Rússia, o Japão e onde pareça mais propício ao faturamento criminoso. Negócios lícitos misturam-se aos sujos, estabelecendo-se estranha parceria entre a truculência, a esperteza e a honestidade. Sem deixar de fora o crime organizado, porque no fim dá tudo na mesma.
Ninguém escapa, sequer as religiões, as ideologias, os partidos, a História. O vencedor escreve a vitória que o tempo quase sempre confirma, tornado-se tempo perdido imaginar definitivos os ciclos agora vividos. Tudo indica a continuidade dessa experiência malograda, mas garantir quem há de? Não poderia um revertere envolver um retorno aos princípios da fundação do PT?
QUASE IMPOSSÍVEL
Em suma, parece difícil, quase impossível, que o governo Dilma dê certo, com três anos abertos na mesma trajetória e,em especial, sem ter apresentado nenhuma alternativa. Não haverá solução interna, se a saída continuar na aceitação do desemprego em massa, do aumento de impostos, taxas e tarifas, da elevação do custo de vida, da diminuição da qualidade do ensino e da saúde pública, da ausência da segurança do cidadão e tantas mazelas a mais conduzidas pela égide da corrupção.
Pensar que venha de fora para dentro algum milagre salvador equivale a acreditar em Papai Noel. Supor que iluminaremos o universo com forças que não temos, será regredir.
25 de fevereiro de 2016
Carlos Chagas
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