CONTA FOI ABERTA PARA RECEBER VERBA DE CAMPANHA ARGENTINA, AFIRMA
O marqueteiro João Santana admitiu à Polícia Federal que é dono da offshore Shellbill Finance SA, na Suíça, e que os valores recebidos em suas contas secretas foram por serviços prestados a campanhas eleitorais no exterior, como Angola e Panamá.
A declaração foi dada nesta quinta-feira, 25, em depoimento de cerca de três horas à Polícia Federal. O marqueteiro das campanhas eleitorais de Lula e da presidente Dilma Rousseff foi preso há dois dias na Operação Acarajé, 23ª fase da Lava Jato.
Santana confirmou ainda recebimentos da Odebrecht e do operador de propinas Zwi Skornicki, lobista e operador de propinas do estaleiro Keppel Fels.
“Ele abriu esta conta em 1998 para receber recursos de uma campanha realizada na Argentina. Foi a forma que ele tinha de receber. Na época, achava que não tinha problema (deixar de declarar no Brasil), porque eram recursos recebidos em outro país”, afirmou o advogado de Santana e sua mulher, Mônica Moura, Fábio Tofic.
O advogado disse também que os clientes detalharam à PF que os US$ 4,5 milhões repassados para a conta da Shellbill Finance, por meio de sua offshore do lobista Zwi Skornicki, a Deep Sea Oil, foi uma “doação a um partido Angolano”.
“Era uma dívida antiga. Nessa área de marketing eleitoral, você demora para receber recursos. Ela (Mônica) disse que tinha este valor a receber, que cobrava insistentemente, e que foi informada de que deveria buscar este rapaz (Zwi Skornicki).
A Lava Jato aponta o recebimento de US$ 7,5 milhões, entre 2012 e 2014, nessa conta secreta por dois investigados pelo petrolão, o Grupo Odebrecht e Zwi Skornicki. Segundo o advogado de Santana, foi em uma auditoria que o marqueteiro foi informado que “havia essa irregularidade” no uso da conta secreta e “estava pensando já em como regularizar esses recursos”. “(Santana) se sente inclusive aliviado, ele disse que essa conta para ele é um tormento”.
“Porque quem recebe dinheiro de trabalho honesto quer receber de forma transparente, de forma regular, e não desta forma. Infelizmente esse é um vício que ainda permanece em alguns países, no Brasil não, e vitimiza profissionais que trabalham com marketing eleitoral como eles”, disse o defensor do casal.
A força-tarefa da Lava-Jato investiga se os depósitos de US$ 4,5 milhões feitos por Zwi Skornicki na conta do publicitário na Suíça saíram do contrato da Petrobras para a plataforma P-52 ou de sondas fornecidas pela Sete Brasil, empresa que tinha a estatal como sócia. Para os investigadores, a ordem pode ter saído do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que administrava a propina destinada ao partido.
Outros US$ 3 milhões foram pagos à conta Shellbill Finance por offshores que seria controladas pela Odebrecht, aponta a Lava Jato. Segundo a defesa de Santana, Mônica “confirmou que houve de fato pagamentos feitos” pela empreiteira, “em relação a uma campanha no exterior”.
“O João não sabe disso. O João é um criador, não trabalha com a questão financeira, com questão bancária. Ele tinha pouco conhecimento de como eram feitos os pagamentos”, garantiu o advogado.
25 de fevereiro de 2016
diário do poder
EM DEPOIMENTO À PF, MARQUETEIRO DO PT DESVINCULOU US$ 7,5 MILHÕES DE CAMPANHAS NO BRASIL E DIZ QUE NÃO SABIA DE IRREGULARIDADE DE USO DE CONTA NÃO DECLARADA (FOTO: GIULIANO GOMES/ESTADÃO CONTEÚDO) |
O marqueteiro João Santana admitiu à Polícia Federal que é dono da offshore Shellbill Finance SA, na Suíça, e que os valores recebidos em suas contas secretas foram por serviços prestados a campanhas eleitorais no exterior, como Angola e Panamá.
A declaração foi dada nesta quinta-feira, 25, em depoimento de cerca de três horas à Polícia Federal. O marqueteiro das campanhas eleitorais de Lula e da presidente Dilma Rousseff foi preso há dois dias na Operação Acarajé, 23ª fase da Lava Jato.
Santana confirmou ainda recebimentos da Odebrecht e do operador de propinas Zwi Skornicki, lobista e operador de propinas do estaleiro Keppel Fels.
“Ele abriu esta conta em 1998 para receber recursos de uma campanha realizada na Argentina. Foi a forma que ele tinha de receber. Na época, achava que não tinha problema (deixar de declarar no Brasil), porque eram recursos recebidos em outro país”, afirmou o advogado de Santana e sua mulher, Mônica Moura, Fábio Tofic.
O advogado disse também que os clientes detalharam à PF que os US$ 4,5 milhões repassados para a conta da Shellbill Finance, por meio de sua offshore do lobista Zwi Skornicki, a Deep Sea Oil, foi uma “doação a um partido Angolano”.
“Era uma dívida antiga. Nessa área de marketing eleitoral, você demora para receber recursos. Ela (Mônica) disse que tinha este valor a receber, que cobrava insistentemente, e que foi informada de que deveria buscar este rapaz (Zwi Skornicki).
A Lava Jato aponta o recebimento de US$ 7,5 milhões, entre 2012 e 2014, nessa conta secreta por dois investigados pelo petrolão, o Grupo Odebrecht e Zwi Skornicki. Segundo o advogado de Santana, foi em uma auditoria que o marqueteiro foi informado que “havia essa irregularidade” no uso da conta secreta e “estava pensando já em como regularizar esses recursos”. “(Santana) se sente inclusive aliviado, ele disse que essa conta para ele é um tormento”.
“Porque quem recebe dinheiro de trabalho honesto quer receber de forma transparente, de forma regular, e não desta forma. Infelizmente esse é um vício que ainda permanece em alguns países, no Brasil não, e vitimiza profissionais que trabalham com marketing eleitoral como eles”, disse o defensor do casal.
A força-tarefa da Lava-Jato investiga se os depósitos de US$ 4,5 milhões feitos por Zwi Skornicki na conta do publicitário na Suíça saíram do contrato da Petrobras para a plataforma P-52 ou de sondas fornecidas pela Sete Brasil, empresa que tinha a estatal como sócia. Para os investigadores, a ordem pode ter saído do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que administrava a propina destinada ao partido.
Outros US$ 3 milhões foram pagos à conta Shellbill Finance por offshores que seria controladas pela Odebrecht, aponta a Lava Jato. Segundo a defesa de Santana, Mônica “confirmou que houve de fato pagamentos feitos” pela empreiteira, “em relação a uma campanha no exterior”.
“O João não sabe disso. O João é um criador, não trabalha com a questão financeira, com questão bancária. Ele tinha pouco conhecimento de como eram feitos os pagamentos”, garantiu o advogado.
25 de fevereiro de 2016
diário do poder
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