EX-MINISTRO DEFENDE DILMA E DIZ QUE ELA É "BEM INTENCIONADA"
O ex-ministro da Educação Cid Gomes (PDT), que deixou o governo em março do ano passado, acredita que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi conivente com o esquema de corrupção na Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato. O pedetista, no entanto, saiu em defesa da presidente Dilma Rousseff, a quem classificou como uma pessoa "séria, honrada e bem intencionada".
"O grande problema do Brasil é vir à tona um período do qual a Dilma não é copartícipe e, pelo contrário, trabalhou para desmontar, em que uma trupe de gente desonesta se apoderou muito, em função de pressões do PMDB e de boa parte desses eventuais ditos partidos que compõem a base, fisiológicos. E houve muita conivência do Lula em relação a isso", afirmou.
Para Cid, Dilma fez justamente o contrário. "Quem tirou a cúpula da roubalheira da Petrobras foi a Dilma e, oportunisticamente, tem sido criticada por uma coisa que ajudou a desfazer", disse.
O ex-governador do Ceará participou nesta quarta-feira, 24, em Brasília, de solenidade de inauguração de sua foto na galeria de ex-ministros da Educação. Sua saída do governo no ano passado, depois de declarar que a Câmara dos Deputados tinha "de 300 a 400 achacadores", marcou o auge da crise entre o Planalto e o Congresso.
Em entrevista à imprensa após o evento, Cid voltou a criticar com veemência o trabalho legislativo. "É claro que tem pessoas sérias, honradas, de bem. Mas a grande maioria da composição da Câmara é de achacadores, chantagistas, sem o menor espírito público. E o Eduardo Cunha representa exatamente isso", disse.
E voltou sua artilharia para o PMDB que, para ele, o partido é o que mais contribui hoje para que as pessoas desacreditem na política brasileira. "O PMDB é um partido de oportunistas, de fisiológicos, como regra, e é o partido que mais faz mal à política brasileira", disparou.
Cid afirmou que Cunha é a "excrescência, a caricatura disso tudo". "Uma pessoa completamente desmoralizada no conceito popular, se mantém presidente de uma Casa e, pior do que isso, com o respaldo da maioria da Casa. O que só demonstra duas coisas: boa parte da Casa foi financiada por ele e outra parte é igual a ele."
Presunção de inocência
O ex-governador evitou comentar a prisão, no âmbito da Operação Lava Jato, do marqueteiro João Santana, responsável pelas duas campanhas de Dilma (em 2010 e 2014) e de Lula, em 2006.
A Polícia Federal investiga Santana por ter recebido, ao menos, US$ 7,5 milhões em contas no exterior. Para investigadores, o montante pode ter relação com os desvios de dinheiro de contratos da Petrobras.
"Parto sempre do pressuposto que as pessoas são inocentes até que se prove o contrário, a presunção constitucional da inocência", disse Cid. Para ele, é preciso aguardar o depoimento do marqueteiro.
Outro lado
Procurados, o ex-presidente Lula e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, não responderam ao Broadcast Político até o fechamento da matéria. Já Temer, que é presidente nacional do PMDB, afirmou que não iria se pronunciar sobre as declarações de Cid.
Temer e Cunha movem processo na Justiça contra Cid Gomes por críticas anteriores feitas pelo político cearense. Ele afirmou que Lula tem um limite de convivência e de complacência maior do que de Dilma. Declarou que Lula foi o maior presidente da República nos últimos 30 anos, mas ponderou que "a política brasileira o obrigou a fazer uma série de concessões". (AE)
25 de fevereiro de 2015
diário do poder
EX-MINISTRO DEFENDEU A PRESIDENTE DILMA DIZENDO QUE ELA É "BEM INTENCIONADA". FOTO: GUSTAVO LIMA/CÂMARA |
O ex-ministro da Educação Cid Gomes (PDT), que deixou o governo em março do ano passado, acredita que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi conivente com o esquema de corrupção na Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato. O pedetista, no entanto, saiu em defesa da presidente Dilma Rousseff, a quem classificou como uma pessoa "séria, honrada e bem intencionada".
"O grande problema do Brasil é vir à tona um período do qual a Dilma não é copartícipe e, pelo contrário, trabalhou para desmontar, em que uma trupe de gente desonesta se apoderou muito, em função de pressões do PMDB e de boa parte desses eventuais ditos partidos que compõem a base, fisiológicos. E houve muita conivência do Lula em relação a isso", afirmou.
Para Cid, Dilma fez justamente o contrário. "Quem tirou a cúpula da roubalheira da Petrobras foi a Dilma e, oportunisticamente, tem sido criticada por uma coisa que ajudou a desfazer", disse.
O ex-governador do Ceará participou nesta quarta-feira, 24, em Brasília, de solenidade de inauguração de sua foto na galeria de ex-ministros da Educação. Sua saída do governo no ano passado, depois de declarar que a Câmara dos Deputados tinha "de 300 a 400 achacadores", marcou o auge da crise entre o Planalto e o Congresso.
Em entrevista à imprensa após o evento, Cid voltou a criticar com veemência o trabalho legislativo. "É claro que tem pessoas sérias, honradas, de bem. Mas a grande maioria da composição da Câmara é de achacadores, chantagistas, sem o menor espírito público. E o Eduardo Cunha representa exatamente isso", disse.
E voltou sua artilharia para o PMDB que, para ele, o partido é o que mais contribui hoje para que as pessoas desacreditem na política brasileira. "O PMDB é um partido de oportunistas, de fisiológicos, como regra, e é o partido que mais faz mal à política brasileira", disparou.
Cid afirmou que Cunha é a "excrescência, a caricatura disso tudo". "Uma pessoa completamente desmoralizada no conceito popular, se mantém presidente de uma Casa e, pior do que isso, com o respaldo da maioria da Casa. O que só demonstra duas coisas: boa parte da Casa foi financiada por ele e outra parte é igual a ele."
Presunção de inocência
O ex-governador evitou comentar a prisão, no âmbito da Operação Lava Jato, do marqueteiro João Santana, responsável pelas duas campanhas de Dilma (em 2010 e 2014) e de Lula, em 2006.
A Polícia Federal investiga Santana por ter recebido, ao menos, US$ 7,5 milhões em contas no exterior. Para investigadores, o montante pode ter relação com os desvios de dinheiro de contratos da Petrobras.
"Parto sempre do pressuposto que as pessoas são inocentes até que se prove o contrário, a presunção constitucional da inocência", disse Cid. Para ele, é preciso aguardar o depoimento do marqueteiro.
Outro lado
Procurados, o ex-presidente Lula e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, não responderam ao Broadcast Político até o fechamento da matéria. Já Temer, que é presidente nacional do PMDB, afirmou que não iria se pronunciar sobre as declarações de Cid.
Temer e Cunha movem processo na Justiça contra Cid Gomes por críticas anteriores feitas pelo político cearense. Ele afirmou que Lula tem um limite de convivência e de complacência maior do que de Dilma. Declarou que Lula foi o maior presidente da República nos últimos 30 anos, mas ponderou que "a política brasileira o obrigou a fazer uma série de concessões". (AE)
25 de fevereiro de 2015
diário do poder
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