A empreiteira Odebrecht admitiu sua ligação com as obras no sítio em Atibaia (SP) frequentado pela família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reforma foi realizada no fim de 2010, quando Lula ainda exercia seu segundo mandato. Em nota divulgada nesta quarta-feira (23), a construtora disse que fez uma apuração interna e que confirmou que seu engenheiro Frederico Barbosa atuou na propriedade rural em atendimento a um pedido de um superior hierárquico da empresa.
Segundo a empreiteira, Barbosa “realizou acompanhamento técnico de obras” e “apoiou a mobilização de pessoas envolvidas na execução dos serviços, que foram remuneradas pelo responsável pela obra”.
Procurada pela reportagem, a Odebrecht não informou o nome do responsável pela obra nem quem teria feito o pedido a Barbosa. De acordo com a companhia, Barbosa trabalhou na obra da segunda quinzena de dezembro de 2010 a meados de janeiro de 2011.
O engenheiro ficou conhecido nacionalmente após coordenar a construção do estádio de futebol do Corinthians em Itaquera, na zona leste da capital.
NOVA “VERSÃO”
Com a manifestação desta quarta, a construtora mudou sua versão sobre o sítio. No fim de janeiro, a Odebrecht havia afirmado à Folha não ter identificado “relação da empresa com a obra”.
Em depoimento prestado a procuradores da Lava Jato na segunda-feira (21), Barbosa também mudou versão dada à reportagem de que havia trabalhado nas férias, gratuitamente, para ajudar a um amigo. No testemunho do início da semana, ele admitiu ter atuado a pedido de um chefe da Odebrecht.
A empreiteira ressalvou, porém, que não “custeou de qualquer modo insumos ou materiais utilizados” e nem foi remunerada pelos serviços prestados no imóvel.
Esse posicionamento diverge das afirmações feitas à Folha por Patrícia Fabiana Melo Nunes, ex-dona da loja de materiais de construção de Atibaia que forneceu produtos para as obras no sítio.
Segundo Nunes, a Odebrecht bancou parte das obras, que consumiram cerca de R$ 500 mil só em materiais. Os produtos foram pagos com dinheiro em espécie por um homem que carregava os valores em envelopes dentro de uma mala, de acordo com Nunes.
Após a publicação das entrevistas no fim de janeiro, a força-tarefa da operação Lava Jato passou a investigar a ligação da Odebrecht com os trabalhos no sítio.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Lembrando Noel Rosa e Vadico, podemos perguntar: “Pra que mentir?”. O pior é que as mentiras da Odebrecht parecem continuar. Quer dizer que ela mandou o consagrado engenheiro fazer a obra, mas não pagou material nem os operários? A prestimosa empresa, porém, confessa que “apoiou a mobilização de pessoas envolvidas na execução dos serviços”, um eufemismo para admitir que, além do engenheiro, forneceu também mestre de obra e os operários. E diz que tudo isso foi pago pelo “responsável pelas obras”, cujo nome, todos sabem, é José Carlos Bumlai. Você acredita nessa história? É claro que a força-tarefa vai conferir com o Bumlai. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Lembrando Noel Rosa e Vadico, podemos perguntar: “Pra que mentir?”. O pior é que as mentiras da Odebrecht parecem continuar. Quer dizer que ela mandou o consagrado engenheiro fazer a obra, mas não pagou material nem os operários? A prestimosa empresa, porém, confessa que “apoiou a mobilização de pessoas envolvidas na execução dos serviços”, um eufemismo para admitir que, além do engenheiro, forneceu também mestre de obra e os operários. E diz que tudo isso foi pago pelo “responsável pelas obras”, cujo nome, todos sabem, é José Carlos Bumlai. Você acredita nessa história? É claro que a força-tarefa vai conferir com o Bumlai. (C.N.)
25 de fevereiro de 2016
Flávio Ferreira e Bela Megale
Folha
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