"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

INFLAÇÃO DEVE FAZER DESEMPREGO VOLTAR A CRESCER NESTE ANO

Inflação pode afetar desemprego em 2014
 
Com o ritmo menor de criação de vagas e a renda mais pressionada pela inflação, a tendência é que o desemprego volte a crescer em 2014.
 
Não porque as empresas vão demitir mais, afirmam os analistas. Mas, sim, porque mais gente vai procurar emprego para completar o orçamento da família, ao mesmo tempo em que a oferta de vagas será menor.
 
Esses movimentos em direções opostas devem elevar em até um ponto percentual a taxa de desemprego, na previsão de consultores, economistas e representantes da indústria e do comércio.
 
Os dados mais atualizados para 2013, até novembro, são de taxa de desemprego de 4,6%. Desde janeiro, o saldo de novos empregos (trabalhadores admitidos menos demitidos) foi de 1,547 milhão.
 
Como em dezembro geralmente há corte de vagas, 2013 pode ter a mais baixa criação de empregos desde 2003, período de incertezas na transição dos governos FHC e Lula.

A piora deve ocorrer mesmo com as vagas temporárias que podem ser criadas na Copa e nas eleições.
 
"A forte desaceleração do mercado de trabalho em 2013 deve se acentuar em 2014. O desemprego só não cresce porque o número de pessoas à procura de vagas caiu em 2013, assim como o total de pessoas ocupadas", diz Fabio Romão, da LCA Consultores.
 
A população ocupada cresceu 2,1% em 2011, 2,2% em 2012 e deve fechar o ano de 2013 em 0,8%, segundo previsão da consultoria.
 
Aurélio Bicalho, economista do Itaú Unibanco, ressalta que a queda da população ocupada foi maior entre mulheres, jovens e os que não possuem carteira assinada.
 
 Editoria de Arte/Folhapress 
 
MAIS PRESSÃO
 
Enquanto o crescimento da renda real (descontada a inflação) foi de 3,4% na média de 2007 a 2012, no próximo ano deve ficar entre 0,7% a 1,5% nas projeções dos economistas. Ou seja, a renda deve crescer metade do percentual dos últimos seis anos.
 
Segundo o IBGE, o crescimento do rendimento na média de janeiro a novembro foi de 1,7%; ritmo inferior ao de anos anteriores.
 
Para os técnicos do Ipea, além de o salário mínimo ter reajuste menor em 2014, o próprio desaquecimento da ocupação deve levar a reajustes menores neste ano.
 
 
Na média dos acordos analisados pelo Dieese em 2013, o aumento real (acima da inflação) foi de 1,19% —menor valor desde 2009 (0,73%).
 
"A inflação corrói os ganhos nos salários e afeta o poder de compra dos trabalhadores. Esse efeito deve se repetir em 2014", diz Rafael Bacciotti, economista da consultoria Tendências.
 
A inflação medida pelo IPCA em 2014 deve ser um pouco acima da de 2013, avaliam os analistas.
 
 
Para Alexandre Loloian, coordenador de análise da Fundação Seade, porém, em 2014 o emprego e a renda vão "continuar andando de lado", com desemprego baixo, pela menor procura por trabalho. Mas ele ressalta que, com a possível recuperação americana e a retomada dos investimentos no Brasil, pode haver melhora.
 
06 de janeiro de 2014
CLAUDIA ROLLI - FOLHA DE SAO PAULO

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