"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 8 de março de 2014

PUTIN AMEAÇA CORTAR GÁS E AMPLIA CERCO À UCRANIA



Rússia usa gás para pressionar a Ucrânia
 
Moscou ameaça cortar combustível enquanto apoia referendo em região ucraniana e rejeita planos do Ocidente
Proposta de diálogo é 'digna de riso', afirma porta-voz russo; cresce contingente militar de Moscou na Crimeia

A Rússia voltou a apertar ontem o cerco sobre a Ucrânia, ao ameaçar cortar o fornecimento de gás aos vizinhos e sinalizar apoio ao referendo sobre a anexação da Crimeia à Federação Russa, no próximo dia 16.
 
A consulta, aprovada pelo Parlamento da Crimeia anteontem, recebeu o apoio do legislativo russo. O respaldo foi comemorado por cerca de 60 mil russos que faziam um ato a favor da Crimeia na praça Vermelha, em Moscou.
 
Horas depois, o presidente Vladimir Putin afirmou em comunicado que não poderia ignorar "um pedido de ajuda" vindo da Crimeia. O apoio russo acontece mesmo com as sanções dos Estados Unidos e da União Europeia aos russos.
 
A consulta é rejeitada pelo governo interino da Ucrânia e por nações ocidentais, que não desejam a divisão do país. Na véspera, o presidente americano, Barack Obama, havia dito que o referendo violava o direito internacional.
 
Para o premiê ucraniano Arseni Yatseniuk, "nenhum país civilizado reconhecerá os resultados" da consulta.
 
O Ocidente defende o diálogo entre a maioria russa do leste e o governo, do oeste. O porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov, considera a proposta "digna de riso".
 
Para ele, a credibilidade do Ocidente acabou após o fracasso do acordo de transição assinado um dia antes da queda do presidente Viktor Yanukovich, em fevereiro.
 
O apoio político é feito enquanto militares russos sem identificação ocupam áreas da Crimeia. A Ucrânia diz que 30 mil soldados estão na região, enquanto o Pentágono fala em 20 mil.
 
Ontem, testemunhas afirmaram que os russos atacaram uma base ucraniana na Crimeia e ainda impediram o acesso da missão da Organização para a Segurança e Cooperação da Europa.
 
Ainda ontem, a Rússia aumentou a pressão econômica sobre a Ucrânia ao ameaçar cortar o fornecimento de gás natural porque o país vizinho não pagou uma dívida de US$ 1,89 bilhão (R$ 4,4 bilhões) com a russa Gazprom.
 
"Ou a Ucrânia salda a dívida, ou há o risco de voltar à situação do início de 2009", disse o presidente da empresa, Alexei Miller, em referência à crise que deixou a Europa com racionamento de gás por 20 dias no inverno.
 
Desta vez, porém, Alemanha e Hungria podem suprir o país em caso de corte no fornecimento pelos russos.
 
A União Europeia e os EUA sugeriram ações para reduzir a dependência do gás russo, como parte da ajuda à Ucrânia. O país ainda recebeu a visita de membros do FMI (Fundo Monetário Internacional).
 
Ontem, a chanceler alemã, Angela Merkel, esteve com dois presidenciáveis ucranianos, a ex-premiê Yulia Timoshenko e o ex-campeão de boxe Vitali Klitschko.
 
08 de março de 2014
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

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