"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 8 de março de 2014

O DIÁRIO FILOSÓFICO DE OLAVO DE CARVALHO: A DELINQUÊNCIA DOS VELASCOS, ALEKSANDR DUGIN E OS TRADICIONALISTAS


          Artigos - Cultura 
A democracia burguesa desespiritualizou o mundo, criando um deserto das almas onde ressoam, juntos ou separados, mas sempre poderosamente atraentes como vozes da salvação, os apelos da mentalidade revolucionária -- marxista, tradicionalista-fascista ou islâmica. Se não for possível cristianizar o capitalismo, o futuro será decidido por um desses três, ou pelos três juntos. O que é certo é que a "civilização laica" só existe para se destruir a si mesma.

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Recebi de um aluno, cujo nome não vou divulgar por enquanto, as seguintes informações:

Desde que o prof. Olavo debateu com o Alexander Dugin, uma multidão de seguidores russófilos, na ânsia de estabelecer a Rossiya-Matushka, decidiram apoiar o esquema do Dugin. Ele visitou quatro universidades (inclusive a minha), dando palestras e vendendo livros. Comprei quatro exemplares e assisti uma palestra. A multidão de alunos eurasianos era algo surreal, de cinqüenta a cem, todos organizando os mínimos detalhes para o Uvazhayemyy Uchitel'. 


Não é preciso muito para perceber que, dado a distância do lugar em que os irmãos Velasco moram, e a facilidade com que ele arrumou os documentos do processo a centenas de quilômetros, estamos lidando com um grupo organizado, perfeitamente treinado e capaz, com comunicações bem amplas e uma verba extensa. Outrora um dos irmãos Velasco, o Carlos, falara de um artigo que publicaria, para ''desmascarar'' o Olavo; apareceu, uns dias atrás, o tal artigo; e apareceu num lugar simbólico: um site de geopolítica eurasiana.

Sei que o prof. Olavo tem razões muito importantes para não publicar todas as cartas com o Martin Lings e membros da tariqa, mas esses Velasco precisam ser repreendidos. Isso é assassinato de reputação e não deve passar impune. Usaram a imagem do Tales indevidamente, sem autorização do mesmo, estão escavando algo inteiramente privado. Isso é um ultraje e deve ser combatido como tal.


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Derrotado no campo da discussão, o sr. Alexander Dugin recorre agora aos métodos usuais da KGB.

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O sr. Dugin não é um intelectual em disputa com outro: é o governo russo buscando abrir caminho para conquistar corações e mentes no Brasil e tentando destruir, por meio de agentes contratados, quem quer que atravesse o seu caminho.

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Parece ser muito difícil fazer algumas pessoas compreenderem que uma discussão sobre a escola tradicionalista de Guénon e Schuon, e mais ainda sobre as suas relações com o tradicionalismo católico, é coisa para intelectuais "high brow" e não para semiletrados de mentalidade sectária. Os irmãos Velhacos não são os primeiros, são os enésimos a entrar em campo brandindo (no caso deles por hipocrisia, mas muitos por zelo genuíno, ainda que imbecil) a ortodoxia católica contra o schuonismo, confundindo-o com o esoterismo islâmico "stricto sensu", sem conhecer (ou, no caso dos irmãozinhos, talvez fingindo desconhecer) não só o caráter multiconfessional dos ensinamentos de Schuon mas também e sobretudo a ligação mais que íntima que sempre uniu sua tariqa ao próprio catolicismo tradicionalista e anticonciliar que esses palpiteiros imaginam defender contra o "islamismo" de Schuon. Poucos livros são tão representativos do tradicionalismo católico em sua reação anticonciliar quanto "The Destruction of the Christian Tradition" de Rama P. Coomaraswamy (1972) e "La Charité Profanée" de Jean Borella (1979), ambos escritos por membros da tariqa. Coomaraswamy, autor também de importantes escritos polêmicos contra a Teologia da Libertação desde o ponto de vista da ortodoxia católica, era o braço direito de Schuon, e o porta-voz do movimento schuoniano no Brasil é ainda um notório católico tradicionalista, o sr. Matheus Soares de Azevedo. Longe de ser uma organização islâmica em qualquer sentido do termo, a tariqa de Schuon era tão nitidamente multiconfessional que atraiu por isso críticas ferozes de várias tariqas islâmicas ortodoxas que muito trabalharam para a ruína, merecida ou não, do célebre Sheikh suíço. Tanto do ponto de vista doutrinal quanto histórico, os meandros dessa história não são assunto para amadores semicultos, muito menos para satanistas travestidos de paladinos da fé católica. Se querem uma crítica séria do schuonismo desde o ponto de vista católico, vão ter de esperar até que eu a escreva.

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Algum delinqüente, decerto pago pelo governo, está invadindo a minha fan-page e, usando o meu nome com a minha fotografia, publicando mensagens em favor do PT, para confundir os meus leitores. Não sei como fazem isso, nem como me livrar desse tipo de golpe. Cada dia uma nova perfidia e cada vez menos meios de defesa. É a lepra informática.

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A hipocrisia sem fim daqueles que em nome do tradicionalismo católico levantam a voz contra mim por ter pertencido à tariqa de Frithof Schuon pode-se avaliar em toda a extensão da sua feiura quando se sabe que desde os anos 80 até hoje o principal e fidelíssimo representante e porta-voz do schuonismo no Brasil é um católico tradicionalista, o sr. Matheus Soares de Azevedo. Não por coincidência, esse sr. Azevedo foi dos que testemunharam em vão contra mim no processo de 1989. Malgrado o fato de que eu fosse absolvido, e embora o sr. Azevedo não estivesse ali nem mesmo na condição de queixoso e sim apenas de testemunha, até hoje ele é citado pelos meus detratores como uma das minhas "vítimas". Sendo conhecida, por outro lado, a hostilidade dos schuonistas contra o renegado que ousou passar pito no seu seikh e escapou ileso à tentativa de vingança judicial, a atitude desses "católicos tradicionalistas" é estranha e inconsistente demais para não suscitar a suspeita de alguma retaliação tardia da parte de tariqueiros magoados: v. http://www.sacredweb.com/online_articles/sw10_azevedo.html

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O sr. Velhaco informa, em carta ao COF, que o objetivo da sua vida é foder com a minha. Nobre causa. O problema é que ele afiou tanto a pica que ela desapareceu.

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Beleza pura: "Bright Eyes", canção do Mike Batt (o mesmo que compôs a trilha de "Caravans") cantada pelo menino Andrew Johnston:
  

http://www.youtube.com/watch?v=MlVjUYalU8M&feature=player_embedded

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O ardil do sr. Carlos Velasco é mais que difamatório. Ao caracterizar como "conversão" a minha passagem pela tariqa de F. Schuon -- o que contraria frontalmente os ensinamentos do próprio Schuon a respeito --, ele deseja me forçar ou a admitir que sou um agente muçulmano, jogando contra mim todos os cristãos em torno -- ou, ao contrário, a declarar que o era e deixei de ser, o que me coloca imediatamente na posição de traidor do Islam, condenado automaticamente à morte. Quem quer que tenha lido os livros de F. Schuon sabe perfeitamente que, no domínio esotérico que é próprio da tariqa, ele não admite conversões de maneira alguma, e encara a passagem eventual e temporária aos ritos de uma outra religião como uma "oportunidade espiritual" que não modifica em nada o estatuto religioso profundo da pessoa; exatamente como no caso de Thomas Merton, que seguiu por anos a fio a disciplina budista sem deixar de ser um monge católico. É público e notório que Schuon foi muito criticado por tariqas mais ortodoxamente islâmicas por permitir esses arranjos, dos quais me beneficiei de algum modo, tendo assim acesso a conhecimentos que não poderia obter de outra maneira. O sr. Velasco, das duas uma: ou não entende nada do assunto e se mete onde não devia, ou entende perfeitamente bem e está promovendo conscientemente o assassinato do Olavo de Carvalho. Como tudo o que é baseado na típica mistura de burrice e malícia, não vai funcionar.

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Na época em que a turma do Schuon estava fazendo todo o possível para foder com a minha vida, um Sr. Mark Khoslow veio à minha casa me convidar para entrar num front de ex-discípulos revoltados que planejavam dar cabo da reputação do Sheikh de Boomington, Nem respondi à proposta, de tão nojenta.

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O Brasil só tem duas saídas: a de longo prazo, que é a lenta praparação do ambiente cultural para possibilitar o surgimento de boas lideranças políticas em dez ou vinte anos; e a imediata, que é uma intervenção militar constitucional (sem "tomada do poder"). A primeira é aquela na qual venho trabalhando há anos. A segunda não está ao meu alcance e, se os militares, para agir, dependem de uma convocação maciça da sociedade civil, terão de esperar até que o meu trabalho se complete. Um simulacro improvisado do protesto popular de 1964 pode ser um desastre. Resta a hipótese de os próprios militares, percebendo o estado de total decomposição e inermidade da sociedade civil, se convocarem a si mesmos. É o que eu faria se fosse um deles, mas não sou. E nem sei se eles percebem o verdadeiro estado de coisas, muito pior que o de 1964.

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Vou lhes contar uma história. No Fórum da Liberdade, no Rio Grande, eu era conhecido por humilhar sadicamente os adversários. Quando anunciavam o meu nome, o pessoal já esfregava as mãos, querendo ver sangue. Mas, no dia em que me botaram frente a frente com o Leonel Brizola, ele me tratou tão bem, foi tão sedutoramente simpático, que não consegui dizer uma palavra contra ele. AQUELE era um político. Acabamos concordando numa série de pontos e juntos fizemos o maior sucesso no Fórum.


08 de março de 2014
Olavo de Carvalho
https://www.facebook.com/olavo.decarvalho

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