Líder do PT na Câmara, o deputado Sibá Machado (AC) convocou a bancada petista para avaliar juntos a repercussão das manifestações e tentar encontrar medidas que diminuam o desgaste do governo. “Foi uma manifestação ordeira e o diálogo agora tem de ser travado. O Congresso tem de votar medidas para destravar a economia e garantir o crescimento do país”, analisou Machado.
Já o presidente nacional do PT, Rui Falcão foi além ao afirmar que pretende que o partido também mude pós-manifestações: “Vamos tomar medidas de ajuste, renová-lo. O Brasil muda, o PT muda com o Brasil.”
Sem ter alternativa, os governistas vão investir na votação da reforma política para tentar dar uma resposta rápida às cobranças da sociedade. Válvula de escape da base petista, a proposta que revê a legislação eleitoral se torna um dos principais alvos no Congresso.
No caldeirão de medidas que devem vir à tona agora, o governo terá de lidar também com as investigações da CPI da Petrobras, que podem sangrar ainda mais o governo da presidente Dilma Rousseff, já prejudicado pela Operação Lava-Jato e pela lista dos denunciados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
GRANDE DERROTADO
Para o cientista político e ex-professor da Universidade de Brasília (UnB) Murilo Aragão, as manifestações enfraqueceram muito mais o governo e expuseram a necessidade de melhorar a articulação política. “Apesar de a base dizer que o ato somou múltiplas agendas, tudo se catalisa em torno do governo, que sai como o grande derrotado das manifestações”, explicou.
“Não existe solução mágica, mas uma coletânea de assuntos que precisam ser melhorados, como recuperar o diálogo; reconhecer que é um governo de coalizão; abrir a possibilidade de conversar com a oposição e admitir os erros para buscar o diálogo”, concluiu o cientista político.
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NOTA DA REDAÇÃO: Traduzindo: no PT, no Planalto e no Instituto Lula, ninguém sabe o que fazer. E não adianta mais recorrer ao marqueteiro João Santana. É preciso encontrar um milagreiro, o mais rápido possível. E o nome do milagreiro é Lula, que resolveu assumir mesmo as rédeas do governo. (C.N.)
17 de março de 2015
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