"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 17 de março de 2015

OPOSIÇÃO QUER DIÁLOGO COM AS RUAS, NÃO COM DILMA


(Estadão) Embalada pelas manifestações contra a presidente Dilma Rousseff no domingo, a oposição rechaçou a tentativa do governo de abrir um diálogo para fazer com que as promessas de promover a reforma política, aprovar o pacote anticorrupção e realizar o ajuste fiscal saiam do papel.

Uma análise de conjuntura pós-manifestação produzida pelo Instituto Teotônio Vilela, ligado ao PSDB, afirma que a “pauta da cidadania” das ruas inclui a defesa “intransigente” dos direitos dos trabalhadores “impedindo que o arrocho proposto pela presidente avance no Congresso”. O texto diz, ainda, que não será cortando benefícios e aumentando impostos que o País sairá da crise. 

O diálogo é rechaçado pelos principais líderes da oposição. “Não há clima para dialogar com o governo, especialmente do discurso da presidente em cadeia nacional. Eles estão no mundo da lua”, disse o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), candidato à vice-presidente na chapa de Aécio Neves em 2014.

“Seria ir na contramão das manifestações”, reforçou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Para o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, o governo não merece “a mínima confiança”. “Esse discurso (de diálogo) é surrado. Se a presidente quer ajuda, ela precisa dar sinais, como a redução de ministérios e cargos comissionados”, diz. 

Para o presidente nacional do DEM, senador José Agripino (RN), a proposta do governo foi motivada “pelo grito das multidões”. “Fazem isso para dizer que, de repente, viraram conciliadores. A reforma não depende de entendimento com a oposição. Ela vai acontecer naturalmente”, diz o senador.

“Vale a declaração chamando ao diálogo, ou a de guerra, atribuindo as manifestações aos eleitores de Aécio”, completa o deputado Mendonça Filho (PE), líder do DEM.

Dilema.Apesar da multidão que tomou as ruas no domingo, a oposição se dividiu sobre sua participação nos próximos atos. Enquanto parte dos dirigentes partidários e parlamentares defende uma aproximação “lenta e gradual” com os organizadores, outros advogam a tese de que não há necessidade de colocar os políticos em cima do palanque. Pelo contrário: isso poderia gerar antipatia dos manifestantes. 

“Na manifestação (de domingo) os organizadores estavam receosos com a participação de políticos nos carros de som. Poderia parecer oportunismo. Mas acho que, se o movimento continuar com essa força, será inevitável a nossa presença”, diz o senador Álvaro Dias.

O próximo ato contra Dilma está marcado para o dia 12, em São Paulo. Mas não há consenso entre os grupos. O maior deles, o Vem pra Rua, resiste a aceitar a data, marcada pelos grupos Revoltados On Line e Movimento Brasil Livre. “Não queremos proximidade com partidos. O PSDB não é oposição, é ocasião”, diz Marcello Reis, líder do Revoltados On Line.

17 de março de 2015
in coroneLeaks

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